outubro 21, 2003

BOA NOVA DO CHILE: TRIPLE C
Nosso bom e dileto amigo, o Senhor de Morro Grande, retornando de recente viagem ao Chile, convidou-nos para degustar um vinho que trouxe na bagagem, motivado pelas elogiosas referências que colheu de entendidos locais. Trata-se do Triple C, elaborado pela conhecida Viña Santa Rita em seus vinhedos no Estado de Alto Jahuel, no Valle del Maipo (Denominação de Origem).
E essa degustação ocorreu numa noite de temperatura bastante agradável, na varanda de sua aprazível residência na Zona da Mata, em Minas Gerais. Antes, porém, de fazermos nossos comentários, vale repassar algumas informações colhidas em fontes chilenas.
Segundo a Viña Santa Rita, o Triple C combina o melhor do Velho e Novo Mundos: a elegância de variedades de uvas tradicionais e as modernas técnicas de produção. É um blend de uvas Cabernet Franc (55%), Cabernet Sauvignon (30%) e Carmenère (15%), cultivadas em um "terroir" extraordinário, localizado bem no coração do Valle del Maipo e ao lado da Cordilheira dos Andes. É um vinho muito novo, cuja primeira colheita se deu em março de 1999, que passou por um armazenamento de 14 meses em barricas novas de carvalho francês, seguindo-se o engarrafamento em 2 de fevereiro de 2001. Seu teor alcoólico é bastante elevado - 14,5% - e o potencial de envelhecimento é de 8 anos.
Mas as melhores referências ao Triple C foram encontradas em artigo publicado na Revista chilena Qué Pasa, edição de 05 de setembro de 2003, assinado por César Fredes e sob o título "Triple C, uma verdadeira jóia". As primeiras palavras do articulista definem este vinho como "realmente soberbo, elaborado com o objetivo de qualidade extrema". Em poucas palavras, um vinho que "o comum dos mortais poderia definir, primeiro, como muito rico e, em seguida, como impressionante".
Segundo Fredes, é um vinho que "impressionará os aficionados e fascinará, logicamente, a Valle del Maipo quase todos os profissionais e eruditos que venham a prova-lo". Encerrando seus comentários, Fredes afirma que o preço de 25000 pesos (cerca de US$37, no Chile) será muito bem pago. "Um vinho que dará o que falar".
Bem, depois de tão elogiosos comentários, sentimo-nos com uma grande responsabilidade em emitir nossas opiniões. Mas, deixando a avaliação mais detalhada e aprofundada para os verdadeiramente entendidos, começaríamos dizendo que o que mais nos impressionou, de imediato, foi sua coloração rubi intensa, homogênea, muito bonita. Ao agitar da taça, percebe-se um "colar" amplo, com "lágrimas" em abundância. Ao nariz, mostrou um aroma delicado e harmonioso de madeira e frutos vermelhos, que nos dava vontade de experimentar por várias vezes. Mas a grande revelação veio ao prova-lo e sentir a plenitude e a persistência, o ótimo corpo; e - surpresa - apesar do elevado teor alcoólico, quase não sentimos o seu efeito.
A degustação foi acompanhada por um queijo parmesão fresco, que se mostrou muito harmonioso com o vinho.
Em suma, na nossa modesta opinião, trata-se de um vinho muito bom, que deverá ficar ainda melhor se guardado por mais alguns anos. E àqueles que se dispuserem a desembolsar algo possivelmente entre R$250 e R$300 por uma garrafa aqui no Brasil não exitaríamos em sugerir que o façam.