dezembro 26, 2002

RECESSO
Por motivo de viagem, estamos entrando em recesso até o dia 5 de janeiro próximo. Assim, caros visitantes, não estranhem a ausência de mensagens durante este período.
Em 2003, esperamos trazer para vocês mais e mais notícias e assuntos interessantes, quer sejam simples curiosos ou amantes do vinho. Da mesma forma, gostaríamos de receber comentários e sugestões, sempre muito úteis, e para isto é só usar os recursos disponíveis.
Como novidade, para aqueles que a partir de agora nos visitarem, existirá, além do mecanismo de busca por palavra-chave, a possibilidade de consulta a um Index Remissivo, com todas as mensagens postadas desde o primeiro dia deste blog.
Boas Festas!!! Bons vinhos, bons brindes!!!

dezembro 25, 2002

CHAMPANHE E ESPUMANTE
O professor Celio Alzer, na Coluna de Bairros do jornal O Globo, de hoje, esclarece:
"Ambos são vinhos submetidos a uma segunda fermentação - daí a espuma abundante - mas a semelhança termina aí. Champanhe é o vinho elaborado exclusivamente na região de mesmo nome na França. Todos os demais devem ser chamados genericamente de espumantes."
E dá as suas dicas:
"Com a proximidade do Natal e das festas de fim de ano, o espumante passa à ordem do dia. Afinal, é um vinho de festa que, com suas borbulhas (o chamado perlage) e frescor naturais, presta-se muito bem para brindes, coquetéis e comemorações. Além do mais, como é servido a uma temperatura entre 6 e 8 graus, está perfeitamente de acordo com o clima. Vale a pena lembrar que a taça de formato alongado (a flûte) e o balde de gelo são aliados indispensáveis."
Nada mais adequado para a data. E Boas Festas!

dezembro 22, 2002

A TEMPERATURA IDEAL
Todos sabemos da importância da temperatura dos vinhos para uma degustação agradável, mas a variedade deles é tão grande que pode tornar-se difícil uma avaliação correta. Por isso, apresentamos, resumidamente, uma escala de temperaturas, variando entre os limites de 6°C e 18°C, que devem ser respeitados:
6ºC a 8ºC - espumantes e vinhos brancos doces.
8ºC a 10ºC - brancos suaves, alguns brancos secos e espumantes rosé.
10ºC a 12ºC - brancos mais secos e vinhos rosados.
12ºC a 14ºC - grandes brancos e tintos ligeiros.
14°C a 16ºC - tintos de pouco ou médio corpo.
16°C a 18ºC - tintos envelhecidos, tintos mais macios.
18ºC - grandes tintos, como alguns de Bordeaux, e tintos ricos em taninos.
Para quem desejar medir a temperatura do vinho que irá beber, existem termômetros apropriados para encaixe no gargalo da garrafa. Mas a experimentação continuada é uma maneira prática de se avaliar o ponto certo.

dezembro 20, 2002

UM BRINDE AO NATAL
O Natal está bem perto, é tempo de congraçamrnto e reflexão. Congraçamento entre as pessoas, entre os povos, fazendo-nos lembrar da importância da amizade e do compartilhamento de ideais, alegrias e lutas; reflexão sobre os verdadeiros valores da existência humana e os rumos que pretendemos seguir no novo ano.
Desejamos a todos os que nos visitam um Feliz Natal e um 2003 repleto de gratas surpresas. E, como não podia deixar de ser, brindemos todos, não importa qual seja o vinho escolhido!

dezembro 19, 2002

NOVO LANÇAMENTO DA MIOLO
A Vinícola Miolo vem de lançar uma outra versão do seu Terra Nova, agora um corte de Cabernet Sauvignon com Shiraz. Produzido e engarrafado na Bahia, na região do Vale do São Francisco, diferencia-se pela simpática garrafa de 500 ml, de rótulo estreito com letras douradas: é um tinto seco, safra 2001, com 12% de graduação alcoólica.
Ao exame visual, mostra cor intensa, boa aderência e bom corpo. Ao nariz, de imediato, percebe-se o aroma de madeira e de frutas, e se antevê o alto teor de taninos, que, ao beber, confirmamos.
Para os que apreciam os vinhos tânicos, como muitos dos chilenos que nos chegam, este deverá agradar. Mas o fato é que este vinho se mostra uma opção bastante válida para uma degustação agradável, sem ou com acompanhamentos, evidenciando que os produtos nacionais melhoram a cada dia. E é disso que o consumidor precisa.

dezembro 16, 2002

INDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA
Vem de ser aprovada a criação da primeira Indicação de Procedência (IP) para vinhos brasileiros. É a IP "Vale dos Vinhedos", que identifica vinhos produzidos na região situada entre os municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul.
Essa legislação visa a criar normas para os vinhos lá fabricados, definindo diversos critérios, que vão, dentre outros, desde os tipos de uvas, a graduação alcoólica mínima, o rendimento dos vinhedos, o método de plantio, até o tempo mínimo de envelhecimento em tonéis de carvalho e em garrafas; inclui ainda a obrigatoriedade de uma aprovação final - o que de fato interessa ao consumidor -, constando de uma análise química e de degustação realizada por entidades reguladoras.
É um passo importante no sentido de preparar o caminho para, mais tarde, criar-se uma D.O.C. (Denominação de Origem Controlada), como acontece em vários países da Europa. Aí, sim, com padrões de produção mais rígidos e maior qualidade.

dezembro 15, 2002

UMA FESTA DOS SENTIDOS
"Para conhecer o vinho é necessário conviver com ele, educando nossos sentidos; fazer dele um hábito, o que, sem dúvida, será muito agradável, uma festa. O vinho é um encontro dos sentidos"...
Esta é a tônica do livro escrito por Rogério Dardeau, intitulado "Vinhos: Uma Festa dos Sentidos", recentemente publicado pela Editora Mauad, RJ. O autor tem a seu favor ser descendente de franceses, de uma família que há quatro séculos elabora vinhos, a partir de vinhedos próprios. Pode ser uma boa dica para os interessados.
BIBLIOGRAFIA
Uma da melhores formas de conhecer os vinos, não falando da degustação, naturalmente, é por meio da leitura. Mas descobrir quais publicações existem, em especial na língua portuguesa, nem sempre será fácil. Por isso, aos interessados sugerimos visitar o site da Winexperts. Lá encontrarão referências a diversas obras, inclusive oriundas de Portugal.
PENSAMENTO
Vinhos e mulhres: é preciso amar para desvendar os mistérios. Mas, cuidado: elas não vêm com rótulo...

dezembro 08, 2002

VINHOS ESPUMANTES
Já que os espumantes se apresentam como uma das melhores opções para o verão, vejamos algumas dicas para melhor degustá-los:
- Em primeiro lugar, saber que as pequenas bolhas, chamadas de "périlage", que se apresentam no vinho são componentes importantes e devem ser preservadas; por isso, evitar agitar a taça, pois o próprio movimento dessas bolhas levará o aroma ao nariz.
- Para gelar o vinho, melhor usar um balde de gelo (a geladeira endurece a rolha), mantendo a garrafa imersa por pelo menos 40 minutos.
- Ao abrir a garrafa, não "estourar" a rolha, como se costuma fazer com o champanhe, porque o gás se perde.
- Ao servir, usar taças compridas, mais adequadas. Colocar, inicialmente, uma pequena quantidade de vinho e esperar que a espuma "abaixe". Depois, com a taça inclinada, colocar um pouco de vinho e beber, sem agitar. É só aproveitar!
VINHOS NO VERÃO? SIM!
Nossa "cultura" sobre vinhos não segue diretriz alguma pré-determinada, ela vai acontecendo aos poucos, ao sabor das informações qie nos chegam e das experiências que realizamos. Nesta linha, sem desmerecer a quem quer que seja, adquirimos o hábito de ler a coluna semanal de Luciano Ribeiro, na Revista Domingo, do Jornal do Brasil. E, na edição de hoje, ele aborda assunto muito propriamente escolhido, que é o consumo de vinhos durante a temporada de verão.
De forma leve, numa linguagem desprovida de empolação, Luciano nos ensina que é perfeitamente possível degustar um bom vinho em dias quentes, desde que saibamos direcionar nossas escolhas. E nos dá algumas dicas, que mencionaremos resumidamente.
A primeira delas é sobre os espumantes da Serra Gaúcha, cuja produção se beneficia das ótimas condições climáticas durante o verão, com chuvas finas, quase diárias, combinadas com poucos dias de sol. O resultado são excelentes vinhos, que devem ser bebidos a uma temperatura de 10°C.
Mas é possível, também, degustar um tinto, desde que se evitem os estruturados e se escolham apenas os leves. Neste sentido, são indicados vinhos frutados, com predominância de uvas Cabernet Franc, Pinot Noir e Gamay.
Quanto aos brancos, a dica é buscar os produzidos com uvas Sauvignon Blanc, pois há alguns importados fabricados com Chardonnay que, envelhecidos por muito tempo em barris de carvalho, acabam gerando predominância do aroma da madeira sobre o da fruta.
Há, ainda, ótimas opções nos chamados vinhos verdes (porque degustados ainda jovens), de baixo teor alcoólico e muito leves, com aromas frutados e florais. Os mais indicados são os produzidos em Portugal e na Espanha.
Pronto! Aí estão as dicas do Luciano, que nos permitimos repassar, já que muitos visitantes deste blog talvez não as venham a ler em sua coluna.
DEFINIÇÕES...CONSELHOS...
"Não sou enólogo. Enólogo é um sujeito que, diante do vinho, toma decisões. Eu, diante de decisões, tomo vinho" (por Luiz Groff, enófilo, escritor curitibano, frase publicada no Dicionário das Citações, de Dualibe, e citada por Adolfo Alberto Lona, enólogo, em seu livro Vinhos).
"Em matéria de vinhos, use primeiro a experiência e depois o raciocínio" (por Luiz Groff).

dezembro 03, 2002

A INFLUÊNCIA DO "TERROIR"
A qualidade de um vinho, abstraindo-se das técnicas de produção, do grau de aprimoramento dos processos, dos cuidados tomados em todas as etapas, está intimamente relacionada a fatores físicos, que independem da ação humana, ou seja, são ditados pela Natureza.
Existe um termo francês, bastante conhecido, que representa o conjunto desses fatores: é o chamado "terroir". É o conjunto das condições do solo, da topografia local, do microclima, da exposição ao sol.
Um solo ideal deve possuir uma boa drenagem, isto é, reter a umidade sem ficar encharcado; se for de cascalho e areia, acelera a maturação das uvas, ao contrário de solos argilosos.
O microclima deve ser equilibrado: verão pouco quente, outono pouco frio. A temperatura anual média deve ser, idealmente, de 14°C a 15°C. As chuvas devem cair no inverno e na primavera, e a precipitação pluviométrica anual deve ficar em torno de 675 mm.Geadas, granizo e ventos fortes são problemas sérios.
A topografia é outro componente importante do "terroir": a inclinação do terreno, com encostas ígremes, é favorável ao cultivo, pois nelas ocorre uma maior concentração da luz solar e uma melhor drenagem. A orientação das encostas em relação ao sol pode resultar em uma maior quantidade de insolação (no hemisfério norte, as voltadas para o sil; no sul, ao contrário). A altitude afeta a temperatura: vinhedos em encostas mais elevadas (e mais frescas) têe maior demora na maturação.
A conjugação desses fatores ("terroir") explica porque vinhedos situados próximos podem produzir vinhos de qualidades diferentes. Não existem mistérios ou milagres, é a mão da mãe Natureza que dá o toque.

dezembro 01, 2002

OS VINHOS DO DOURO
Quando se fala em vinhos da região do Douro, para alguns isto pode significar apenas aqueles produzidos em Portugal. Mas é interessante lembrar que o Rio Douro nasce, efetivamente, na Espanha e percorre mais de 600 km até desaguar no oceano, na cidade de O Porto. Ao longo desse trajeto, sucedem-se centenas de vinícolas, tanto na Espanha - onde o rio se chama Duero - quanto em Portugal.
No trecho português, destacam-se vinícolas como Barca Velha, Quinta do Côtto, Duas Quintas, Ferreira, Real Companhia Velha, entre tantas outras. Do lado espanhol, a região produtora mais importante é a Ribera del Duero, seguida por Rueda e Toro.
Na cidade de O Porto, os produtores de vinho do Porto se sucedem às margens tranqüilas do rio e é possível fazer, a pé, visitas guiadas e provar diversos tipos. Outra boa pedida é comer os deliciosos bolinhos de bacalhau, especialidade local, acompanhados por taças de vinho do Porto, nos bares espalhados pela cidade.
Na Espanha, na região de Ribera del Duero, também se encontram vinícolas que fazem visitas guiadas.
OPINIÕES
"Para uma pessoa gostar de vinho, é necessário um póuco de ousadia. O pior erro é estacionar naquele vinho de que gosta ou deixar de provar outra safra de uma mostra que certa vez te decepcionou. Este mundo muda o tempo todo" - Eric Beaumard, sommelier do Restaurante Le Cinq, do Hotel Four Seasons George V, em Paris.
"Às vezes, numa harmonização, vejo que o vinho que pensei ser o melhor não funciona tão bem..." - Manoel Beato, sommelier do grupo Fasano, há uma semana no Restaurnte Gero, no Rio de Janeiro.
(Revista Domingo, Jornal do Brasil, 01/12/02)

novembro 29, 2002

UM TINTO CALIFORNIANO
Entrar em uma loja de vinhos é sempre uma experiência emocionante. Percorrer as prateleiras, checar o que elas apresentam, pegar as garrafas nas mãos, olhar os rótulos com cuidado, numa ansiedade contida... E decidir-se entre essa ou aquela marca, comparar preços, apostar em alguma marca ainda não conhecida... Certamente, são sensações vividas por todos aqueles que apreciam vinhos.
E foi assim, garimpando daqui e dali, que nos defrontamos com um tinto californiano (USA), a um preço realmente convidativo. Então, decidimos que era preciso degustá-lo e não foi preciso esperar muito.
Era um Classic Cabernet Sauvignon, safra 1993 (!), com 12,5% de graduação alcoólica, produzido e engarrafado por The Monterey Vineyard, ao sul do Condado de Monterey, considerado o quarto maior produtor de uvas viníferas do mundo.
As informações do rótulo dão conta de que o envelhecimento se deu em pequenos barris de carvalho, de modo a amaciá-lo e adicionar complexidade, além de que possui aromas de cereja.
Ao observá-lo, pudemos constatar a limpidez, após quase 10 anos, e sua característica de encorpado, com uma cor vermelho escura. Não conseguimos (falha nossa?) identificar o aroma de cereja, mas o de madeira lá estava presente e bem claramente. Ao beber, notamos um pouco de acideaz.
Mas a impressão que nos ficou foi a de um vinho honesto, que poderia ser degustado sem maiores problemas e bem aceito. Aí fica o recado.

novembro 17, 2002

VOSNE-ROMANÉE
A Borgonha é, com certeza, a mais rica região da França, famosa pela excelente qualidade de seus vinhos. É composta por vários departamentos, dentre os quais a Côte d´Or, cuja capital é Dijon.
Na Côte d´Or encontramos Vosne-Romanée, situada a 18,5 km ao sul de Dijon e conhecida por nela se encontrarem alguns dos mais famosos domínios do mundo, como o Romanée-Conti e o François Lamarche. E essa fama vem desde a Revolução Francesa, quando os vinhos de Vosne-Romanée foram oficialmente declarados os de maior qualidade de toda a república.
Pois bem, queremos falar aqui do 1er. cru - Les Chaumes (Appellation Controlée), produzido e engarrafado no domínio de Denis Thomas.
Um fato curioso a comentar é que este domínio fica bastante próximo dos da Lamarche e da Romanée-Conti e seu "terroir", por consegunte, nas mesmas condições climáticas e de solo. Mas seus vinhos possuem preços à altura dos bolsos dos mortais...
Tivemos a oportunidade de conhecer, pessoalmente, a Denis Thomas, numa viagem que fizemos em 2000, na companhia de um casal amigo, e de conversar um pouco sobre seus vinhos e seus ilustres vizinhos. Conhecemos, também, a senhora sua mãe, que, muito simpática, nos explicou que seus vinhos eram tão bons quanto os dos outros, apenas não eram famosos...
De lá nosso amigo trouxe uma garrafa daquele vinho, que agora tivemos a oportunidade de degustar, em conjunto, e o fizemos com bastante atenção.
Já ao primeiro exame, o visual, comprovamos seu pouco corpo, uma característica dos vinhos da Borgonha, produzidos com uvas Pinot Noir. Era da safra de 1996 e com 13% de graduação alcoólica. Mas seu bouquet era uma delícia, suave, harmonioso, e deixava entrever um vinho que estaria bem mais agradável se envelhecido por mais uns dois a três anos. Na boca, uma sensação de suavidade, sentia-se que se estava degustando um vinho realmente de muito boa qualidade. E foi esta a nossa avaliação final, após esvaziarmos a garrafa. Pena não termos podido trazer um Romanée-Conti, para tentar (sim, tentar, e já seria uma ousadia!) comparar a ambos...

novembro 14, 2002

VINHOS DE MESA - UMA OPÇÃO CONSCIENTE
Se quisermos fazer do vinho um verdadeiro companheiro de todos os dias, presente em nossa mesa e integrado aos nossos hábitos, mister se faz procurar por produtos que aliem qualidade e baixo custo. Esses são os chamados vinhos "comuns" ou "de mesa", caracterizados pela alta produtividade das uvas empregadas e pelas embalagens mais econômicas (em geral, garrafões de 4,6 litros).
Os vinhos de mesa, no Brasil, são produzidos a partir de duas espécies de uvas: as americanas e as viníferas (essas últimas, as únicas permitidas na fabricação dos vinhos chamados "finos"); no entanto, as da espécie americana são as que predominam no mercado, de uma forma quase absoluta.
Entre as marcas de vinho de mesa mais conhecidas no Brasil encontram-se:
- Sangue de Boi, Frei Damião e Country Wine, da Cooperativa Vinícola Aurora .
- Canção, da Antonio Basso & Filhos .
- Jota Pe, da Vinícola Jota Pe .
- San Martin, Panizzon, Saboruva e Búfalo Negro, da Sociedade de Bebidas Panizzon .

novembro 12, 2002

VINHOS NACIONAIS - A BOA SAFRA DE 2002
A julgar pelos comentários de enófilos, sommeliers e técnicos, os vinhos da safra 2002 vão, de fato, superar todas as expectativas em termos de qualidade. Há muito não se registravam na Serra Gaúcha condições climáticas tão favoráveis, com muita insolação e poucas chuvas, propiciando o cultivo de uvas com elevado teor de açucar.
Já é possível encontrar vinhos tintos de uvas Gamay e Pinot Noir, ou brancos de uvas Chardonnay e Sauvignon Blanc, produzidos a partir dessa safra. No entanto, vinhos que pedem um maior envelhecimento, como os tintos Cabernet Sauvignon, Merlot ou Malbec, ainda levarão mais de um ano para chegar aos consumidores.
São notícias muito boas, quando se percebe o impacto da alta do dólar nos preços dos importados. É hora de dar mais atenção aos produtos nacionais.

novembro 06, 2002

HARMONIZAÇÃO - MASSAS E QUEIJOS
- Massas em molho leve ou branco: Espumante brut; branco jovem ou maduro; tinto jovem, leve, ou de médio corpo.
- Massas em molho condimentado ou vermelho: Espumante brut; tinto maduro, de médio corpo a robusto.
- Queijos frescos de massa mole (Frescal, Ricota, Requeijão): Branco; tinto jovem e leve.
- Queijos frescos de massa filada (Mozzarela): Branco; tinto jovem e leve.
- Queijos maturados de massa mole (Brie, Camembert): Branco maduro; tinto jovem a maduro encorpado.
- Queijos maturados de massa filada (Provolone): Branco maduro; tinto jovem ou pouco envelhecido.
- Queijos maturados de massa semi-dura (Emmenthal, Gouda, Reino, Prato, Saint-Paulin, Tilsit, Port-Salut): Tinto maduro de bom corpo.
- Queijos maturados de massa cozida (Roquefort, Gorgonzola, Stilton, Danablue): Tinto maduro robusto; branco doce superior ou fortificado doce.
- Queijos maduros de massa dura (Parmesão, Pecorino): Tinto maduro robusto ou fortificado.
RIOJA SOLARCE - DAS TERRAS DE ESPANHA
A região de Rioja (Denominação de Origem Controlada) é famosa pela produção de excelentes vinhos, prestigiados pelo mundo todo. E foi de lá que nos deparamos, esperando na prateleira do supermercado, com um SOLARCE, a um convidativo preço, abaixo dos R$15,00. Daí para a degustação não demorou muito.
É um tinto seco, elaborado e engarrafado na origem por Bodegas Alicia Rojas, S.A., de Ausejo. Possui 12,5% de graduação alcoólica e é da safra de 2001, com 85% de u7vas Tempranillo, 15% de Garnacha e 5% de Mazuelo.
A primeira impressão, a visual, nos indicava um vinho jovem (naturalmente), de cor rubi e reflexos de um vermelho claro. Límpido, com uma boa aderência.
Ao nariz, apresentou um agradável, suave e discreto aroma de madeira.
Ao prová-lo, confirmamos seu corpo não muito pronunciado e percebemos a presença esperada dos taninos. Não desceu tão redondo como gostaríamos, mas, nesta época de dólar alto, com reflexos diretos nos preços dos importados, não nos queixamos e podemos considerar o SOLARCE como uma opção válida.

novembro 05, 2002

HARMONIZAÇÃO - CARNES VERMELHAS
- Grelhadas ou em molho leve: Espumante brut; tinto jovem, leve, ou de médio corpo.
- Em molho forte: Tinto maduro, de médio corpo a robusto.
- Caças de pêlo: Tinto maduro robusto.

novembro 02, 2002

LUIGI BOSCA
Quem pensa que a Argentina vive só de tango erstá redondamente enganado. Lá também se produzem excelentes vinhos, e aqui estamos para comentar este Luigi Bosca.
É um Cabernet Sauvignon, safra de 1999, produzido e engarrafado por Bodegas e Viñedos Leoncio Arizu S.A. em El Paraíso, Maipú, Mendoza, um tinto seco, com 13% de graduação alcoólica.
De cor rubi intensa, corpo médio, possui um bouquet suave, onde se pode perceber, desde logo, um bom equilíbrio dos taninos, sem agredir nossas narinas. Ao prová-lo, sentimos sua consistência e a agradável sensação de preenchimento da boca, com as papilas linguais suavemente estimuladas.
Diríamos que é im vinho bastante agradável, desses que se degustam com tranqüilidade, sem pressa. Quem não conhece, pode experimentar. E não é dos mais caros no mercado.

outubro 31, 2002

HARMONIZAÇÃO - CARNES BRANCAS
- Grelhadas ou em molho leve: Espumante brut; branco seco, jovem, de boa estrutura, ou maduro; tinto jovem ou de médio corpo.
- Grelhadas em molho forte: Tinto maduro, de médio corpo a robusto.
- Caças de penas, pato e "coq au vin": Tinto maduro, de médio corpo a robusto.
- Peru: Tinto leve ou médio; branco seco.
- "Foie gras": Branco doce de alto nível (Sauternes, Tokay, etc.); fortificado doce (Porto Vintage, etc); espumante de qualidade (Champagne Milesimé, etc).

outubro 21, 2002

HARMONIZAÇÃO - PEIXES E FRUTOS DO MAR
Recentemente, abordamos a questão da harmonização entre vinhos e pratos, sugerindo algumas regras básicas. Por acharmos que este é um assunto muitas vezes controverso, voltamos a ele para esmiuçá-lo um pouco mais, o que faremos por partes, hoje começando pelos Peixes e Frutos do Mar:
- Grelhados ou em molho leve: Espumante brut ou meio seco; branco seco, frutado, jovem ou levemente maduro.
- Em molho forte: Branco maduro; rosé seco; tinto jovem, de médio corpo.
- Bacalhau: Branco maduro; tinto jovem ou de médio corpo.
- Anchova, atum, salmão e sardinha: Branco maduro; tinto jovem ou de médio corpo; rosé.

outubro 20, 2002

O SENTIDO DA VIDA
"Uma vez que ignoras o que te reserva o dia de amanhã, procura ser feliz, hoje. Toma uma ânfora de vinho, senta-te ao luar e bebe, lembrando que, talvez amanhã, a lua te procurará em vão." (Omar Khayyam, poeta persa do século XII).
HARMONIZAÇÃO DE VINHOS E PRATOS
Esta é uma questão que embaraça muita gente, tantas são as variantes que podem ser seguidas. Mas é possível estabelecer algumas regrinhas básicas, como o fez Saul Galvão, especialista em gastronomia, no seu livro "A cozinha e seus vinhos", abaixo resumidas:
- Brancos com peixes e tintos com carnes? Nem sempre: alguns brancos caem bem com carnes.
- Vinhos encorpados com pratos potentes, vinhos mais leves com pratos elegantes.
- Receitas e temperos são determinantes: Frango assado combina co vinho tinto ou branco; se ensopado e com muitos temperos, pedirá um tinto mais encorpado.
- Se a receita incluir vinho em quantidade apreciável, o prato será melhor acompanhado por um vinho do mesmo tipo usado no preparo, tinto ou branco.
- O êxito de uma combinação exige o conhecimento dos sabores principais do prato e das características do vinho.
- As condições ambientes definem o tipo do vinho: tintos no inverno, espumantes e brancos no verão.
- As afinidades regionais são importantes: procurar servir vinhos da mesma região dos pratos (nacionais ou internacionais).
- Respeitar suas preferências pessoais e procurar memorizar as combinações já feitas e que deram certo, para poder repeti-las.

outubro 18, 2002

SAFRA 2002 - OS 15 MAIS
No dia 14 de setembro passado, realizou-se em Bento Gonçalves, sob os auspícios da ABE-Associação Brasileira de Enologia, a 10ª Avaliação Nacional de Vinhos. Participaram do evento mais de 600 pessoas, entre as quais jornalistas especializados, representantes de entidades do setor e de outros países.
De uma maneira geral, a safra de 2002 está sendo considerada como excepcional, podendo mesmo superar as de 1991 e 1999, e os produtos apresentados nesse evento foram considerados como de nível internacional.
Quize vinhos foram selecionados como os mais representativos dessa vindima, conforme abaixo relacionados (pela ordem de degustação): Sauvignon Blanc (Aurora) - Riesling (Luiz Valduga & Filhos) - Riesling (Cave de Amadeu) - Chardonnay (Cave de Amadeu) - Chardonnay (Cordelier) - Moscato (Lagoa Grande) - Moscato Giallo (Salton) - Cabernet Franc (Valmarino) - Merlot (Lídio Carrara) - Merlot (Dom Cândido) - Merlot (Miolo) - Tannat (Don Laurindo) - Cabernet Sauvignon (Bacardi-Martini) - Cabernet Sauvignon (Catafesta) - Cabernet Sauvugnon (Miolo).
Entre os muitos comentários elogiosos, houve quem afirmasse que os vinhos nacionais, atualmente, são os de melhor relação custo/prazer, suplantando os até então assim considerados, os vinhos do Chile e da Argentina.
São todas boas notícias para os consumidores nacionais. que assim continue!
TERRANOVA MUSKADEL 2002
Instalada no Vale do São Francisco, a Vinícola Miolo elabora sua linha Terranova, que já conta com o internacionalmente premiado Espumante Moscatel Processo Asti, o Shiraz e o Cabernet/Shiraz, sendo este o primeiro vinho de guarda elaborado na região. Agora, apresenta ao mercado o Terranova Muskadel 2002.
É um vinho seco, aromático, que acompanha bem molhos indianos, comidas típicas do Nordeste, como pirão e bobó de camarão, pratos com alho poró, saladas de folhas verdes e flores, pimentão recheado, bolinhos de bacalhau, iscas de peixe e frutos do mar em geral.
Com a proximidade do verão, pode ser uma boa opção de consumo. Seu preço está em torno de R$10,00.

outubro 17, 2002

PORTO VALDUGA
A Casa Valduga vem de lançar o Porto Valduga 1997, o primeiro nacional deste tipo. É um vinho licoroso, com 18% de graduação alcoólica, produzido com uvas Cabernet Sauvignon e Merlot.
Técnicas especiais foram utilizadas, desde o cultivo até a vinificação e o envelhecimento foi por 30 meses, em barris de carvalho francês. A produção é limitada, apenas 10.000 garrafas, do tipo "viola", importadas da Itália.
O preço de lançamento está em torno de R$35,00.
Aí está uma novidade realmente interessante: um vinho do Porto brasileiro. Esperemos que satisfaça, ora, pois, pois...

outubro 14, 2002

VINHOS ESPECIAIS BRASILEIROS
Luciano Ribeiro, em matéria publicada na revista Domingo, do Jotnal do Brasil, edição deste fim de semana, adverte para um procedimento de vinicultores brasileiros, que já vem sendo adotado há mais de um ano: o de classificar alguns de seus vinhos como especiais, absolutamente pór conta própria. Surgiram, assim, vinhos "Reserva" e "Gran Reserva", sem que qualquer órgão regulador lhes haja conferido essas características. Muito diferentemente do que ocorre em países produtores do Velho Mundo, onde critérios rígidos precisam ser adotados pelos vinicultores se desejarem classificar seus vinhos como especiais.
O resultado desse procedimento é a comercialização desses vinhos "especiais" a preços bem superiores a outros não tanto diferentes em qualidade, onerando o bolso do consumidor. Gostaríamos de acreditar que tudo isso não seja mais uma estratégia de marketing, mas a realidade é que algo precisa ser feito no sentido de controlar todo esse processo, a bem da credibilidade dos produtos e do respeito ao consumidor, aquele que, na ponta do processo, garante os lucros auferidos pelos produtores.
O alerta é bastante válido e merece ser observado com muita atenção. Enquanto isso, consumidores, precavenham-se! Informem-se o melhor que puderem, escrevam, estimulem o debate do assunto. É mais que um direito, é mesmo uma obrigação, se quisermos atingir melhores padrões de qualidade.

outubro 13, 2002

ROMANÉE-CONTI – UM PRAZER PARA POUCOS
A eleição para presidente da República, no Brasil, acabou trazendo à evidência um dos mais famosos (e caros) vinhos do mundo. Sim, porque um dos candidatos, Lula, quando em visita ao Rio de Janeiro, teve a chance de degustar nada mais nada menos que um Romanée-Conti, proeza que não está ao alcance da maioria dos apreciadores de vinhos. O fato chegou às páginas dos jornais e mereceu uma nota na coluna de Márcia Peltier, do Jornal do Brasil, neste domingo. Foi de lá que tiramos algumas informações que nos pareceram interessantes, descaracterizando qualquer conotação política.
O Romanée-Conti é produzido na Cote d´Or, na Borgonha, num terreno privilegiado, onde as características do solo se harmonizam com perfeição às condições topográficas, à altitude e à insolação permanente. A história desse vinho remete ao século XI, e seu nome foi uma homenagem ao imperador romano Marco Aurélio. Em 1760, a empresa foi comprada por Conti, general e conselheiro de Luís XV. Veio a Revolução Francesa, a empresa foi desapropriada, passou por vários donos, até que em 1947 foi adquirida por Aubert de Villaine, seu atual proprietário.
A empresa comercializa apenas 6000 garrafas por ano, vendidas a preços elevadíssimos. Para se ter uma idéia, a garrafa aberta para Lula, que era da safra de 1997, ainda muito jovem, custou R$2500,00 (mais de US$600, ao câmbio atual). Realmente, um privilégio para poucos.

outubro 11, 2002

VINHO & PRIMAVERA
O Brasil é um país tropical. Estamos agora em plena primavera e, no entanto, uma onda de calor assola boa parte dos Estados, com temperaturas bastante elevadas.
Com essas condições climáticas, degustar um vinho requer certos cuidados: um ambiente climatizado, em que se possa estar confortável e vinhos bem conservados e resfriados até a temperatura ideal. Não apetece abrir uma garrafa à temperatura ambiente, se esta por si já for elevada e nos estiver incomodando.
Com isso, as degustações vão ter que esperar por dias mais amenos, se houver. Até lá, o jeito será apelar para uma bebida mais adequada: a cerveja, e bem gelada.
Vamos ter menos experiências próprias para comentar, mas tentaremos descobrir o que estará ocorrendo no hemisfério norte, que atravessa o seu outono.

outubro 07, 2002

VINHOS CHILENOS – UMA BOA NOTÍCIA
Os vinhos do Chile vêm passando por mudanças ao longo dos anos. Se, há cerca de dez anos, eram considerados de qualidade inferior, hoje em dia este quadro se inverteu radicalmente e esses vinhos ganharam adeptos e conquistaram mercados europeus e americanos. Aqui, alcançam preços que variam entre R$30 e R$60, mas alguns chegam a R$400.
Para quem busca conciliar qualidade e preço, isso poderia apontar para uma certa dificuldade, não fosse a visão de muitas vinícolas chilenas, de natureza familiar, que resolveram apostar em seus produtos e começam a coloca-los no mercado brasileiro.
São vinhos produzidos cuidadosamente, mas ainda sem projeção em seu país, o que os torna comercialmente interessantes para os consumidores. Boas referências são o Cabernet Sauvugnon 2001 da Huelquen e o Sauvignon Blanc 2001 da Viu Manent, com preços que não ultrapassam os R$30.

outubro 01, 2002

VINHO COM BOM HUMOR
Da longínqua Tailândia nos vem uma pitada de bom humor, que encontramos no blog adieu.nu:
“Eu gosto de vinho... sem saber nada sobre ele, a não ser que raramente abro uma garrafa sem cair de amores por ela, querendo casar com ela, constituir uma família – até já dei nomes às nossas crianças” ...É um gozador. Mas escreve coisas divertidas.

setembro 29, 2002

COPOS, UMA VEZ MAIS
Já falamos aqui sobre a importância da escolha adequada dos copos, na hora de uma degustação. Mas , nunca é demais relembrar este assunto e, neste sentido, vale a pena ler a matéria publicada na revista Domingo, do Jornal do Brasil, nesta data, assinada por Cristiano Dias. Sob o título Acerte o copo, esclarece como a fabricante de copos austríaca Riedel se tornou famosa, a partir das idéias revolucionárias de Georg Riedel, no final da década de 80. Ele partiu da premissa de que o conteúdo é que deveria determinar a forma do copo e conseguiu impor seus conceitos.
É verdade que a reportagem se detém nos copos de cristal fabricados pela Riedel, perto de 70 tipos, de altíssima qualidade, mas as sugestões apontadas servem, também, para copos menos nobres. A regra básica é usar copos grandes para os vinhos tintos e médios para os brancos, lembrando que, quanto mais nobre e encorpado for o vinho, maior deverá ser o copo. Em se tratando de vinhos leves, pouco estruturados, tintos ou brancos, o copo deve ter as bordas ligeiramente fechadas, para reter os aromas.
Interessante a observação sobre a localização dos aromas, em camadas superpostas, de acordo com a sua densidade: os mais leves (frutas e flores) nas bordas; fragrâncias de plantas verdes e minerais, no meio; e, no fundo, os aromas da madeira e do álcool.
Em resumo, o que fica bastante claro é que o tipo de copo está intimamente relacionado às características do vinho a degustar, cabendo a quem bebe fazer suas próprias experiências e tirar suas conclusões, mas procurando seguir essas regras básicas.

setembro 23, 2002

BREVE HISTÓRIA DO VINHO (7)
O vinho no mundo de hoje
Os últimos 90 anos assistiram a revolução industrial dos vinhos. O embasamento científico da fabricação de vinhos desenvolveu-se grandemente no século XX, permitindo que muitas coisas antes impossíveis fossem realizadas.
Um exemplo disto é a refrigeração. Antes de 1940, o vinho era fornecido às pessoas de acordo com sua localização geográfica. Com a disseminação da refrigeração, tornou-se fácil para as vinícolas controlar a temperatura de seus processos de fermentação. Isto permitiu fabricar vinhos de alta qualidade em climas quentes, algo antes não muito factível.
O avanço da ciência durante o último século contribuiu grandemente para o desenvolvimento da indústria do vinho.
A moderna fabricação pode alcançar controle físico total de cada estágio da produção. Por outro lado, esses mesmos avanços tecnológicos têm levado à tentação de produzir mais vinhos, em detrimento da qualidade. Os fabricantes enfrentam o desafio de produzir mais vinho para um mercado maior, sem perder o caráter local de seus produtos.
E aqui termina essa breve história do vinho. Ela serve paea nos mostrar como o vinho evoluiu, desde tempos tão remotos, passando por altos e baixos, servindo aos interesses de governantes, de poderosos e nobres, até chegar aos dias atuais, acessível a classes menos abastadas. Não podemos prever os caminhos que a Humanidade trilhará nos próximos séculos, mas arriscamo-nos a fazer uma previsão: o vinho continuará seguindo o seu papel de aglutinador social, aproximando as pessoas, fazendo com que, mesmo em fugazes momentos, se sintam mais satisfeitas. E gostaríamos, também, de, num exercício de futurologia, imaginar que essa bebida famosa venha a fazer parte cada vez mais da mesa de diferentes classes sociais, o que seria um indício de um menor distanciamento entre elas.
Então, bebamos! E brindemos a todos, pela paz e prosperidade no Mundo!

setembro 22, 2002

BREVE HISTÓRIA DO VINHO (6)
O vinho no século XIX
Napoleão disse: "Na vitória, você merece champanhe; na derrota, você precisa dele".
No começo do século XIX, os ingleses gastaram muito de seu tempo com as guerras napoleônicas, operando de Portugal. Por causa dessas guerras, os ingleses se viram incapazes de manter um suprimento regular de vinho francês e, por isto, se voltaram para Portugal. O vinho do Porto se tornou o preferido na Inglaterra nesta época.
O champanhe também ganhou preferência na Europa do século XIX. A francesa Nicole-Barbe Clicquot-Ponsardin dinamizou a indústria do champanhe e fez dele o vinho celebridade do mundo. Ela descobriu maneiras mais fáceis de remover o sedimento do champanhe e substituiu esre sedimento por açúcar, vinho e brandy. Ela também organizou a produção de champanhe de modo que ele pudesse ser feito em uma linha de montagem, tornando essa bebida realmente "moderna".
Neste século, os vinhos do Novo Mundo começaram a desafiar osd do Velho Mundo. Na América, Thomas Jefferson estava convencido de que a falta de vinhos finos em seu país estava levando os americanos a beber muito mais licores pesados. Esta idéia se propagou após sua morte e influenciou a maneira como os americanos viam o vinho no futuro. Ohio foi a primeira região americana a cultivar uvas com sucesso. Sua glória foi curta e em pouco tempo a Califórnia tomou o seu lugar. Em 1889, vinhos deste estado ganharam 20 das 34 medalhas em uma competição internacional em Paris.
Na Austrália, um imigrante chamado James Busby iniciou a indústria do vinho no Vale dos Caçadores. Embora seus vinhos fossem de boa qualidade, não havia mercado para eles, que só vieram a ter aceitação internacional muitos anos depois.
Embora o século XIX tenha sido considerado a Era de Ouro dos vinhos de Bordeaux e de Bourgogne, ficou marcado por uma tragédia para essas regiões. Por volta de 1863, muitos vinhos franceses começaram a sofrer de misteriosa doença, que se descobriu ser resultante da Phylloxera (em grego, folha seca). Tratava-se de uma praga originária da América, um gênero de insetos muito pequenos e danosos às plantas. Descobriu-se, porém, que na América essa praga não atacava as raízes das videiras; então, os produtores usaram raízes americanas para enxertar suas videiras, reduzindo em parte a destruição. Mesmo assim, por causa da Phylloxera, muitas das vinhas francesas tiveram que ser replantadas ao final do século XIX. (>>>continua)

setembro 21, 2002

BREVE HISTÓRIA DO VINHO (5)
Novos desafios para o vinho
O vinho não era mais necessário como parte da dieta diária. O século XVII assistiu a um breve declínio da indústria do vinho. A propaganda política e religiosa pouco fez para promover o consumo de vinho para o prazer. E o vinho também teve que enfrentar um rival: o fornecimento de água potável, límpida e facilmente disponível para o consumo.
O vinho ainda enfrentou outros rivais no século XVII: bebidas destiladas (incluindo Gin e Brandy), tabaco, cerveja, chocolate, café, chá, champanhe.
Ou o vinho competia com esses rivais ou estava fadado a desaparecer. No entanto, novos desenvolvimentos ajudaram a indústria do vinho a manter sua popularidade. A invenção de melhores métodos para a fabricação de vidro, a rolha e outros acessórios, assim como melhores métodos de produção, em muito ajudaram o vinho naquele século.
Foi um período em que o vinho sofreu muitas mudanças.
A Inglaterra não se beneficiou de muitos desses desenvolvimentos por causa de suas relações políticas com a França. Os ingleses ficaram sem uma maior fonte de suprimento de vinho, por causa desses estremecimentos políticos, e tiveram que se voltar para outros lados. E procuraram Portugal, Holanda e mesmo a África do Sul holandesa, para a importação de seus vinhos. Quando a Inglaterra tomou a África do Sul, nos começos de 1800, assumiu o controle de um suprimento regular de vinho. Lord Nelson, o comandante britânico durante as guerras napoleônicas, referiu-se a esta colônia como uma "imensa taberna".
Apesar das relações tumultuadas com os ingleses, a indústria do vinho francês decolou no século XVIII. Muitas pessoas consideram que esta foi a época em que o vinho de Bordeaux começou a florescer e ganhar popularidade. Os comerciantes que freqüentavam Bordeaux vinham de áreas tais como Holanda, Alemanha, Irlanda, e mesmo Escandinávia. Bordeaux estava apta para negociar vinho por café e outros produtos do Novo Mundo. Isto ajudou a reforçar o papel do vinho na nascente indústria do comércio mundial. (>>>continua)

setembro 20, 2002

BREVE HISTÓRIA DO VINHO (4)
A época de ouro de Shakespeare
Na era de Shakespeare (século XVI), o vinho era parte comum da dieta diária; a cerveja era a alternativa favorita ao vinho.
Nesta época, o vinho começou a se diversificar e as pessoas, a valorizar o conceito de variedade. Isso se revela nas palavras do francês Michel de Montaigne: “Precisamos de uma degustação menos exata e mais livre. Para ser um bom bebedor, não é necessário um paladar tão delicado”.
Outra observação registrada sobre o vinho é de Sir John Hannington: “Vinhos, mulheres, banhos, pela arte ou pela natureza quentes, usados ou abusados, são para os homens muito bons ou danosos”.
Com certeza, os cidadãos da era Shakespeare apreciavam o vinho e começaram a discutir suas virtudes com mais entusiasmo que nos séculos anteriores.
No final da vida de Shakespeare, falecido em 1616, Londres passou a contar, pela primeira vez, com um abundante suprimento de água potável e a indústria do vinho entrou em uma nova era. (>>>continua)

setembro 19, 2002

BREVE HISTÓRIA DO VINHO (3)
Tempos negros para os vinhos
O período que se seguiu à queda do Império Romano, por volta de 500 DC, ficou conhecido como a Idade Média e marcou o fim da história antiga. Iniciaram-se, então, tempos tenebrosos para a Europa, com as pessoas privadas de seus direitos, até mesmo de ler e escrever; esses tempos ficaram conhecidos como "Dark Ages" (Eras Negras) e os efeitos sobre a produção de vinhos se fizeram sentir.
Mas alguns esforços foram feitos no sentido de evitar o colapso da produção de vinho.
Em 1224, o Rei da Fiança organizou um evento para comparar os vinhos das regiões norte e sul de seu país. O poeta Henry d´Andeli escreveu um poema intitulado "A Batalha dos Vinhos", para celebrar este evento. Os mais suaves e mais leves vinhos do norte ganharam esta "batalha", mas cem anos mais tarde foi a vez dos vinhos mais fortes e mais cheios do sul, então na moda.
O Imperador Carlos Magno também prestou a sua ajuda. Ele se fez conhecido por ser muito exigente e haver criado regras para aumentar a higiene na produção, como não mais amassar as uvas com os pés nem armazena-las em peles de animais.
Durante as Eras Negras, a produção de vinho se manteve às custas dos monastérios cristãos. Na medida em que a Igreja ampliou seus monastérios, estes começaram a desenvolver os primeiros vinhedos na Europa.
No período medieval, o vinho era ainda considerado o forte da dieta diária; isto porque a maior parte da Europa não dispunha de água potável de qualidade confiável. As pessoas também começaram a dar preferência aos vinhos mais fortes, mais pesados, em vez dos seus precursores romanos, mais suaves.
A Inglaterra começou a importar vinho da Alemanha, depois de perder Bordeaux para a França, no século XIV. Portugal também mandou vinho para a Inglaterra e isto ajudou a manter amistosas as relações entre os dois países. (>>>continua)

setembro 18, 2002

BREVE HISTÓRIA DO VINHO (2)
O vinho na Antiga Grécia
Entre 1000 AC e 959 AC, os gregos cultivaram vinhas em suas ilhas e, mais longe ainda, na Espanha e na Itália.
Os vinhos da Antiga Grécia eram altamente louvados e imortalizados por seus poetas, historiadores e artistas; desempenhou papel importante na religião, tendo em Dionísio um ídolo venerado.
Os gregos comercializaram vinhos de suas diferentes ilhas, do Oriente Médio e do Egito. Cada ilha tinha seu sabor específico, as de Chio e Lesbos produziam os melhores de todos os vinhos gregos. O vinho de Chio era exportado para todas as partes do mundo então conhecidas, enquanto que Lesbos exportava um vinho à base de essências, muito raro e suave.
Como os egípcios, os gregos consideravam o vinho um privilégio das classes mais abastadas, e ele não era consumido pelo cidadão comum.
Hoje em dia, provavelmente, os vinhos da Antiga Grécia seriam considerados muito suaves para o nosso consumo.

Os romanos e seus vinhos
Os antigos romanos davam grande importância ao desenvolvimento e cultivo do vinho e tiveram papel importante na disseminação do vinho. Durante o apogeu do Império Romano, entre 50 AC e 500 DC, a produção de vinho se espalhou pela maior parte da Europa, incluindo França, Espanha, Itália e mesmo algumas partes da Bretanha. Neste período, o vinho também se tornou acessível às massas. Cidades como Pompéia chegaram a construir bares em quase todas as ruas para promover o vinho. As classes mais pobres, porém, bebiam vinagre misturado com água, a que davam o nome de Posca.
O culto de Baco gerou muitos seguidores. Se os gregos idolatravam Dionísio, os romanos cultuavam Baco, celebrado em muitos festivais.
O vinho romano, dizia-se, estava mais para suave que para seco. Acreditava-se que a aromatização era importante em um bom vinho, por isso adicionavam produtos como molho de peixe fermentado. Alguns vinhos eram às vezes misturados com absinto, pétalas de rosas, hortelã e pimenta. Vinhos tintos ou brancos puros eram quase impensáveis na antiga Roma e poderíamos hoje considerar muitos dos seus favoritos como altamente indesejáveis. (>>>continua)

setembro 17, 2002

BREVE HISTÓRIA DO VINHO (1)
Quão antigo é o vinho? De onde proveio? Como se deu sua evolução ao longo dos séculos? São perguntas que podem vir à cabeça, entre uma taça e outra. Então, um pouco de história ajudará a consolidar nossa paixão.

Os primórdios
A história do vinho acompanha a própria história do mundo, evoluindo segundo as transformações por este vividas.
Existem evidências de que os primeiros vinhos foram produzidos por volta de 6000 AC, na Caucásia e na Mesopotâmia; o vinho se manteve privilégio de minorias.
Os egípcios e os fenícios iniciaram a produção de vinho cerca de 3000 AC. Os egípcios reportaram o cultivo da uva por gravações em placas de pedra e nas paredes de seus túmulos. Bebiam o vinho em cálices ou de uma jarra, por meio de um canudo, gostavam muito dele, e o que não podiam produzir era importado da Mesopotâmia e da Pérsia.
Pouco se sabe sobre o sabor dos vinhos do Antigo Egito, mas era apreciado pelas elites, enquanto a grande maioria das pessoas preferia a cerveja.
Parece, também, que os faraós eram amantes de vinhos, pois alguns eram enterrados junto com os seus, na esperança de que a jornada para uma outra vida fosse mais tolerável. Da mesma forma, reis eram enterrados com seus vinhos, para que eles os oferecessem aos amigos na vida pós-morte.
O vinho foi uma bebida socialmente muito importante no Antigo Egito, e muita atenção era dada à sua produção e ao seu consumo. (>>>continua)

setembro 14, 2002

DON LUÍS
Os vinhos chilenos já se tornaram bastante conhecidos no Brasil e são encontrados com facilidade nas prateleiras dos supermercados. Aliam, a seu preço relativamente módico, características próprias das uvas cultivadas em seu país, que lhes conferem aromas e sabores bastante pronunciados e agradáveis.
Não poderia ser diferente, portanto, a experiência de degustar um Don Luís, vinho de mesa fino tinto seco, Cabernet Sauvignon, safra de 1998, produzido e engarrafado pela tradicional Viña Cousiño-Macul, no Valle de Maipo e com 12% de graduação alcoólica. A simples observação visual já permitia concluir ser um vinho encorpado, o que se comprovou ao bebê-lo. Seu aroma de carvalho é suave. Ao prová-lo, sentimos aquela agradável sensação de plenitude e, como se costuna dizer, "desceu redondo". Os taninos já se encontram razoavelmente equilibrados, não se fazem tão fortes. Em resumo, uma degustação gostosa, que merece ser tentada.

setembro 13, 2002

DOM CÂNDIDO
Degustamos um Dom Cândido Reserva Cabernet Sauvignon 99. Sua origem está ligada à própria história da família Valduga , originária de Rovereto, no Tirol italiano, que chegou ao Brasil em 1875, estabelecendo-se em Bento Gonçalves e, desde logo, dedicando-se à vitivinicultura. Anos mais tarde, um dos netos, Candido Valduga, aprimorou seus próprios vinhedos e partiu para a produção de vinhos finos, em pequena escala, mas de boa qualidade.
Com 12% de graduação alcoólica, é produzido e engarrafado pela Adega de Vinhos Finos Dom Cândido Ltda., em Garibaldi. Numa análise visual, apresenta uma cor rubi, brilhante e com reflexos violáceos, e uma boa aderência. Seu aroma de madeira é bastante agradável, denotando o amadurecimento e o envelhecimento em barris de carvalho europeu. Um vinho encorpado, com gosto pronunciado, em que se sente bem o efeito da madeira.
Detentor de vários prêmios no Brasil e no exterior, como a Medalha de Prata no “China Wine and Spirits 2002”.
Sentimos os taninos ainda elevados, mas devem reduzir-se com mais alguns anos de envelhecimento em garrafa. No geral, é um vinho bastante agradável, que pode ser degustado com satisfação.

setembro 09, 2002

VINHO E FEIJOADA? HUMMM...
Parece coisa fora de qualquer propósito, mas a verdade é que não se deve achar impossível um vinho acompanhando uma tradicional feijoada brasileira, no lugar do habitual chopp ou da caipirinha (que, por sinal, caem muito bem). Pelo menos, isso é o que afirmam alguns entendidos.
Onde está o segredo? Numa boa harmonização, dizem eles. Experimente um vinho frisante. Porque? Ele neutraliza o sabor forte do prato; e se torna ainda mais indicado quando se inclui a laranjinha, com sua acidez característica.
E se, em vez de feijoada, for um churrasco? Sem problemas, voltam eles a dizer. Escolha um vinho tinto com bastante corpo e com os taninos bem acentuados, a exemplo de um cabernet jovem; ele ajuda a neutralizar o gosto da gordura.
Não estamos aqui fazendo a apologia dessas indicações, mas as julgamos curiosas e algum gourmet poderá tentar experimentar. Se alguém tentou e aprovou, mande suas impressões.

setembro 08, 2002

PORCA DE MURÇA, ORA, POIS, POIS...
Os vinhos portugueses são assim mesmo, têm cada nome estranho... Nem sempre é fácil entender o significado deles, como também das variedades de uvas cultivadas. E este, então, nos intrigou tanto que decidimos pesquisar sua origem, antes mesmo de degusta-lo. Aí vai um pouco do que descobrimos.
Murça é uma povoação situada a centro-leste do Distrito de Vila Real e da Região de Trás-os-Montes e Alto Douro, cuja sede é a Vila de Murça. Segundo a lenda, no século VIII, o povoado de Murça era assolado por um grande número de javalis e ursos. O terror da região era uma enorme e feroz porca, ou ursa. Diante de tal ameaça, foram organizadas caçadas a cavalo, tendo o Senhor de Murça, um ilustre cavaleiro da região, abatido o tão indesejado animal. Para imortalizar essa façanha, foi construído, em pleno centro da vila, um monumento monolítico, a famosa "Porca de Murça". Esse mumento passou a ser presença obrigatória na publicidade da região, nomeadamente no vinho, no azeite e em outros produtos típicos.
E o Porca de Murça é uma tradicional marca de vinhos, produzidos pela Real Companhia Velha, em Vila Nova de Gaia, no Alto Douro. Essa é uma das mais conhecidas vinícolas de Portugal, prestes a completar 246 anos de fundação, que por mais de um século se dedicou à produção exclusiva de vinho do Porto.
Os vinhos Porca de Murça são detentores de vários prêmios: o tinto Reserva 97 recebeu medalha de ouro no Challenge International du Vin 99; o branco Reserva 98 foi classificado como "Melhor Vinho do Douro 99" e "Melhor Vinho Nacional 99". São feitos a respeitar.
O vinho que degustamos não era um Reserva, mas um tinto de mesa seco fino, D.O.C., safra 2000, com 11,5% de graduação alcoólica e produzido com uvas das castas Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca. Da análise visual anotamos sua cor rubi intensa, brilhante e com reflexos violáceos. Ao degustar, não se mostrou muito encorpado, mas sentimos seus agradáveis aromas frutados. Poderíamos afirmar, então, tratar-se de um honesto vinho de mesa, daqueles que podem ser bebidos com boa aceitação. E que agora sabemos possuir um passado curioso.

setembro 07, 2002

DEGUSTAR É ESCREVER POESIA
O objetivo deste blog é disseminar informações sobre degustação. De forma variada, sem uma linha pré-estabelecida de edição. E essas informações existem em abundância na Internet, a tal ponto que seria preciso dispor de muito tempo e paciência para vasculhar todo esse manancial.
Vez por outra nos deparamos com artigos escritos de forma bem objetiva, que abordam o essencial de maneira singela, mas que tocam nossa compreensão. E assim foi quando lemos o que escreveu Marcelo Copello na Gazeta Mercantil de 18/01/02, sob o título acima; dele extraímos alguns trechos, que abaixo reproduzimos:
>>>"Beber é simples: basta transferir o líquido da taça para a boca e dali direto ao estômago. Na degustação, este caminho passa pelo cérebro e pelo coração. Exige concentração, técnica, experiência, imaginação, memória e, sobretudo, paixão."
>>>"Degustar é sentir o vinho e interpretá-lo. Para isso é preciso educar as emoções, aprendendo a traduzi-las e descrevê-las...E o que é colocar emoções em palavras? Poesia. Degustar é escrever poesia."
>>>"Degustar é apresentar visão, olfato, tato e paladar, mais ou menos nesta ordem...A verdadeira técnica de degustação consiste em proceder toda esta análise de maneira natural e contínua, de modo a não comprometer o principal, o prazer."
Os interessados encontrarão aqui a íntegra do artigo.
São afirmações claras sobre qual deve ser a nossa conduta diante de uma taça com vinho. E mesmo aqueles que não tenham a pretensão de se tornarem experts no assunto sempre poderão pensar um pouquinho na sua validade.
PRIMEIRO ANIVERSÁRIO!!!
Chegamos, afinal, ao nosso primeiro ano! Muita coisa se passou desde aquele começo, quando resolvemos colocar em prática uma idéia que já nos rondava a cabeça mesmo antes de surgirem os blogs. No início, ficamos com certo receio de que não lográssemos uma boa aceitação e viéssemos a receber algumas mensagens de desagrado ou questionamento ("Quem é esse cara metido a falar sobre vinhos?"), pois nosso endereço de e-mail esteve sempre disponível. Felizmente, nada disso aconteceu e, hoje, temos a satisfação de, comparando as estatísticas do blog, constatar que vem aumentando o número de "page views". Isso é muito bom e animador, tem sido um incentivo para que continuemos a escrever. Não poderíamos deixar de comentar que muito nos agradaria receber as críticas e sugestões dos visitantes, porque nos propomos a fazer algo mais aberto, mais abrangente. Você, que nos lê neste momento, faça seus comentários, usando o link correspondente ao pé desta mensagem; ou, se preferir, envie-nos um e-mail. Será um prazer analisar tudo que recebermos.

setembro 01, 2002

VIVA VINHO
Entre os dias 3 e 5 deste mês realizar-se-á no Hotel Intercontinental, no Rio de Janeiro, mais uma edição do VIVAVINHO, evento que busca apresentar novidades em termos de produtos e realiza palestras sobre temas de relevância. A se repetir o esquema de 2001, também realizado no mesmo local, deverá haver sessões orientadas para degustação, com harmonização entre vinhos e pratos, numa seqüência pré-determinada.
Embora não saibamos qual será o conteúdo da programação, nem quais serão os expositores presentes, este é um evento interessante, que poderá acrescentar informações e conhecimentos aos que dele participarem.

agosto 29, 2002

MONTEPULCIANO D´ABRUZZO
Este é um vinho de mesa tinto fino, seco, D.O.C., safra 2001, graduação alcoólica de 12% vol. Produzido pela Cantine Soldo, de Chiari, na Província de Brescia, Itália, com uvas Montepulciano. Apresenta uma coloração rubi escura, aroma agradável de madeira, não muito encorpado e com taninos acentuados. Bebemos e gostamos. É preciso levar em conta que se trata de um vinho de mesa, mas que carrega consigo uma denominação de origem responsável por uma variedade de vinhos de boa aceitação não apenas em seu país de origem mas fora dele, também. Nestes tempos em que o vinho nacional vem, também, subindo de preço, é sempre interessante contar com alternativas como essa.

agosto 28, 2002

QUEIJOS: REBLOCHON
O reblochon é um queijo não muito difundido no Brasil, que não tem a fama de um camembert ou um brie, mas que em sua terra natal se presta bem ao preparo de deliciosos pratos da culinária regional. Surgiu no século XVI na região de Savoie, a leste da França, próxima da Suíça. Sua história é curiosa: Fazendeiros de algumas regiões pagavam aluguel aos proprietários das terras na proporção do leite que tiravam. Os proprietários passavam o verão nas fazendas e controlavam a quantidade de leite recolhida. Passado o verão, eles iam embora e, então, os fazendeiros usavam de um artifício para reduzir suas contribuições: simplesmente deixavam de ordenhar as vacas por completo e, assim, ao final da tarde, voltavam para recolher o leite restante, operação esta que era chamada “reblocher”.
Recoberto por uma fina camada cremosa de cor branca e ligeiramente frutada, recomendado com vinhos como o Gamay e os de Savoie.
Um dos pratos típicos da cozinha de Savoie é a Tartiflette au Reblochon, uma torta preparada com batatas, cebolas, queijo reblochon e vinho branco, gratinada e servida quente, de sabor pronunciado e que é muito bem acompanhada por um vinho tinto seco e encorpado. Tivemos a oportunidade de experimenta-la em Annecy, cidade ao norte de Savoie e muito próxima de Genebra, na Suíça, conhecida como a “Veneza francesa”, pois é toda recortada por canais, alguns largos e navegáveis. Uma bela paisagem, com os Alpes ao fundo, que certamente contribui para aumentar o prazer, propiciando ainda uma agradável sensação de tranqüilidade.

agosto 27, 2002

QUEIJOS: BRIE
Outro queijo francês que merece ter sua história relembrada.
Raramente um queijo terá sido tão saudado e celebrado pelos poderosos. Com efeito, sua prestigiosa epopéia segue muito de perto a História da França. A cidade de Meaux lhe deu o nome porque em seu centro se situava o principal mercado de queijos da região.
A proximidade com a capital e, portanto, com a Corte Real – Paris estava a 40 km – colaborou muito para a reputação deste queijo. A Revolução fez dele o queijo do povo: um revolucionário gastrônomo declarava “O queijo de Brie, amado pelo rico e pelo pobre, pregava a igualdade antes mesmo que a gente a suspeitasse possível”. Queijo dos Reis, ele se tornou o rei dos queijos...
Suas longínquas origens, entretanto, permanecem desconhecidas. Supõe-se que ele já era largamente apreciado na Idade Média. Carlos Magno descobriu o Brie de Meaux por volta de 774 (“acabei de descobrir uma iguaria das mais deliciosas”).
O Brie de Meaux estava na mesa dos grandes: Blanche de Navarre, Condessa de Champagne, o enviou ao rei Philippe Auguste; Charles d´Orléans o oferecia às damas da corte à guisa de brindes; a Rainha Margot e Henri IV se deleitavam com ele. A lenda diz que os pendores gastronômicos de Louis XVI acabaram lhe custando a vida: a tormenta revolucionária o obrigou a fugir. No caminho, durante a parada em Varennes, perto de Meaux, ele resolveu degustar o famoso Brie: foi reconhecido, preso e guilhotinado algum tempo depois...
Em 1815, trinta Embaixadores de países europeus se reuniram em Viena, para determinar as fronteiras da Europa após as guerras deflagradas por Napoleão, derrotado em Waterloo. Nos momentos de lazer, acabaram organizando um concurso para degustação de queijos. Competindo com concorrentes famosos, como Gouda, Stilton e Parmesan, o Brie saiu vencedor e foi declarado “!Príncipe dos queijos e o número um das sobremesas”.
De contextura untuosa, cor amarelo pálido, casca esbranquiçada e leve gosto de avelãs. Harmoniza com vinhos tintos como Cotes-du-Rhône, Saint0Emilion e Pinot Noir.
QUEIJOS: ROQUEFORT
Um outro bem conhecido queijo francês, bom acompanhante numa degustação de vinhos, é o roquefort. Vamos a um breve relato de sua história. Conta a lenda que um pequeno pastor teria esquecido um pedaço de queijo de leite de ovelhas e algumas fatias de pão de centeio em seu aprisco. Quando voltou, três meses mais tarde, percebeu que o queijo estava coberto de veias esverdeadas, que davam ao mesmo uma aparência de mármore. Em seguida, ele renovou a experiência, colaborando, assim, de alguma forma, para a criação do Penicillium roqueforti.
O processo de fabricação do roquefort, que segue métodos imutáveis, dura sete meses, passando por diversas etapas, em muitas das quais segredos permanecem bem guardados e são transmitidos de geração a geração. Particularmente, a fase de impregnação dos esporos de Penicillium é executada com técnicas que beiram a alquimia.
A natureza cumpre um papem importantíssimo, ímpar, na produção do queijo. No seio de um imenso maciço rochoso, sob o planalto de Combalou, existem cavernas naturais, originárias do período jurássico, utilizadas em nossos dias para o envelhecimento e a maturação do roquefort. Essas cavernas possuem fendas que agem como chaminés e transportam o ar carregado de Penicillium; este, durante o processo de colocação no ponto, confere um caráter único ao roquefort, um sabor incomparável, num verdadeiro milagre da natureza. (Nessas aberturas a temperatura se situa entre 9 e 12 graus Celsius, enquanto a umidade é muito elevada, próxima da saturação. Por conta disto, as cavernas respiram permanentemente).
Vale ainda dizer que a história do roquefort é bastante antiga, pois desde o século VIII existem citações sobre ele. O rei Carlos Magno (742/814), por exemplo, o havia elegido seu queijo favorito.
É um queijo forte, que acompanha melhor vinhos tintos como Merlot e Cabernet e brancos do tipo Pinot. Precisa ser conservado entre 4 e 6 graus Celsius.

agosto 25, 2002

QUEIJOS: CAMEMBERT
Queijos são excelente complemento em uma degustação e, quando bem harmonizados, podem torna-la muito prazerosa. Dentre os muitos e saborosos tipos existentes, gostaríamos de falar um pouquinho sobre o Camembert, um queijo de aroma e gosto bastante pronunciados, mundialmente famoso.
Sua história se inicia ao final do século XVIII, na localidade francesa de Beaunoncel, na Normandia, onde uma senhora de nome Marie Harel decidiu pela criação de um novo tipo de queijo, ao qual deu o nome de sua terra natal, Camembert. Ela teria recebido de um padre católico o “segredo” de sua fabricação. E tudo isto aconteceu por conta da Revolução Francesa, em 1789. Sim, porque, naquela ocasião, todos os padres católicos franceses eram obrigados a jurar fidelidade à nova República; aqueles que não o faziam eram executados ou exilados. Alguns deles preferiram se deslocar para o campo, em busca de dias melhores. E foi em outubro de 1790 que o Abade Charles-Jean Bonvoust pediu asilo à sra. Harel e, em reconhecimento, ensinou-lhe tal “segredo”
Em meados do século XiX, com a chegada da estrada de ferro, os queijos de Camembert alcançaram os mercados de Paris e de toda a França. Em 1890, a hoje bem conhecida embalagem redonda foi inventada e os queijos Camembert partiram para conquistar todo o mundo.
A fabricação de um queijo Camembert toma tempo: cerca de três semanas. O Camembert tradicional é fabricado com leite fresco de vacas da Normandia, que contém bastantes matérias graxas e é rico em proteinas e vitaminas.
O boom do Camembert veio mesmo a acontecer nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, de 1914 a 1918, quando foi incluído na ração dos combatentes e se transformou em mito nacional. Já no início do século XX, o americano Joseph Knirim descobriu as propriedades benéficas do Camembert para os males do estômago e o fez atravessar o Atlântico.
O Camembert pode ser consumido durante todo o ano, sem que suas características sofram alterações; no entanto, ele se torna bem melhor na primavera européia, quando se fabrica o melhor leite.Conserva-se muito bem em temperaturas de 5 a 10 graus Celsius, mas deve ser consumido entre 18 e 20 graus.
Devido a seu gosto acentuado, deve ser servido com vinhos tintos com um pouco de taninos e bastante jovens.

agosto 15, 2002

TOJAL, UM TINTO PORTUGUÊS
Uma idéia interessante, quando se vai aos supermercados, é dar uma passada pelo balcão de vinhos, pesquisando preços e eventuais promoções. Foi assim que um dia desses descobrimos o tinto português Tojal, a um preço razoável, e decidimos experimenta-lo.
Trata-se de um vinho de mesa, seco, safra de 19899, com 12% de graduação alcoólica, de castas não indicadas, produzido na região do Douro (DOC).
Vale aqui recordar que a região do Douro se situa a nordeste de Portugal, e se estende pelo vale do rio de mesmo nome e seus afluentes; historicamente, sua importância reside no fato de haver sido a primeira Região Demarcada dos vinhos modernos, criada em 1755 por um decreto do Marquês de Pombal.
A região do Douro é famosa pelos ótimos vinhos que produz, com destaque para as castas Aragonez e Malvasia Periquita, mais a tradicional Touriga Nacional. Também se sobressai pela produção do vinho do Porto, por muitos enólogos considerado o vinho mais rico do mundo.
Mas, voltando ao vinho, engarrafado em Mealhada pela Sociedade Agrícola e Comercial dos Vinhos Messias, notamos seu aroma ligeiramente frutado e também com um pouco da madeira. De pouco corpo, ao degusta-lo não nos sentimos propriamente enlevados, mas o bebemos como um vinho de mesa razoável.

agosto 07, 2002

LOVARA MERLOT
A Lovara é marca registrada de Bentec Ltda. – Divisão Vinícola, estabelecida em Bento Gonçalves, RS, no Vale dos Vinhedos. Essa indústria remonta aos primórdios da imigração italiana, iniciada em 1875, e teve como precursores membros das famílias Bernadetti, Tecchio e Farma, originários de Lovara e de Montevecchio Magiore.
A Bentec produz as variedades Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay e Riesling, todos vinhos varietais,nobres e superiores; produz, ainda, os espumantes Brut (Champagne), Asti e Vecchia Giappa.
Seus vinhos são detentores de inúmeros prêmios, com medalhas de ouro e prata, em eventos nacionais e internacionais, notadamente o Cabernet Sauvignon.
Degustamos, pela primeira vez, o tinto seco Merlot, safra 2000 e graduação alcoólica de 12% vol. Notamos, desde logo, sua coloração intensa, rubi, e seu bouquet frutado, com a presença agradável da madeira, sentida também ao paladar. Não é muito encorpado, mas apreciamos bastante. Certamente, com um pouco mais de envelhecimento, atenuará os taninos e ficará mais aplainado. E seu preço de mercado é inferior a R!$15,00, o que o torna interessante.

agosto 01, 2002

UM TINTO ITALIANO, PARA VARIAR
Há cerca de três meses, experimentamos um tinto italiano denominado Salice Salentino e aqui demos nossas impressões. Agora, degustamos um outro, do mesmo fabricante (Vinícola Rocca), de nome Salento (Indicazione Geografica Tipica), safra 2001 e graduação alcoólica de 12% vol. Como da vez anterior, sabíamos haver comprado um vinho de mesa, simples, sem grandes pretensões, mas o que nos animou, mesmo, foi seu preço, abaixo da casa dos R$10,00. Nesta época de dólar nas alturas, é preciso tomar cuidado para evitar desembolsos expressivos. Como o objetivo era saborear um vinho junto às refeições, acreditamos que não foi uma escolha errada.
Pouco encorpado, muito jovem, mas com um leve aroma de madeira, o que não deixou de ser agradável. É uma dica razoável.

julho 29, 2002

A ROLHA, ESSA DESPREZADA
Na hora da degustação, abre-se a garrafa e todas as atenções se concentram no vinho, ficando a rolha de lado, quase sempre jogada fora. É que, neste momento, ela acabou de desempenhar o papel que lhe foi destinado: proteger o vinho, impedindo que ele se oxide enquanto armazenado, assim preservando suas qualidades.
A matéria-prima mundialmente consagrada pára a fabricação da rolha é a cortiça, um tecido vegetal, compressivo e elástico, proveniente da casca do sobreiro (Quercus súber), uma árvore encontrada, principalmente, em Portugal e na Espanha. Sua industrialização se iniciou em Anguillane, na região da Catalunha, Espanha, por volta de 1750; passou, alguns anos mais tarde, para Portugal, iniciando-se em Santiago do Escoural, perto de Montemor-o-Novo. No entanto, somente no século XX, a partir dos anos 30, Portugal veio a tornar-se o maior produtor mundial de rolhas de cortiça e, junto com a Espanha, supre 2/3 do mercado mundial.
Uma curiosidade sobre a produção da cortiça: antes que a casca do sobreiro possa ser retirada, a árvore precisa crescer por 20 anos e essa retirada só pode ser feita uma vez a cada 10 anos, sempre no início do verão, operação chamada de tiradia.
Em seu processo de fabricação, a cortiça passa pela fase de cozimento, feita em caldeiras especiais, onde são retiradas impurezas e o material se torna mais maleável. A seguir, passa pela lavagem, onde se faz a remoção de poeira, a limpeza dos poros, a desinfecção com fungicidas, a coloração e, finalmente, o ajuste do grau de umidade. Importa ressaltar que a preocupação dos produtores com a qualidade é tão grande que a rolha é tratada como se fosse um produto alimentar.
As rolhas são escolhidas e separadas em classes, da 1ª à 5ª, em ordem decrescente de qualidade, para serem usadas de acordo com a importância dos vinhos; seu comprimento varia em função do tempo previsto para o armazenamento do vinho: quanto maior esse tempo, mais longas. Uma vez colocada, uma boa rolha dura, no mínimo, dois anos, podendo alcançar até 50 anos.
Não é pouco para quem nos garante o prazer de degustar um bom vinho!

julho 28, 2002

O VINHO E SUAS ORIGENS - LENDAS
"Uma lenda grega atribui a descoberta da videira a um pastor, Estáfilo, que, ao procurar uma cabra perdida, a foi encontrar comendo parras. Colhendo os frutos dessa planta, até então desconhecida, levou-os ao seu patrão, Oinos, que deles extraiu um sumo cujo sabor melhorou com o tempo. Por isso, em grego, a videira designa-se por staphyle, e o vinho, por oinos.
A mitologia romana atribui a Saturno a introdução das primeiras videiras; na Península Ibérica, ela era imputada a Hercules.
Na Pérsia, a origem do vinho era também lendária: conta-se que um dia, quando o rei Djemchid se encontava refastelado à sombra da sua tenda, observando o treino dos seus arqueiros, seu olhar atraído foi atraído por uma cena que se desenrolava próximo: uma grande ave contorcia-se, envolvida por uma enorme serpente, que lentamente a sufocava. O rei deu imediatamente ordem a um arqueiro para que atirasse. Um tiro certeiro fez penetrar a flecha na cabeça da serpente, sem que a ave fosse atingida. Esta, liberta, voou até aos pés do soberano, e aí deixou cair umas sementes, que este mandou semear. Delas nasceu uma viçosa planta, que deu frutos em abundância. O rei bebia freqüentemente o sumo desses frutos. Um dia, porém, achou-o amargo e mandou pô-lo de parte; alguns meses mais tarde, uma bela escrava, favorita do rei, encontrando-se possuída de fortes dores de cabeça, desejou morrer. Tendo descoberto o sumo posto de parte, e supondo-o venenoso, bebeu dele. Dormiu ( o que não conseguia havia muitas noites ) e acordou curada e feliz. A nova chegou aos ouvidos do rei, que promoveu o vinho à categoria de bebida do seu povo, batizando-o Darou-é-Shah ( « o remédio do rei » ). Quando Cambises, descendente de Djemchid, fundou Persépolis, os viticultores plantaram vinhas em redor da cidade, as quais deram origem ao célebre vinho de Shiraz. A vinha era objeto de enormes cuidados, e o mosto fermentava em grandes recipientes de 160 litros, os guarabares. Foi este vinho que ajudou a dar coragem aos soldados de Cambises na conquista do fabuloso Egito!"
(Reproduzido do site Vinhos - Gastronomia Portuguesa - Roteiro Gastronômico de Portugal).
ESCOLHENDO O COPO CERTO
Na hora da degustação, não basta preocupar-se com a escolha do vinho; importa, também, buscar o copo adequado. De fato, a escolha do copo é de fundamental importância para a boa apreciação de um vinho e deve levar em conta critérios como a funcionalidade e a estética; um copo mal utilizado pode tirar todo o prazer em degustar um bom vinho.
Mas, então, por onde começar? Bem, como regra geral, o copo deve ser de bom tamanho (prefira os maiores), liso, incolor, de espessura fina e com uma haste de boa altura (para evitar que o contato da mão aqueça o vinho). Para vinhos tintos, aconselha-se um copo com corpo mais bojudo e borda levemente fechada, o que facilita a apreciação dos aromas.
Alguns vinhos, como Bordeaux, Borgonha e Porto, requerem copos especialmente desenhados, mas isto é uma questão cultural, própria das regiões onde os vinhos são produzidos e a escolha do copo vai de acordo com os hábitos dos apreciadores desses tipos.
No entanto, se alguém quiser ser mais prático, sem se preocupar com esse ou aquele tipo de copo, saiba que existe uma saída: usar um fabricado segundo o padrão ISSO (International Standard Organization), muito usado pelos degustadores profissionais. Mesmo não sendo o mais apropriado para todos os tipos de vinho, tem aceitação mundial, pois suas dimensões e formato ajudam a definir qualidades e defeitos do vinho.
Existe no mercado uma variedade enorme de copos, tanto importados e de preços elevados quanto nacionais, mais baratos e também de boa qualidade.
E, por fim, definido o copo que iremos usar, não é demais uma recomendação quanto ao seu uso: nunca encher o copo acima da metade, de modo a que o vinho tenha espaço para “respirar”; se o vinho for encorpado, então, encher o copo só até a terça parte, porque esse tipo de vinho precisa de mais oxigenação.

julho 27, 2002

OS VINHOS DO NORDESTE
Quem pensa que vinho, no Brasil, vem todo do Rio Grande do Sul precisa começar a mudar de opinião. Sim, porque não se pode desconhecer a importância do Vale do São Francisco, em pleno sertão pernambucano. Lá existe um pólo vitivinícola que, hoje, responde por 95% da uva de mesa cultivada no país e pela produção anual de 5 milhões de litros de vinho. O governo do Estado, apostando nas condições favoráveis da região, assinou um protocolo de intenções com oito empresas, das quais quatro gaúchas (entre elas, a Miolo), quatro do próprio Estado e uma da Itália; além dessas, outras três empresas gaúchas estão em negociação (incluindo Casa Valduga), mais duas estrangeiras – Dom Teodósio (Portugal) e Ducos (França).
Com este projeto, a produção de vinhos do Vale deverá saltar para mais de 50 milhões de litros anuais, num prazo de até dois anos, fazendo da região o segundo maior pólo vitivinícola do país.
Quais os fatores para tanto interesse? Bem, o Vale possui um clima semi-árido, com solo fértil e água em abundância, mas as temperaturas são altas durante todo o ano e o regime de chuvas é irregular. No entanto, essas altas temperaturas, se por um lado contra-indicam a produção de vinhos clássicos, por outro dão à região uma característica única em todo o mundo: a possibilidade de se ter até duas safras e meia por ano. Com isto, a produção é direcionada para vinhos jovens, que não passam por períodos longos de envelhecimento.
Vinhos de Pernambuco são exportados para Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, Dinamarca e Japão, mas o maior consumo fica mesmo com as regiões Sul e Sudeste do país. E já receberam prêmios em concursos internacionais.

julho 21, 2002

MIOLO TERRA NOVA
O inverno aí está, embora um pouco fraco cá pelas nossas bandas. Mas já convida a uma degustaçãozinha. E foi o que fizemos. Desta vez, um Miolo Terra Nova, tinto seco, Shiraz, safra 2001. Só que não originário dos vinhedos das Serras Gaúchas, mas do Vale do São Francisco: Produzido e engarrafado pela Vinícola Ouro Verde Ltda., em Santana do Sobrado - Casa Nova - Bahia.
De aspecto muito límpido, sem qualquer traço de turbidez, ao simples olhar evidenciava ser um vinho de corpo médio e, claro, bastante jovem. Seu aroma é intenso, mas não daqueles que nos deixam enebriados. Quanto ao gosto, comprova-se o corpo médio e a forte presença dos taninos é característica de sua pouca idade. Mas, diríamos que pode ser bebido com razoável aceitação face ao seu preço de mercado. Afinal, leva o nome da Miolo, uma das vinícolas mais respeitadas do sul do país.

junho 18, 2002

CONTATOS IMEDIATOS
Você sabia... Que é possível fazer uma primeira idéia sobre um vinho, antes mesmo de degustá-lo? E obter informações interessantes? Pois bem, isto se consegue em uma análise visual, onde duas características são observadas: a limpidez e a cor.
Com efeito, um vinho bem produzido e corretamente armazenado apresentará sempre um aspecto límpido, com ausência de turbidez; guardá-lo em ambiente sujeitp a altas temperaturas resultará no efeito inverso.
A cor desempenha um papel importante nessa avaliação e duas características devem ser notadas: a intensidade e a tonalidade. A intensidade, traduzida pela maior ou menor transparência do vinho, nos transmite a sensação de corpo. A tonalidade se relaciona à idade do vinho: quando envelhecidos, os tintos apresentam, além da coloração vermelha rubi que possuíam quando jovens, tons alaranjados; os bancos apresentam também tons amarelos e marrons claros.
Agora, experimente fazer o teste em sua próxima degustação!

maio 16, 2002

MAIS PREMIAÇÕES INTERNACIONAIS
Vinhos brasileiros continuam a receber prêmios em concursos internacionais, evidenciando sua crescente qualidade. No primeiro trimestre de 2002, ocorreram dois eventos europeus: Vinalies Internationales e Bachus. O primeiro, realizado em Paris, entre os dias 10 e 14 de fevereiro, em sua oitava edição, contou com a participação de 31 países; o segundo, em Madri, de 2 a 4 de março, em sua quinta edição, teve a representação de 22 países. Os seguintes vinhos foram premiados no primeiro concurso: com medalha de ouro- Chalet Chermonmt Reserva Especial 99, Marson Reserva Cabernet Sauvignon 2000 e Sinuelo Mistela Moscatto Giallo 2000; com medalha de prata - Salton Classic Cabernet Sauvignon 2000, Aurora Varietal Merlot 99, Sinuelo Brut 2001 e Casa Valfuga Brut 2001. No segundo evento: Lovara Grande Reserva Cabernet Sauvignon 99 (prata), Gran Reserva Boscatto Cabernet Sauvignon 2000 e Salton Brut Reserva Ouro, ambos com medalhas de bronze.
Premiações como essas servem de importante estímulo para os produtores brasileiros, que buscarão, cada vez mais, o reconhecimento nos mercados internacionais. E, na ponta do processo, o consumidor será o grande beneficiado.

maio 14, 2002

UM TINTO ITALIANO
Domingo, Dia das Mães, apesar do tempo ainda quente, não resistimos à vontade de degustar um tinto seco italiano, que encontramos em um mercado, a preço razoável.
Era um Salice Salentino (Denominazione d´Origine Controllata), safra 2000, graduação de 12,5% vol., produzido com uvas Negroamaro e Malvasia Nera, e engarrafado na Agrale Brianza por Angelo Rocca & Figli. De coloração rubi escura, aroma frutado pronunciado, mostrou-se agradável ao beber, acompanhando bem as carnes que foram servidas ao almoço. Uma experiência agradável!
GRANDE SAFRA NA SERRA GAÚCHA - II
Não bastassem os bons resultados obtidos há três anos, eis que 2002 reservou mais uma excelente surpresa para os produtores de vinhos da Serra Gaúcha: uma safra excepcional, onde o clima se apresentou como há muitos e muitos anos não era visto por lá. Em vez de muitas chuvas e umidade excessiva, características do período, o tempo se mostrou perfeito, com dias ensolarados e noites mais frias que a média, propiciando uma colheita de padrão excelente. Certamente, as vinícolas nos irão bridar com vinhos de qualidade superior, mas não devemos nos impacientar: somente dentro de mais alguns meses serão distribuídos esses vinhos, começando pelos brancos, porque os tintos só sairão em 2003. A gente espera!

maio 12, 2002

GRANDE SAFRA NA SERRA GAÚCHA - I
O Estado do Rio Grande do Sul é o maior produtor de vinhos, em proporção superior 90%. É natural, portanto, que as atenções se voltem para a Serra Gaúcha, aonde o ano de 1999 vem sendo considerado, até o momento, como o da melhor safra dos últimos tempos, suplantando, mesmo, a de 1991. Não restam dúvidas de que as condições climáticas desempenharam um papel muito importante, que não pode ser criado por mãos humanas; mas, por outro lado, não foi unicamente a Natureza a responsável por esse sucesso. De fato, nesses últimos anos os vinicultores da Serra Gaúcha vêm se esmerando em melhorar os padrões de qualidade, investindo na implantação de novas e modernas tecnologias, assim como na formação de um número cada vez maior de enólogos altamente especializados. Certamente, o grande beneficiado é o consumidor, que, por sinal, vem mudando seus hábitos, passando a beber mais vinho, e com preferência pelos tintos. Para se dar uma idéia dos bons produtos gerados na safra de 1999, citaríamos os tintos produzidos, dentre outras, pelas vinícolas Casa Valduga, Dom Laurindo, Marson, Miolo, Salton. Nas variedades Cabernet Sauvignon e Merlot, eles podem ser encontrados sem dificuldade nas prateleiras dos mercados. Vamos prestigiar!

maio 04, 2002

O PREÇO DE UM PRAZER
Em se tratando de vinho, preço é algo muito relativo: vai depender das preferências de cada um, associadas à sua disponibilidade financeira.
Os já iniciados na arte da degustação possuem parâmetros de comparação, mas quem é pouco experiente poderá enfrentar algumas dificuldades na hora da escolha. Para esses últimos, pensamos em dar uma pequena ajuda, organizando uma lista, apenas com vinhos nacionais, daqueles que se encontram, habitualmente, nas prateleiras dos mercados. Estabelecemos somente duas faixas de preços: I - até R$10,00 e II - de R$11,00 a R$20,00, que abrangem uma variedade razoável de opções a custo moderado. É uma seleção pessoal, em que outros bons vinhos não entraram, mas que em nada desmerece os não citados. Eis a relação:
FAIXA I
ALMADÉN Cabernet, Merlot e Ugni Blanc – BARON DE LANTIER Cabernet Franc, Merlot e Riesling – CONDE DE FOUCAULD Cabernet Franc - DOM CÂNDIDO Clássico Cabernet Franc – MARCUS JAMES Chardonnay, Cabernet Sauvignon e Pinotage – SAINT GERMAIN Blanc de Blancs, Cabernet Sauvignon e Merlot.
FAIXA II
ALMADÉN Reserva Cabernet Sauvignon - AURORA Reserva Cabernet Sauvignon e Reserva Chardonnay – DAL PIZZOL Cabernet Sauvignon - DO LUGAR Cabernet Franc – DOM CÂNDIDO Reserva Cabernet Sauvignon – DON LAURINDO Cabernet Sauvignon - SALTON Classic Cabernet Sauvignon.
Vale ressalvar que variações de preços ocorrem em função do mercado e das safras dos vinhos, o que recomenda sempre uma pesquisa prévia cuidadosa.

maio 02, 2002

APRENDENDO A DEGUSTAR
Mesmo sem descer a detalhes muito técnicos, os apreciadores de vinhos precisam possuir alguns conhecimentos básicos sobre a degustação; cuidados que devem ser tomados, como a escolha correta dos copos, a temperatura ao servir, a combinação dos vinhos com os alimentos, as sensações gustativas, as etapas da degustação, etc.
A Web, felizmente, está repleta de sites sobre vinhos, em vários idiomas, e a questão é: onde encontrar e quanto tempo gastar nessa pesquisa. Por isso, gostaríamos de dar aqui duas dicas de páginas em português, com explicações simples, que podem ajudar aqueles que se iniciam no assunto; uma delas aborda "A Arte de Degustar". Já a outra apresenta um simpático "Curso de Degustação de Vinhos". Acreditamos que seja um bom começo. Mas, para aqueles que desejem se estender um pouco mais, apresentamos diversos endereços de sites, em Links , ao lado. Bom proveito!

maio 01, 2002

VINHOS NACIONAIS SELECIONADOS
Procurando por vinhos brasileiros de boa qualidade? Pois saiba que eles existem, sim. Aquela estória de que vinho nacional não presta está ficando cada vez mais longe da realidade, pois as vinícolas estão obtendo resultados muito bons. Para se ter uma idéia, após a filiação da ABE - Associação Brasileira de Enologia à OIV – Organization International de la Vigne et du Vin (Organização Internacional da Uva e do Vinho), em 1995, foram concedidos 335 prêmios a vinhos brasileiros em concursos internacionais. E no Challenge International du Vin, em 2001, as vinícolas Aurora, Marson, Miolo e Salton tiveram vinhos premiados. Vale lembrar, também, o evento Avaliação Nacional de Vinhos, promovido pela ABE, cuja 8ª edição ocorreu em Bento Gonçalves/RS, em setembro de 2000.
A seguir encontram-se listados alguns dos bons vinhos brasileiros, observando que a indicação (*) significa premiações em eventos internacionais, em diversas partes do mundo. Ressalvamos que essa lista não se propõe a esgotar o assunto, mas a dar algumas referências aos que se interessarem.

MIOLO - Reserva Cabernet Sauvignon 97*, 98* e 99*, Reserva Merlot 98* e 99*, Reserva Pinot Noir 99*, Terranova Shiraz 00*, Brut 00*, Asti 00*, Terranova Late Harvest 00*, Reserva Chardonnay 00*, Seleção TNT.

DON LAURINDO - Tannat, Gran Reserva, Cabernet Sauvignon, Assemblage.

MONTE LEMOS – Dal Pizzol Brut 99* e 00*, Dal Pizzol Cabernet Sauvignon 99* e 00*, Do Lugar Cabernet Franc.

CASA VALDUGA – Merlot Premium 99*, Brut 98* e Cabernet Sauvignon Seculum 99*, Cabernet Sauvignon Premium 99*, Cabernet Sauvignon Blanc Premium 00* e Assemblage TNT 98* e 99*.

AURORA – Gewurztraminer 99*, Marcus James Brut 99*, Ratskeller 99*.

SALTON – Classic Cabernet Sauvignon 99*, Volpi Brut, Volpi Cabernet Sauvignon, Volpi Chardonnay.

CAVE DE AMADEU – Reserva Cabernet Sauvignon 99*, Brut *.

MARSON – Espumante Brut*, Reserva Cabernet Sauvignon 98*, Reserva Merlot 98*, Reserva Chardonnay 98*.

abril 30, 2002

VINHO FAZ BEM À SAÚDE?
Parece haver duas correntes distintas na interpretação dos efeitos do consumo de vinho sobre a saúde das pessoas. De fato, notícias veiculadas na própria Web, em janeiro de 2001, davam conta de que a American Heart Association (Associação Americana do Coração) vinha orientando os médicos daquele país a não aconselharem o vinho tinto como uma forma eficaz de prevenir doenças cárdio-vasculares. O pressuposto era de que a ação benéfica do vinho tinto ainda não estaria comprovada, ao passo que outros métodos de prevenção, já reconhecidos e sem os riscos inerentes ao uso do álcool, poderiam ser utilizados. O Professor Ira Goldberg, da Columbia University, adota essa linha, e recomenda medidas como uma dieta saudável, associada ao controle do peso e à prática de exercícios, além de monitorar os níveis de colesterol e a pressão arterial.
Por outro lado, essa não é a forma de encarar a questão adotada por outros profissionais, aqui no Brasil, que acreditam nos resultados benéficos do consumo de vinho, ressalvando, porém, a necessidade de beber moderadamente e de uma forma continuada. Segundo eles,o álcool não apenas é responsável pelo aumento do colesterol HDL (o "bom" colesterol) no sangue, como também contribui para reduzir a agregação de plaquetas nas artérias. Acresce, ainda, que a uva possui substâncias antioxidantes, de comprovada ação favorável à sapude.
Nesse contexto, nós, que não somos técnicos nem cientistas, mas apenas meros apreciadores de vinho, acreditamos que uma certa dose de moderação só poderá fazer bem; ainda, acrescentaríamos uma dose de cautela, aconselhando-nos com um profissional de saúde sobre nosso caso específico e eventuais restrições. Afinal, o que é moderado para um pode não o ser para outro.

abril 28, 2002

CONSUMO DE VINHO
O vinho chegou ao Brasil há cerca de 100 anos, trazido pelos imigrantes italianos, e vem sendo cada vez mais consumido, embora em proporção muito inferior que em outros países. De fato, dados do OIV (Office International de la Vigne et du Vin), divulgados em 1996, apontam para um consumo médio anual per capita de 1,85 litros, muito aquém do que se verifica na Europa e em alguns países das Américas: França, Itália e Portugal (nesta ordem) lideram o ranking, com consumos da ordem de 60 litros por ano; seguem-se Luxemburgo - 50, Argentina - 42, Suiça - 41, Espanha - 38, Áustria - 32, Romênia - 31,5 e Grécia - 31, para citar os dez maiores consumidores. O chile ocupa a 15ª posição, ficando o Brasil em 29° lugar.
Ainda assim, no período de 1975 a 1994, a produção brasileira de vinhos passou de 2,5 milhões a 12 milhões de litros por ano. E pesquisas têm revelado que o brasileiro se aproxima cada vez mais do vinho, tornando-se mais exigente em qualidade; e 44% dos jovens entre 16 e 24 anos já degustam vinhos. Oxalá esse interesse se torne cada vez maior e mais rápido!

abril 27, 2002

ESTE BLOG E VOCÊ
Você que, por indicação ou acidentalmente, chegou até este blog e teve a paciência de ler o que aqui se coloca, não saia dele sem antes deixar seus comentários ou sugestões: Mande-os por e-mail, na certeza de que daremos a eles muita atenção e, conforme seja, até os divulgaremos. Nossa intenção é fomentar a participação de outras pessoas, igualmente apreciadoras de vinhos, quaisquer que sejam o nível de conhecimentos e a experiência possuídos. Desde já, muito obrigado.

fevereiro 22, 2002

PARADINHA PARA REFRESCAR
Quase dois meses se passaram desde nossa última mensagem, o que poderria ser interpretado como um abandono desse blog. Que nada! A vontade de mantê-lo permanece a mesma. Só que estamos em pleno verão e nossa atenção foi desviada para outras sensações. É só uma paradinha para refrescar. Em breve retornaremos aos vinhos. Aos que nos visitam, pedimos um pouquinho de paciência. Até lá.