setembro 28, 2001

BAIXANDO CUSTOS...
Nestes tempos bicudos, com as incertezas do cenário internacional e a disparada do dólar no mercado interno, é bom a gente ir botando a barba de molho e começando a buscar alternativas mais atraentes em preço, mesmo que para isso se tenha que sacrificar um pouco a qualidade final. Eu já comecei e estou tentando descobrir vinhos realmente de baixo custo, mas capazes de proporcionar alguma satisfação, bons para o consumo diário. Foi assim que me decidi a experimentar o COUNTRY WINE, produzido pela Aurora, em Bento Gonçalves. Já orienta o fabricante: Este vinho é produzido pelos imigrantes italianos que se radicaram na Serra Gaúcha, desde o início do século XX, para consumo caseiro; as uvas são de origem americana e o aroma é de frutas silvestres. A graduação alcoólica é de 10,5%, uma das mais baixas que já encontrei. Despretenciosamente, a gente vai degustando. Faltou dizer o preço: R$3,50 nas prateleiras de supermercado. Mais barato que isso vai ser difícil...

setembro 23, 2001

ESPANHOL OU BRASILEIRO?
As aparências enganam... Atrás daquele rórulo com um sugestivo desenho de um toureiro espanhol enfrentando um touro na arena lotada e o destacado nome de VIÑA DON CURRO esconde-se, na verdade, um vinho produzido e engarrafado pela... Cooperativa Vinúcola Aurora, de Bento Gonçalves. Um tinto seco, Cabernet Sauvignon, 11,3 graus, safra ignorada.
Conforme esclarece o rótulo traseiro, Don Curro Dominguez, antigo toureiro e conhecedor da arte gastronômica, trouxe para o Brasil as maravilhas da cozinha espanhola. Inaugurou, em 1958, um restaurante com seu nome, onde, em companhia da esposa, Carmen, transformou numa arte o preparo da típica paejja. A mesma arte usada para escolher, pessoalmente, este vinho que também leva o seu nome.
Impressões? Bem, um aroma pouco pronunciado de madeira, corpo leve, taninos sensíveis, mas agradável e de custo relativamente baixo. Dá para degustar, embora não se alinhe entre os meus favoritos.

setembro 22, 2001

ITALIANO A CUSTO MÓDICO
Vinho devia ser um produto subsidiado ou com benefícios fiscais, de modo a torná-lo mais acessível e permitir que as extravagâncias fossem mais freqüentes. Nessa busca por uma relação custo/prazer cada vez menor, a saída é ficar paquerando as promoções dos supermercados e arriscar um ou outro. Assim foi com um vinhozinho italiano a R$8,00, o SOVINI Rosso Salento, produzido pela Cantina Soldo, S.p.A., em Chiari(BS), uma vinícola não muito antiga (1958). É um tinto seco, safra 2000, 12 graus, de cor rubi clara, aroma leve de madeira, mas com taninos ainda muito pronunciados.Pouco encorpado, mas agradável ao gosto. Pode-se dizer que, para degustar despretenciosamente, é uma pedida interessante.

setembro 16, 2001

UM TESTE DE CHILENOS
Foram dois vinhos chilenos degustados em seqüência, neste fim de semana, ambos tintos secos, Cabernet Sauvignon. O primeiro, um Léon de Tarapacá, safra de 1998, fabricado pela Viña Tarapacá (Isla de Maipo); o segundo, um Baron Philippe Rothschild, safra de 2000, fabricado em Maipo, Valle Central.
O primeiro possui um agradável aroma de carvalho, que não se nota no segundo; este, por sua vez, além de ainda muito jovem, possui graduação alcoóloca maior (13,5 contra 12 graus). Fico, portanto, com o Léon de Tarapacá, que desceu mais redondo. E acompanou muito bem a pizza que, por sinal, também estava muito bem feita.

setembro 14, 2001

É DO ALENTEJO, ORA POIS...
Situado ao sul de Portugal, o Alentejo é uma das principais regiões viníferas do país. Compõe-se de oito sub-regiões: Portalegre, Borba, Redondo, Reguengos, Vidigueira, Moura, Évora (a capital) e Granja/Amareja; cada uma delas possui características proprias na produção de vinhos.
Pois foi da sub-região de Borba que vimos de degustar um tinto seco, que leva o mesmo nome do local, produzido e engarrafado pela Adega Cooperativa de Borba, C.R.L. Da safra de 1999, graduação alcoólica de 12,5, um blend de uvas das castas Periquita, Trincadeira e Aragonez.
Na observação visual, apresentava uma coloração rubi não muito intensa. O bouquet tem uma predominância por aromas frutados, mas não o senti muito suave. O corpo é leve, o vinho é agradável, mas precisaria de voltar a bebê-lo, junto com outros de composição semelhante, para uma melhor avaliação.

setembro 09, 2001

NOVO DA MIOLO
Degustei hoje um tinto seco da Miolo, o Terra Nova, safra 2001. Produzido e engarrafado em Bento Gonçalves/RS, no Vale dos Vinhedos, com uvas da casta Shiraz, cultivadas no Vale do São Francisco/PE. Um vinho ainda muito jovem, cor rubi clara, corpo leve, bouquet acentuado, frutado, com leve e harmonioso aroma de madeira. Agradável ao ser acompanhado por um queijo forte. Boa relação custo / prazer. Segundo a própria Miolo, é um vinho de caráter exótico, já que as uvas Shiraz são originárias da antiga Pérsia, mais tarde levadas para a Austrália, onde tiveram seu apogeu;um vinho que cimporta bem o envelhecimento. Prestigiemos as vinícolas nacionais, elas já produzem bons vinhos.

setembro 07, 2001

MÁXIMA
Saber escolher o vinho para um dado momento é importante. Mas preparar-se espiritualmente para degustá-lo é extremamente necessário.