agosto 30, 2005

A INFLUÊNCIA DO CLIMA
O clima possui forte influência sobre a videira, sendo importante na definição das potencialidades das regiões para a cultura. Ele interage com os demais componentes do meio natural, em particular com o solo, assim como com a cultivar e com as técnicas de cultivo da videira.
Pode-se afirmar que grande parte da diversidade encontrada nos produtos vitivinícolas, seja quanto aos tipos de produtos, seja no que diz respeito aos aspectos qualitativos e de tipicidade, deve-se ao efeito do clima das regiões vitícolas. Devem-se considerar três conceitos para diferenciar escalas climáticas de interesse da viticultura:
a) macroclima, ou clima regional, que corresponde ao clima médio ocorrente num território relativamente vasto, exigindo, para sua caracterização, de dados de um conjunto de postos meteorológicos; em zonas com relevo acentuado os dados macroclimáticos possuem um valor apenas relativo, especialmente no que se refere à viticultura. Inversamente, um mesmo macroclima poderá englobar áreas de planície muito extensas.
b) mesoclima, ou clima local, que corresponde a uma situação particular do macroclima. Normalmente é possível caracterizar um mesoclima através dos dados de uma estação meteorológica, permitindo avaliar as possibilidades da cultura da uva. A superfície abrangida por um mesoclima pode ser muito variável mas, nas regiões vitícolas, trata-se normalmente de áreas relativamente pequenas podendo fazer referência a situações bastante particulares do ponto de vista de exposição, declividade ou altitude, por exemplo. Muitas vezes o termo topoclima é utilizado para designar um mesoclima onde a orografia constitui um dos critérios principais de identificação, como por exemplo o clima de um vale ou de uma encosta de montanha.
c) microclima, que corresponde às condições climáticas de uma superfície realmente pequena. Pode-se considerar dois tipos de microclima (Carbonneau, 1984): microclima natural - que corresponde a superfícies da ordem de 10 m a 100 m; e microclima da planta - o qual é caracterizado por variáveis climáticas medidas por aparelhos instalados na própria videira. O termo genérico de bioclima é utilizado para essa escala que visa o estudo do meio natural e das técnicas de cultivo.
A influência do clima, considerando os principais elementos meteorológicos e fatores geográficos do clima sobre a videira, é descrita a seguir, em particular nas escalas macro e mesoclimáticas. (FONTE: EMBRAPA).

agosto 27, 2005

O BRASIL VITIVINÍCOLA I
No Rio Grande do Sul concentra-se mais de 90% da produção vinícola do país e lá estão as melhores vinícolas brasileiras. A maior parte destas vinícolas está localizada na Serra Gaúcha região de montanha ao norte no estado, destacando-se as cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi e Caxias do Sul, seguidas de Flores da Cunha, Farroupilha e Canela, e o restante em Erechin, no noroeste do estado; Jaguari, no sudoeste; Viamão e São Jerônimo, no centro-leste; Bagé, Don Pedrito, Pinheiro Machado e Santana do Livramento, no extremo sul.
Uma pequena parte restante dos vinhos brasileiros é proveniente de diminutas regiões vitivinícolas situadas nos estados de Minas Gerais (municípios de Andradas, Caldas, Poços de Caldas e Santa Rita de Caldas), Paraná, Pernambuco (Santa Maria da Boa Vista e Santo Antão), Santa Catarina (Urussanga) e São Paulo (Jundiaí e São Roque). No entanto, essas regiões cultivam quase que exclusivamente uvas americanas (Isabel, Niágara, etc.) que originam apenas vinhos de categoria inferior. Algumas vinícolas começaram a produzir vinhos elaborados com uvas européias, mas até agora não convenceram. Esperamos que, com seriedade, trabalho e tecnologia essas regiões possam, pelo menos em longo prazo, oferecer vinhos de boa qualidade.
No quadro vinícola descrito para as regiões fora do Rio Grande do Sul, existe uma feliz exceção situada no Nordeste brasileiro. É o promissor Vale do rio São Francisco, especialmente na cidade de Santa Maria da Boa Vista, próxima de Petrolina e Juazeiro, na fronteira de Pernambuco e Bahia.
O BRASIL VITIVINÍCOLA II
Classificação
A vitivinicultura brasileira evoluiu de maneira extraordinária nas duas últimas décadas, e o Brasil produz hoje vinhos de boa qualidade. O atual panorama vinícola brasileiro é animador e, complementando esse salto qualitativo, a partir de setembro de 1995 o Brasil passou a ser membro da OIV (Office International de la Vigne e du Vin ou, simplesmente, Organização Internacional do Vinho), organismo que regula as normas internacionais de produção do vinho, cujo cumprimento resulta, obrigatoriamente, em elevação do padrão de nossos vinhos. Uma das normas que em breve será implantada é a criação e implementação das Denominações de Origem Controladas, como as existentes nos países europeus.
Estamos produzindo bons vinhos varietais (elaborados com um tipo predominante de uva) brancos (das uvas Chardonnay, Riesling, Sauvignon Blanc, etc.) e tintos (das uvas Cabernet Sauvignon, Merlot, etc.) e muitos deles têm recebido prêmios em concursos internacionais sérios, a maioria deles supervisionados pela OIV.
É preciso, no entanto, que o consumidor brasileiro deixe de comparar os nossos vinhos com os estrangeiros. Sem dúvida, os melhores vinhos do mundo se originam da França, Itália, Espanha, Portugal, Chile e outros países. Entretanto, a rigor não se pode comparar vinhos de regiões diferentes, uvas diferentes e tipos de vinificação diferentes, que lhes conferem estilos diferentes. Do mesmo modo, o vinho brasileiro de qualidade tem o seu estilo. Os brancos são adequados ao nosso clima - frutados, refrescantes, para serem consumidos jovens - e já alcançaram um nível de qualidade que ultrapassa muitos vinhos brancos de países de tradição vinícola. Os tintos já atingiram o nível de muitos vinhos europeus jovens.
Alguns da safra de 1991, a melhor da história da vitivinicultura brasileira, atingiram um surpreendente grau de qualidade e estão melhorando com o envelhecimento na garrafa por mais de sete anos, um tempo antes inimaginável para os vinhos nacionais.
Existem, ainda, dois problemas cruciais que dificultam um maior desenvolvimento da vitivinicultura brasileira. O primeiro é sem dúvida o pequeno consumo (cerca de apenas 2 litros per capita por ano), resultante da falta de tradição vinícola e do baixo poder aquisitivo do brasileiro. O segundo é o preço do vinho nacional, que é relativamente caro, em conseqüência da alta taxação de impostos e de encargos sociais, e não tem conseguido enfrentar os baixos preços de muitos importados. Infelizmente, a maior parte dos consumidores brasileiros não tem conhecimento desses fatos e continua tomando vinhos importados de qualidade inferior, escolhido pelo pomposo nome de difícil pronúncia ou pelo questionável charme da cor da garrafa.
O BRASIL VITIVINÍCOLA III
Os Níveis de Qualidade dos Vinhos Brasileiros
Os vinhos brasileiros estão classificados em dois níveis de qualidade:
1. Vinho de Mesa - vinho inferior, elaborado a partir de variedades de uvas comuns (Concord, Herbemont, Isabel, Seyve Willard, Niágara, etc.) de espécies americanas (Vitis labrusca, Vitis rupestris, etc.).
2. Vinho Fino de Mesa - vinho de mesa diferenciado, elaborado a partir de variedades de uvas nobres (Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Pinot Noir, Merlot, Chardonnay, Riesling, Sauvignon Blanc, etc.) da espécie européia (Vitis vinifera).
Outras Denominações Utilizadas
1. Vinho Varietal - vinho feito com uma só variedade de uva ou com o mínimo de 60% da variedade de uva declarada no rótulo. As boas vinícolas utilizam 100% da variedade declarada.
2. Vinho de Corte (ou de Assemblage) - vinho elaborado a partir de diferentes uvas.
3. Vinho seco - vinho com teor de açúcar menor do que 5 gramas por litro.
4. Vinho demi-sec - vinho com teor de açúcar entre 5-20g/l.
5. Vinho suave - vinho com teor de açúcar maior do que 20g/l.
O BRASIL VITIVINÍCOLA IV
As RegiõesO BRASIL VITIVINÍCOLA IV
As Regiões

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Com a implantação de um sistema de irrigação eficaz, essa região começou, há duas décadas, a produzir frutas de qualidade e uvas européias que, através controle da irrigação, podem dar até duas safras ao ano! Na década de oitenta, algumas vinícolas lá se instalaram e começaram a produzir vinhos honestos. No entanto, há muito que melhorar, e essa região pode vir a produzir "caldos" realmente surpreendentes. Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul, além de ser o estado de melhor e maior produção vinícola também é sede da UVIBRA (União Brasileira de Vitivinicultura) e da ABE (Associação Brasileira de Enologia) entidades que lutam para a melhoria do vinho brasileiro. Situada nas montanhas do nordeste do estado, a região da Serra Gaúcha é a grande estrela da vitivinicultura brasileira, destacando-se os municípios de Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Garibaldi pelo volume e pela qualidade dos vinhos que produzem, além de outros municípios com produções de qualidade.
Fora da região da Serra Gaúcha existem outras regiões vinícolas do estado, menores, como a região de Viamão e Campanha, sendo que essa última apresenta o maior destaque é a sub-região de Santana do Livramento, no extremo sul do estado.
Serra Gaúcha
A região da Serra está próxima das condições geo-climáticas dos melhores vinhedos do mundo (a faixa ao norte ao sul do planeta, com latitude entre os paralelos trinta e cinqüenta), mas as chuvas costumam ser excessivas, exatamente na época que antecede a colheita, período crucial à maturação das uvas.
Por essa razão, os viticultores da Serra Gaúcha são verdadeiros heróis: obstinados, enfrentam os percalços da natureza, extraem da terra o que de melhor ela pode lhes dar e conseguem, com trabalho árduo e investimentos em tecnologia, produzir vinhos que surpreendem e melhoram em qualidade a cada dia.
Hoje, as melhores vinícolas da Serra Gaúcha utilizam cepas nobres e contam com a mais avançada tecnologia, idêntica à utilizada nos principais países vinícolas da Europa. A qualidade de seus vinhos certamente continuará a melhorar, pois em breve serão implantadas as primeiras Denominações de Origem Controladas do país, como conseqüência de estudos que vêm sendo desenvolvidos há muitos anos na região.
Além de Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Garibaldi, existem ainda cerca de trinta e cinco municípios da Serra, cuja produção vinícola é voltada mais para o vinho de mesa, os chamados vinhos coloniais.
Outros municípios da Serra Gaúcha, como Antônio Prado, Canela, Carlos Barbosa, Farroupilha, Flores da Cunha, Guaporé, São Marcos e Veranópolis produzem pequenas quantidades de vinhos finos.
Fora da região da Serra Gaúcha existem outras regiões vinícolas do estado, menores, como a região de Viamão e Campanha, sendo que essa última apresenta o maior destaque é a sub-região de Santana do Livramento, no extremo sul do estado.
Bento Gonçalves.
Bento Gonçalves aloja grande parte das mais prestigiadas vinícolas do país. Percorrer as linhas (linhas de demarcação das terras dos primeiros colonos) nos arredores da cidade é uma experiência inesquecível. O Vale dos Vinhedos situado na parte sul do município é um festival de cores, aromas e sabores para seus visitantes, em seus vinhedos e cantinas vinícolas, muitas das quais investindo pesado no turismo enogastronômico.
A Casa Valduga, por exemplo, possui ótimo restaurante de cozinha italiana e uma bela pousada para os amantes do bem beber e comer. Também a vinícola Miolo possui a aconchegante Osteria Mamma Miolo, onde pode-se saborear desde pratos italianos até um javali assado.
Em Bento Gonçalves, a tradição vinícola artesanal, trazida pelos imigrantes italianos, foi seguida pela modernização, com adoção e aprimoramento da tecnologia. Lá também estão sediadas duas instituições públicas da maior importância na pesquisa e no ensino enológicos: a Embrapa, com um excelente centro de pesquisa, e a Escola Agrotécnica Federal Presidente Juscelino Kubitschek que vem formando gerações de técnicos em enologia e, a partir de 1995, passou a ter o Curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia, o primeiro centro de formação de enólogos no país e um dos raros nas Américas.
Para qualquer enófilo indo ao Rio Grande, é obrigatório visitar a Serra Gaúcha e, em particular, Bento Gonçalves.
Caxias do Sul
Caxias aloja algumas vinícolas de qualidade situadas nos arredores do município. Os destaques são a Remy-Lacave, pelo enorme castelo sede da vinícola (réplica de um castelo medieval europeu) e, especialmente, a Juan Carrau - Velho Museu, com o seu Atelier do Vinho, pequena e charmosa vinícola fonte de vinhos muito corretos. De menor porte, a vinícola Zanrosso (Granja do Vale) já apresenta vinhos de qualidade.
Garibaldi
Garibaldi, cidade bucólica e hospitaleira da Serra Gaúcha, é muito conhecida como a capital do champanha, o vinho espumante brasileiro, pois lá estão sediadas várias empresas especialistas na produção desses vinhos, alguns deles entre os melhores do país. No entanto, algumas vinícolas, como a De Lantier e a Chandon, produzem alguns dos melhores vinhos tranqüilos (não espumantes) do país.
Com a implantação de um sistema de irrigação eficaz, essa região começou, há duas décadas, a produzir frutas de qualidade e uvas européias que, através controle da irrigação, podem dar até duas safras ao ano! Na década de oitenta, algumas vinícolas lá se instalaram e começaram a produzir vinhos honestos. No entanto, há muito que melhorar, e essa região pode vir a produzir "caldos" realmente surpreendentes. Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul, além de ser o estado de melhor e maior produção vinícola também é sede da UVIBRA (União Brasileira de Vitivinicultura) e da ABE (Associação Brasileira de Enologia) entidades que lutam para a melhoria do vinho brasileiro. Situada nas montanhas do nordeste do estado, a região da Serra Gaúcha é a grande estrela da vitivinicultura brasileira, destacando-se os municípios de Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Garibaldi pelo volume e pela qualidade dos vinhos que produzem, além de outros municípios com produções de qualidade.
Fora da região da Serra Gaúcha existem outras regiões vinícolas do estado, menores, como a região de Viamão e Campanha, sendo que essa última apresenta o maior destaque é a sub-região de Santana do Livramento, no extremo sul do estado.
Serra Gaúcha
A região da Serra está próxima das condições geo-climáticas dos melhores vinhedos do mundo (a faixa ao norte ao sul do planeta, com latitude entre os paralelos trinta e cinqüenta), mas as chuvas costumam ser excessivas, exatamente na época que antecede a colheita, período crucial à maturação das uvas.
Por essa razão, os viticultores da Serra Gaúcha são verdadeiros heróis: obstinados, enfrentam os percalços da natureza, extraem da terra o que de melhor ela pode lhes dar e conseguem, com trabalho árduo e investimentos em tecnologia, produzir vinhos que surpreendem e melhoram em qualidade a cada dia.
Hoje, as melhores vinícolas da Serra Gaúcha utilizam cepas nobres e contam com a mais avançada tecnologia, idêntica à utilizada nos principais países vinícolas da Europa. A qualidade de seus vinhos certamente continuará a melhorar, pois em breve serão implantadas as primeiras Denominações de Origem Controladas do país, como conseqüência de estudos que vêm sendo desenvolvidos há muitos anos na região.
Além de Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Garibaldi, existem ainda cerca de trinta e cinco municípios da Serra, cuja produção vinícola é voltada mais para o vinho de mesa, os chamados vinhos coloniais.
Outros municípios da Serra Gaúcha, como Antônio Prado, Canela, Carlos Barbosa, Farroupilha, Flores da Cunha, Guaporé, São Marcos e Veranópolis produzem pequenas quantidades de vinhos finos.
Fora da região da Serra Gaúcha existem outras regiões vinícolas do estado, menores, como a região de Viamão e Campanha, sendo que essa última apresenta o maior destaque é a sub-região de Santana do Livramento, no extremo sul do estado.
Bento Gonçalves.
Bento Gonçalves aloja grande parte das mais prestigiadas vinícolas do país. Percorrer as linhas (linhas de demarcação das terras dos primeiros colonos) nos arredores da cidade é uma experiência inesquecível. O Vale dos Vinhedos situado na parte sul do município é um festival de cores, aromas e sabores para seus visitantes, em seus vinhedos e cantinas vinícolas, muitas das quais investindo pesado no turismo enogastronômico.
A Casa Valduga, por exemplo, possui ótimo restaurante de cozinha italiana e uma bela pousada para os amantes do bem beber e comer. Também a vinícola Miolo possui a aconchegante Osteria Mamma Miolo, onde pode-se saborear desde pratos italianos até um javali assado.
Em Bento Gonçalves, a tradição vinícola artesanal, trazida pelos imigrantes italianos, foi seguida pela modernização, com adoção e aprimoramento da tecnologia. Lá também estão sediadas duas instituições públicas da maior importância na pesquisa e no ensino enológicos: a Embrapa, com um excelente centro de pesquisa, e a Escola Agrotécnica Federal Presidente Juscelino Kubitschek que vem formando gerações de técnicos em enologia e, a partir de 1995, passou a ter o Curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia, o primeiro centro de formação de enólogos no país e um dos raros nas Américas.
Para qualquer enófilo indo ao Rio Grande, é obrigatório visitar a Serra Gaúcha e, em particular, Bento Gonçalves.
Caxias do Sul
Caxias aloja algumas vinícolas de qualidade situadas nos arredores do município. Os destaques são a Remy-Lacave, pelo enorme castelo sede da vinícola (réplica de um castelo medieval europeu) e, especialmente, a Juan Carrau - Velho Museu, com o seu Atelier do Vinho, pequena e charmosa vinícola fonte de vinhos muito corretos. De menor porte, a vinícola Zanrosso (Granja do Vale) já apresenta vinhos de qualidade.
Garibaldi
Garibaldi, cidade bucólica e hospitaleira da Serra Gaúcha, é muito conhecida como a capital do champanha, o vinho espumante brasileiro, pois lá estão sediadas várias empresas especialistas na produção desses vinhos, alguns deles entre os melhores do país. No entanto, algumas vinícolas, como a De Lantier e a Chandon, produzem alguns dos melhores vinhos tranqüilos (não espumantes) do país.
O BRASIL VITIVINÍCOLA V
Outras Regiões do Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul apresenta outros municípios vinícolas situados fora da Serra Gaúcha, a saber: Erechin, no noroeste do estado; Jaguari, no sudoeste; Viamão e São Jerônimo, no centro-leste; Bagé, Don Pedrito, Pinheiro Machado e Santana do Livramento, no extremo sul.
Desses municípios, merece destaque Santana do Livramento, quase na fronteira com o Uruguai, bem próxima do início da faixa considerada ideal para a vitivinicultura, entre os paralelos trinta e cinqüenta. Ali não existem os problemas climáticos da Serra Gaúcha e tem se avançado na produção de uvas européias e vinhos de qualidade. Com o bom clima local, o investimento em tecnologia e a vontade das empresas, a região certamente passará a uma posição de destaque no panorama vinícola nacional. O problema é que empresas vinícolas de grande porte lá instaladas há mais tempo (e que já chegaram a produzir bons vinhos!), hoje apostam em vinhos "docinhos”, muito vendáveis, mas longe de conquistar o consumidor mais exigente. Aliás, esses vinhos constituem um raro exemplo no mundo vinícola de vinhos demi-sec (adocicados), elaborados com uvas européias nobres como a Cabernet Sauvignon, a Merlot, a Chardonnay e outras, configurando, sem dúvida, um desperdício de matéria prima nobre! Resta-nos como consolo, o fato do consumidor menos exigente e menos informado poder comprar seus vinhos "docinhos" nacionais, em vez dos importados que, infelizmente, invadem nosso mercado e não geram empregos, nem divisas para o país!
O BRASIL VITIVINÍCOLA VI
As Variedades
Uvas tintas
Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Petite Syrah, Pinot Noir, Gamay, Malbec, Merlot, Zinfandel.
Uvas brancas
Chenin Blanc, Moscato Canelli, Sauvignon Blanc, Sylvaner, Chardonnay, Gewürztraminer, Pinot Blanc, Malvasia, Moscato, Riesling Itálico, Riesling Renano, Semillon, Trebbiano (Saint Emilion ou Ugni Blanc).
(FONTE: Enciclopédia do Vinho)

agosto 22, 2005

ADEGA – NOVA REVISTA NAS BANCAS

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Acaba de sair o primeiro número da revista ADEGA ("A revista do vinho e de outros prazeres"), uma publicação mensal da Inner Editora. Do Editorial, assinado por Marcelo Copello, consta o seguinte trecho:
Temos a intenção de transmitir uma idéia, uma maneira de pensar e de ver o mundo, não apenas de impingir regras e preencher páginas com "mais do mesmo". O apreciador do vinho é antenado e interessado, não apenas por vinhos, mas também por outras formas de arte, cultura e, para abusar de um clichê, pelas "boas coisas da vida. ADEGA traz tudo isso, da gastronomia aos charutos, da cachaça ao conhaque, das notícias internacionais ao bom humor, das dicas práticas ao aprofundamento teórico, na opinião de especialistas."
E, de fato, são muitos e variados os artigos encontrados nesta primeira edição: Eventos, estudos e fatos; novidades; notícias do exterior; os 30 vinhos mais caros do mundo; o solteiro desejado e os vinhos; o encanto juvenil dos vinhos envelhecidos; a mística do Château Mouton Rothschild; vinhos irresponsáveis; o que se bebe por aí; de bem com a vida; o bom do vinho; golfe e vinho; Brasil: Safra 2005; reação carioca ao inverno; vinho na telinha; a mais brasileira das bebidas; o charuto e a bebida ideal; biodinâmica: a teoria.
AS UVAS MAIS EMPREGADAS
Segundo estudiosos há 24.000 nomes para as mais de 3.000 variedades de uvas viníferas. Destas 150 são plantadas comercialmente em quantidades mais significativas. A lista abaixo apresenta as cepas mais conhecidas que produzem os vinhos encontrados no Brasil, com os respectivos países em que são cultivadas.

Uvas para vinhos brancos
ALVARINHO - Portugal (vinho verde), Espanha
CHARDONNAY - França (Bourgogne), Estados Unidos (Califórnia), Austrália, Nova Zelândia, Chile, África do Sul, Argentina, Brasil
CHENIN BLANC – França (Loire), EUA, África do Sul (conhecida como steen), Austrália e Nova Zelândia.
CLAIRETTE - França e Austrália
FURMINT – Hungria, Eslováquia, Croácia e Romênia
GEWÜRZTRAMINER - França (Alsáce), Alemanha, Itália, Chile, África do Sul, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia.
MALVASIA – Portugal, Itália e Espanha.
MUSCADELLE – França
MUSCAT - França (Alaace), Portugal, Espanha e Itália
PALOMINO – Espanha, Estados Unidos e Austrália
PEDRO XIMÉNEZ – Espanha
PINOT BLANC - França (Alsace), Itália, Áustria e EUA
PINOT GRIS - França (Alsace), Itália, Alemanha, Hungria e Nova Zelândia
PROSECCO - Itália, Brasil
RIESLING - Alemanha, Áustria, Austrália, Nova Zelândia, França (Alsácia) e e EUA.
SAUVIGNON BLANC - França (Loire, Bordeaux), Nova Zelândia, Chile, Áustria e África do Sul.
SÉMILLON - França (Bordeaux), Austrália Nova Zelândia, África do Sul, EUA
TOCAI - Itália
TREBBIANO – Itália, França, África do Sul e Austrália
VIOGNIER – França, Austrália, África do Sul e Argentina

Uvas para vinhos tintos
AGLIANICO – Itália.
ALICANTE BOUSCHET - França, Portugal (Alentejo) e Espanha
BAGA Portugal (Bairrada)
BARBERA - Itália (Piemonte), Estados Unidos (Califórnia) e Argentina.
BONARDA – Itália e Argentina
CABERNET FRANC –França (Bordeuax, Loire), Argentina, Austrália, Estados Unidos (Califórnia) e Nova Zelândia
CABERNET SAUVIGNON - França (Bordeaux), Estados Unidos (Califórnia), Chile, Argentina, Austrália, África do Sul, Itália e Brasil.
CARIGNAN - França (Languedoc-Roussillon), Espanha, Estados Unidos (Califórnia)
CARMENÈRE – Chile
CINSAULT - França, Espanha, África do Sul e Líbano
DOLCETTO – Itália, Arrentina e Austrália
GAMAY - França (Borgonha)
GRENACHE - França (Rhône), Espanha, Austrália, Itália e Estados Unidos.
LAMBRUSCO – Itália
MALBEC – França, Argentina e Chile
MERLOT - França (Bordeaux), Norte da Itália, Estados Unidos, Chile, Austrália, Nova Zelândia, Argentina, Brasil.
MONTEPULCIANO – Itália
MOURVÈDRE - França, Espanha e Austrália
NEBBIOLO - Itália
NERO D’AVOLA – Itália
PERIQUITA - Portugal
PETIT VERDOT – França (Bordeaux)
PINOT NOIR - França (Bourgogne, Champagne), Chile, Itália, África do Sul.
PINOTAGE – África do Sul
SANGIOVESE – Itália, Estados Unidos e Argentina
SYRAH/SHIRAZ - França (Rhône), Austrália, África do Sul e Argentina
TANNAT – Uurguai e França.
TEMPRANULLO - Espanha, Portugal e Argentina
TINTO CÃO – Portugal
TOURIGA FRANCESA – Portugal
TOURIGA NACIONAL – Portugal e Austrália
ZINFANDEL - Estados Unidos (Califórnia), Itália
(FONTE: Portal Veja São Paulo)

agosto 19, 2005

ADEUS À ROLHA DE CORTIÇA?
Vinho bom tem de ser fechado com rolha de cortiça. Essa premissa é tida como verdadeira desde que o monge beneditino francês Pierre Pérignon – o inventor do champagne – abandonou, no final do século 17, a utilização de tocos de madeira e buchas de cânhamo para fechar as garrafas e adotou a rolha de cortiça. O novo método do abbé foi revolucionário: não apenas o seu vinho espumante, mas todos os demais podiam ser conservados por muito mais tempo nas adegas.
A técnica de Dom Pérignon tornou-se tradição ao longo dos séculos. Apesar de todos os progressos industriais na produção de embalagens e na técnica de vedação, a rolha de cortiça é tida ainda hoje como a única forma perfeita e aceitável de tapar a garrafa de um vinho de qualidade. Isso pode ser verdade, no que se refere ao ritual da boa mesa, ao cerimonial quase sagrado dos gourmets. Do ponto de vista técnico, a rolha de cortiça é a pior das vedações.
Uma cena é freqüente nos bons restaurantes: após fazer a prova de aroma, cor e sabor, o cliente rejeita a garrafa do vinho de alta qualidade, aberta à mesa pelo sommelier. A justificativa é aceita sem qualquer discussão: o vinho tem gosto de rolha. Culpado disso é uma substância denominada tricloroanisol, resultante de combinação entre fungos existentes na cortiça com partículas de cloro do vinho.
Esse processo químico que destrói o prazer de consumo do bom vinho ocorre com uma freqüência muito maior do que se supõe: cerca de 10% das garrafas contêm vinho estragado. E, em grande parte dos casos, são vinhos mais caros que foram conservados nas adegas durante muito tempo. Nem mesmo os métodos mais modernos, como o tratamento prévio da cortiça em fornos de microondas, conseguem fazer com que as rolhas fiquem inteiramente livres dos fungos que provocam o dissabor.
Em geral, não é o consumidor que arca com o prejuízo. Principalmente, se o vinho é servido em restaurante. Nesse caso, o restaurante repassa a reclamação ao produtor do vinho, que é quem acaba tendo de pagar a conta. Ele reembolsa o valor do vinho ao proprietário do restaurante ou envia outra garrafa da mesma categoria. A União Européia calcula o prejuízo total dos vinicultores em cerca de 500 milhões de euros por ano.
Os produtores de vinho começam agora a reagir ao prejuízo. Um número crescente de vinhos de boa qualidade chega ao mercado com tampas de rosca, com as que são utilizadas há muito nas garrafas de água mineral ou de sucos. Outros optam pelas chapinhas, como as das cervejas e refrigerantes. Uma nova forma, ainda pouco usual pelo preço elevado, é a rolha de vidro.
Na Suíça, cerca de 80% dos vinhos já são vendidos com tampas de rosca. E mesmo na França, país dos vinhos par excellence, as rolhas de cortiça começam a ser contestadas até por renomados produtores de Bordeaux, como André Lurton, cujos vinhos brancos Château La Louvière e Couhins-Lurton também foram lançados no mercado com tampas de rosca.
Na Alemanha, os vinicultores ainda enfrentam uma grande resistência dos consumidores. Com isso, cerca de 90% dos vinhos alemães – que, ao contrário da crença brasileira, quase nunca são engarrafados em embalagem azul – ainda são fechados com rolhas de cortiça. A posição dos consumidores alemães é reforçada também pela política dos grandes templos culinários do país, como o restaurante Tantris, em Munique. Eles se recusam a abolir o cerimonial do desarrolhamento do vinho à mesa.
Mas Paula Bosch, do Tantris, faz uma exceção para as novas rolhas de vidro. Somente cortiça – com todos os seus problemas – ou vidro, diz a sommelière, outro tipo de fechamento de garrafa não é aceito pelo restaurante. (FONTE: DW-WORLD.DE, Deutsche Welle)

agosto 12, 2005

ECOS DO ENCONTRO EM PEDRA AZUL
Como acontece todos os anos, o Encontro da Pedra Azul movimentou a semana e superou expectativas e números da reunião anterior. Pierre Lurton, senhor de Bordeaux, desfilou com justo orgulho as jóias de seu tesouro. O Château Cheval Blanc, em exemplares das décadas de 80 e 90, dominou as degustações na serra capixaba. Vai ficar por longo tempo como tema de conversa. Vinhos mais discretos de Saint- Émlion, como o Château Cadet-Piola e o Petit Cheval, escoltaram garbosamente o superstar.
Foram provados os Cheval de 88, 89, 95, 98, 2000 e 2001, arrematados pelo mais recente trunfo da coleção de Lurton, o Château Yquem 01. Para que os leitores se lembrem, o Yquem, o mais cobiçado vinho licoroso do mundo, foi adquirido pela LVMH (Lurton no comando da enologia) na virada do milênio e a safra é a primeira do novo diretor.
Não estive lá em cima, mas pelo que pude apurar, na vertical de Cheval Blanc, o 89 e o 2000 ficaram na frente. Alguns participantes apostaram no segundo como potencial de envelhecimento. Sobre o 89, espantoso como, aliás, a safra toda em Bordeaux, o próprio Pierre reconheceu que o Haut Brion se destacou dos demais. Mas seu Cheval arrebata corações e mentes.
O Cheval 61, o de Miles no filme “Sideways”, foi lembrado na palestra de Mario Telles, que reuniu os vinhos do filme: um Sassicaia, um Richebourg 92 e 98 de Mongeard Mugneret, um Merlot de Matanzas Creek, para mostrar o que podem dar tais californianos, e, de Pomerol, um Clos l'Église, que obviamente ganhou a degustação.
A raridade que esteve à altura, sem trocadilho, ficou a cargo de Jorge Lucki, que conduziu o passeio por todos os montrachets, culminando no Le Montrachet 98 de Jacques Prieur. A média de preço por garrafa ficou em R$ 1.250, o que dá a medida do custo de um evento que não poderia sobreviver sem patrocínio.
O parceiro de Pierre, Roberto de la Mota, prosseguiu no Rio a experiência do traço bordalês, na segunda-feira. Os vinhos argentinos Terrazas de los Andes, feitos por Roberto, desfilaram no almoço de Roberta Sudbrack: o Terrazas Malbec, o Terrazas Syrah 03 e o Afincado 02, um supermalbec.
O ponto alto foi o Cheval des Andes 2001, a simbiose do refinamento francês e da riqueza sul-americana. Na gravação do “Menu Confiança”, do GNT, no dia seguinte, o casal de franceses à mesa o preferiu a um Bordeaux de 99, o Château de France.
Era outro cavalo, que, como o de lá, galopa nas alturas. (Fonte: O GLOBO, Revista Rio Show, Renato Machado, 12/08/05)

agosto 09, 2005

RÓTULO VIRA SELO NO JAPÃO

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O rótulo do vinho Casal Garcia, a marca de vinho verde mais vendida no mundo, está a circular por todo o Japão em cartas e postais, num selo de 80 ienes dos correios nipônicos.
A vinícola Quinta da Aveleda considera que a distinção feita pelos serviços postais do Japão “reflete o reconhecimento e a notoriedade da marca”, que no seu rótulo presta homenagem ao patrimônio cultural do Minho, reproduzindo um lenço bordado da bisavó dos irmãos Guedes.
A marca Casal Garcia, que vende atualmente cerca de oito milhões de garrafas por ano, surgiu na década de 30 a partir do trabalho do enólogo francês Eugène Ellice. (Fonte: Diário Digital, PT)

agosto 08, 2005

ROBERT PARKER E O VINHO BRASILEIRO
Trecho final de uma longa entrevista concedida a Patricia Ferraz, em New York, na qual tudo o que foi perguntado sobre os vinhos brasileiros mereceu apenas respostas secas e irônicas:
PF - “Já ouviu falar de algum vinho brasileiro?”
RP – “Não. Deveria?
Patrícia Ferraz - ”Já lhe disseram que o Brasil faz espumantes cuja qualidade é reconhecida internacionalmente?”
RP - "São doces?"
PF - ”Não, existem demi-sec, mas os melhores são brut.”
RP – “Nunca ouvi falar.
Vá lá que os vinhos brasileiros estejam longe de se compararem aos europeus e aos de alguns países do Novo Mundo. Mas, daí a não manifestar o mínimo interesse em conhecer alguma coisa, mesmo que por simples cortesia, é mais que presunção. É falta de educação.
(Fonte: Revista Gula, maio de 2005)

agosto 07, 2005

FORTALEZA DO SEIVAL VINEYARDS
A Vinícola Miolo lançou, no dia 16 de julho passado, na Fazenda Fortaleza do Seival, em Candiota, os vinhos produzidos na Campanha Gaúcha. O lançamento contou com a presença do enólogo francês Michel Rolland.
Este foi o primeiro evento no Brasil a apresentar todos os vinhos da região da Campanha e a primeira oportunidade de conhecerem o projeto Fortaleza do Seival Vineyards, a grande promessa da Miolo para o mercado internacional.
Ao todo foram seis vinhos:
- Quinta do Seival Cabernet Sauvignon – safra 2004
- Quinta do Seival Castas Portuguesas – safra 2004
- Fortaleza do Seival Tannat – safra 2004
- Fortaleza do Seival Tempranillo – safra 2004
- Fortaleza do Seival Pinot Griggio safra 2005
- Fortaleza do Seival Sauvignon Blanc - safra 2005
O evento marcou a entrada da produção do Seival no mercado nacional e internacional. Serão 260 mil garrafas entre os seis vinhos.
Projeto
A região da Campanha, localizada ao sul do Rio Grande do Sul, tem clima ideal para cultivo destas castas: seco, com amplitude térmica (diferenças de temperatura entre o dia e a noite) que chegam a 16 graus.
Segundo a Miolo, buscou-se o que existe de melhor em tecnologia para a implantação de vinhedos . A escolha das variedades, algumas delas inéditas no Brasil, foi minuciosa.
O projeto Fortaleza do Seival foi iniciado em 2000, com investimentos de R$ 10 milhões, em uma área de 100 hectares de parreirais e produtividade média das vinhas entre seis e oito toneladas. Em 2003, obteve seu primeiro reconhecimento, com a colocação no mercado do Quinta do Seival Castas Portuguesas, que foi bem recebido pela crítica especializada e foi exportado para França, Itália, Alemanha, República Tcheca e EUA.
Degustação
Fortaleza do Seival Tempranillo – Estrutura média, tonalidade média de rubi. Leve toque de madeira, presença aromática de frutas vermelhas. Graduação alcoólica: 13%.
Fortaleza do Seival Tannat – Encorpado, mais estruturado que o tempranillo, tanino pronunciado (característica própria dessa uva), tonalidade forte de vermelho ficnado entre rubi e púrpura. Presença de carvalho, frutas maduras e especiarias. Equilibrado, sensação aveludada. Graduação alcoólica: 13%.
(Fonte: Miolo)

agosto 04, 2005

VINHO, COMPLEMENTO ALIMENTAR
Alguns elementos de sua composição fazem parte da dieta normal e necessária para o ser humano. Entre seus múltiplos componentes, podemos destacar:
ÁGUA - Cerca de 80% do vinho é constituído de água. O corpo humano por sua vez, se compõe de três quartas partes desse elemento. Pode portanto contribuir para a hidratação.
AÇÚCARES - No processo da fermentação, o açúcar da uva representado pela glicose e frutose, é transformado em álcool, porém, uma certa quantidade residual permanece (cerca de 1 a 3g/l nos vinhos secos) sem se transformar, somada aquela representada por açúcares que não se degradam pela ação das leveduras, como a pentose, arabinose e xilose. No caso dos vinhos secos essas quantidades são praticamente desprezíveis, mas no caso dos vinhos doces, passam a ser significativas.
VITAMINAS - A uva contém em sua composição uma série de vitaminas que são transferidas para o vinho. As principais detectadas são: B1 (TIAMINA - B2 (RIBOFLAVINA) - NIACINA (ÁCIDO NICOTÍNICO) - B6 (PIRIDOXINA) - B12 (COBALAMINA) - A (RETINOL) - C (ÁCIDO ASCÓRBICO). Cada uma delas funcionando como catalisadores nas reações orgânicas e ação preventiva de doenças específicas, como a Tiamina na prevenção do Beri-Beri.
SAIS MINERAIS - O vinho possui uma quantidade significativa de oligoelementos como: Potássio, Cálcio, Fósforo, Zinco, Cobre, Flúor, Alumínio, Iodo, Magnésio, Boro, etc.
ÁLCOOL ETÍLICO - A participação do álcool na composição do vinho gira em torno de 7 a 14 g/litro, nos vinhos secos, que são os mais comumente consumidos. Esse dado vem expresso no rótulo em % ou GL (Gay Lussac), que traduz a porcentagem ou teor por volume.
Sabe-se que o álcool é uma substância calórica que gera energia, sendo essa sua atuação no organismo.
O corpo humano tem a capacidade de metabolizar cerca de 1 g de álcool por quilo de peso, por dia (1g/kg/dia). Trata-se de quantidade máxima, não ideal. Por outro lado, 1g de álcool produz aproximadamente 7 calorias. Com base nesses dados, fica fácil estabelecer-se qual a exata quantidade de calorias que se pode oferecer numa dieta, incluindo o vinho.
Inclusive as pessoas em regime de emagrecimento podem calcular sua dose, podendo desfrutar de seu vinho sem culpa ou constrangimento.
Não se pode esquecer que o consumo deve ser moderado, porque o excesso vai impregnar os tecidos, funcionando de maneira tóxica, sobretudo no fígado. Cabe lembrar que o álcool excedente no sangue é que causa a embriaguez, e não aquele assimilado. (FONTE: Winexperts)

agosto 01, 2005

O FENÔMENO NEOZELANDÊS
Image hosted by Photobucket.comÉ uma das maiores promessas do vinho mundial. Com o Sauvignon Blanc como bandeira de luta, há pouco se converteu em uma das vedetes do novo Mundo.
Quando se pensa em Nova Zelândia, é comum imaginar-se uma ilha pequena e esquecida, com muitas ovelhas, flora silvestre e vizinha da Austrália. O filme “O Senhor dos Anéis” serviu para reforçar isto.
A verdade é que, embora existam muitas ovelhas (perto de 80 milhões), atravessar as duas ilhas da Nova Zelãndia de norte a sul gasta cerca de duas horas e meia. Além disto, o país desenvolveu uma das mais avançadas tecnologias no setor elétrico e possui uma economia exportadora com uma balança comercial invejável.
O setor vitivinícola está presente desde os fins do século XIX, quando a ordem católica Companhia de Maria instalou a primeira vinha, que existe até hoje. Mas, foi somente há uns dez anos que começou a industrializar-se, com investimentos provenientes dos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália: milionários que desejavam iniciar negócios em um país com uma indústria virgem.
Talvez o exemplo mais conhecido seja a vinícola Kemblefield, que teve início em 1992, quando dois californianos, Kaar Field and e John Kemble adquiriram 194 hectares em Hawke's Bay. John já havia desenvolvido a vinícola Ravenswood na Califórnia (que fatura US$160 milhões) e já em 2001 alcançou 91 pontos da Wine spectator com o seu Distinction Chardonnay 2000.
Hoje, a indústria do vinho cresceu substancialmente, com 353 vinícolas registradas, a grande maioria bastante menores que as conhecidas Montana Wines e Villa María. Exporta em média 2,25 milhões de litros anuais com um valor médio aproximado de US$4.99 por litro.
Ao contrário do Chile, que é visto como um produtor de vinhos baratos (às vezes se confunde isto com baixa qualidade), a Nova Zelândia entrou no mercado global como um produtor Premium, com a idéia de vinhos naturalmente orgânicos, provenientes de um país “verde e limpo”. Ainda assim, o consumidor global percebe este país como um produtor de vinhos brancos (90% dos vinhos o são) e, especificamente, de Sauvignon Blanc, sua casta emblemática. Esta se associa com a região de Marlborough, na ilha sul.
Na realidade, é a região de Hawke's Bay (ilha norte) aquela que colheu os maiores galardões e reconhecimento em concursos, e o foi pelos vinhos tintos, principalmente com Pinot Noir e Merlot.
No país existe um consumo interno crescente, pois se vem substituindo a cerveja pelo vinho, além dos efeitos de marketing que produzem as agressivas campanhas promovendo o vinho neozelandês, lideradas principalmente por Bob Campbell, Master of Wine.
Os principais mercados são Reino Unido, Estados Unidos, Austrália, Holanda e Alemanha, embora, na realidade, a afinidade cultural com países anglo-saxônicos haja tornado a tarefa muito mais simples que no caso chileno.
Na medida em que as novas colheitas melhorarem, ano após ano, e o consumidor der oportunidade aos tintos da Nova Zelândia, assim como um dia fez com os brancos, veremos uma forte presença mundial destes vinhos com caráter marcantemente frutado, elegantes e com uma imagem coerente. (Fonte: Chilevinos).