julho 27, 2002

OS VINHOS DO NORDESTE
Quem pensa que vinho, no Brasil, vem todo do Rio Grande do Sul precisa começar a mudar de opinião. Sim, porque não se pode desconhecer a importância do Vale do São Francisco, em pleno sertão pernambucano. Lá existe um pólo vitivinícola que, hoje, responde por 95% da uva de mesa cultivada no país e pela produção anual de 5 milhões de litros de vinho. O governo do Estado, apostando nas condições favoráveis da região, assinou um protocolo de intenções com oito empresas, das quais quatro gaúchas (entre elas, a Miolo), quatro do próprio Estado e uma da Itália; além dessas, outras três empresas gaúchas estão em negociação (incluindo Casa Valduga), mais duas estrangeiras – Dom Teodósio (Portugal) e Ducos (França).
Com este projeto, a produção de vinhos do Vale deverá saltar para mais de 50 milhões de litros anuais, num prazo de até dois anos, fazendo da região o segundo maior pólo vitivinícola do país.
Quais os fatores para tanto interesse? Bem, o Vale possui um clima semi-árido, com solo fértil e água em abundância, mas as temperaturas são altas durante todo o ano e o regime de chuvas é irregular. No entanto, essas altas temperaturas, se por um lado contra-indicam a produção de vinhos clássicos, por outro dão à região uma característica única em todo o mundo: a possibilidade de se ter até duas safras e meia por ano. Com isto, a produção é direcionada para vinhos jovens, que não passam por períodos longos de envelhecimento.
Vinhos de Pernambuco são exportados para Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, Dinamarca e Japão, mas o maior consumo fica mesmo com as regiões Sul e Sudeste do país. E já receberam prêmios em concursos internacionais.

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