dezembro 08, 2003

VINHOS DE COLHEITAS TARDIAS
Novamente, o amigo Hildérico Coutinho (não, não é parente), lá do Porto, nos brinda com comentários valiosos sobre os vinhos que prova e aquilo que conhece. Desta vez, sobre os vinhos de colheitas tardias.
Começando, ele nos ensina que "existem inúmeros tipos de vinho de vindimas tardias, como, por exemplo, o Tokaji da Hungria, que disputa com o Porto a distinção de região vinícola demarcada mais antiga do mundo". Uma coisa que muitos talvez desconheçam.
Em continuidade, refere-se aos Ice Wines, do Canadá, dos quais provou, recentemente, um da região de Niagara. Segundo nos conta, esses vinhos "têm a particularidade de as uvas serem colhidas depois de terem sofrido um choque térmico brutal com as primeiras nevadas, sendo pois apanhadas com temperaturas abaixo dos 7°C negativos". Os mais comuns são muitas vezes designados por Latest Harvest ou Vendanges Tardives, havendo também os famosos Sauternes.
Numa observação interessante, cita que "os Sauternes e os Tokaji, por exemplo, são produzidos através de uvas que sofrem da chamada podridão nobre. A podridão nobre é um fenômeno curioso que ocorre em regiões com características muito particulares, manhãs com nevoeiros e tardes ensolaradas. Sob estas condições desenvolve-se um fungo designado por "botrytis cinerea" que cobre as uvas bem maduras e sãs sem as estragar".
Hildérico prossegue: "Todos os vinhos que provei deste tipo têm uma doçura e acidez elevadas, pois só assim um vinho tão doce se torna bebível e tão apreciado". Alerta, porém, que "isto não significa que sejam todos iguais, pois estes vinhos podem ser feitos com variadíssimas castas e ser ou não espumantes, como um Ice Wine Sparkling, que provei e era de facto muito bom; o único senão está no preço, uma pequena garrafa de 0,5 litros custa a módica quantia de 60 euros".
Finalizando seus comentários sobre os vinhos de colheitas tardias, dá uma dica para os que quiserem prova-los: experimentem os "produzidos pelo Château Loupiac Gaudiet, numa região limítrofe dos Sauternes, mas a menos da metade do preço, 11 euros". E arremata:"Dos que provei, aconselho o 2001, com mais complexidade que o 2000, que era no entanto mais ácido, o que não me desagradou e me levou a comprar uma de cada".
Só nos resta agradecer ao Hildérico por mais estes ensinamentos e aguardar o seu breve retorno a este site, com mais novidades.

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