outubro 01, 2005

PANORAMA ESTATÍSTICO INTERNACIONAL
Introdução
Muito se fala das estatísticas da produção mundial de vinhos, mas, quase sempre, os dados apresentados são discordantes. As discrepâncias se devem, na maioria dos casos, à falta de uniformidade dos critérios utilizados para aferir tais dados, contudo, outras vezes, são fruto apenas do desejo de manipulação de alguns. Os dados mais fidedignos talvez sejam os provenientes da F.A.O. (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) que são harmonizados com os dados da O.I.V.(Organização Internacional da Vinha e do Vinho), a cada dois anos. Utilizando as informações obtidas através destes órgãos, com ano base 2002, último ano disponível, podemos traçar um perfil do mercado mundial de vinho.
Produção mundial de uvas
A superfície plantada de uvas, sejam elas voltadas ou não para a produção de vinhos, diminuiu nas últimas duas décadas, chegando em 1997 ao nível mais baixo desde 1950. Em 2002 houve uma estabilização dos índices e a área plantada somou 7,88 milhões de hectares, sendo a Espanha responsável por 15,26% deste valor, a França por 11,54%, Itália por 11,7% e o Brasil por 0,82%.
Produção mundial de vinho
Analisando apenas a superfície plantada destinada à produção de vinho, a França ocupa o primeiro lugar, seguido da Itália e Espanha. Foram produzidos 260,89 milhões de hectolitros, 2% a menos que em 2001, sendo a França o maior produtor de vinho do mundo, com 19,16% da produção, redução de 6% em relação a 2001, seguido da Itália, Espanha, EUA, Argentina, China, Austrália, Alemanha, Portugal, África do Sul, Chile, Hungria, Romênia, Grécia, Rússia e Brasil com 1,23% da produção.
As estatísticas para 2004, ainda não confirmadas, revelam que a produção mundial de vinho chegou a 294,6 milhões de hectolitros, sendo a Europa responsável por 70,6% da produção. Os maiores países produtores foram França com 56,6 Mhl, Itália com 51,5, Espanha com 42,14, EUA 19,51, Argentina 15,46, Austrália 13,81 e China 11,31.
Consumo mundial de vinho
O consumo mundial de vinho atingiu 227,83 milhões de hectolitros sendo a Europa responsável por 68,7% do consumo, diminuição de 5,1% em relação ao final dos anos 80. Em contrapartida, o consumo cresceu 12% na ex União Soviética e na América 3% em relação a 2001. O país de maior consumo per capita/ano foi Luxemburgo com 63,4 litros, seguido da França com 56, Itália com 48, Portugal com 46, Suíça com 43 e Espanha com 31,6. O Brasil teve consumo medido de 1,8 litro por pessoa/ano. Enquanto na maioria dos países ocorreu decréscimo de consumo, países como Nova Zelândia, China, EUA, Canadá, Austrália e Inglaterra e Brasil apresentaram aumento de consumo. O consumo está na casa dos 236 milhões de hectolitros, em crescimento depois de anos em declínio. A Europa consome 68,4% do vinho mundial, a América 20,2% e a Ásia 6,7%. Os países de maior consumo absoluto são a França com 33,5 Mhl, Itália com 28,3, EUA com 24,7, Alemanha com 20,3, Espanha com 13,9, China com 11,7, Inglaterra com 11,7. Os países com maior consumo per capita/ano são Luxemburgo com 55,8 litros, França com 55,4, Portugal com 52,6, Itália com 51,1, Croácia com 44,7, Eslovênia com 44,4, Suíça com 41,4.
Exportações mundiais de vinho
As exportações de vinhos chegam a 77,4 Milhões de hectolitros sendo que a França é o maior país exportador com 14,21 Mhl, seguido da Itália com 14,19, Espanha com 13,51, Austrália com 6,45, Chile com 4,67, EUA com 3,87 e Portugal com 3,12. As importações somam 72,1 milhões de hectolitros, sendo a Alemanha com 12,49 Mhl, Inglaterra com 11, 94, EUA com 6,24, França com 5,51, Rússia com 4,5, Holanda com 3,49 e a Bélgica com 27,55 os maiores importadores mundiais.
Tendências do mercado
A tendência no mercado mundial de vinhos é o crescimento. Enquanto muitos países europeus chegaram ao seu máximo patamar de consumo, novos e maiores mercados são abertos em outros continentes. Se, por um lado, existem movimentos para a diminuição do consumo do álcool, por outro, há a comprovação médica dos benefícios do vinho à saúde, alavancando o consumo. Enquanto os vinhedos europeus, por conta das políticas agrárias na União Européia, diminuem de tamanho, outros, em continentes como América e Ásia, contribuem expressivamente com aumento da área plantada. O consumidor, por sua vez, busca cada vez mais a boa relação custo x benefício e demanda maior qualidade. Neste sentido, países como Austrália, Chile, Argentina ,África do Sul, e mais recentemente Portugal, têm se destacado no cenário internacional e ganham cada vez mais espaço. FONTE: Tribuna da Bahia.

Um comentário:

Anônimo disse...

Desculpe caro Ivan,mas segundo consta,a maior superfície plantada de uvas vitivinícolas do mundo,apesar de ainda não estarem produzindo é por incríel que pareça a China...
Abraços André Brum - World Wine - La Pastina RJ