QUEIJOS: BRIE
Outro queijo francês que merece ter sua história relembrada.
Raramente um queijo terá sido tão saudado e celebrado pelos poderosos. Com efeito, sua prestigiosa epopéia segue muito de perto a História da França. A cidade de Meaux lhe deu o nome porque em seu centro se situava o principal mercado de queijos da região.
A proximidade com a capital e, portanto, com a Corte Real – Paris estava a 40 km – colaborou muito para a reputação deste queijo. A Revolução fez dele o queijo do povo: um revolucionário gastrônomo declarava “O queijo de Brie, amado pelo rico e pelo pobre, pregava a igualdade antes mesmo que a gente a suspeitasse possível”. Queijo dos Reis, ele se tornou o rei dos queijos...
Suas longínquas origens, entretanto, permanecem desconhecidas. Supõe-se que ele já era largamente apreciado na Idade Média. Carlos Magno descobriu o Brie de Meaux por volta de 774 (“acabei de descobrir uma iguaria das mais deliciosas”).
O Brie de Meaux estava na mesa dos grandes: Blanche de Navarre, Condessa de Champagne, o enviou ao rei Philippe Auguste; Charles d´Orléans o oferecia às damas da corte à guisa de brindes; a Rainha Margot e Henri IV se deleitavam com ele. A lenda diz que os pendores gastronômicos de Louis XVI acabaram lhe custando a vida: a tormenta revolucionária o obrigou a fugir. No caminho, durante a parada em Varennes, perto de Meaux, ele resolveu degustar o famoso Brie: foi reconhecido, preso e guilhotinado algum tempo depois...
Em 1815, trinta Embaixadores de países europeus se reuniram em Viena, para determinar as fronteiras da Europa após as guerras deflagradas por Napoleão, derrotado em Waterloo. Nos momentos de lazer, acabaram organizando um concurso para degustação de queijos. Competindo com concorrentes famosos, como Gouda, Stilton e Parmesan, o Brie saiu vencedor e foi declarado “!Príncipe dos queijos e o número um das sobremesas”.
De contextura untuosa, cor amarelo pálido, casca esbranquiçada e leve gosto de avelãs. Harmoniza com vinhos tintos como Cotes-du-Rhône, Saint0Emilion e Pinot Noir.
agosto 27, 2002
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