outubro 04, 2011

VINHO E LONGEVIDADE


Tradução livre de artigo publicado por Robin Garr em The 30 Second Wine Advisor em 30/09/2011


Vinho tinto é bom para nós. A maioria dos apreciadores de vinho aceita a hipótese de que o consumo regular e moderado dessa bebida como parte de uma dieta saudável é bom para nossos corações, sistema circulatório e longevidade.

Uma proeminente escola de pensamento sustenta que os benefícios do vinho resultam dos polifenóis – componentes químicos como quercetina e resveratrol – os quais neutralizam os efeitos do LDL (“mau” colesterol), evitando a oxidação do mesmo. Este efeito “antioxidante”, na teoria, daria melhores resultados com o vinho tinto, rico em polifenóis encontrados na casca escura da uva.

Mas, agora, um novo estudo britânico aborda o papel do resveratrol na longevidade, de uma forma significativamente séria para despertar a atenção do jornal norte-americano The New York Times.

Em um artigo intitulado “Longevity Gene Debate Opens Trans-Atlantic Rift”, o jornalista Nicholas Wade, em 21 de setembro passado, informa que se abriu uma disputa entre dois campos de pesquisadores quanto a um gene que poderia levar a drogas capazes de aumentar a longevidade. Cientistas britânicos dizem que o gene da longevidade está "chegando ao fim da sua vida”, mas os norte-americanos, cujo trabalho está sob ataque, afirmam que a abordagem continua a ser tão promissora como sempre.

A questão gira em torno de estudos de laboratório realizados com ratos, explica o o artigo. Ratos de laboratório, submetidos a uma dieta muito baixa em calorias, apresentaram um aumento de 40% da expectativa de vida, um desenvolvimento aparentemente promovido por genes que produzem proteínas chamadas “sirtuínas” que controlam o metabolismo dos animais.

Embora uma dieta muito baixa em calorias não pareça viável em humanos, a pesquisa levanta a possibilidade de medicamentos que poderiam ativar a “sirtuína” com efeitos similares na longevidade. Se o resveratrol puder ativar as “sirtuínas”, isto poderá dar credibilidade à idéia do resveratrol - ou vinho tinto – como a arma mágica contra o envelhecimento.

Isso é mais do que uma mera conversa numa degustação de vinhos. Dinheiro sério está envolvido e isso pressupõe políticas sérias. O Times informou que a empresa GlaxoSmithKline pagou US $ 720 milhões em 2008 para adquirir o controle da Sirtris, uma empresa que está tentando desenvolver drogas de resveratrol sintético que poderiam ativa “sirtuínas” em seres humanos.

Esta teoria, no entanto, está longe de ser provada e o papel do resveratrol na ativação de “sirtuins” e o papel dos “surtuins”'na longevidade ainda não foram comprovados. O último bombardeio anti-sirtuins, de pesquisadores do envelhecimento da University College London, relatou que experimentos com lombrigas e moscas, inicialmente para mostrar o efeito de prolongar a vida, na verdade, eram falhos e demonstrou tal coisa. "A biologia do envelhecimento é um campo novo com armadilhas emergentes", escreveram os pesquisadores da London David Gems e Linda Partridge.

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