setembro 29, 2005

VINHOS DO NOVO MUNDO – DICAS GERAIS
Vinho não precisa ser caro. Há verdadeiras jóias no mercado a preços incríveis. É verdade que temos de escavar um pouco e deixar preconceitos de lado. Não se pode seguir pensando que vinho para ser bom tem de ter um preço assustador. É um produto bastante democrático, e há para todos os gostos e bolsos. Para facilitar, aqui vão algumas dicas.
O Novo Mundo apresenta produtos de qualidade com bons preços. Difícil de ter que engolir um argentino? Eu entendo, mas esqueça as diferenças, os caras são bons. A uva Malbec (originária da região de Cahors, na França) brilha neste país. Encontrou ali uma terra onde pode se expressar de maneira excepcional. São vinhos que apresentam notas de fruta vermelha bem madura. E como costumam dar "uma passada" por madeira de qualidade, também nos presenteiam com nuances tostadas bem interessantes.
Se realmente não conseguir compatibilizar com os argentinos, parta em direção ao Chile. São vinhos com uma tendência a ser encorpados e saborosos, além de bastante didáticos em termos de o que a uva Cabernet Sauvignon deve apresentar como linha aromática (os clássicos pimentão ou pimenta verdes). Fora esta, a nova vedete é a Carmenère, uva de origem bordalesa, que desapareceu desta zona francesa com a crise da “phylloxera”. Dá vinhos de corpo médio a encorpado, dependendo do produtor e da vinificação.
A Austrália adotou a francesa Syrah, onde é conhecida como Shiraz. Esta uva tem origem na região do vale do rio Rhône, no sudeste da França. No seu país de adoção adquiriu notas mais frescas, com muita fruta vermelha, e toques de cravo e chocolate.
A África do Sul criou sua própria uva, a Pinotage, um híbrido da Pinot Noir da Borgonha com a Cinsaut do sul da França. Produz vinhos dos mais variados, mas seu diferencial é a elegância predominante em vez da potência que marca os vinhos do Novo Mundo. São, portanto, mais finos, mais flexíveis e mais fáceis de harmonizar com diferentes pratos.
A Nova Zelândia, com seu clima frio, produz vinhos de aromas bastante típicos da uva Sauvignon Blanc, que tem berço em Sancerre, na célebre região do Vale do Loire. Não podemos nos esquecer que este país também produz excelentes vinhos da uva de Borgonha, a Pinot Noir, justamente pelas características particulares de seu clima.
Estas são algumas opções para os já clássicos vinhos das regiões do Velho Mundo. Como disse, o vinho é um produto bastante democrático, e por isso não há porque ter preconceitos com sua origem. Por isso, vamos atrás dessas jóias modernas da nova viticultura mundial!
FONTE: Alexandra Corvo, sommelier, Portal Veja São Paulo.

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