O FENÔMENO NEOZELANDÊS
É uma das maiores promessas do vinho mundial. Com o Sauvignon Blanc como bandeira de luta, há pouco se converteu em uma das vedetes do novo Mundo.
Quando se pensa em Nova Zelândia, é comum imaginar-se uma ilha pequena e esquecida, com muitas ovelhas, flora silvestre e vizinha da Austrália. O filme “O Senhor dos Anéis” serviu para reforçar isto.
A verdade é que, embora existam muitas ovelhas (perto de 80 milhões), atravessar as duas ilhas da Nova Zelãndia de norte a sul gasta cerca de duas horas e meia. Além disto, o país desenvolveu uma das mais avançadas tecnologias no setor elétrico e possui uma economia exportadora com uma balança comercial invejável.
O setor vitivinícola está presente desde os fins do século XIX, quando a ordem católica Companhia de Maria instalou a primeira vinha, que existe até hoje. Mas, foi somente há uns dez anos que começou a industrializar-se, com investimentos provenientes dos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália: milionários que desejavam iniciar negócios em um país com uma indústria virgem.
Talvez o exemplo mais conhecido seja a vinícola Kemblefield, que teve início em 1992, quando dois californianos, Kaar Field and e John Kemble adquiriram 194 hectares em Hawke's Bay. John já havia desenvolvido a vinícola Ravenswood na Califórnia (que fatura US$160 milhões) e já em 2001 alcançou 91 pontos da Wine spectator com o seu Distinction Chardonnay 2000.
Hoje, a indústria do vinho cresceu substancialmente, com 353 vinícolas registradas, a grande maioria bastante menores que as conhecidas Montana Wines e Villa María. Exporta em média 2,25 milhões de litros anuais com um valor médio aproximado de US$4.99 por litro.
Ao contrário do Chile, que é visto como um produtor de vinhos baratos (às vezes se confunde isto com baixa qualidade), a Nova Zelândia entrou no mercado global como um produtor Premium, com a idéia de vinhos naturalmente orgânicos, provenientes de um país “verde e limpo”. Ainda assim, o consumidor global percebe este país como um produtor de vinhos brancos (90% dos vinhos o são) e, especificamente, de Sauvignon Blanc, sua casta emblemática. Esta se associa com a região de Marlborough, na ilha sul.
Na realidade, é a região de Hawke's Bay (ilha norte) aquela que colheu os maiores galardões e reconhecimento em concursos, e o foi pelos vinhos tintos, principalmente com Pinot Noir e Merlot.
No país existe um consumo interno crescente, pois se vem substituindo a cerveja pelo vinho, além dos efeitos de marketing que produzem as agressivas campanhas promovendo o vinho neozelandês, lideradas principalmente por Bob Campbell, Master of Wine.
Os principais mercados são Reino Unido, Estados Unidos, Austrália, Holanda e Alemanha, embora, na realidade, a afinidade cultural com países anglo-saxônicos haja tornado a tarefa muito mais simples que no caso chileno.
Na medida em que as novas colheitas melhorarem, ano após ano, e o consumidor der oportunidade aos tintos da Nova Zelândia, assim como um dia fez com os brancos, veremos uma forte presença mundial destes vinhos com caráter marcantemente frutado, elegantes e com uma imagem coerente. (Fonte: Chilevinos).
agosto 01, 2005
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