outubro 09, 2005

O GOSTO ROLLAND
Com 102 clientes em 14 países, Michel Rolland não elabora diretamente os vinhos. Ele oferece consultoria aos enólogos locais e dá orientação no plantio e condução das vinhas, na gestão da maturidade das uvas, na vinificação, no amadurecimento, etc.
Rolland, às vezes, participa do corte ou assemblage (mistura dos vinhos de barris diferentes para formar o produto final), sua especialidade. Seus vinhos são elaborados invariavelmente com uvas ultra-maduras, às vezes maduras em excesso. Essa maturação corre o risco de estar em desarmonia com a maturação fenólica (taninos) e com perda de acidez.
Depois, o líquido passa por um estágio em barris de carvalho. Como resultado, todos estes vinhos têm características em comum, o “gosto Rolland”:
- A cor do líquido é muito escura.
- Os aromas e sabores lembram frutas muito maduras e geléia, com presença marcante de aromas vindos do estágio em madeira (café, chocolate, caramelo, coco queimado, baunilha, etc).
- A maciez e quase doçura no palato é outro item, pelo alto teor alcoólico (geralmente, de 13,5% para cima), taninos doces e baixa acidez.
É bom lembrar que Rolland não “inventou” esse padrão. Ele é apenas um excelente enólogo, que sabe o que agrada e o que não agrada e sabe como fazer vinhos que atendem à demanda. FONTE: "A polêmica da globalização", Marcelo Copello, revista ADEGA, setembro de 2005.

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