novembro 21, 2001

DO CHILE, COM ORGULHO
Dando seguimento à nossa experiência com os vinhos chilenos, em seqüência ao Finis Terrae, partimos para um MONTES ALPHA, Merlot, safra de 1998, produzido e engarrafado pela Viña Montes, graduação alcoólica de 13,5%.
Segundo informações do produtor, seus vinhedos localizam-se no coração do Vale de Curicó, uma das regiões vinícolas mais ricas do Chile. A água proveniente das neves eternas da Cordilheira dos Andes tempera o calor do sol do verão e nutre os vinhedos, que foram originalmente introduzidos no país durante o século XIX, a partir da França, no período pré-phylloxera. O objetivo com o MONTES ALPHA, diz a Montes, é oferecer o maior Merlot do Chile. Poucas vinícolas chilenas produzem Merlot tão puro, sendo este o resultado de uma cuidadosa seleção das melhores uvas daquela Viña.
Merlot, diz ainda o produtor, é uma variedade particularmente delicada, pelo que seu amadurecimento em madeira deve ser medido muito cuidadosamente; e o Merlot da Viña Montes foi mantido em barris novos de carvalho francês durante alguns meses, degustando-o freqüentemente para julgar seu processo e determinar o momento exato para ser engarrafado. MONTES ALPHA só pode ser produzido em quantidades muito limitadas, motivo pelo qual a principal atenção da Viña está posta sobre seus detalhes, seguido o êxito alcançado com o inicial Cabernet Sauvignon e, logo, o Chardonnay. "Nosso Merlot tem que ser um vinho de permanente classe".
Ao degustá-lo, sentimos também os taninos um pouco elevados e o aroma de madeira não era tão notado como no vinho anterior, mas sem prejudicar a sensação olfativa. Ao bebê-lo, percebemos estar diante de um bom Merlot, capaz de criar um agradável resultado. Mas, por outro lado, não seríamos sinceros se afirmássemos encontrar-se esse vinho no mesmo patamar do anterior, que nos agradou mais. Mas, nem por isso deixaríamos de recomendá-lo, tamb'em, aos amigos de confraria.
CHILENOS À MINEIRA
Faz uma semana, em terras mineiras, degustamos um vinho classificado como um dos melhores chilenos da atualidade: o FINIS TERRAE, produzido e engarrafado pela Viña Cousiño Macul no Vale de Maipo. Era um blend de Cabernet Sauvignon (proveniente de vinhedos com 60 anos) e cepas selecionadas de Merlot, safra de 1998. Envelhecido por 18 meses em barris novos de carvalho francês e mantido em repouso nas garrafas por um per�odo similar (portanto, lançado em 2001), com 12,5% de graduação alcoólica.
Nossa garrafa foi cuidadosamente retirada da adega subterrânea, onde descansava em boas condições internas há vários dias, � noite, pouco antes de ser aberta: uns poucos cuidados para tentar não alterar muito as caracter�sticas do vinho.
A primeira impressão, visual, mostrou uma cor rubi, não muito intensa, mas consistente e agradável. Aroma de carvalho, certamente, mas equilibrado, criando um bom impacto olfativo. Mas foi ao sorvê-lo que descobrimos o seu forte: embora ainda com os taninos um pouco elevados (caracter�stica da maioria dos vinhos chilenos), causou-nos uma sensação degustativa muito boa, que se manteve ao longo de todo o tempo em que durou (e não foi muito...). Acreditamos ter sido este o melhor vinho chileno que já degustamos até o momento. E imaginamos o quanto poderá ficar melhor se amadurecido por mais quatro ou cinco anos. Recomendamos aos amigos.

novembro 18, 2001

VINHOS CHILENOS
A qualidade dos vinhos chilenos tem melhorado, sobremaneira, nos últimos tempos, principalmente, após a ida de tradicionais enólogos franceses para o país. No entanto, grandes conhecedores de vinhos chilenos reconhecem que esse produto, em sua média, ainda não alcançou o patamar de qualidade dos vinhos produzidos pelas principais vinícolas européias.
A qualidade das uvas chilenas está entre as melhores do mundo, devido, principalmente, ao clima e ao "terroir" dos vales onde são cultivadas, como os de Maipo, Colchagua e Curicó, dentre outros.
Com a presença dos enólogos estrangeiros, é provável que, em muito pouco tempo, os vinhos chilenos atinjam o patamar de qualidade de países mais tradicionais, como França, Itália, Espanha, etc. Já hoje existem alguns vinhos nesse patamar, que admitem um envelhecimento prolongado, dentre os quais se destacam: Domus Aurea (Viña Quebrada de Macul); Almaviva (Viña Almaviva); Montes Alpha M (Viña Montes); Finis Terrae (Viña Cousiño Macul); Clos Alpata (Casa Lapostolle); Carmen Winemakers Reserve (Viña Carmen); Don Melchor (Viña Concha y Toro). Desses, o Domus Aurea, safra 1997, lançado em 2000, foi considerado o melhor vinho chileno desse ano.
Em termos de preços, os bons vinhos variam entre 20.000 e 50.000 pesos (US$ 30 a 70). Encontram-se, também, outros bons vinhos na faixa de US$10 a 25.
Em recente viagem ao Chile. tivemos a oportunidade de degustar alguns vinhos, como o Montes Alpha Merlot (muito bom), o Antiquas Reservas (Cousiño Macul - bom) e o Los Vascos (Baron de Rotschild - bom).