Já falamos aqui sobre a importância da escolha adequada dos copos, na hora de uma degustação. Mas , nunca é demais relembrar este assunto e, neste sentido, vale a pena ler a matéria publicada na revista Domingo, do Jornal do Brasil, nesta data, assinada por Cristiano Dias. Sob o título Acerte o copo, esclarece como a fabricante de copos austríaca Riedel se tornou famosa, a partir das idéias revolucionárias de Georg Riedel, no final da década de 80. Ele partiu da premissa de que o conteúdo é que deveria determinar a forma do copo e conseguiu impor seus conceitos.
É verdade que a reportagem se detém nos copos de cristal fabricados pela Riedel, perto de 70 tipos, de altíssima qualidade, mas as sugestões apontadas servem, também, para copos menos nobres. A regra básica é usar copos grandes para os vinhos tintos e médios para os brancos, lembrando que, quanto mais nobre e encorpado for o vinho, maior deverá ser o copo. Em se tratando de vinhos leves, pouco estruturados, tintos ou brancos, o copo deve ter as bordas ligeiramente fechadas, para reter os aromas.
Interessante a observação sobre a localização dos aromas, em camadas superpostas, de acordo com a sua densidade: os mais leves (frutas e flores) nas bordas; fragrâncias de plantas verdes e minerais, no meio; e, no fundo, os aromas da madeira e do álcool.
Em resumo, o que fica bastante claro é que o tipo de copo está intimamente relacionado às características do vinho a degustar, cabendo a quem bebe fazer suas próprias experiências e tirar suas conclusões, mas procurando seguir essas regras básicas.
Os últimos 90 anos assistiram a revolução industrial dos vinhos. O embasamento científico da fabricação de vinhos desenvolveu-se grandemente no século XX, permitindo que muitas coisas antes impossíveis fossem realizadas.
Não poderia ser diferente, portanto, a experiência de degustar um Don Luís, vinho de mesa fino tinto seco, Cabernet Sauvignon, safra de 1998, produzido e engarrafado pela tradicional Viña Cousiño-Macul, no Valle de Maipo e com 12% de graduação alcoólica. A simples observação visual já permitia concluir ser um vinho encorpado, o que se comprovou ao bebê-lo. Seu aroma de carvalho é suave. Ao prová-lo, sentimos aquela agradável sensação de plenitude e, como se costuna dizer, "desceu redondo". Os taninos já se encontram razoavelmente equilibrados, não se fazem tão fortes. Em resumo, uma degustação gostosa, que merece ser tentada.
que chegou ao Brasil em 1875, estabelecendo-se em Bento Gonçalves e, desde logo, dedicando-se à vitivinicultura. Anos mais tarde, um dos netos, Candido Valduga, aprimorou seus próprios vinhedos e partiu para a produção de vinhos finos, em pequena escala, mas de boa qualidade.
Seu aroma de madeira é bastante agradável, denotando o amadurecimento e o envelhecimento em barris de carvalho europeu. Um vinho encorpado, com gosto pronunciado, em que se sente bem o efeito da madeira.
Onde está o segredo? Numa boa harmonização, dizem eles. Experimente um vinho frisante. Porque? Ele neutraliza o sabor forte do prato; e se torna ainda mais indicado quando se inclui a laranjinha, com sua acidez característica.
Segundo a lenda, no século VIII, o povoado de Murça era assolado por um grande número de javalis e ursos. O terror da região era uma enorme e feroz porca, ou ursa. Diante de tal ameaça, foram organizadas caçadas a cavalo, tendo o Senhor de Murça, um ilustre cavaleiro da região, abatido o tão indesejado animal. Para imortalizar essa façanha, foi construído, em pleno centro da vila, um monumento monolítico, a famosa "Porca de Murça". Esse mumento passou a ser presença obrigatória na publicidade da região, nomeadamente no vinho, no azeite e em outros produtos típicos.
Os vinhos Porca de Murça são detentores de vários prêmios: o tinto Reserva 97 recebeu medalha de ouro no Challenge International du Vin 99; o branco Reserva 98 foi classificado como "Melhor Vinho do Douro 99" e "Melhor Vinho Nacional 99". São feitos a respeitar.
Chegamos, afinal, ao nosso primeiro ano! Muita coisa se passou desde aquele começo, quando resolvemos colocar em prática uma idéia que já nos rondava a cabeça mesmo antes de surgirem os blogs. No início, ficamos com certo receio de que não lográssemos uma boa aceitação e viéssemos a receber algumas mensagens de desagrado ou questionamento ("Quem é esse cara metido a falar sobre vinhos?"), pois nosso endereço de e-mail esteve sempre disponível. Felizmente, nada disso aconteceu e, hoje, temos a satisfação de, comparando as estatísticas do blog, constatar que vem aumentando o número de "page views". Isso é muito bom e animador, tem sido um incentivo para que continuemos a escrever. Não poderíamos deixar de comentar que muito nos agradaria receber as críticas e sugestões dos visitantes, porque nos propomos a fazer algo mais aberto, mais abrangente. Você, que nos lê neste momento, faça seus comentários, usando o link correspondente ao pé desta mensagem; ou, se preferir, envie-nos um e-mail. Será um prazer analisar tudo que recebermos.