fevereiro 27, 2005

DEGUSTAÇÕES PROGRAMADAS 2004
VINHO # 20: LUIGI BOSCA MALBEC 1994
Também um tinto argentino da sub-região de Luján de Cuyo, em Mendoza, elaborado com uvas dos vinhedos de Vistalba, a uma altitude de 960 metros. Produzido e engarrafado por Bodegas Leoncio Arizu. Com 13% de teor alcoólico, é um vinho de guarda mas, sem a indicação de tempo.
Havia uma dúvida ao abrir esta garrafa, relativa aos onze anos de vida do vinho. Uma caixa de surpresas. Mas, felizmente, não foram más: encontrava-se ainda em bom estado, sem alterações de cor, que se mostrou intensa e escura. Seus aromas, embora agradáveis, não eram muito pronunciados, como se reduzidos por causa da idade avançada. Bom corpo, degustação ainda agradável. Difícil prever se ainda suportaria mais uns poucos anos. Pontos: 75.
DEGUSTAÇÕES PROGRAMADAS 2004
VINHO # 19: MIGUEL ESCORIHUELA GASCÓN 2000
Um tinto argentino da sub-região de Luján de Cuyo, Mendoza. Um corte de uvas Malbec (65%), Syrah (15%) e Cabernet (20%), estágio de 12 meses em barris de carvalho francês. Vinho de guarda, segundo o produtor até 2015.
Cor rubi profunda, compacta, sem reflexos indesejáveis. Aromas suaves, expressivos e bastante agradáveis, com notas sutis da madeira. Na boca, mostrou um corpo muito bom, mas seus taninos ainda estão muito presentes. Complexo, franco, boa persistência, talvez viesse a estar melhor ainda daqui a alguns anos mais.
Um vinho de preço relativamente alto, visto que custa em torno de US$55 na Argentina. Pontos: 78.
SAN TELMO CABERNET SAUVIGNON 2002
Bastaria observar o curioso rótulo para descobrir a procedência deste vinho: um desenho colorido de um casal dançando o tango em um cabaré. Rótulo que tem tudo a ver, pois San Telmo é o nome de um tradicional bairro de Buenos Aires, o que deu origem a esta sensual e apaixonada dança. San Telmo é reconhecido internacionalmente com um espírito único: o espírito do tango.
Este vinho da Bodega San Telmo é elaborado com uvas da privilegiada região de Maipú, em Mendoza, aos pés da Cordilheira dos Andes, com condições excelentes para produzir vinhos varietais de boa qualidade.
De boa cor rubi, profunda e intensa, aromático, com agradáveis notas da madeira, bom corpo. e robusto. Teor alcoólico de 13,7%. Um bom acompanhamento para carnes vermelhas e comidas condimentadas, a um preço não excessivo nos mercados.

fevereiro 17, 2005

ADEGA DO VALE CABERNET SAUVIGNON/SYRAH 2003
Vinho produzido em Lagoa Grande/PE, região do Vale do São Francisco, pela ViniBrasil, que o lançou em 2004. Esta empresa é uma parceria que começou a se formar em 2003, com o nome de Projeto Nova Latitude, com o objetivo de se produzir vinhos de qualidade numa região situada a 8° de latitude sul, não muito comum para a produção de uvas viníferas. Para tanto, foram utilizadas a larga experiência da Vitivinícola Santa Maria, que há 15 anos produz uvas na região, e a competência e a tecnologia da Dão Sul, eleita a Vinícola do Ano em 2001, pela conceituada Revista do Vinho, de Portugal. Caberá à Expand, empresa que completa 26 anos no mercado brasileiro, a responsabilidade de distribuir e comercializar o vinho no Brasil e no exterior (onde o vinho vai se chamar Rio Sol).
Segundo o fabricante, trata-se de um vinho "perfeitamente equilibrado, macio na boca, com estrutura, sabor balanceado e um final fresco e longo". Permitimo-nos discordar quanto ao equilíbrio, vez que sentimos os taninos muito pronunciados, um tanto desagradáveis ao paladar. Cor rubi intensa, corpo médio, aromas frutados, mas sem o final longo apregoado. Todavia, pode e deve ser experimentado, sob pena de irmos colocando de lado os tintos nacionais, seja pela qualidade, seja pelo preço.
MOZART: O GÊNIO E O VINHO
Mozart, bom jogador de bilhar e expert na arte de degustar tintos e brancos, dizia que era muito fácil saber, antes de bebê-lo, se o vinho era bom ou não. “Tudo depende do ouvido”, afirmava. “Os vinhos têm gêneros, como a música”, explicava ele. “Há brancos que são uma sinfonia e tintos que se assemelham a um quarteto de cordas. Muitos vinhos são solistas e outros apenas sabem compor duos ou trios. É preciso saber escutar o que dizem os vinhos ao saírem da garrafa. Os melhores são os que, ao caírem na taça, entoam uma ária de soprano.” Referia-se às notas agudas que produzem certos vinhos ao serem servidos.
Em se tratando do grande mestre, tais observações transcendem os limites do corriqueiro, para transformarem-se em ensinamentos. Que tal aguçar os ouvidos na hora de servir um vinho?

fevereiro 16, 2005

DEGUSTAÇÕES PROGRAMADAS 2004
VINHO # 18: CHÂTEAU LA JOYA GRAN RESERVA 1997
Também um vinho produzido no Vale de Colchagua, é um Cabernet Sauvignon, com 13% de teor alcoólico.
Apesar de não estarmos mais com as notas da degustação, temos a lembrança de ser um bom vinho, bastante equilibrado, aromático, de taninos bem definidos, mas suaves. Um bom final de boca. Apesar dos seus sete anos, estava ainda inteiro. É vinho para merecer uma pontuação entre 80 e 85.
DEGUSTAÇÕES PROGRAMADAS 2004
VINHO # 17: MONTES ALPHA M 1999
Seguramente, este é um dos bons vinhos chilenos, respeitado por sua excelente qualidade. Produzido pela Viña Montes no Vale de Colchagua, em um terroir com condições excepcionais, este vinho é um corte de Cabernet Sauvignon (80%), Cabernet Franc (10%) e Merlot (10%) e estagiou por 18 meses em barris de carvalho francês novos. Com um teor alcoólico elevado - 14,2% - tem uma cor rica, as frutas bem integradas com a madeira, taninos suaves e sólidos. Em seu processo de produção, passou apenas por uma ligeira filtração, como, aliás, é comum nos vinhos da Montes, especialmente os da linha ALPHA; assim, recomenda-se a decantação antes de servir, pelo menos por uma hora.
É um vinho de guarda, por períodos até superiores a dez anos, quando mantido em condições adequadas. Por este motivo, foi plenamente justificada a impressão ao degustá-lo de que, apesar de excelente, ainda teria muita coisa mais a oferecer se mantido fechado por mais alguns anos.Com certeza, merece uma pontuação mais alta, no mínimo 90 pontos.
DEGUSTAÇÕES PROGRAMADAS 2004
RETOMADA DAS PROVAS
Em final de 2003 foi definida uma série de degustações mensais para o ano seguinte, cujo principal objetivo seria avaliar o comportamento de vinhos tintos estrangeiros de qualidade produzidos em seis países, conforme relação disponível neste site, que tinham entre si um ponto comum: a idade avançada, em particular para alguns deles.
Ao longo dos primeiros nove meses, essas degustações foram acontecendo, às vezes com um certo atraso, e as notas respectivas aqui publicadas. No entanto, motivos fortuitos retardaram por demais a continuidade dessas provas, quando ainda faltavam seis vinhos para fechar a série. Paralelamente, as degustações referentes a setembro (vinhos do Chile), apesar de realizadas, não chegaram a ser divulgadas e as respectivas notas não se encontram mais disponíveis.
todavia, em atenção aos que vieram acompanhando a série, devemos dizer que iremos retomar as degustações, mesmo com grande atraso, e pretendemos publicá-las até a última. Quanto aos vinhos chilenos acima comentados, faremos breves notas com informações dos produtores, onde encontráveis.
Agradecemos a compreensão.

fevereiro 14, 2005

PESQUISA DE OPINIÃO
Este site já passou do terceiro ano de existência e talvez possa ser incluído no rol daqueles que, teimosamente, insistem em manter-se ativos, quando tantos outros surgiram e desapareceram no mesmo período. Razões para isto? Em parte, talvez, o fato de ser um site particular, sem vinculação comercial com esta ou aquela empresa e, assim, não exposto a flutuações do mercado. De outro lado, o silencioso mas contínuo e crescente interesse dos que o visitam, medido pelo registrador de visitas. Quaisquer que sejam os motivos, todavia, vem sendo para nós uma satisfação mantê-lo, embora reconheçamos que, de uns tempos para cá, houve uma redução no volume de assuntos tratados, não intencional, mas fruto de circunstâncias várias.
Gostaríamos agora de fazer uma pesquisa de opinião entre os que visitam o site, seja em um primeiro acesso, seja eventual ou habitualmente, para obter subsídios que orientem a continuidade da publicação, de uma forma mais próxima dos interesses dos visitantes.
Assim, você que irá ler esta mensagem, por favor, perca um instante do seu precioso tempo e remeta-nos um e-mail com os seus comentários e sugestões. Para facilitar o acompanhamento, solicitamos colocar no campo "assunto" da mensagem a referência "Vinhos - Prazer em Degustar".
Será muito importante a sua colaboração e, desde já, a agradecemos.
A BOA SAFRA DE 2005
É hora de erguer as taças e brindar: vem aí uma safra nobre de uvas, aliás, como não se via nos últimos 20 anos. Tintim! Ao contrário das tradicionais chuvas de verão, que costumam castigam os vinhedos nesta altura do ano (justo quando acontece a Vindima), desta vez não caiu uma gotinha sequer por lá. Viva! Os viticultores são só sorrisos... Com a seca, os parreirais carregados de cachos de pinots, chardonnays, tannats e outras cepas nobres cultivadas na região estão tirando o máximo de proveito dos raios de sol, aprimorando seus sabores, perfumes e sumos. De dia, sol e calor; à noite, friozinho. Tudo de que uma boa uva precisa. Como não há previsão de chuvas, técnicos estão prolongando o período da vindima. Apesar de nobre, a safra deverá ser menor (30% menos), também por conta da seca. Mas é o que a turma diz por lá: o que conta é a qualidade, no melhor estilo poucas e boas. (O GLOBO, 10/02/05)