novembro 08, 2006

FORTALEZA DO SEIVAL VINEYARDS


Em julho de 2005 a Vinícola Miolo lançou o Projeto Fortaleza do Seival Vineyards, em Candiota, na Campanha Gaúcha. Em um evento realizado na Fazenda Fortaleza do Seival, com a presença de enólogo francês Michel Rolland e de especialistas em vitivinivultura de todo o país, a empresa apresentou seis vinhos: Quinta do Seival Cabernet Sauvignon – safra 2004, Quinta do Seival Castas Portuguesas – safra 2004, Fortaleza do Seival Tannat – safra 2004, Fortaleza do Seival Tempranillo – safra 2004, Fortaleza do Seival Pinot Griggio safra 2005 e Fortaleza do Seival Sauvignon Blanc - safra 2005. O evento marcou a entrada da produção do Seival no mercado nacional e internacional, com 260 mil garrafas entre os seis vinhos.
Segundo Adriano Miolo, diretor-técnico da vinícola, a empresa investiu em tecnologia de ponta para a implantação dos vinhedos e a escolha das variedades, algumas inéditas no Brasil, foi minuciosa. O investimento no projeto foi de R$10 milhões, iniciado em 2000.
O primeiro vinho a chegar ao mercado, em 2005, foi o Quinta do Seival Castas Portuguesas 2003, eleito pela Revista Gula como um dos dois melhores do Brasil em 2004 e exportado para França, Itália, Estados Unidos, Alemanha e República Tcheca.
Iniciado em 2000, o Projeto do Seival conta com uma área de 100 hectares de parreirais em produção. Outros 20 hectares serão plantados este ano. A produtividade das vinhas oscila entre 6 e 8 toneladas por hectare.
A região da Campanha, localizada ao sul do Rio Grande do Sul, tem clima ideal para cultivo destas castas: seco, com amplitude térmica (diferenças de temperatura entre o dia e a noite) que chegam a 16 graus.

outubro 28, 2006

TAMPA DE VIDRO PARA GARRAFAS DE VINHO
A Whitehall Lane Winery, uma vinícola familiar de Napa Valley, Califórnia (EUA), é a primeira do mundo a utilizar de forma comercial a nova tampa de vidro Vino-Seal™, da Alcoa. A tampa foi utilizada para vedar 45 mil garrafas do vinho Cabernet Sauvignon Reserva 2003 e três mil garrafas do Cabernet Sauvignon Leonardini Vineyard, ambos de qualidade “premium” produzidos pela Whitehall Lane.
A Vino-Seal™ é uma elegante tampa de vidro para garrafas de vinho e apresenta-se como alternativa às rolhas tradicionais de cortiça e sintéticas. Projetada pela empresa CSI Alcoa, possui o inovador sistema de vedação protegida por uma cápsula de estanho tradicional. Segundo o proprietário da Whitehall Lane, Thomas Leonardini, “a rolha de vidro faz perfeito sentido: é atraente, funcional e elimina os problemas associados à rolha natural”.
Com design similar ao de uma rolha para garrafas de mesa decorativas, a Vino-Seal™ proporciona a vedação ideal, garantindo que o vinho retenha a pureza de sabor e aroma. A tampa utiliza um anel de vedação (“o-ring”) inerte para produzir uma vedação estéril, evitando a contaminação ou oxidação. Ela também é fácil de abrir, pois não requer saca-rolha. Basta cortar ou rasgar a folha em volta da base anel de segurança da garrafa e retirar a rolha, proporcionando o refechamento da garrafa com facilidade.
A Vino-Seal™ é a prima norte-americana das tampas de vinho “vidro sobre vidro” Vino-Lok, desenvolvidas pela Alcoa na Alemanha. Atualmente, a Vino-Lok é utilizada por 350 vinícolas em toda a Europa em vinhos de qualidade “premium”. De acordo com Laura Clark, gerente de marketing de Bebidas para Adultos da Alcoa CSI, “a única diferença entre as duas rolhas de vidro é que a Vino-Lok usa uma cobertura de alumínio, enquanto a Vino-Seal™ usa uma cápsula de estanho, que fica mais de acordo com o envase dos vinhos norte-americanos”.
Benefícios da Vino-Seal™
A adoção da tampa de vidro para vinhos Vino-Seal™ proporciona inúmeros benefícios. Os dois Cabernets da Whitehall Lane se desenvolverão na garrafa com Vino-Seal™ mais vagarosamente do que em garrafas fechadas com rolhas tradicionais, o que prolongará seu potencial de envelhecimento. “O maior benefício é que a possibilidade de eventual deterioração da rolha arruinar a garrafa envelhecida com o sistema de fechamento Vino-Seal™ é zero”, diz Leonardini, enfatizando que a garrafa também poderá envelhecer com segurança na posição vertical.
O vinicultor Dean Sylvester, da Whitehall Lane, trabalha em conjunto com a Alcoa há mais de dois anos pesquisando e avaliando a tampa de vidro. Segundo ele, o engarrafamento é muito tranqüilo e o vinho utilizando a tampa Vino-Seal™ oferece uma linda apresentação. “Como vinicultor, estou empolgado em ver como o vinho evolui,” diz Sylvester. “Se tudo correr como esperado, ampliaremos o programa a outros vinhos que produzimos”.
Sobre a Alcoa CSI
A Alcoa Closure Systems International, Inc. (CSA), integra a Alcoa Inc., e é reconhecida como líder mundial na criação e fabricação de tampas e sistemas de aplicação de tampas. Além de tampas e equipamentos para o segmento de alta qualidade, a Alcoa CSI oferece uma rede global de assistência e suporte técnicos a todos os mercados importantes. Entre os principais estão os de refrigerantes, alimentos, sucos e isotônicos, água engarrafada, cerveja, laticínios, vinhos e destilados, cuidados pessoais e fluidos automotivos.
Em suas 27 unidades e escritórios em todo o mundo, a Alcoa CSI emprega cerca de três mil pessoas. A empresa norteia-se pelos princípios de plena satisfação do cliente e de qualidade total de fabricação e assistência técnica, vinculado às necessidades específicas de cada cliente. Para obter mais informações sobre a Alcoa CSI, visite seu site.
Sobre a Alcoa
Há 40 anos no Brasil, a Alcoa Alumínio S.A. é subsidiária da Alcoa Inc., líder mundial na produção e transformação do alumínio, que atua nos mercados aeroespacial, automotivo, embalagens, construção, transportes e no mercado industrial. A Companhia possui 129 mil funcionários em 43 países e foi nomeada, em 2006, pela segunda vez consecutiva, como uma das empresas mais sustentáveis do mundo, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça. A Alcoa também foi escolhida como líder da ética 2005, em ranking do Covalence Ethical, instituição suíça que avalia as empresas no campo da reputação ética.
Na América Latina, a Alcoa conta com mais de seis mil funcionários e possui operações em seis estados brasileiros (Pernambuco, Minas Gerais, Maranhão, Pará, São Paulo e Santa Catarina), incluindo o projeto de mineração de bauxita em Juruti (PA). Possui fábricas também na Argentina, Chile, Colômbia e Peru. Além disso, a Alcoa tem participação nos consórcios das hidrelétricas de Barra Grande e Machadinho, na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina. Mais informações sobre a Alcoa podem ser encontradas no website.
FONTE: ALCOA, 29/06/06

outubro 27, 2006

O PRAZER NÃO CUSTA CARO
Nem todas as coisas mais elaboradas, mais sofisticadas, mais caras são as que nos trazem maior prazer. Isto se aplica, com certeza, também aos vinbhos. Vinho é momento. Momento que se faz a partir da própria bebida, mas que inclui ainda outros ingredientes, do local em que é bebido às pessoas que o provam e ao estado de espírito predominante.
Há momentos simples, em que tudo deve ocorrer ... simplesmente. Foi o caso de uma degustação não programada, que começou em um supermercado. Lá, uma rápida passagem pelas prateleiras levou à escolha de um Casa Silva CS 2005 (100% varietal, 13% álcool, Colchagua Valley, R$16,98 no Zona Sil). Um vinho simples, mas de preço razoável e fácil de encontrar.
Depois, a atenção dada à garrafa antes de abri-la: permanecer na janela por algum tempo, beneficiando-se da temperatura mais baixa que o invernico carioca propicoia. Nada de refrigerador!
Em seguida, o prato que iria acompanhá-lo: um Frango Xadez ao molho de vinho e shoyo, disponível no freezer. Um prato ao estilo oriental, com pedaços de peito de frango, legumes e amendoim, como aqueles que se encontram nos restaurantes chineses.
Apanhada a garrafa na janela, a temperatira (não medida) parecia adequada. Nada mais simples, sem preocupação quanto aos graus Celsius que deveriam ser mantidos.
E qual foi o resultado? Bem, o vinho mostrou-se em sua plenitude, agradável (um pouco tânico), aromático, fruta presente, acidez razoável. Um bom companheiro para um prato de estilo tão diverso.
São coisas simples assim que reforçam o prazer de beber ... com simplicidade
CARACTERÍSTICAS DE UM ENÓLOGO
Um Enólogo deve ser acadêmica e tecnicamente competente, deve ter um paladar treinado e capaz de diferenciar, deve apreciar os tipos de vinhos e qualidades, ser capaz de dirigir uma equipe e possuir alguns conhecimentos sobre gestão, custos e marketing.
A capacidade técnica deve ir além do campo da vinificação, envelhecimento e engarrafamento. Portanto, para ser Enólogo é preciso formação e capacitação técnica, análise sensorial, controle de qualidade, conhecimentos de marketing, conhecimentos em viticultura, gestão empresarial e, principalmente, legislação.
O Enólogo é o responsável em cumprir uma série de Leis e regulamentos locais, regionais e federais. Isso significa conhecer os requerimentos da legislação em matéria de alimentos, aditivos e processos permitidos, requisitos de higiene e saúde, legislação em relação à rotulagem, segurança, estocagem de bebidas alcoólicas, etc.(FONTE: ABE)

outubro 11, 2006

CONCAVI, UMA CONFRARIA SINGULAR
Há mais de dois anos surgiu no Rio de Janeiro a CONCAVI – Confraria Carioca de Amigos do Vinho, formada por um pequeno mas seleto grupo de pessoas cujo lema era degustar vinhos de forma simples e descomplicada, sem os rigorismos das degustações técnicas, mas aproveitando ao máximo a oportunidade de cada encontro para manter animadas conversas, nem sempre sobre o tema básico. Com o passar do tempo, o grupo cresceu um pouco, mas não muito, como queriam seus participantes, visando a evitar a dispersão do relacionamento. Também os encontros mensais passaram a ser mais caprichados, com a seleção de um tema para cada mês.
Quem tiver interesse em conhecer o que vem rolando na confraria, pode visitar o Blog da Concavi.
SALTON FLOWERS, “BEST BUY” EM PARIS
Um vinho brasileiro recebeu o Best Buy Award (Prêmio Melhor Compra) de uma das maiores feiras do setor de alimentação do mundo, A SIAL 2006. O Salton Flowers foi o único brasileiro eleito, ao lado de vinhos europeus, chilenos, australianos e sul-africanos, entre os melhores vinhos em relação custo/benefício. A seleção aconteceu em Paris, nos últimos dias 21 e 22. Um júri composto de enólogos, jornalistas especializados e compradores das maiores redes de varejo selecionou os 33 vinhos que irão receber atenção especial nesta edição da feira. Mais de 130 mil visitantes, 78% com decisão de compra nas empresas, vão conhecer, nesta oportunidade, o vinho brasileiro. A Sial 2006 acontece de 22 a 26 de outubro em Paris e reúne 5 mil expositores de 99 países.A Salton participa como expositora, juntamente com as vinícolas integrantes do Projeto Setorial Integrado – Wines From Brazil.
Segundo o enólogo Lucindo Copat, diretor-técnico da vinícola, o Salton Flowers é um vinho jovem que reúne os mais expressivos e agradáveis aromas da natureza, principalmente de flores cítricas, rosas, gerânios, cravos, jasmim e frutas como o pêssego, abacaxi, damasco, maçã e banana. “Estas qualidades aromáticas, perfeitamente equilibradas ao seu sabor, são o resultado do corte (assemblage) de três varietais: gewurztraminer, malvasia e moscato giallo. Enquanto que o gewurztraminer empresta seu aroma de rosa, especiarias e seu sabor picante, a malvasia contribui com o aroma de frutas cítricas; o moscato giallo além do aromas de flores, empresta seu sabor forte e pronunciado.” A temperatura ideal para consumir esse vinho com seus aromas é de 7º a 8ºC. (FONTE: Assessoria da Vinhos.net, 03/10/06)

outubro 10, 2006

AURORA VARIETAL MERLOT ROSÉ
A Cooperativa Vinícola Aurora leva ao mercado brasileiro, a partir deste mês, o Aurora Varietal Merlot Rosé, da safra 2006. Um vinho seco, selecionado, elaborado exclusivamente com as melhores uvas Merlot vinificadas em rosé, ou seja, com um rápido contato com as cascas.
A Aurora, líder nacional na comercialização de vinhos finos brancos e tintos, aposta na tendência internacional de consumo de vinhos rosés, que vem se acentuando em países da Europa e chegando aos do Novo Mundo. Com esse lançamento, a vinícola brasileira mais premiada nos concursos internacionais comprova sua agilidade em acompanhar as tendências apontadas pelos consumidores iniciados.
O vinho Aurora Varietal Merlot Rosé 2006 integra a linha de vinhos Aurora Varietal, que recentemente ganhou uma nova linguagem visual, cujos rótulos têm molduras coloridas combinando com as cápsulas, em cores que identificam a varietal. São eles o Aurora Varietal Chardonnay (amarelo), Aurora Varietal Gewurztraminer (laranja), Aurora Varietal Pinot Noir (vermelho), Aurora Varietal Cabernet Sauvignon (bordô), Aurora Varietal Merlot (roxo) e Aurora Varietal Carmenére (berinjela). O novo Aurora Varietal Merlot Rosé recebeu o tom prata em sua embalagem.

Aurora Varietal Merlot Rosé 2006
Vinificação: uvas Merlot da safra 2006, vinificadas em rosé - rápido contato com as cascas - e à baixa temperatura.
Características sensoriais: coloração vermelho cereja brilhante, aromas delicados com notas frutadas. No paladar, um vinho fresco, com boa acidez, equilibrado, de final de boca muito agradável.
Álcool: 10,5%
FONTE: ECO Informação
PARALELO 8 - SUPER PREMIUM DO SÃO FRANCISCO
A ViniBrasil, empresa formada pela parceria entre o grupo vinícola português Dão Sul e a importadora brasileira Expand, acaba de lançar a primeira safra do seu super Premium, o Paralelo 8. O nome é uma referência à latitude onde o vinho é produzido, no Vale do São Francisco, em Lagoa Grande, a 60 km de Petrolina, em Pernambuco, uma latitude “impensável” para os tradicionalistas, já que as zonas consideradas as grandes produtoras de vinhos finos no mundo encontram-se localizadas entre os paralelos 30 e 45 graus de latitude norte e 30 e 45 graus de latitude sul. Questões de clima e solo, mas nada que a tecnologia de hoje não pode resolver.
A safra do vinho Paralelo 8 que chega ao mercado é a de 2005, produzida em quantidade limitada: apenas 3 mil garrafas. O lançamento em São Paulo teve tratamento VIP e foi realizado na Sala São Paulo, onde houve um concerto da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, sob regência do maestro John Neschling. Foram executadas peças de Villa-Lobos.
O Paralelo 8 é resultado de amplas pesquisas científicas implementadas pela vinícola, junto com professores da Universidade de Lisboa, que resultou em significativas descobertas sobre a vitivinicultura em clima semi-árido. João Santos e Carlos Moura, respectivamente agrônomo e enólogo testarem cepas e enxertias e a partir dessas pesquisas selecionaram as melhores parcelas para produzir o Paralelo 8.
O Paralelo 8 é um assemblage das uvas Cabernet Sauvignon, Syrah, Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Aragonez, na mesma proporção, ou seja, 20% de cada. Ele passou 8 meses em barricas novas de carvalho francês e tem uma graduação alcoólica de 13,5%. Resulta num vinho frutado, cheio e elegante, com boa estrutura. Seus aromas evocam goiaba madura e acerolas, sentindo-se a complexidade conferida pelos toques fumados.Tem boa concentração, equilíbrio e frescor. Enfim, um belo testemunho do potencial vinícola da região.
Vai custar R$ 68,00 e está à venda nas lojas da Expand. (FONTE: por Regina Neves, Gazeta Mercantil, 06/10/06).

outubro 08, 2006

MELHORES DO CHILE 2006
Abaixo a relação dos melhores vinhos chilenos de 2006, conforme publicada no Guía de Vinos de Chile 2006 (Ediciones Turiscom):

PREMIUM
93 Almaviva, Almaviva 2002
92 Viu Manent, Viu 1 2003
91 Neyen, Neyen 2003
90 Montes, Montes Folly 2003
90 De Martino, Gran Familia 2003
90 Châteu Los Boldos, Grand Cru 2002
90 Miguel Torres, Conde de Superunda 2000
89 Errázuriz, la Cumbre Shiraz 2003
89 Casa Lapostolle, Clos Apalta 2003
89 Montes, Purple Angel 2003
89 Concha y Toro, Don Melchor 2002


CARMENERE
92 Concha y Toro, Terrunyo 2003
91 Errázuriz, Single Vineyard 2003
90 Casa Silva, Los Lingues Gran Reserva 2003
89 Portal del Alto, Gran Reserva 2004
88 Casa Verdi, Aniceto Reserve 2004
88 Arboleda, Arboleda 2003
88 Santa Ema, Gran Reserva 2002
87 Errázuriz, Estate Reserva 2004
87 Santa Ema, Barrel Select 2003
87 Viu Manent, Secreto 2004


CABERNET SAUVIGNON
92 Errázuriz, Max Reserva 2003
91 Misiones de Rengo, Cuvée 2003
90 Concha y Toro, Marqués de Casa Concha 2003
89 Cono Sur, 20 Barrels 2003
88 Pérez Cruz, Cab. Sauvignon Reserva 2004
88 Ventisquero, Ramirana Reserva 2003
88 Santa Rita, Casa Real 2003
88 Sutil, Limited Release Special Reserve 2003
88 Domus, Stella Aurea 2003
87 Casa Silva, Reserva 2004
87 Casa Silva, Los Lingues Gran Reserva 2003


SYRAH
89 Haras de Pirque, Character 2003
88 Ventisquero, Grey 2002
87 Arboleda, Arboleda 2003
86 Viñedos Emiliana, Syrah Reserva Especial 2003
84 Carta Vieja, Selección 2003
84 Cono Sur, Visión 2003
84 Errázuriz, Max Reserva 2003
84 Tabalí, Reserva 2003
84 Tarapacá, Gran Tarapacá 2004
84 Ventisquero, Gran Reserva 2003


MERLOT
89 Misiones de Rengo, Reserva 2004
88 Viu Manent, Reserve 2004
87 Concha y Toro, Marqués de Casa Concha 2003
86 Cono Sur, Merlot Reserve 2004
85 La Rosa, La Capitana 2004
85 Viñedos Emiliana, Adobe Reserva 2004
85 Cono Sur, 20 Barrels 2004
84 Ventisquero, Gran Reserva 2003
84 Casa Silva, Angostura Gran Reserva 2002
84 Arboleda, Arboleda 2003


MEZCLAS
92 Viñedos Emiliana, Coyam 2003
91 Tabalí, Reserva Especial 2003
90 Morandé Edición Limitada (Syrah/ca. Sauvignon) 2003
89 Casa Silva, Quinta Generación 2002
89 Estampa, Gold Assamblage 2003
88 Requingua, Potro de Piedra 2003
88 Miguel Torres, Cordillera 2001
87 La Rosa, Don Reca 2003
87 San Esteban, In Situ Laguna del Inca 2003
87 Santa Ema, Catalina 2002


SAUVIGNON BLANC
91 Santa Rita, Medalla Real Reserva Especial 2005
90 Cono Sur, Single Vineyard Visión 2005
89 Veramonte, Winemaker?s Selection 2005
88 Quintay, Quintay 2005
88 Errázuriz, Single Vineyard 2005
88 Santa Rita, Floresta 2004
87 Arboleda, Arboleda 2005
86 Cono Sur, 20 Barrels 2005
86 Concha y Toro, Terrunyo 2005
85 De Martino, legado Reserva 2005

CHARDONNAY
90 Montes, Alpha 2004
89 Concha y Toro, Amelia 2004
88 San Pedro, Castillo de Molina 2004
87 Casa Silva, Doña Dominga Reserva 2004
87 Morandé, Pionero 2004
87 Cono Sur, 20 Barrels 2004
86 Morandé, Edición Limitada Orgánico 2004
86 Viu Manent, Reserve 2004
86 Casa Lapostolle, Cuvée Alexandre 2004
86 Matetic, EQ 2004

PINOT NOIR
91 Cono Sur. Ocio 2004
90 Leyda, Lot 21 2004
89 Matetic, EQ 2004
88 Cono Sur, 20 Barrels 2004
87 Leyda, Reserva Cahuil 2004
87 Leyda Reserve Las Brisas 2004
86 Errázuriz, Wild Ferment 2004
86 Garcés Silva, Amayna 2004
85 Morandé, Edición Limitada Orgánico 2004
85 Casa Lapostolle, Cuvée Alexandre 2003

outubro 07, 2006

ODE AOS NACIONAIS - I
Enólogos de todo o país selecionaram as vinícolas que têm produzido as bebidas mais representativas no Brasil

A Avaliação Nacional dos Vinhos existe há 14 anos e, em todas as edições, apresenta ao público e à equipe de degustadores as amostras dos vinhos que se tornarão os melhores rótulos da próxima temporada. Neste ano, o evento foi realizado no dia 23 de setembro e, pela primeira vez, de maneira simultânea em Bento Gonçalves, no Rio de Grande do Sul, e na capital paulista.
Diferente dos concursos que acontecem mundo afora, a Avaliação é exclusiva do Brasil - em nenhum outro lugar, existe um evento de tal tamanho para analisar apenas as amostras da mais recente safra. Com um público de, no total das duas cidades, 900 pessoas, o evento contou com a inscrição de 252 exemplares de vinho, provenientes de 63 vinícolas de todo o país. "Dessas, elegemos as 30% melhores amostras, seguindo a ficha internacional de degustação. Foram as 16 eleitas que participaram do evento oficial de avaliação", explica o enólogo Dirceu Scottá, diretor da ABE, Associação Brasileira de Enologia.
Durante a experimentação dos 16 mais representativos (veja a tabela abaixo das bebidas que prometem se consolidar nos próximos anos), tanto São Paulo como a cidade gaúcha contaram com o comentário de algum expert no assunto. São essas explicações e comentários que fazem do evento um bom local para conhecer e perceber a qualidade do vinho brasileiro, ainda suscetível ao preconceito interno. "A nossa luta é mudar esse preconceito assustador contra o vinho nacional. Nossas degustações são sempre às cegas e o vinho nacional tem se sobressaído", diz Scottá, que acredita na benesse da importação, mas também na possibilidade de se encontrar rótulos à altura no país.

Vinhos tupiniquins
O número cada vez maior de empresas inscritas na Avaliação Nacional é um dos sintomas que denuncia a elevação da importância do produto brasileiro. Mesmo assim, os rótulos nacionais baratos e com qualidade questionável suplantam a venda dos bons exemplares, mais caros e competitivos com os importados. "Talvez as pessoas não conheçam ainda o verdadeiro vinho brasileiro, que não é tão alcoólico quanto chilenos e argentinos, é mais leve e não tão encorpado a ponto de precisar de uma comida para ser degustado, além de ter uma acidez acentuada, o que lhe confere frescor", diz o enólogo.
A refrescância do vinho brasileiro, aliás, encontra harmonização perfeita em contato com o prato mais tradicional do país: a feijoada. "A bebida limpa o paladar e por isso vai bem com essa receita", afirma. Embora vinhos mais encorpados e com grau de álcool em torno de 13 ou 14 já existam aqui, nosso ambiente é, sem dúvida, mais proprício para a produção de exemplares descontraídos e também para os espumantes - uma modalidade que, pouca gente sabe, tem terroir perfeito no brasileiro. "Temos um dos três melhores climas para espumantes: só perdemos para a região de Champagne, na França, e para a Itália", afirma Scottá.
Tamanha soberania fez com que essa categoria entrasse de forma inédita para a Avaliação Nacional da safra 2006, ao lado dos tintos e dos brancos. Estes, por sinal, são rotulados logo depois do evento e podem ser encontrados em breve nas prateleiras das lojas e nas adegas. Já os tintos, como precisam de um tempo para maturação, entram com seus rótulos no mercado daqui dois ou três anos. Para matar a curiosidade, confira na tabela abaixo a relação das 16 vinícolas e suas respectivas amostras - que são uma prévia do que haverá de melhor no setor em pouco tempo. (Por Viviane Aguiar, Guia da Semana, São Paulo). SEGUE ->
ODE AOS NACIONAIS - II
Confira a relação dos 16 vinhos mais representativos de 2006, degustados durante a XIV Avaliação Nacional (pela ordem: vinícola, uva e tipo):

- Casa Valduga - Malvasia, Branco fino aromático
- Cooperativa Vinícola Aurora - Chardonnay, Branco fino não aromático
- Cooperativa Vitivinícola Aliança - Chardonnay I, Branco fino não aromático
- Cooperativa Vitivinícola Pompéia - Riesling Itálico, Branco fino não aromático
- Fortaleza do Seival Vineyards - Pinot Grigio, Branco fino não aromático
- Lovara Vinhos Finos - Merlot, Tinto fino seco
- Pizzato Vinhas e Vinhos - Chardonnay, Branco fino não aromático
- Sociedade de Bebidas Panizzon - Cabernet Sauvignon I, Tinto fino seco
- Villa Francioni - Syrah, Tinto fino seco
- Vinícola Cave de Amadeu - Base espumante
- Vinícola da Paz - Cabernet Sauvignon, Tinto fino seco
- Vinícola Dom Cândido - Merlot, Tinto fino seco
- Vinícola Giacomin - Moscato Giallo, Branco fino aromático
- Vinícola Miolo - Merlot I, Tinto fino seco
- Vinícola Perini - Carmenere, Tinto fino seco
- Vinícola Salton - Tannat I, Tinto fino seco
ROBÔ EXPERT EM VINHOS
Cientistas da NEC e da Universidade Mie do Japão criaram um robô que vai ajudar aos lojistas e funcionários de alfândega a checar se vinhos são verdadeiros. Usando luz infravermelha, estes robôs podem distinguir entre 30 tipos diferentes de vinhos, e até mesmo saber de onde eles vieram.
"MONDOVINO" EM EDIÇÃO ESPECIAL
Os espectadores que gostaram do filme "Mondovino", de Jonathan Nossiter, podem comemorar. Dez horas de material inédito, não utilizadas no filme, foram reunidas em um pacote com quatro DVDs. "Mondovino, the Series", foi lançado há duas semanas na França, e críticos declararam que é mais fiel como retrato da indústria vitivinícola mundial do que a versão contida no filme.
Os dez episódios foram editados das 500 horas de filmagem realizadas pelo diretor e equipe durante sete anos. "Mondovinho, the Series" apresenta novas personalidades e desenvolve, com mais profundidade, eventos mostrados no filme. Por enquanto, a série foi lançada somente na França, sem previsão para chegar no Brasil. (Por Fernando Roveri, revista ADEGA, outubro/2006).
A CHINA E O VINHO
A China importou nos primeiros sete meses deste ano 60,6 mil toneladas de vinho, 88,8% a mais que no mesmo período de 2005. A maioria das importações veio do Chile, Austrália, França e Itália, segundo dados oferecidos por Wang Qi, presidente da Associação Chinesa da Indústria de Destilados.
Nesse período, as principais empresas chinesas, com vendas superiores a US$ 625 mil anuais cada uma, produziram 256,3 mil toneladas de vinho, com um aumento de 20%. O volume total de vendas chegou a US$ 902,5 milhões, com um aumento do 27,82%.
O vinho começa a se popularizar cada vez mais naquele país. Porém, cervejas e aguardentes tradicionais locais ainda são as bebidas preferidas. O consumo per capita de vinho é de apenas 0,3 litro, 6% da média mundial.
O perfil do consumidor chinês, segundo a associação, é uma pessoa relativamente jovem, com alto nível de estudos e renda, habitante das grandes cidades. Para atender à nova demanda, a China incentiva a produção de vinhos nacionais, como Zhangyu, Great Wall, Dynasty e Weilong, que somam metade da produção total.
O consumo e a produção cresceram em média 10% ao ano na última década. As marcas chinesas, muito mais baratas que as concorrentes estrangeiras, dominam 80% do mercado chinês, mas não podem competir no mercado internacional.
Brasil
No Brasil, a produção de vinho é de 330 milhões de litros por ano, segundo o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). Cerca de 90% da bebida é oriunda das indústrias gaúchas, mas vitivinicultura está presente também em outros nove estados. (FONTE: Gazeta Mercantil, 18/09/06).

outubro 06, 2006

CHILENO PARA O DIA-A-DIA
Um vinho de bom custo/beneficio (deve chegar ao consumidor final por cerca de R$23) e com o aval de ser o vinho mais vendido do mundo da vinícola Concha Y Toro, a maior do Chile, acaba de chegar ao mercado brasileiro, através da importadora Expand. O vinho FRONTERA já está em 92 países e, a cada ano, tem um aumento significativo de vendas: em 2005, ele ultrapassou a barreira de 3.5 milhões de caixas vendidas – 16% a mais que o ano anterior. Do total da produção, 65% é destinada para exportação – 43,6% para a Europa e 21,4% para a América Latina.
A chegada deste vinho, depois de estar presente em tantos países mostra uma certa tendência dos importadores brasileiros de apostar em vinhos de custo médio. A World Wine La Pastina, por exemplo, que este ano tornou-se a importadora exclusiva da vinícola San Pedro, a segunda maior do Chile, também tem apostado no sucesso do Gato Negro, o vinho mais vendido da San Pedro em todo o mundo. São vinhos que também concorrem com a crescente produção nacional de vinhos de boa qualidade, para o dia-a-dia, que podem chegar ao consumidor final por preços razoáveis apesar de nosssas altas taxas.
Segundo a importadora a chegada deste rótulo no Brasil faz com que a própria Concha Y Toro aposte num crescimento ainda maior das vendas para 2006, pois a Expand é um dos seus principais distribuidores (tem o melhor canal de distribuição entre todos os representantes da empresa) na América Latina.
O Frontera se posiciona como um vinho informal, para o dia-a-dia. Ele é um vinho jovem por excelência com aroma e sabor marcante de frutas. Apresenta seis variedades:-Cabernet Sauvignon: de aroma frutado com notas de chocolate, ameixas vermelhas e baunilha; Carménère: com sensações de ameixas combinadas com especiarias; Merlot: aroma de cereja e pimenta com delicado toque de cacau; Shiraz / Cabernet Sauvignon: uma combinação agradável com aroma de frutas negras, especiarias e baunilha; Chardonnay: perfil aromático frutado com notas de maçã, mamão e toques cítricos; Sauvignon Blanc. (FONTE: Gazeta Mercantil, 06/10/06).

outubro 04, 2006

VINHOS QUE VÊM DO SUL



Fazer o melhor vinho do Brasil era um sonho. E, movido por ele, Dilor de Freitas fundou a Villa Francioni, vinícola catarinense que se apresentou ao mercado em dezembro do ano passado. Em 2004, a vinícola foi concluída e a produção iniciada. Representado por três vinhos - os brancos Sauvignon Blanc e Chardonnay, e um rose - a vinícola catarinense chegou ao mercado demonstrando interesse em estar entre os grandes.
Para tanto, uma propriedade de 4.478 m2, com capacidade para produzir 300 mil garrafas por ano, foi erguida na cidade de São Joaquim, SC. Foi no solo pedregoso e profundo das serras catarinenses que encontraram o local ideal para o cultivo das mudas importadas da França e da Itália, a 1260 metros de altitude. O outro vinhedo, localizado em Bom Retiro, a 960 metros, desfruta de solo mais argiloso e temperaturas médias mais elevadas que o anterior.
Juntos, eles compõem os 50 hectares das duas propriedades da marca, que abrigam variedades como o Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Chardonnay, Pinot Noir, Sauvignon Blanc, Petit Verdot, Nebbiolo, Malbec, Syrah e Sangiovese. A inesperada localização, fora das tradicionais rotas para produções brasileiras, oferece clima frio e seco, com freqüentes ventos, e formam o que eles denominaram o "definitivo terroir brasileiro".
A preocupação com o produto final está presente desde a colheita, feita manualmente e a temperaturas mais amenas para evitar fermentações precitadas, até a etapa final. A arquitetura da vinícola se privilegiou do relevo e foi feita em desníveis, totalizando cinco andares. Isso permitiu que o processo de produção utilizasse a gravidade para dar fluxo ao escamento dos vinhos, evitando impactos mecânicos na bebida. A cave foi esculpida na pedra e abriga tonéis de carvalho francês, onde os vinhos descansam e tomam corpo. Por fim, todos são engarrafados automaticamente, sem contato manual.
Para tornar tudo isso possível, o conhecimento adquirido em inúmeras viagens e as melhores técnicas vistas nas vinícolas do exterior foram aplicados aqui. Hoje, a família se encarrega de manter os objetivos de Dilor na condução da vinícola. Outro desejo dele é que o local integrasse arte à bebida. E isso pode ser visto no cuidado com cada detalhe da decoração do local, que já foi projetado para um dia receber visitantes e apaixonados pela natureza, vinhos e arte como seu fundador. Assim, hoje, pode-se dizer que o sonho está mais perto da realidade.

A linha de vinhos da empresa:
Villa Francioni Chardonnay Lote I 2005 - Elaborado com uvas Chardonnay da região de Bom Retiro. Fermentado em barricas de carvalho por oito meses. Amarelo intenso com reflexos dourados, o vinho tem notas de cacau, cravo e chocolate e nuances de abacaxi, maçã e mel.
Villa Francioni Sauvignon Blanc 2005 - Um vinho que mantém as características de fruta e frescor, cor aromas tropicais de abacaxi e maracujá. Amarelo palha e com graduação alcoólica de 14%.
Villa Francioni Rosé 2005 - O vermelho claro e brilhante deste Rose acompanha aromas de frutas intensos e pouco mais de 13% de álcool. Foi elaborado com 48% de Cabernet Sauvignon, 46% de Merlot, 4% de Pinot Noir e 2% de Malbec, todas da fazenda de Bom Retiro. www.villafrancioni.com.br
Villa Francioni Joaquim Cabernet Sauvignon/Merlot 2004 - Vinho elaborado na propriedade de Bom Retiro, SC. Ousado, despojado e moderno, esse tinto expressa "o definitivo terroir brasileiro", em sua forma mais ousada. Cabernet Sauvignon (50%) e Merlot (50%), provenientes de vinhedos próprios, localizados em Bom Retiro do Sul, SC, foram colhidas manualmente, depois de extenso período de maturação. Após rigorosa seleção, seus melhores grãos são delicadamente prensados, resultando num vinho intenso e aromático. O estágio de 8 meses em barricas de carvalho francês novas, agregam complexidade, porém na medida exata para instigar seu apreciador e rapidamente premiá-lo revelando um vinho encantador e envolvente.

setembro 30, 2006

CARMENÈRE: GRANDE ESTRELA DA VITICULTURA CHILENA
A uva Carmenère tem uma história bonita e interessante. De origem francesa, mais especificamente da região de Bordeaux, no início do século XX foi disimada do mapa da Europa pela praga Filoxera que atacou os vinhedos europeus no final do século XIX.
As mudas de Carmenère sobreviveram no Chile pelo fato do país possuir a maior proteção natural do mundo: a Cordilheira dos Andes de um lado, o Oceano Pacífico do outro, o Deserto de Atacama ao norte e os glaciais ao sul.
Do início do século XX até a década de 70, essa uva foi confundida e plantada junto com a Merlot e os vinhos com ela elaborados vendidos como tal. Apesar de amadurecer bem mais tarde do que a Merlot.
A partir da identificação, pelo ampelógrafo francês Jean-Michel Boursiquot, o Chile ficou marcado por esta uva, hoje cultivada em poucos lugares. É uma uva difícil, exigente, que pede um solo muito seco, mas gera vinhos elegantes, com taninos macios.
Adaptou-se tão bem ao país que é no Chile onde ela demonstra todo seu potencial e sabor, tornando-se uva de extrema importância para a produção nacional.

setembro 07, 2006

QUINTO ANIVERSÁRIO
Esta mensagem pretende apenas registrar que a partir de amanhã este blog entrará no seu sexto ano de existência! Uma marca que nem sempre se encontra na Internet, onde a velocidade das transformações cresce a cada dia.
De alguma forma, aqui estamos ainda. E digo isto porque, de uns tempos para cá, oitras atividades na Net, relacionadas ao tema Vinho, vêm exigindo uma participação maior, fazendo com que o tempo se torne escasso para uma atenção a este blog como eu gostaria. Mas, com certeza, este espaço não está esquecido ou simplesmente preterido, até porque ele representa muito para mim e existe já uma relação afetiva com o mesmo. Assim, aos que vierem a perceber essa fase "morna" do blog, peço que me desculpem e, se puderem, aguadem uma maior presença. No entanto, da forma como construído, o blog possui muitos assuntos que não perderam em atualidade, por serem de caráter permanente e ainda úteis para os que garimparem o que procuram.

agosto 20, 2006

MORANGUEIRO
Morangueiro é a designação dada nalgumas regiões de Portugal e do Brasil ao vinho produzido a partir de castas de uva americana proveniente de produtores diretos ou inter-específicos.
Características
O morangueiro é um vinho em geral de cor violácea a rosada, com um intenso aroma frutado, que nalgumas circunstâncias lembra o cheiro do morango (daí o nome). Tem em geral baixa graduação alcoólica (7 a 10%), o que dificulta a sua conservação, transformando-se rapidamente em vinagre se exposto ao ar. Tal obriga a que o vinho seja consumido no ano de produção, sendo em geral os restos destilados para aguardente.
Apesar dos enólogos o considerarem de muito baixa qualidade, o morangueiro é refrescante e por ser intensamente aromático é utilizado em refrescos (com uma bebida gasosa) e em culinária, continuando a ter grande número de apreciadores.
Os produtores inter-específicos resultam do cruzamento entre uma vitis vinífera e uma vitis americana, solução encontrada para obter vinhas resistentes à filoxera. Os produtores diletos americanos são cultivares de vitis americanas.
História
O morangueiro apareceu em Portugal na seqüência da destruição dos vinhedos tradicionais causada pela filoxera. Ganhou particular relevo no norte do país (nomeadamente no Minho e no Douro Litoral), abrangendo zonas que pela sua umidade e altitude não permitem o cultivo da vinha européia. Foi nessas zonas que este vinho ganhou maior adesão popular, particularmente porque as vinhas americanas produziam mais que as européias. A competição feita aos bons vinhos foi intensa, redundando na proibição da comercialização do morangueiro.
Nos Açores, a introdução das vinhas americanas, em particular da casta Isabel, levou ao quase desaparecimento das vinhas européias, sendo ali produzido, em quantidade assinalável, um vinho do tipo morangueiro denominado vinho de cheiro, o qual é comercializado (em violação das normas européias) e tem um importante papel na culinária e nas festividades tradicionais (é o vinho usado nos bodos dos Impérios do Divino Espírito Santo.
No Brasil o morangueiro tem alguma presença no sul do país, não tendo qualquer importância comercial.
Comercialização
Em Portugal a comercialização do morangueiro é proibida desde há algumas décadas, embora fosse amplamente tolerada. A União Europeia, a instâncias dos Estados membros produtores de vinho, proíbe a comercialização no espaço comunitário desde 1995, tendo, contudo, anunciado recentemente a intenção de rever essa norma.
Em Trás-os-Montes, a eventual alteração legislativa poderá ter um reflexo positivo, pois permitirá reabilitar a produção deste vinho em alguns concelhos, nomeadamente em Montalegre (Covelo do Gerês), Boticas e Vila Pouca de Aguiar, zonas onde era tradicional. O mesmo acontece no Alto Minho e em certas localidades do Douro Litoral.
Efeitos sobre a saúde
Embora a proibição do vinho morangueiro se deva essencialmente a razões de projeção comercial aos vinhos de castas européias, tem sido consistentemente alegado que o morangueiro é nocivo para a saúde pela presença do flavonóide malvina, a antocianina corante que lhe dá o tom violáceo, e por ser rico em metanol. Este último composto resulta do falto de algumas castas varietais (Noah, Isabelle, Concord e Ives) darem uvas com elevada acidez, pouco açúcar e película rica em pectina. Nestas circunstâncias, a pectina pode ser desdobrada em metanol por efeito das enzimas naturais. O metanol é altamente tóxico, afetando severamente, mesmo em pequenas concentrações, os olhos.
Estudos mais recentes vieram lançar dúvidas sobre os efeitos nefastos da malvina e demonstrar que a presença de metanol é mais o resultado da má vinificação do que das características intrínsecas das uvas americanas. É com base nesses estudos que a Comissão Europeia admite que as castas interespecíficas não são necessariamente produtoras de vinho de má qualidade e que nem sempre põem em risco a saúde. Recomenda contudo, muita precaução quanto à sua elaboração, tendo em conta a percentagem de acidez do mosto e a sua relação debita com a presença de metanol. FONTE: WIKIPÉDIA

julho 02, 2006

O VINHO QUE NÃO VAI PRO VINAGRE
Pois teve aquele grande almoço de Páscoa e sobrou vinho. Depois, foi um jantar para amigos no meio da semana... e sobrou mais vinho. Que fazer? Guardar para usar num assado, num peixe, num molho especial; para fazer vinagre ou jogar fora?

Por que sobra vinho? A maioria das garrafas contém 750 ml de vinho, o que dá para seis taças. Esses 750 ml aconteceram por um acaso? É o que uma pessoa deve beber por dia? Ou foi um cálculo aleatório de um produtor de vinho de há 200 anos?

A resposta é simples. Os 750 ml são a medida que os pulmões dos sopradores de garrafa conseguiam soprar. Quando as primeiras garrafas foram produzidas, elas saiam com mais ou menos 750 ml porque esse era o volume de ar que um soprador podia expirar num sopro só.

Se bebemos menos ou mais que os 750 ml, o resultado é que vai sobrar vinho e que ficamos com o dilema de como preservar adequadamente essa sobra. A maioria de nós simplesmente coloca a rolha de volta na garrafa. Se for vinho branco, colocamos na geladeira. Se for tinto, deixamos na prateleira.

Porém, depois de poucos dias, ambos – brancos e tintos – vão perder algumas das características de frutado e rapidamente deteriorar-se. A exposição ao ar faz com que o vinho branco fique progressivamente sem graça, inexpressivo. Já o tinto fica cada vez mais rascante. Em uma semana, ambos começam a avinagrar e só vão servir para isso mesmo: nas saladas.

Mas podemos utilizar vários métodos para esticar a vida dessas sobras de vinho e ainda preservar muitas das suas qualidades. O método mais corriqueiro é guardá-lo na geladeira. Só que tem um problema: a rolha vai ressecar já que, ao contrário dos climatizadores de vinho, o ambiente de nossas geladeiras é muito seco. Ressecando, ela diminui o seu volume, encolhe, e transforma-se numa via de mão dupla: permite a entrada de ar e a saída do líquido. A perda é dupla também: de líquido e de vinho, que oxida com o contato com o oxigênio.

Se tivermos uma bombinha, a Vac-U-Vin (à venda em qualquer boa loja de vinhos), podemos retirar todo o ar da garrafa e arrolharmos novamente o vinho. Essa bombinha costuma vir com uma série de rolhas de borracha, apropriadas para essa operação, já que nem sempre conseguimos recolocar a rolha original de modo seguro. Poderíamos simplesmente colocar o vinho no congelador ou, se sobrou meia garrafa, transferir o vinho para uma meia garrafa (375 ml). Ou fazer como os romanos: despejar um pouco de azeite de oliva sobre a superfície do vinho e criar uma barreira contra o ar.

Bob Campbell, crítico e Master of Wine, fez uma experiência caseira com seis garrafas de vinho (era um Montana 97 Marlborough Sauvignon Blanc – um branco seco, frutado, relativamente barato) de modo a demonstrar os efeitos da oxidação.
Aqui estão os resultados dessa pesquisa, com as recomendações do crítico:

Se você planeja beber as sobras num prazo de dois dias:
Basta rearrolhar a garrafa com as sobras de vinho e colocá-la simplesmente na geladeira. A baixa temperatura vai estender a vida do vinho, da mesma maneira que faz com as vidas de manteigas e alfaces, reduzindo o processo de oxidação.

O vinho vai se deteriorar muito pouco após dois dias no frio. O vinho tinto é mais resistente à oxidação do que o branco pois contem tanino, um antioxidante natural. Colocar o tinto na geladeira vai estender grandemente a sua vida - mais tempo que o branco. Para bebê-lo, deixe-o um tempo na temperatura ambiente. Ou se tiver muita pressa em bebê-lo, coloque a garrafa rapidamente no microondas, antes retirando a cápsula ou qualquer parte de metal ou chumbo da garrafa.

Se pensa em beber as sobras dentro de uma semana:
Use o Vac-U-Vin. Um kit dessa bombinha com duas tampas/rolhas de borracha custam mais ou menos 30 ou 40 reais. A bombinha retira o ar da garrafa, reduzindo a taxa de oxidação do vinho, que poderá ficar fresco por um período mais longo. Após uma semana, o Sauvignon Blanc de Bob, perdeu apenas um pouco do seu frescor. Estava pra lá de bebível.

O Vac-U-Vin é mais eficiente se usado imediatamente após cada vez que a rolha é aberta. Uma vez fechada, a garrafa deve voltar para a geladeira. Isso vale igualmente para brancos e tintos. Ou seja, esse é o método utilizado pelos restaurantes. Alguns utilizam um processo semelhante, com um equipamento que emprega um gás inerte (que ocupa o espaço do ar dentro da garrafa, conservando assim o vinho que resta).

Se pensa em guardar as sobras por mais de uma semana:
O método mais simples é usar o Vac-U-Vin e colocar as garrafas no freezer. Quando voltarem à mesa, o vinho terá perdido só um pouco do seu aroma; de resto poderá ser bebido tranqüilamente. Terá a qualidade dos vinhos guardados numa geladeira por dois dias. Isso vale para tintos, brancos e até espumantes.
Preste atenção que o vinho congelado pode formar um pouco de cristais de tártaro - que são absolutamente inofensivos. Mas se a visão deles desagradar, decante o vinho.

Bob Campbell lembra que se fizermos um estoque de meias garrafas, bem lavadas, esterilizadas, além de rolhas não mais utilizadas (aquelas que pareçam as mais novas) e as completássemos com sobras de vinho (de um mesmo vinho, sem misturar um tipo com outro) quase até a boca e arrolhássemos bem, a bebida poderá durar por meses sem mostrar sinais de deterioração.

Encher até a boca implica em deixar pouquíssimo espaço para ar na garrafa, atenuando o efeito da oxidação. Aliás, ter sempre à mão um estoque de boas garrafas é pra lá de útil. Mesmo que haja sobras, elas serão mínimas. Você não perde muito e não tem tanto trabalho depois.(FONTE: Sonia Melier, em Bolsa de Mulher).

maio 06, 2006

DA SYRAH AO SHIRAZ
As duas grafias marcam a história desta uva tinta, originária da região do Rhône, mas que soube se adaptar, com maestria, aos terroirs do Novo e do Velho Mundo vinícola. Apesar da diferença fonética, é a mesma cepa, com seus taninos presentes e macios, mas com notas de degustação diversas. Na original francesa, ela é mais associada às especiarias; na versão consagrada pela Austrália, a cepa traz aromas de frutas mais maduras, com notas de chocolate.

Syrah ou Shiraz? Na França, ela é chamada de Syrah e dá origem aos grandes tintos da Côtes du Rhône. No Novo Mundo, ganhou uma grafia mais moderna:Shiraz, que é estampada nos rótulos de países tão diferentes como Austrália, África do Sul, Estados Unidos, Chile, Argentina e Brasil. Independentemente do nome, esta uva resulta num tinto escuro, bem estruturado, complexo e que agrada por seus taninos presentes, porém macios, e pelos aromas de frutas maduras, de especiarias e até de chocolate, couro e alcaçuz.

A diferença de nomenclatura não é apenas fonética, mas indicativa de um estilo de vinho e do respeito ao terroir. Mas se trata, sempre, da mesma cepa. Como Syrah, ela reina absoluta na região mais setentrional do Rhône, como Hermitage, Crozes-Hermitage, Côte-Rotie e Saint-Joseph. Seus vinhos Seus vinhos tendem a ser mais estruturados, e pedem um pouco mais de guarda: são tintos que demoram mais a abrir na taça e a revelar todas as suas (muitas) qualidades. E são poderosos.

O produtor Guigal é um dos campeões de nota 100 do crítico norte-americano Robert Parker e, claro, um fã da Syrah. “ela é a cepa ideal. Em sua infância, ela resulta em vinhos frutados, muito expressivos e elegantes. A Syrah pode evoluir lindamente, com a estrutura e textura de seus taninos”, afirma Philippe Gutgal, diretor-geral e enólogo do Domaine E. Gurgal.

No sul do Rhône, a Syrah divide os méritos com outras tintas, como Grenache, Mourvèdre, Marsanne e Cinsault, que fazem o sucesso do blend de mais de uma dezena de uvas do Châteauneuf-du-Pape

Já a Shiraz resulta em vinhos mais frutados, exuberantes, muito agradáveis de beber e que ficam prontos mais cedo – mas que mantém, como na sua origem francesa, a classe de envelhecer com maestria e encanto. Nestes terroirs, seus vinhos logo revelam a riqueza de aromas de frutas vermelhas, como framboesa (principalmente), toques florais, de chocolate e de especiarias – notas de pimenta preta, canela e até cravo os associam, freqüentemente, a tintos preferidos pelo público feminino. E mantém a cor escura, que lhe é característica – esta uva é rica em antocianos e, no passado, como Syrah, chegou a ser acrescentada nos vinhos de Bordeaux e Borgonha para torná-los mais encorpados e densos em cor. Não custa lembrar que, no século XIX, o Hermitage era o vinho mais caro e valorizado da França.

A dupla grafia faz parte da história desta uva desde meados do século XIX. Em 1832, como Syrah, ela embarcou da França rumo à Austrália pelas mãos do escocês James Busby, que mais tarde ficou conhecido como o pai da viticultura do país do canguru. O novo nome foi dado pelos australianos para a cepa que tão bem se adaptava ao seu terroir. Atualmente, ela é a uva oficial e estrela dos grandes tintos do país.

Sua expansão para novas fronteiras ganhou força a partir da década de 1970, seja nos países do novo mundo, como África do sul, e até na Itália e na própria França. Em Languedoc-Roussillon, no sul da França, por exemplo, ela chega a ser chamada de Shiraz, talvez para diferenciá-la dos tintos do Rhône. É uma cepa que também se adaptou aos climas mais quentes e até no brasileiro Vale do São Francisco. “Com as características únicas do paralelo 8, seus vinhos ganham aromas de frutas tropicais, como a goiaba, por exemplo”, afirma o enólogo Carlos Moura, presidente da ViniBrasil.

O gosto pelas viagens está até nas histórias de sua origem. Por muito tempo, imaginava-se que a Syrah tinha migrado da Pérsia (atualmente o Irã) para o Rhône pelas mãos de um cavaleiro medieval. Teria sido em pleno século 13, época das cruzadas. Outra hipótese apostava numa origem italiana da cepa; e seu nome seria associado à cidade de Siracusa. Estudos mais recentes, no entanto, comprovaram que a cepa provavelmente é autóctone do próprio Rhône, descendente de uma cepa da família vitis allobrogica, e que dá origem aos tintos da região desde os tempos do Império Romano. (por Suzana Barelli, publicado em Expand News, maio de 2006).

maio 01, 2006

O PARADOXO BRASILEIRO
O Cadastro Vinícola do Rio Grande do Sul, que mede as áreas de vinhedos comerciais do Estado, avaliou em 2005 35.263 hectares a superfície cultivada, da qual 6.955 ha (19,7%) de variedades viníferas1. Se levarmos em conta que o cultivo gaúcho corresponde a 90% do nacional, ficamos com um vinhedo de 39.181 hectares, bem diferente da cifra de 60.000 hectares informada pela OIV em 2001.

Já o consumo anual médio per capita de 2,71 l é o mesmo em todas as estatísticas, e em se mantendo a relação viníferas — não viníferas, o consumo médio anual de viníferas é de apenas meio litro per capita.

Concluindo, o brasileiro bebe pouco e mal. Se levarmos em conta que relativamente à cerveja esse consumo é de 50 litros (AmBev) e o de destilados estimado em 13 litros (não existem dados oficiais), nosso consumo de vinho é pífio.

Se levarmos em conta o grande número de pessoas, de empresas, de profissionais, de enófilos, publicitários, confrarias, associações, grupos de degustações, aspones, de empreendimentos e capitais direta e indiretamente ligados ao vinho, principalmente ao vinho fino, importado ou nacional, como explicar esse pequeno consumo?

Já explicar a presença majoritária das variedades americanas e híbridas entre nós, é mais fácil. Embora nossos primeiros colonizadores tenham trazido uvas viníferas no século XVI, nossa viticultura só se desenvolveu realmente na segunda metade do século XIX, a partir de 1870, com a chegada dos imigrantes italianos ao Rio Grande do Sul (principalmente do Vêneto e do Trentino — Alto Adige), que também trouxeram suas variedades viníferas. Ocorreu, entretanto, que algumas décadas antes, a partir de 1840, haviam chegado ao país algumas variedades americanas, como Isabel, Catawba, Concord, Martha, Delaware, entre outras, que se adaptaram muito bem ao novo habitat , eram resistentes às pragas (o que não ocorria com as viníferas) e ganharam a preferência dos vinicultores do Estado, preferência sensorial, gustativa e cultural, que perdura até nossos dias e que não cabe questionar.
Gosto é gosto e não se discute. Quando muito pode-se tentar educar. Como diz o título de uma recente publicação de sucesso, “Amar é Educar”…

Nosso paradoxo parece ser esse — uma geração se dedicando à melhoria do vinho e gerações de produtores e consumidores habituais, emocionalmente ligados ao vinho de garrafão.

Michel Rolland
Nesse contexto, aparece inesperadamente a figura emblemática de Michel Rolland, consagrado enólogo francês, consultor internacional de um grupo denominado “flying winemakers”, vinhateiros voadores. Rolland dá atualmente assessoria a mais de 100 vinícolas de 12 países.

Para muitos Michel Rolland seria o Ronaldinho do vinho e como tal foi contratado no início de 2004 por uma importante vinícola gaúcha para elaborarem conjuntamente três novos vinhos (um dos quais de uma variedade de Portugal), tarefa que o enólogo-voador desempenhou brilhantemente e da qual resultaram vinhos notáveis.

Foi quando ocorreu um fato inesperado, este de conseqüências maiores. Em entrevista à jornalista Bete Duarte, de Zero Hora de Porto Alegre, em 5 de junho (2004), Michel Rolland deu suas opiniões sobre o vinho brasileiro, opiniões coerentes de um conhecedor, que provocaram reações indignadas por parte principalmente dos diretores das associações corporativas do vinho nacional. O enólogo passou de Ronaldinho a um perna-de-pau da Segunda Divisão, lembrando-se aqui que o mesmo clube, que lançou Ronaldinho (o Grêmio de Porto Alegre), pouco tempo depois foi parar na Segunda Divisão…
Entre comentários pouco elogiosos, Rolland afirmou que o Brasil precisaria acabar com o vinho comum (de não viníferas), que prejudica a imagem do pais, chamando-o de “antivinho”.

As respostas às declarações não se fizeram esperar, pelas “barbaridades ditas por Rolland”, pela “falta de respeito para com os colegas brasileiros”, “pela postura arrogante e radical, de que sendo um consultor para vinhos finos dá opiniões sobre vinhos de mesa”, “que esse francês foi muito infeliz em suas colocações”, “que esse francês deve respeitar os usos e costumes do Brasil”, além do que “o consumidor é rei, ele dita as normas do mercado”2 e várias outras manifestações de revolta.

Um ano depois, em julho de 2005 volta Rolland ao mesmo Bon Vivant (ano 7, nº76, p.12-13) acompanhado pelo diretor da vinícola à qual dá consultoria, entrevistado por Andréia Debon. O “tom” agora é outro, cauteloso, político, sorridente e de chimarrão na mão… Afirma que, “todos têm que trabalhar para convencer ao mercado que seu vinho é melhor”, que “o Brasil tem potencial”, mesmo sabendo que “no Brasil… não há história suficiente… nas zonas vinícolas”. Evidentemente fez “média”, sem entrar agora em detalhes polêmicos.
Temos assim no país duas realidades vinícolas, opostas e inconciliáveis, a dos vinhos de viníferas e a majoritária, dos vinhos de uvas americanas e híbridas, as preferidas do consumidor patrício. Queremos crer que essa circunstância, como pensa Rolland, é incompatível com um vitivinicultura que pretende ser considerada e respeitada no mercado internacional.

Como dizia meu professor Jayme Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, da FMUSP, “a verdade é feia e tem cara de herege”.
Parece ser esse o nosso paradoxo, no qual cada um beberá o que quiser, ou talvez o que mereça.

Preferências – Nacha Guevara e discépolo
A propósito de preferências, gustativas ou não, ocorre-nos um lúcido comentário da cantora argentina Nacha Guevara, encaixado na gravação do antológico e profético tango Cambalache (1934), de Enrique Santos Discépolo (1901-1951), gravado ao vivo em Madri (La Vida em Tiempo de Tango, CD-8134, Espana 2000).
A certa altura Discépolo com seu humor satírico, pessimista e amargo, referindo-se a desagregação social de seu tempo diz que tanto faz ser honesto ou não, ignorante ou sábio, ao escrever:

“Tudo es igual, nada es mejor
Lo mismo un burro que um gran professor
No hay aplazados (reprovados) ni escalafón (relação de aprovados)”
Nesse ponto entra o comentário da intérprete:

“…parece-me que aí Discépolo se enganou, pois que na realidade hoje um burro é muito mais que um grande professor, além do que há muito mais burros que grandes professores. Portanto os burros são maioria e as maiorias mandam. Não é essa por acaso a democracia? Como diz o famoso provérbio indú: “Come merda, que centenas de milhares de milhões de moscas não podem estar equivocadas”.

O comentário é sem dúvida grosseiro, mas em matéria de preferências, cabe um raciocínio linear e lógico — não é por ser uma opção da maioria que temos que aceita-las.
Como bem diz Nacha, estamos em uma democracia em que a maioria manda. Ainda assim podemos comer e beber o que quisermos. Não somos moscas... (Por: Sérgio de Paula Santos - Jornal Bon Vivant - fevereiro 2006).

abril 04, 2006

A ESCOLHA DAS TAÇAS
Ao fazermos uma degustação, é importante dar atenção a alguns detalhes para que ela seja a mais aprazível possível. Nesta coluna já falamos sobre técnicas de degustação, temperatura de serviço, mas existem outros cuidados que igualmente fazem toda a diferença na hora de servir o vinho, como por exemplo, a escolha das taças.
Seria exagero tanto zelo na escolha das taças? Não. Além de demonstrar carinho e atenção para com os convidados, é por meio das taças que as características do vinho se manifestam e podem ser mais facilmente percebidas. Por isso elas devem ser tão cuidadosamente selecionadas.
As taças podem ser de vidro ou de cristal (preferencialmente cristal). Devem ter espessura fina, sem dourados, prateados, colorações ou lapidações. Devem ser transparentes e incolores, para permitir a visualização da tonalidade real do vinho. O corpo da taça deve ser separado da base por uma haste preferencialmente longa. A parte inferior do bojo deve ser ampla e ir afinando em direção às bordas, para facilitar a percepção dos vapores que fluem para a parte superior.
Os cálices devem ser servidos com ¼, ou até 1/3, da sua capacidade, para que os aromas possam se desprender e facilitar a percepção, como também permitir a inclinação em várias posições para a avaliação visual do vinho. Encher a taça, além de ser deselegante, é uma atitude que fere o ritual da degustação, já que você não conseguirá apreciar as características de cor e de aromas.
Cada tipo de vinho exige uma taça adequada. A forma do cálice tem por finalidade levar a bebida à sua correspondente zona gustativa da língua e, assim, potencializar a apreciação dos seus predicados mais marcantes. Para vinhos brancos são recomendadas taças menores e estreitas na parte superior, formatos que visam acentuar a delicadeza e frescor dos aromas. Para os tintos, copos mais abertos tornam maior a superfície de contato entre o ar e o vinho, e possibilitam melhor percepção das características da bebida. De modo geral, os profissionais e apreciadores do vinho utilizam as taças ISO (Internacional Organization Standardization), produzidas especialmente para a degustação.
No caso dos espumantes são utilizadas taças de bojos longos e estreitos, para que melhor seja apreciado o desprendimento das bolhas (perlage).
O cuidado com a higienização da taça é muito importante. É necessário que ela esteja bem limpa e livre de qualquer tipo de odor. Deve ser lavada com um detergente neutro e enxugada com tecido que não solte fiapos. Você também pode lavar com água fervendo e deixar secar naturalmente. Mas evite virar as taças para baixo sobre um pano úmido. Pode provocar odores indesejáveis.
Como você pôde perceber, as taças desempenham papel fundamental na apreciação de vinhos. Além de serem imprescindíveis do ponto de vista técnico, levam beleza e requinte ao ritual da degustação. (FONTE: Vinhos&vinhos).