junho 26, 2005

O PORTUGUÊS N° 1
"O vinho europeu mais vendido no Brasil não é caro, tem uma longa história com o país e alia tradição e modernidade.
Ao levar uma garrafa de Periquita para casa, ou bebê-la no seu restaurante preferido, o consumidor talvez nem imagine que está diante de uma bebida com uma história de 155 anos. Produzido pela vinícola portuguesa José Maria da Fonseca (JMF), é o vinho europeu mais consumido no Brasil e o rótulo de mesa mais antigo de Portugal. Com uma boa relação de custo e benefício (o preço sugerido é de R$ 26,90, mas é encontrado mais em conta em supermercados), o Periquita acaba de lançar por aqui sua safra 2001 e mais uma vez inova e mexe na composição da bebida. "Quem fica parado morre. Estamos sempre um passo à frente do mercado para continuarmos vivos", justifica o gerente de área da empresa, Miguel Remédio. Nada mal para um vinho que já era encontrado na época do Brasil Império, em 1870, e que ainda faz sucesso entre os consumidores e com a crítica especializada." (por Alexandra Corvo e Roberto Gerosa).
O BRASILEIRO E O VINHO
No artigo abaixo, o enólogo Adolfo Lona comenta a evolução do gosto dos brasileiros pelos vinhos, ao longo das últimas três décadas. Foram mudanças significativas de hábitos em muito pouco tempo, o que permite supor que, neste ritmo, passadas mais algumas décadas, os brasileiros estarão muito mais "afinados" com as boas coisas do mundo do vinho. Importante, portanto, que o setor produtivo se mantenha atento a essa evolução e, com políticas e práticas inteligentes e dinâmicas, assuma o posto de comando em toda essa transformação.

O melhor vinho

"Muitas pessoas me perguntam: Qual é o melhor vinho? e, ante esta indagação tão subjetiva, não cabe outra resposta que não seja: Aquele que lhe dá prazer, seja branco, tinto, seco, suave, nacional ou importado.
Por mais que os especialistas insistam que somente alguns vinhos são verdadeiramente bons, os simples mortais escolhem guiados pela subjetividade, pelo gosto pessoal. E não é justo condena-los por isso, porque todos nós conhecemos o velho ditado que diz: gosto não se discute...e acabou.
Mas não acabou, não.
Há um detalhe que todos aqueles que elaboram e comercializam vinhos e espumantes não podem esquecer: o consumidor de nossos produtos é progressivo, ou seja, aprimora seu gosto. Por isso, temos de trabalhar sempre procurando ganhos de qualidade.
Vejamos alguns exemplos que demonstram quanto o mercado avança. Na década de 70, quando o brasileiro descobriu o vinho fino, 60% do total comercializado eram vinhos rosados, ligeiramente adocicados e gaseificados. Eram o que nos chamamos de "o caminho intermediário entre um guaraná e um tinto seco". O modelo seguido era o Matheus Rosé português. Este vinho foi perdendo sua importância e hoje representa menos de 1% do vinho consumido no Brasil.
Entre as décadas de 80 e 90 surgiu um substituto para o rose: o branco tipo alemão, suave, adocicado, aromático, que iniciou com a criativa iniciativa de algumas vinícolas da Serra Gaúcha, que lançaram marcas como Liebfraulmilch, Katz Wein, Wein Zeller, Zahringer´s, entre outras.
Este tipo de vinho teve sua época de sucesso em meados dos anos 90 com a chegada dos vinhos alemães da garrafa azul. Hoje, este tipo de vinho representa na soma de nacionais e importados menos de 5% do total consumido.
Ao final dos anos 90 apareceu, finalmente, o vinho tinto, última etapa do longo caminho da educação do consumidor de vinhos. Primeiro, os tintos carregados de madeira, a chamada madeira fácil, que era resultante da passagem por serragem que transmite esse aroma amável, de baunilha e chocolate.
Atualmente, a moda da madeira fácil perde força e começa a surgir o vinho tinto jovem, frutado, sem maquiagem, agradável e fácil de beber.
Seja qual for seu estágio, caro leitor, beba vinho prazerosamente, sem culpa, sem medo, com o único compromisso de deleitar-se saboreando a mais sã e higiênica das bebidas. Deixe o tempo passar. Afinal, gosto não se discute...se aprimora.
Se alguém não gostar do que você gosta, que espere."
VINHO DO PORTO - TIPOS E CARACTERÍSTICAS
Quem não gosta de vinho do Porto? Difícil encontrar... Um excelente acompanhamento para várias e diferentes ocasiões, conhecido e apreciado em todo o mundo. Conhecer um pouco dele sempre se torna interessante e, para isto, uma boa fonte de referência é o Instituto do Vinho do Porto (IVP), em Portugal.
O IVP, criado em 1933, é o responsável pela certificação e fiscalização da Denominação de Origem “Porto”e controla a qualidade e quantidade dos vinhos suscetíveis da obtenção desta D.O. . E o faz através da regulamentação de seu processo produtivoe da submissão prévia a um rigoroso controle de qualidade (analítico e organoléptico), efetuado pelos seus Serviços Técnicos (conforme menciona o próprio Instituto).
As informações a seguir constam de material de divulgação elaborado e distribuído pelo IVP. Oportunamente, outras poderão ser aqui comentadas.
CONHECER E SELECCIONAR O VINHO DO PORTO
SAIBA QUE...
"Por oposição ao que é habitual dizer-se, não se oferece um Vinho do Porto mas, sim, vinhos do Porto com diferentes gostos e propriedades peculiares.
Estilo Ruby – São os vinhos em que se procura suster a evolução de sua cor tinta, mais ou menos intensa, e manter o aroma frutado e vigor dos vinhos jovens. Neste tipo de vinhos, por ordem crescente de qualidade, inserem-se as categorias Ruby Reserva, Lated Bottled Vintage (LBV) e Vintage. Os vinhos das melhores categorias, principalmente os Vintage e, em menor grau, o LBV, poderão ser guardados, pois envelhecem bem em garrafa. São especialmente aconselhados os LBV e os Vintage.
LBV (Lated Bottled Vintage) – Vinho de qualidade elevada proveniente de uma só colheita. É engarrafado entre o quarto e o sexto ano após a colheita. É menos adstringente e encorpado que o Vintage do mesmo ano, sendo igualmente harmonioso, suave e elegante.
Vintage – Vinho de qualidade excepcional proveniente de uma só colheita. É engarrafado entre o segundo e o terceiro ano após a colheita. Com o envelhecimento em garrafa torna-se suave e elegante, adquirindo um aroma equilibrado, complexo e muito distinto.
Estilo Tawny – Obtido por lotação de vinhos de grau de maturação variável, conduzida através do envelhecimento em cascos ou tonéis. São vinhos em que a cor apresenta evolução, devendo integrar-se nas sub-classes de cor tinto-alourado, alourado ou alourado-claro. Os aromas lembram os frutos secos e a madeira; quanto mais velho é o vinho mais estas características se acentuam. As categorias existentes são: Tawny, Tawny reserva, Tawny com Indicação e Idade (10 anoa, 20 anos, 30 anos e 40 anos) e Colheita. São vinhos de lotes de vários anos, excepto os Colheita, que se assemelham a um Tawny com Indicação de Idade com o mesmo tempo de envelhecimento.
Quando são engarrafados, estão prontos a serem consumidos. Aconselham-se os vinhos das categorias Tawny com Indicação de Idade e Colheita.
Branco – Apresenta-se em vários estilos associados a períodos de envelhecimento mais ou menos prolongados e a diferentes graus de doçura, que resultam do modo como é conduzida a sua elaboração."
RIO SOL
A EXPAND promoveu, recentemente, no Rio de Janeiro, uma degustação de vinhos Rio Sol, com a presença do enólogo João Santos, da ViniBrasil, no Vale do Rio São Francisco, próximo a Petrolina. Foram apreciados, na seguinte ordem:
Rio Sol Reserva Cabernet Sauvignon 2003
Rio Sol Reserva Syrah 2003
Rio Sol Reserva 2003 (assemblage)

Os vinhos foram degustados ao longo da explanação feita por João, um técnico português com formação em agronomia que, anteriormente, trabalhava para a Dão Sul, em Portugal, nas vinhas da Quinta de Cabriz e do Douro, mas aceitou o convite para radicar-se no Brasil e tocar o projeto completamente novo da Dão Sul.
Dentre tudo o que foi explicado, merece destaque a característica forte do projeto: aproveitar as condições excelentes do clima local para, com irrigação (gotejamento) de água do São Francisco, poder realizar várias safras por ano, controlando-as em função dos resultados. Segundo disse, em 2004 conseguiram 22 safras! Através do controle da quantidade de água irrigada, João provoca o stress da videira, para depois levá-la de volta a produzir em abundância. De qualquer modo, deixou ele claro que a empresa segue fazendo muitas experiências no sentido de conseguir resultados de qualidade. Também mencionou já dispor de videiras de Touriga Nacional e Tinta Roriz, que em breve entrarão em produção.
O processo de vinificação é semelhante para os três vinhos: esmagamento das uvas com desengace total; fermentação em cubas inox, com leveduras selecionadas, à temperatura entre 28°C e 30°C; tempo de maceração, em média, de duas semanas; estágio de seis meses em barricas de carvalho francês (85%) e americano (15%); estágio de seis meses em garrafa antes de ir para o mercado.
Os dóis primeiros vinhos são varietais e o terceiro é um corte de Syrah (50%), Cabernet Sauvignon (35%) e Alicante Bouschet (15%). Todos com muito boa cor, aromáticos e com taninos bem presentes, embora finos. Vinhos que, se evoluírem em garrafa por mais um a dois anos, talvez se mostrem mais redondos. Dos três, na opinião da maioria, o melhor da prova foi o varietal Syrah.
Tudo indica que teremos que dar tempo (e crédito) à ViniBrasil para confirmar a eficácia deste projeto pioneiro. Os consumidores brasileiros estão precisando disto. Qualquer um dos três vinhos está sendo vendido por R$48.

junho 23, 2005

BUSCA DE INFORMAÇÕES NESTE BLOG
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junho 03, 2005

VINHOS... É IMPORTANTE LEMBRAR...
Image hosted by Photobucket.comEsta é uma dica para quem pensa em registrar suas impressões de degustação, mas deixa de fazê-lo por julgar que se trata de tarefa “técnica” e complicada. Está nas livrarias um livrinho fino, formato de bolso, que se propõe a orientar exatamente a esses indecisos: “Vinhos... é importante lembrar..., de Rogério Dardeau. Eis o que de mais significativo diz o autor na apresentação:
Você bebe um vinho... Tempos depois, quer lembrar, pois ficou com uma agradável impressão de cor, de aroma, de sabor ou de todas essas características... Mas se esqueceu do nome, do produtor, de que país era... Quantas vezes vi isso acontecer!
Pode também ser o contrário: o vinho azedou sua garganta e você não lembra que fato foi esse que Dionísio desprezou e Baco destruiu. Embora digam que nunca se esquece o que é ruim, já comprovei: isso não é regra! Muita gente apaga tudo o que cai mal.
O objetivo deste livro é permitir que você se provoque a registrar o que lhe desperte interesse num vinho. Insisto: o que lhe desperte interesse!
Você poderá ser muito exigente e se utilizar de todas as indicações do livro, no preenchimento das páginas. Ou poderá apenas efetuar os registros dos aspectos que lhe instiguem mais. Este é o ponto central que queremos atingir: ser um auxiliar de sua memória.
Após um capítulo ligeiro sobre a degustação, seguem-se 16 fichas em frente e verso para o registro dos dados. Ao final, um apêndice com explicações sobre cada tipo de registro e orientações para o preenchimento das fichas.
Rogério Dardeau estuda vinhos desde o início dos anos 70 e, entre 1984 e 1986, teve formação particular com um sommelier português. Tem livros publicados, dentre os quais "Vinhos - Uma Festa dos Sentidos".

63 páginas, MAUAD Editora, R$22,20