junho 14, 2004

DEGUSTAÇÕES PROGRAMADAS 2004
VINHO #8: LUIGI BOSCA CABERNET SAUVIGNON 1991

A vinícola que hoje produz os vinhos Luigi Bosca foi fundada em 1901 por Leoncio Arizu, cidadão espanhol oriundo de Navarra e que se radicou em Mendoza em 1890. O lugar escolhido para instala-la foi o Vale de Vistalba, na região de Luján de Cuyo, zona que, por suas características, logrou obter a primeira "Denominação de Origem Controlada" das Américas.
"Vistalba", "La Puntilla", "Carrodilla" e "El Paraíso" são os quatro vinhedos de Leoncio Arizu, que somam mais de 400 hectares. No último deles, com 38 anos de idade, a 780 metros de altitude, localizado junto ao río Mendoza, se cultivam as uvas Cabernet Sauvignon, além de Pinot Noir, Syrah e Sauvignon Blanc. Condições climáticas excepcionais. O solo pedregoso e argiloso faz com que as videiras aprofundem suas raízes, em busca de água, o que dá ao vinho um caráter nervoso.
No caso particular deste vinho, a colheita foi realizada em 10/04/1991 e o engarrafamento em 10/02/1998. Ao longo desse período, o vinho estagiou por três anos em barris de carvalho. Teor alcoólico de 13%.
Este vinho nos proporcionou uma experiência interessante. Sendo já de idade avançada, deveríamos ter pensado em submete-lo previamente a uma decantação, mas, possivelmente por uma distração, não o fizemos e passamos a degusta-lo após um período relativamente curto.
Bela cor rubi, com alguns reflexos alaranjados. Boa limpidez. Inicialmente, não apresentava quase seus aromas, o que pareceu uma decepção. Mas mostrou um bom corpo e não evidenciava defeitos. À medida, porém, em que era degustado, lentamente, começou a ocorrer uma evolução muito rápida, ao longo da qual foi possível sentir, nitidamente, seus aromas pronunciados de defumados! O vinho ganhou em qualidade! Na avaliação global, foi considerado agradável, um bom vinho ainda, mas sentiu-se que já alcançou seu apogeu, talvez até começando a perder qualidade. Pontos: 85.
DEGUSTAÇÕES PROGRAMADAS 2004
VINHO #7: ANGELICA ZAPATA CABERNET SAUVIGNON ALTA 1999

Este vinho foi produzido e engarrafado por Fincas Catena Zapata, a partir de uvas cultivadas em seus vinhedos localizados em Agrelo, Luján de Cuyo, uma sub-região de Mendoza, a maior e mais importante região vitivinícola da Argentina. São vinhedos com 18 anos de idade, ocupando 150 hectares, a uma altitude de 940 metros, ao pé da Cordilheira dos Andes, que produzem, preferencialmente, as castas Cabernet Sauvignon e Chardonnay.
A vinícola foi fundada por Domingo Catena e Angélica Zapata, que se casaram em 1934 e deram tradição ao empreendimento. Nicolas, o mais velho dos quatro filhos, tomou a seu cargo a condução da empresa e a dotou de equipamentos de alta tecnologia; o projeto objetivou possibilitar o manuseio o mais suave possível das uvas, de modo a preservar o espectro completo de seus aromas.
O nome do vinho é uma homenagem a Angélica, por sua permanente busca da perfeição. Possui um elevado teor alcoólico de 13,7%. De coloração rubi escura, profunda e homogênea, tem um belo brilho. Mostrou logo ser bastante encorpado. Seus aromas são suaves, juntando-se à madeira um certo toque de defumados. Na boca, confirmou o corpo robusto e os aromas, com taninos importantes. Final de boca agradável, com boa persistência. Muito bem estruturado, complexo, possui potencial para envelhecer por mais alguns anos. Pontos: 90.

junho 04, 2004

DIA DO VINHO
A Serra Gaúcha está em clima de festa: no próximo domingo, dia 6 de junho, será comemorado, pela primeira vez, o Dia Estadual do Vinho.
A data foi instituída pelo Governo do Estado em dezembro de 2003 e resultou de uma idéia nascida na Irmandade dos Italianos, que reúne donos de restaurantes e churrascarias de Porto Alegre, Canoas e São Leopoldo.
O período de promoção do Dia, integrante do calendário de eventos do Rio Grande do Sul, foi definido com o intuito de marcar a chegada de produtos da nova safra ao mercado e também por ser uma época de poucas festas no circuito turístico.
Que esta data sirva não apenas para comemorar, mas, também, para ajudar a difundir entre os brasileiros o bom e salutar hábito de beber vinho regularmente.

junho 03, 2004

O PREÇO DOS VINHOS NOS RESTAURANTES
Todos sabemos que beber vinho nos restaurantes não custa barato. Mesmo quando se trata de um simples vinho de garrafão, servido em caneca. À primeira vista, pode parecer uma conseqüência do baixo consumo nacional, o que sugeriria ficarem os vinhos empoeirando nas prateleiras até um dia serem servidos. Mas, não será por isto. Veja-se o que ocorre em Portugal, país onde o hábito de beber está arraigado entre as pessoas. De acordo com comentários recentes no Fórum de Discussão, "os preços de venda habitualmente praticados (300% do preço de custo, que é já de si bem elevado) têm vindo cada vez mais a afastar os habituais e potenciais consumidores. Ainda segundo tais comentários, parece que ninguém quer tomar a iniciativa de os baixar para valores razoáveis. As desculpas são sempre as mesmas: a comida dá prejuízo, os custos de armazenamento dos vinhos são elevados, muitas das referências não têm a rotatividade necessária, etc, etc...."
E, no Brasil, quais seriam as justificativas?...
NOVOS VINHOS DA MIOLO
A Vinícola Miolo apresentou, em 31 de maio último, em São Paulo, três novos vinhos, produzidos com a assessoria do enólogo frances Michel Roland, contratado especialmente pela família para criar novos vinhos e melhorar os vinhedos. Trata-se de vinhos de safra 2003: Quinta do Seival, primeiro vinho da Miolo produzido com castas portuguesas cultivadas na região da Campanha, no Rio Grande do Sul; Cuvée Giuseppe, um corte de uvas Cabernet Sauvignon e Merlot, colhidas das parreiras no Vale dos Vinhedos; e Terranova Cabernet Shiraz,produzido no vale do São Francisco.