dezembro 26, 2002

RECESSO
Por motivo de viagem, estamos entrando em recesso até o dia 5 de janeiro próximo. Assim, caros visitantes, não estranhem a ausência de mensagens durante este período.
Em 2003, esperamos trazer para vocês mais e mais notícias e assuntos interessantes, quer sejam simples curiosos ou amantes do vinho. Da mesma forma, gostaríamos de receber comentários e sugestões, sempre muito úteis, e para isto é só usar os recursos disponíveis.
Como novidade, para aqueles que a partir de agora nos visitarem, existirá, além do mecanismo de busca por palavra-chave, a possibilidade de consulta a um Index Remissivo, com todas as mensagens postadas desde o primeiro dia deste blog.
Boas Festas!!! Bons vinhos, bons brindes!!!

dezembro 25, 2002

CHAMPANHE E ESPUMANTE
O professor Celio Alzer, na Coluna de Bairros do jornal O Globo, de hoje, esclarece:
"Ambos são vinhos submetidos a uma segunda fermentação - daí a espuma abundante - mas a semelhança termina aí. Champanhe é o vinho elaborado exclusivamente na região de mesmo nome na França. Todos os demais devem ser chamados genericamente de espumantes."
E dá as suas dicas:
"Com a proximidade do Natal e das festas de fim de ano, o espumante passa à ordem do dia. Afinal, é um vinho de festa que, com suas borbulhas (o chamado perlage) e frescor naturais, presta-se muito bem para brindes, coquetéis e comemorações. Além do mais, como é servido a uma temperatura entre 6 e 8 graus, está perfeitamente de acordo com o clima. Vale a pena lembrar que a taça de formato alongado (a flûte) e o balde de gelo são aliados indispensáveis."
Nada mais adequado para a data. E Boas Festas!

dezembro 22, 2002

A TEMPERATURA IDEAL
Todos sabemos da importância da temperatura dos vinhos para uma degustação agradável, mas a variedade deles é tão grande que pode tornar-se difícil uma avaliação correta. Por isso, apresentamos, resumidamente, uma escala de temperaturas, variando entre os limites de 6°C e 18°C, que devem ser respeitados:
6ºC a 8ºC - espumantes e vinhos brancos doces.
8ºC a 10ºC - brancos suaves, alguns brancos secos e espumantes rosé.
10ºC a 12ºC - brancos mais secos e vinhos rosados.
12ºC a 14ºC - grandes brancos e tintos ligeiros.
14°C a 16ºC - tintos de pouco ou médio corpo.
16°C a 18ºC - tintos envelhecidos, tintos mais macios.
18ºC - grandes tintos, como alguns de Bordeaux, e tintos ricos em taninos.
Para quem desejar medir a temperatura do vinho que irá beber, existem termômetros apropriados para encaixe no gargalo da garrafa. Mas a experimentação continuada é uma maneira prática de se avaliar o ponto certo.

dezembro 20, 2002

UM BRINDE AO NATAL
O Natal está bem perto, é tempo de congraçamrnto e reflexão. Congraçamento entre as pessoas, entre os povos, fazendo-nos lembrar da importância da amizade e do compartilhamento de ideais, alegrias e lutas; reflexão sobre os verdadeiros valores da existência humana e os rumos que pretendemos seguir no novo ano.
Desejamos a todos os que nos visitam um Feliz Natal e um 2003 repleto de gratas surpresas. E, como não podia deixar de ser, brindemos todos, não importa qual seja o vinho escolhido!

dezembro 19, 2002

NOVO LANÇAMENTO DA MIOLO
A Vinícola Miolo vem de lançar uma outra versão do seu Terra Nova, agora um corte de Cabernet Sauvignon com Shiraz. Produzido e engarrafado na Bahia, na região do Vale do São Francisco, diferencia-se pela simpática garrafa de 500 ml, de rótulo estreito com letras douradas: é um tinto seco, safra 2001, com 12% de graduação alcoólica.
Ao exame visual, mostra cor intensa, boa aderência e bom corpo. Ao nariz, de imediato, percebe-se o aroma de madeira e de frutas, e se antevê o alto teor de taninos, que, ao beber, confirmamos.
Para os que apreciam os vinhos tânicos, como muitos dos chilenos que nos chegam, este deverá agradar. Mas o fato é que este vinho se mostra uma opção bastante válida para uma degustação agradável, sem ou com acompanhamentos, evidenciando que os produtos nacionais melhoram a cada dia. E é disso que o consumidor precisa.

dezembro 16, 2002

INDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA
Vem de ser aprovada a criação da primeira Indicação de Procedência (IP) para vinhos brasileiros. É a IP "Vale dos Vinhedos", que identifica vinhos produzidos na região situada entre os municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul.
Essa legislação visa a criar normas para os vinhos lá fabricados, definindo diversos critérios, que vão, dentre outros, desde os tipos de uvas, a graduação alcoólica mínima, o rendimento dos vinhedos, o método de plantio, até o tempo mínimo de envelhecimento em tonéis de carvalho e em garrafas; inclui ainda a obrigatoriedade de uma aprovação final - o que de fato interessa ao consumidor -, constando de uma análise química e de degustação realizada por entidades reguladoras.
É um passo importante no sentido de preparar o caminho para, mais tarde, criar-se uma D.O.C. (Denominação de Origem Controlada), como acontece em vários países da Europa. Aí, sim, com padrões de produção mais rígidos e maior qualidade.

dezembro 15, 2002

UMA FESTA DOS SENTIDOS
"Para conhecer o vinho é necessário conviver com ele, educando nossos sentidos; fazer dele um hábito, o que, sem dúvida, será muito agradável, uma festa. O vinho é um encontro dos sentidos"...
Esta é a tônica do livro escrito por Rogério Dardeau, intitulado "Vinhos: Uma Festa dos Sentidos", recentemente publicado pela Editora Mauad, RJ. O autor tem a seu favor ser descendente de franceses, de uma família que há quatro séculos elabora vinhos, a partir de vinhedos próprios. Pode ser uma boa dica para os interessados.
BIBLIOGRAFIA
Uma da melhores formas de conhecer os vinos, não falando da degustação, naturalmente, é por meio da leitura. Mas descobrir quais publicações existem, em especial na língua portuguesa, nem sempre será fácil. Por isso, aos interessados sugerimos visitar o site da Winexperts. Lá encontrarão referências a diversas obras, inclusive oriundas de Portugal.
PENSAMENTO
Vinhos e mulhres: é preciso amar para desvendar os mistérios. Mas, cuidado: elas não vêm com rótulo...

dezembro 08, 2002

VINHOS ESPUMANTES
Já que os espumantes se apresentam como uma das melhores opções para o verão, vejamos algumas dicas para melhor degustá-los:
- Em primeiro lugar, saber que as pequenas bolhas, chamadas de "périlage", que se apresentam no vinho são componentes importantes e devem ser preservadas; por isso, evitar agitar a taça, pois o próprio movimento dessas bolhas levará o aroma ao nariz.
- Para gelar o vinho, melhor usar um balde de gelo (a geladeira endurece a rolha), mantendo a garrafa imersa por pelo menos 40 minutos.
- Ao abrir a garrafa, não "estourar" a rolha, como se costuma fazer com o champanhe, porque o gás se perde.
- Ao servir, usar taças compridas, mais adequadas. Colocar, inicialmente, uma pequena quantidade de vinho e esperar que a espuma "abaixe". Depois, com a taça inclinada, colocar um pouco de vinho e beber, sem agitar. É só aproveitar!
VINHOS NO VERÃO? SIM!
Nossa "cultura" sobre vinhos não segue diretriz alguma pré-determinada, ela vai acontecendo aos poucos, ao sabor das informações qie nos chegam e das experiências que realizamos. Nesta linha, sem desmerecer a quem quer que seja, adquirimos o hábito de ler a coluna semanal de Luciano Ribeiro, na Revista Domingo, do Jornal do Brasil. E, na edição de hoje, ele aborda assunto muito propriamente escolhido, que é o consumo de vinhos durante a temporada de verão.
De forma leve, numa linguagem desprovida de empolação, Luciano nos ensina que é perfeitamente possível degustar um bom vinho em dias quentes, desde que saibamos direcionar nossas escolhas. E nos dá algumas dicas, que mencionaremos resumidamente.
A primeira delas é sobre os espumantes da Serra Gaúcha, cuja produção se beneficia das ótimas condições climáticas durante o verão, com chuvas finas, quase diárias, combinadas com poucos dias de sol. O resultado são excelentes vinhos, que devem ser bebidos a uma temperatura de 10°C.
Mas é possível, também, degustar um tinto, desde que se evitem os estruturados e se escolham apenas os leves. Neste sentido, são indicados vinhos frutados, com predominância de uvas Cabernet Franc, Pinot Noir e Gamay.
Quanto aos brancos, a dica é buscar os produzidos com uvas Sauvignon Blanc, pois há alguns importados fabricados com Chardonnay que, envelhecidos por muito tempo em barris de carvalho, acabam gerando predominância do aroma da madeira sobre o da fruta.
Há, ainda, ótimas opções nos chamados vinhos verdes (porque degustados ainda jovens), de baixo teor alcoólico e muito leves, com aromas frutados e florais. Os mais indicados são os produzidos em Portugal e na Espanha.
Pronto! Aí estão as dicas do Luciano, que nos permitimos repassar, já que muitos visitantes deste blog talvez não as venham a ler em sua coluna.
DEFINIÇÕES...CONSELHOS...
"Não sou enólogo. Enólogo é um sujeito que, diante do vinho, toma decisões. Eu, diante de decisões, tomo vinho" (por Luiz Groff, enófilo, escritor curitibano, frase publicada no Dicionário das Citações, de Dualibe, e citada por Adolfo Alberto Lona, enólogo, em seu livro Vinhos).
"Em matéria de vinhos, use primeiro a experiência e depois o raciocínio" (por Luiz Groff).

dezembro 03, 2002

A INFLUÊNCIA DO "TERROIR"
A qualidade de um vinho, abstraindo-se das técnicas de produção, do grau de aprimoramento dos processos, dos cuidados tomados em todas as etapas, está intimamente relacionada a fatores físicos, que independem da ação humana, ou seja, são ditados pela Natureza.
Existe um termo francês, bastante conhecido, que representa o conjunto desses fatores: é o chamado "terroir". É o conjunto das condições do solo, da topografia local, do microclima, da exposição ao sol.
Um solo ideal deve possuir uma boa drenagem, isto é, reter a umidade sem ficar encharcado; se for de cascalho e areia, acelera a maturação das uvas, ao contrário de solos argilosos.
O microclima deve ser equilibrado: verão pouco quente, outono pouco frio. A temperatura anual média deve ser, idealmente, de 14°C a 15°C. As chuvas devem cair no inverno e na primavera, e a precipitação pluviométrica anual deve ficar em torno de 675 mm.Geadas, granizo e ventos fortes são problemas sérios.
A topografia é outro componente importante do "terroir": a inclinação do terreno, com encostas ígremes, é favorável ao cultivo, pois nelas ocorre uma maior concentração da luz solar e uma melhor drenagem. A orientação das encostas em relação ao sol pode resultar em uma maior quantidade de insolação (no hemisfério norte, as voltadas para o sil; no sul, ao contrário). A altitude afeta a temperatura: vinhedos em encostas mais elevadas (e mais frescas) têe maior demora na maturação.
A conjugação desses fatores ("terroir") explica porque vinhedos situados próximos podem produzir vinhos de qualidades diferentes. Não existem mistérios ou milagres, é a mão da mãe Natureza que dá o toque.

dezembro 01, 2002

OS VINHOS DO DOURO
Quando se fala em vinhos da região do Douro, para alguns isto pode significar apenas aqueles produzidos em Portugal. Mas é interessante lembrar que o Rio Douro nasce, efetivamente, na Espanha e percorre mais de 600 km até desaguar no oceano, na cidade de O Porto. Ao longo desse trajeto, sucedem-se centenas de vinícolas, tanto na Espanha - onde o rio se chama Duero - quanto em Portugal.
No trecho português, destacam-se vinícolas como Barca Velha, Quinta do Côtto, Duas Quintas, Ferreira, Real Companhia Velha, entre tantas outras. Do lado espanhol, a região produtora mais importante é a Ribera del Duero, seguida por Rueda e Toro.
Na cidade de O Porto, os produtores de vinho do Porto se sucedem às margens tranqüilas do rio e é possível fazer, a pé, visitas guiadas e provar diversos tipos. Outra boa pedida é comer os deliciosos bolinhos de bacalhau, especialidade local, acompanhados por taças de vinho do Porto, nos bares espalhados pela cidade.
Na Espanha, na região de Ribera del Duero, também se encontram vinícolas que fazem visitas guiadas.
OPINIÕES
"Para uma pessoa gostar de vinho, é necessário um póuco de ousadia. O pior erro é estacionar naquele vinho de que gosta ou deixar de provar outra safra de uma mostra que certa vez te decepcionou. Este mundo muda o tempo todo" - Eric Beaumard, sommelier do Restaurante Le Cinq, do Hotel Four Seasons George V, em Paris.
"Às vezes, numa harmonização, vejo que o vinho que pensei ser o melhor não funciona tão bem..." - Manoel Beato, sommelier do grupo Fasano, há uma semana no Restaurnte Gero, no Rio de Janeiro.
(Revista Domingo, Jornal do Brasil, 01/12/02)