COPOS, UMA VEZ MAIS
Já falamos aqui sobre a importância da escolha adequada dos copos, na hora de uma degustação. Mas , nunca é demais relembrar este assunto e, neste sentido, vale a pena ler a matéria publicada na revista Domingo, do Jornal do Brasil, nesta data, assinada por Cristiano Dias. Sob o título Acerte o copo, esclarece como a fabricante de copos austríaca Riedel se tornou famosa, a partir das idéias revolucionárias de Georg Riedel, no final da década de 80. Ele partiu da premissa de que o conteúdo é que deveria determinar a forma do copo e conseguiu impor seus conceitos.
É verdade que a reportagem se detém nos copos de cristal fabricados pela Riedel, perto de 70 tipos, de altíssima qualidade, mas as sugestões apontadas servem, também, para copos menos nobres. A regra básica é usar copos grandes para os vinhos tintos e médios para os brancos, lembrando que, quanto mais nobre e encorpado for o vinho, maior deverá ser o copo. Em se tratando de vinhos leves, pouco estruturados, tintos ou brancos, o copo deve ter as bordas ligeiramente fechadas, para reter os aromas.
Interessante a observação sobre a localização dos aromas, em camadas superpostas, de acordo com a sua densidade: os mais leves (frutas e flores) nas bordas; fragrâncias de plantas verdes e minerais, no meio; e, no fundo, os aromas da madeira e do álcool.
Em resumo, o que fica bastante claro é que o tipo de copo está intimamente relacionado às características do vinho a degustar, cabendo a quem bebe fazer suas próprias experiências e tirar suas conclusões, mas procurando seguir essas regras básicas.
setembro 29, 2002
setembro 23, 2002
BREVE HISTÓRIA DO VINHO (7)
O vinho no mundo de hoje
Os últimos 90 anos assistiram a revolução industrial dos vinhos. O embasamento científico da fabricação de vinhos desenvolveu-se grandemente no século XX, permitindo que muitas coisas antes impossíveis fossem realizadas.
Um exemplo disto é a refrigeração. Antes de 1940, o vinho era fornecido às pessoas de acordo com sua localização geográfica. Com a disseminação da refrigeração, tornou-se fácil para as vinícolas controlar a temperatura de seus processos de fermentação. Isto permitiu fabricar vinhos de alta qualidade em climas quentes, algo antes não muito factível.
O avanço da ciência durante o último século contribuiu grandemente para o desenvolvimento da indústria do vinho.
A moderna fabricação pode alcançar controle físico total de cada estágio da produção. Por outro lado, esses mesmos avanços tecnológicos têm levado à tentação de produzir mais vinhos, em detrimento da qualidade. Os fabricantes enfrentam o desafio de produzir mais vinho para um mercado maior, sem perder o caráter local de seus produtos.
E aqui termina essa breve história do vinho. Ela serve paea nos mostrar como o vinho evoluiu, desde tempos tão remotos, passando por altos e baixos, servindo aos interesses de governantes, de poderosos e nobres, até chegar aos dias atuais, acessível a classes menos abastadas. Não podemos prever os caminhos que a Humanidade trilhará nos próximos séculos, mas arriscamo-nos a fazer uma previsão: o vinho continuará seguindo o seu papel de aglutinador social, aproximando as pessoas, fazendo com que, mesmo em fugazes momentos, se sintam mais satisfeitas. E gostaríamos, também, de, num exercício de futurologia, imaginar que essa bebida famosa venha a fazer parte cada vez mais da mesa de diferentes classes sociais, o que seria um indício de um menor distanciamento entre elas.
Então, bebamos! E brindemos a todos, pela paz e prosperidade no Mundo!
O vinho no mundo de hoje
Os últimos 90 anos assistiram a revolução industrial dos vinhos. O embasamento científico da fabricação de vinhos desenvolveu-se grandemente no século XX, permitindo que muitas coisas antes impossíveis fossem realizadas.
Um exemplo disto é a refrigeração. Antes de 1940, o vinho era fornecido às pessoas de acordo com sua localização geográfica. Com a disseminação da refrigeração, tornou-se fácil para as vinícolas controlar a temperatura de seus processos de fermentação. Isto permitiu fabricar vinhos de alta qualidade em climas quentes, algo antes não muito factível.
O avanço da ciência durante o último século contribuiu grandemente para o desenvolvimento da indústria do vinho.
A moderna fabricação pode alcançar controle físico total de cada estágio da produção. Por outro lado, esses mesmos avanços tecnológicos têm levado à tentação de produzir mais vinhos, em detrimento da qualidade. Os fabricantes enfrentam o desafio de produzir mais vinho para um mercado maior, sem perder o caráter local de seus produtos.
E aqui termina essa breve história do vinho. Ela serve paea nos mostrar como o vinho evoluiu, desde tempos tão remotos, passando por altos e baixos, servindo aos interesses de governantes, de poderosos e nobres, até chegar aos dias atuais, acessível a classes menos abastadas. Não podemos prever os caminhos que a Humanidade trilhará nos próximos séculos, mas arriscamo-nos a fazer uma previsão: o vinho continuará seguindo o seu papel de aglutinador social, aproximando as pessoas, fazendo com que, mesmo em fugazes momentos, se sintam mais satisfeitas. E gostaríamos, também, de, num exercício de futurologia, imaginar que essa bebida famosa venha a fazer parte cada vez mais da mesa de diferentes classes sociais, o que seria um indício de um menor distanciamento entre elas.
Então, bebamos! E brindemos a todos, pela paz e prosperidade no Mundo!
setembro 22, 2002
BREVE HISTÓRIA DO VINHO (6)
O vinho no século XIX
Napoleão disse: "Na vitória, você merece champanhe; na derrota, você precisa dele".
No começo do século XIX, os ingleses gastaram muito de seu tempo com as guerras napoleônicas, operando de Portugal. Por causa dessas guerras, os ingleses se viram incapazes de manter um suprimento regular de vinho francês e, por isto, se voltaram para Portugal. O vinho do Porto se tornou o preferido na Inglaterra nesta época.
O champanhe também ganhou preferência na Europa do século XIX. A francesa Nicole-Barbe Clicquot-Ponsardin dinamizou a indústria do champanhe e fez dele o vinho celebridade do mundo. Ela descobriu maneiras mais fáceis de remover o sedimento do champanhe e substituiu esre sedimento por açúcar, vinho e brandy. Ela também organizou a produção de champanhe de modo que ele pudesse ser feito em uma linha de montagem, tornando essa bebida realmente "moderna".
Neste século, os vinhos do Novo Mundo começaram a desafiar osd do Velho Mundo. Na América, Thomas Jefferson estava convencido de que a falta de vinhos finos em seu país estava levando os americanos a beber muito mais licores pesados. Esta idéia se propagou após sua morte e influenciou a maneira como os americanos viam o vinho no futuro. Ohio foi a primeira região americana a cultivar uvas com sucesso. Sua glória foi curta e em pouco tempo a Califórnia tomou o seu lugar. Em 1889, vinhos deste estado ganharam 20 das 34 medalhas em uma competição internacional em Paris.
Na Austrália, um imigrante chamado James Busby iniciou a indústria do vinho no Vale dos Caçadores. Embora seus vinhos fossem de boa qualidade, não havia mercado para eles, que só vieram a ter aceitação internacional muitos anos depois.
Embora o século XIX tenha sido considerado a Era de Ouro dos vinhos de Bordeaux e de Bourgogne, ficou marcado por uma tragédia para essas regiões. Por volta de 1863, muitos vinhos franceses começaram a sofrer de misteriosa doença, que se descobriu ser resultante da Phylloxera (em grego, folha seca). Tratava-se de uma praga originária da América, um gênero de insetos muito pequenos e danosos às plantas. Descobriu-se, porém, que na América essa praga não atacava as raízes das videiras; então, os produtores usaram raízes americanas para enxertar suas videiras, reduzindo em parte a destruição. Mesmo assim, por causa da Phylloxera, muitas das vinhas francesas tiveram que ser replantadas ao final do século XIX. (>>>continua)
O vinho no século XIX
Napoleão disse: "Na vitória, você merece champanhe; na derrota, você precisa dele".
No começo do século XIX, os ingleses gastaram muito de seu tempo com as guerras napoleônicas, operando de Portugal. Por causa dessas guerras, os ingleses se viram incapazes de manter um suprimento regular de vinho francês e, por isto, se voltaram para Portugal. O vinho do Porto se tornou o preferido na Inglaterra nesta época.
O champanhe também ganhou preferência na Europa do século XIX. A francesa Nicole-Barbe Clicquot-Ponsardin dinamizou a indústria do champanhe e fez dele o vinho celebridade do mundo. Ela descobriu maneiras mais fáceis de remover o sedimento do champanhe e substituiu esre sedimento por açúcar, vinho e brandy. Ela também organizou a produção de champanhe de modo que ele pudesse ser feito em uma linha de montagem, tornando essa bebida realmente "moderna".
Neste século, os vinhos do Novo Mundo começaram a desafiar osd do Velho Mundo. Na América, Thomas Jefferson estava convencido de que a falta de vinhos finos em seu país estava levando os americanos a beber muito mais licores pesados. Esta idéia se propagou após sua morte e influenciou a maneira como os americanos viam o vinho no futuro. Ohio foi a primeira região americana a cultivar uvas com sucesso. Sua glória foi curta e em pouco tempo a Califórnia tomou o seu lugar. Em 1889, vinhos deste estado ganharam 20 das 34 medalhas em uma competição internacional em Paris.
Na Austrália, um imigrante chamado James Busby iniciou a indústria do vinho no Vale dos Caçadores. Embora seus vinhos fossem de boa qualidade, não havia mercado para eles, que só vieram a ter aceitação internacional muitos anos depois.
Embora o século XIX tenha sido considerado a Era de Ouro dos vinhos de Bordeaux e de Bourgogne, ficou marcado por uma tragédia para essas regiões. Por volta de 1863, muitos vinhos franceses começaram a sofrer de misteriosa doença, que se descobriu ser resultante da Phylloxera (em grego, folha seca). Tratava-se de uma praga originária da América, um gênero de insetos muito pequenos e danosos às plantas. Descobriu-se, porém, que na América essa praga não atacava as raízes das videiras; então, os produtores usaram raízes americanas para enxertar suas videiras, reduzindo em parte a destruição. Mesmo assim, por causa da Phylloxera, muitas das vinhas francesas tiveram que ser replantadas ao final do século XIX. (>>>continua)
setembro 21, 2002
BREVE HISTÓRIA DO VINHO (5)
Novos desafios para o vinho
O vinho não era mais necessário como parte da dieta diária. O século XVII assistiu a um breve declínio da indústria do vinho. A propaganda política e religiosa pouco fez para promover o consumo de vinho para o prazer. E o vinho também teve que enfrentar um rival: o fornecimento de água potável, límpida e facilmente disponível para o consumo.
O vinho ainda enfrentou outros rivais no século XVII: bebidas destiladas (incluindo Gin e Brandy), tabaco, cerveja, chocolate, café, chá, champanhe.
Ou o vinho competia com esses rivais ou estava fadado a desaparecer. No entanto, novos desenvolvimentos ajudaram a indústria do vinho a manter sua popularidade. A invenção de melhores métodos para a fabricação de vidro, a rolha e outros acessórios, assim como melhores métodos de produção, em muito ajudaram o vinho naquele século.
Foi um período em que o vinho sofreu muitas mudanças.
A Inglaterra não se beneficiou de muitos desses desenvolvimentos por causa de suas relações políticas com a França. Os ingleses ficaram sem uma maior fonte de suprimento de vinho, por causa desses estremecimentos políticos, e tiveram que se voltar para outros lados. E procuraram Portugal, Holanda e mesmo a África do Sul holandesa, para a importação de seus vinhos. Quando a Inglaterra tomou a África do Sul, nos começos de 1800, assumiu o controle de um suprimento regular de vinho. Lord Nelson, o comandante britânico durante as guerras napoleônicas, referiu-se a esta colônia como uma "imensa taberna".
Apesar das relações tumultuadas com os ingleses, a indústria do vinho francês decolou no século XVIII. Muitas pessoas consideram que esta foi a época em que o vinho de Bordeaux começou a florescer e ganhar popularidade. Os comerciantes que freqüentavam Bordeaux vinham de áreas tais como Holanda, Alemanha, Irlanda, e mesmo Escandinávia. Bordeaux estava apta para negociar vinho por café e outros produtos do Novo Mundo. Isto ajudou a reforçar o papel do vinho na nascente indústria do comércio mundial. (>>>continua)
Novos desafios para o vinho
O vinho não era mais necessário como parte da dieta diária. O século XVII assistiu a um breve declínio da indústria do vinho. A propaganda política e religiosa pouco fez para promover o consumo de vinho para o prazer. E o vinho também teve que enfrentar um rival: o fornecimento de água potável, límpida e facilmente disponível para o consumo.
O vinho ainda enfrentou outros rivais no século XVII: bebidas destiladas (incluindo Gin e Brandy), tabaco, cerveja, chocolate, café, chá, champanhe.
Ou o vinho competia com esses rivais ou estava fadado a desaparecer. No entanto, novos desenvolvimentos ajudaram a indústria do vinho a manter sua popularidade. A invenção de melhores métodos para a fabricação de vidro, a rolha e outros acessórios, assim como melhores métodos de produção, em muito ajudaram o vinho naquele século.
Foi um período em que o vinho sofreu muitas mudanças.
A Inglaterra não se beneficiou de muitos desses desenvolvimentos por causa de suas relações políticas com a França. Os ingleses ficaram sem uma maior fonte de suprimento de vinho, por causa desses estremecimentos políticos, e tiveram que se voltar para outros lados. E procuraram Portugal, Holanda e mesmo a África do Sul holandesa, para a importação de seus vinhos. Quando a Inglaterra tomou a África do Sul, nos começos de 1800, assumiu o controle de um suprimento regular de vinho. Lord Nelson, o comandante britânico durante as guerras napoleônicas, referiu-se a esta colônia como uma "imensa taberna".
Apesar das relações tumultuadas com os ingleses, a indústria do vinho francês decolou no século XVIII. Muitas pessoas consideram que esta foi a época em que o vinho de Bordeaux começou a florescer e ganhar popularidade. Os comerciantes que freqüentavam Bordeaux vinham de áreas tais como Holanda, Alemanha, Irlanda, e mesmo Escandinávia. Bordeaux estava apta para negociar vinho por café e outros produtos do Novo Mundo. Isto ajudou a reforçar o papel do vinho na nascente indústria do comércio mundial. (>>>continua)
setembro 20, 2002
BREVE HISTÓRIA DO VINHO (4)
A época de ouro de Shakespeare
Na era de Shakespeare (século XVI), o vinho era parte comum da dieta diária; a cerveja era a alternativa favorita ao vinho.
Nesta época, o vinho começou a se diversificar e as pessoas, a valorizar o conceito de variedade. Isso se revela nas palavras do francês Michel de Montaigne: “Precisamos de uma degustação menos exata e mais livre. Para ser um bom bebedor, não é necessário um paladar tão delicado”.
Outra observação registrada sobre o vinho é de Sir John Hannington: “Vinhos, mulheres, banhos, pela arte ou pela natureza quentes, usados ou abusados, são para os homens muito bons ou danosos”.
Com certeza, os cidadãos da era Shakespeare apreciavam o vinho e começaram a discutir suas virtudes com mais entusiasmo que nos séculos anteriores.
No final da vida de Shakespeare, falecido em 1616, Londres passou a contar, pela primeira vez, com um abundante suprimento de água potável e a indústria do vinho entrou em uma nova era. (>>>continua)
A época de ouro de Shakespeare
Na era de Shakespeare (século XVI), o vinho era parte comum da dieta diária; a cerveja era a alternativa favorita ao vinho.
Nesta época, o vinho começou a se diversificar e as pessoas, a valorizar o conceito de variedade. Isso se revela nas palavras do francês Michel de Montaigne: “Precisamos de uma degustação menos exata e mais livre. Para ser um bom bebedor, não é necessário um paladar tão delicado”.
Outra observação registrada sobre o vinho é de Sir John Hannington: “Vinhos, mulheres, banhos, pela arte ou pela natureza quentes, usados ou abusados, são para os homens muito bons ou danosos”.
Com certeza, os cidadãos da era Shakespeare apreciavam o vinho e começaram a discutir suas virtudes com mais entusiasmo que nos séculos anteriores.
No final da vida de Shakespeare, falecido em 1616, Londres passou a contar, pela primeira vez, com um abundante suprimento de água potável e a indústria do vinho entrou em uma nova era. (>>>continua)
setembro 19, 2002
BREVE HISTÓRIA DO VINHO (3)
Tempos negros para os vinhos
O período que se seguiu à queda do Império Romano, por volta de 500 DC, ficou conhecido como a Idade Média e marcou o fim da história antiga. Iniciaram-se, então, tempos tenebrosos para a Europa, com as pessoas privadas de seus direitos, até mesmo de ler e escrever; esses tempos ficaram conhecidos como "Dark Ages" (Eras Negras) e os efeitos sobre a produção de vinhos se fizeram sentir.
Mas alguns esforços foram feitos no sentido de evitar o colapso da produção de vinho.
Em 1224, o Rei da Fiança organizou um evento para comparar os vinhos das regiões norte e sul de seu país. O poeta Henry d´Andeli escreveu um poema intitulado "A Batalha dos Vinhos", para celebrar este evento. Os mais suaves e mais leves vinhos do norte ganharam esta "batalha", mas cem anos mais tarde foi a vez dos vinhos mais fortes e mais cheios do sul, então na moda.
O Imperador Carlos Magno também prestou a sua ajuda. Ele se fez conhecido por ser muito exigente e haver criado regras para aumentar a higiene na produção, como não mais amassar as uvas com os pés nem armazena-las em peles de animais.
Durante as Eras Negras, a produção de vinho se manteve às custas dos monastérios cristãos. Na medida em que a Igreja ampliou seus monastérios, estes começaram a desenvolver os primeiros vinhedos na Europa.
No período medieval, o vinho era ainda considerado o forte da dieta diária; isto porque a maior parte da Europa não dispunha de água potável de qualidade confiável. As pessoas também começaram a dar preferência aos vinhos mais fortes, mais pesados, em vez dos seus precursores romanos, mais suaves.
A Inglaterra começou a importar vinho da Alemanha, depois de perder Bordeaux para a França, no século XIV. Portugal também mandou vinho para a Inglaterra e isto ajudou a manter amistosas as relações entre os dois países. (>>>continua)
Tempos negros para os vinhos
O período que se seguiu à queda do Império Romano, por volta de 500 DC, ficou conhecido como a Idade Média e marcou o fim da história antiga. Iniciaram-se, então, tempos tenebrosos para a Europa, com as pessoas privadas de seus direitos, até mesmo de ler e escrever; esses tempos ficaram conhecidos como "Dark Ages" (Eras Negras) e os efeitos sobre a produção de vinhos se fizeram sentir.
Mas alguns esforços foram feitos no sentido de evitar o colapso da produção de vinho.
Em 1224, o Rei da Fiança organizou um evento para comparar os vinhos das regiões norte e sul de seu país. O poeta Henry d´Andeli escreveu um poema intitulado "A Batalha dos Vinhos", para celebrar este evento. Os mais suaves e mais leves vinhos do norte ganharam esta "batalha", mas cem anos mais tarde foi a vez dos vinhos mais fortes e mais cheios do sul, então na moda.
O Imperador Carlos Magno também prestou a sua ajuda. Ele se fez conhecido por ser muito exigente e haver criado regras para aumentar a higiene na produção, como não mais amassar as uvas com os pés nem armazena-las em peles de animais.
Durante as Eras Negras, a produção de vinho se manteve às custas dos monastérios cristãos. Na medida em que a Igreja ampliou seus monastérios, estes começaram a desenvolver os primeiros vinhedos na Europa.
No período medieval, o vinho era ainda considerado o forte da dieta diária; isto porque a maior parte da Europa não dispunha de água potável de qualidade confiável. As pessoas também começaram a dar preferência aos vinhos mais fortes, mais pesados, em vez dos seus precursores romanos, mais suaves.
A Inglaterra começou a importar vinho da Alemanha, depois de perder Bordeaux para a França, no século XIV. Portugal também mandou vinho para a Inglaterra e isto ajudou a manter amistosas as relações entre os dois países. (>>>continua)
setembro 18, 2002
BREVE HISTÓRIA DO VINHO (2)
O vinho na Antiga Grécia
Entre 1000 AC e 959 AC, os gregos cultivaram vinhas em suas ilhas e, mais longe ainda, na Espanha e na Itália.
Os vinhos da Antiga Grécia eram altamente louvados e imortalizados por seus poetas, historiadores e artistas; desempenhou papel importante na religião, tendo em Dionísio um ídolo venerado.
Os gregos comercializaram vinhos de suas diferentes ilhas, do Oriente Médio e do Egito. Cada ilha tinha seu sabor específico, as de Chio e Lesbos produziam os melhores de todos os vinhos gregos. O vinho de Chio era exportado para todas as partes do mundo então conhecidas, enquanto que Lesbos exportava um vinho à base de essências, muito raro e suave.
Como os egípcios, os gregos consideravam o vinho um privilégio das classes mais abastadas, e ele não era consumido pelo cidadão comum.
Hoje em dia, provavelmente, os vinhos da Antiga Grécia seriam considerados muito suaves para o nosso consumo.
Os romanos e seus vinhos
Os antigos romanos davam grande importância ao desenvolvimento e cultivo do vinho e tiveram papel importante na disseminação do vinho. Durante o apogeu do Império Romano, entre 50 AC e 500 DC, a produção de vinho se espalhou pela maior parte da Europa, incluindo França, Espanha, Itália e mesmo algumas partes da Bretanha. Neste período, o vinho também se tornou acessível às massas. Cidades como Pompéia chegaram a construir bares em quase todas as ruas para promover o vinho. As classes mais pobres, porém, bebiam vinagre misturado com água, a que davam o nome de Posca.
O culto de Baco gerou muitos seguidores. Se os gregos idolatravam Dionísio, os romanos cultuavam Baco, celebrado em muitos festivais.
O vinho romano, dizia-se, estava mais para suave que para seco. Acreditava-se que a aromatização era importante em um bom vinho, por isso adicionavam produtos como molho de peixe fermentado. Alguns vinhos eram às vezes misturados com absinto, pétalas de rosas, hortelã e pimenta. Vinhos tintos ou brancos puros eram quase impensáveis na antiga Roma e poderíamos hoje considerar muitos dos seus favoritos como altamente indesejáveis. (>>>continua)
O vinho na Antiga Grécia
Entre 1000 AC e 959 AC, os gregos cultivaram vinhas em suas ilhas e, mais longe ainda, na Espanha e na Itália.
Os vinhos da Antiga Grécia eram altamente louvados e imortalizados por seus poetas, historiadores e artistas; desempenhou papel importante na religião, tendo em Dionísio um ídolo venerado.
Os gregos comercializaram vinhos de suas diferentes ilhas, do Oriente Médio e do Egito. Cada ilha tinha seu sabor específico, as de Chio e Lesbos produziam os melhores de todos os vinhos gregos. O vinho de Chio era exportado para todas as partes do mundo então conhecidas, enquanto que Lesbos exportava um vinho à base de essências, muito raro e suave.
Como os egípcios, os gregos consideravam o vinho um privilégio das classes mais abastadas, e ele não era consumido pelo cidadão comum.
Hoje em dia, provavelmente, os vinhos da Antiga Grécia seriam considerados muito suaves para o nosso consumo.
Os romanos e seus vinhos
Os antigos romanos davam grande importância ao desenvolvimento e cultivo do vinho e tiveram papel importante na disseminação do vinho. Durante o apogeu do Império Romano, entre 50 AC e 500 DC, a produção de vinho se espalhou pela maior parte da Europa, incluindo França, Espanha, Itália e mesmo algumas partes da Bretanha. Neste período, o vinho também se tornou acessível às massas. Cidades como Pompéia chegaram a construir bares em quase todas as ruas para promover o vinho. As classes mais pobres, porém, bebiam vinagre misturado com água, a que davam o nome de Posca.
O culto de Baco gerou muitos seguidores. Se os gregos idolatravam Dionísio, os romanos cultuavam Baco, celebrado em muitos festivais.
O vinho romano, dizia-se, estava mais para suave que para seco. Acreditava-se que a aromatização era importante em um bom vinho, por isso adicionavam produtos como molho de peixe fermentado. Alguns vinhos eram às vezes misturados com absinto, pétalas de rosas, hortelã e pimenta. Vinhos tintos ou brancos puros eram quase impensáveis na antiga Roma e poderíamos hoje considerar muitos dos seus favoritos como altamente indesejáveis. (>>>continua)
setembro 17, 2002
BREVE HISTÓRIA DO VINHO (1)
Quão antigo é o vinho? De onde proveio? Como se deu sua evolução ao longo dos séculos? São perguntas que podem vir à cabeça, entre uma taça e outra. Então, um pouco de história ajudará a consolidar nossa paixão.
Os primórdios
A história do vinho acompanha a própria história do mundo, evoluindo segundo as transformações por este vividas.
Existem evidências de que os primeiros vinhos foram produzidos por volta de 6000 AC, na Caucásia e na Mesopotâmia; o vinho se manteve privilégio de minorias.
Os egípcios e os fenícios iniciaram a produção de vinho cerca de 3000 AC. Os egípcios reportaram o cultivo da uva por gravações em placas de pedra e nas paredes de seus túmulos. Bebiam o vinho em cálices ou de uma jarra, por meio de um canudo, gostavam muito dele, e o que não podiam produzir era importado da Mesopotâmia e da Pérsia.
Pouco se sabe sobre o sabor dos vinhos do Antigo Egito, mas era apreciado pelas elites, enquanto a grande maioria das pessoas preferia a cerveja.
Parece, também, que os faraós eram amantes de vinhos, pois alguns eram enterrados junto com os seus, na esperança de que a jornada para uma outra vida fosse mais tolerável. Da mesma forma, reis eram enterrados com seus vinhos, para que eles os oferecessem aos amigos na vida pós-morte.
O vinho foi uma bebida socialmente muito importante no Antigo Egito, e muita atenção era dada à sua produção e ao seu consumo. (>>>continua)
Quão antigo é o vinho? De onde proveio? Como se deu sua evolução ao longo dos séculos? São perguntas que podem vir à cabeça, entre uma taça e outra. Então, um pouco de história ajudará a consolidar nossa paixão.
Os primórdios
A história do vinho acompanha a própria história do mundo, evoluindo segundo as transformações por este vividas.
Existem evidências de que os primeiros vinhos foram produzidos por volta de 6000 AC, na Caucásia e na Mesopotâmia; o vinho se manteve privilégio de minorias.
Os egípcios e os fenícios iniciaram a produção de vinho cerca de 3000 AC. Os egípcios reportaram o cultivo da uva por gravações em placas de pedra e nas paredes de seus túmulos. Bebiam o vinho em cálices ou de uma jarra, por meio de um canudo, gostavam muito dele, e o que não podiam produzir era importado da Mesopotâmia e da Pérsia.
Pouco se sabe sobre o sabor dos vinhos do Antigo Egito, mas era apreciado pelas elites, enquanto a grande maioria das pessoas preferia a cerveja.
Parece, também, que os faraós eram amantes de vinhos, pois alguns eram enterrados junto com os seus, na esperança de que a jornada para uma outra vida fosse mais tolerável. Da mesma forma, reis eram enterrados com seus vinhos, para que eles os oferecessem aos amigos na vida pós-morte.
O vinho foi uma bebida socialmente muito importante no Antigo Egito, e muita atenção era dada à sua produção e ao seu consumo. (>>>continua)
setembro 14, 2002
DON LUÍS
Os vinhos chilenos já se tornaram bastante conhecidos no Brasil e são encontrados com facilidade nas prateleiras dos supermercados. Aliam, a seu preço relativamente módico, características próprias das uvas cultivadas em seu país, que lhes conferem aromas e sabores bastante pronunciados e agradáveis.
Não poderia ser diferente, portanto, a experiência de degustar um Don Luís, vinho de mesa fino tinto seco, Cabernet Sauvignon, safra de 1998, produzido e engarrafado pela tradicional Viña Cousiño-Macul, no Valle de Maipo e com 12% de graduação alcoólica. A simples observação visual já permitia concluir ser um vinho encorpado, o que se comprovou ao bebê-lo. Seu aroma de carvalho é suave. Ao prová-lo, sentimos aquela agradável sensação de plenitude e, como se costuna dizer, "desceu redondo". Os taninos já se encontram razoavelmente equilibrados, não se fazem tão fortes. Em resumo, uma degustação gostosa, que merece ser tentada.
Os vinhos chilenos já se tornaram bastante conhecidos no Brasil e são encontrados com facilidade nas prateleiras dos supermercados. Aliam, a seu preço relativamente módico, características próprias das uvas cultivadas em seu país, que lhes conferem aromas e sabores bastante pronunciados e agradáveis.
Não poderia ser diferente, portanto, a experiência de degustar um Don Luís, vinho de mesa fino tinto seco, Cabernet Sauvignon, safra de 1998, produzido e engarrafado pela tradicional Viña Cousiño-Macul, no Valle de Maipo e com 12% de graduação alcoólica. A simples observação visual já permitia concluir ser um vinho encorpado, o que se comprovou ao bebê-lo. Seu aroma de carvalho é suave. Ao prová-lo, sentimos aquela agradável sensação de plenitude e, como se costuna dizer, "desceu redondo". Os taninos já se encontram razoavelmente equilibrados, não se fazem tão fortes. Em resumo, uma degustação gostosa, que merece ser tentada.
setembro 13, 2002
DOM CÂNDIDO
Degustamos um Dom Cândido Reserva Cabernet Sauvignon 99. Sua origem está ligada à própria história da família Valduga , originária de Rovereto, no Tirol italiano, que chegou ao Brasil em 1875, estabelecendo-se em Bento Gonçalves e, desde logo, dedicando-se à vitivinicultura. Anos mais tarde, um dos netos, Candido Valduga, aprimorou seus próprios vinhedos e partiu para a produção de vinhos finos, em pequena escala, mas de boa qualidade.
Com 12% de graduação alcoólica, é produzido e engarrafado pela Adega de Vinhos Finos Dom Cândido Ltda., em Garibaldi. Numa análise visual, apresenta uma cor rubi, brilhante e com reflexos violáceos, e uma boa aderência. Seu aroma de madeira é bastante agradável, denotando o amadurecimento e o envelhecimento em barris de carvalho europeu. Um vinho encorpado, com gosto pronunciado, em que se sente bem o efeito da madeira.
Detentor de vários prêmios no Brasil e no exterior, como a Medalha de Prata no “China Wine and Spirits 2002”.
Sentimos os taninos ainda elevados, mas devem reduzir-se com mais alguns anos de envelhecimento em garrafa. No geral, é um vinho bastante agradável, que pode ser degustado com satisfação.
Degustamos um Dom Cândido Reserva Cabernet Sauvignon 99. Sua origem está ligada à própria história da família Valduga , originária de Rovereto, no Tirol italiano, que chegou ao Brasil em 1875, estabelecendo-se em Bento Gonçalves e, desde logo, dedicando-se à vitivinicultura. Anos mais tarde, um dos netos, Candido Valduga, aprimorou seus próprios vinhedos e partiu para a produção de vinhos finos, em pequena escala, mas de boa qualidade.
Com 12% de graduação alcoólica, é produzido e engarrafado pela Adega de Vinhos Finos Dom Cândido Ltda., em Garibaldi. Numa análise visual, apresenta uma cor rubi, brilhante e com reflexos violáceos, e uma boa aderência. Seu aroma de madeira é bastante agradável, denotando o amadurecimento e o envelhecimento em barris de carvalho europeu. Um vinho encorpado, com gosto pronunciado, em que se sente bem o efeito da madeira.
Detentor de vários prêmios no Brasil e no exterior, como a Medalha de Prata no “China Wine and Spirits 2002”.
Sentimos os taninos ainda elevados, mas devem reduzir-se com mais alguns anos de envelhecimento em garrafa. No geral, é um vinho bastante agradável, que pode ser degustado com satisfação.
setembro 09, 2002
VINHO E FEIJOADA? HUMMM...
Parece coisa fora de qualquer propósito, mas a verdade é que não se deve achar impossível um vinho acompanhando uma tradicional feijoada brasileira, no lugar do habitual chopp ou da caipirinha (que, por sinal, caem muito bem). Pelo menos, isso é o que afirmam alguns entendidos.
Onde está o segredo? Numa boa harmonização, dizem eles. Experimente um vinho frisante. Porque? Ele neutraliza o sabor forte do prato; e se torna ainda mais indicado quando se inclui a laranjinha, com sua acidez característica.
E se, em vez de feijoada, for um churrasco? Sem problemas, voltam eles a dizer. Escolha um vinho tinto com bastante corpo e com os taninos bem acentuados, a exemplo de um cabernet jovem; ele ajuda a neutralizar o gosto da gordura.
Não estamos aqui fazendo a apologia dessas indicações, mas as julgamos curiosas e algum gourmet poderá tentar experimentar. Se alguém tentou e aprovou, mande suas impressões.
Parece coisa fora de qualquer propósito, mas a verdade é que não se deve achar impossível um vinho acompanhando uma tradicional feijoada brasileira, no lugar do habitual chopp ou da caipirinha (que, por sinal, caem muito bem). Pelo menos, isso é o que afirmam alguns entendidos.
Onde está o segredo? Numa boa harmonização, dizem eles. Experimente um vinho frisante. Porque? Ele neutraliza o sabor forte do prato; e se torna ainda mais indicado quando se inclui a laranjinha, com sua acidez característica.
E se, em vez de feijoada, for um churrasco? Sem problemas, voltam eles a dizer. Escolha um vinho tinto com bastante corpo e com os taninos bem acentuados, a exemplo de um cabernet jovem; ele ajuda a neutralizar o gosto da gordura.
Não estamos aqui fazendo a apologia dessas indicações, mas as julgamos curiosas e algum gourmet poderá tentar experimentar. Se alguém tentou e aprovou, mande suas impressões.
setembro 08, 2002
PORCA DE MURÇA, ORA, POIS, POIS...
Os vinhos portugueses são assim mesmo, têm cada nome estranho... Nem sempre é fácil entender o significado deles, como também das variedades de uvas cultivadas. E este, então, nos intrigou tanto que decidimos pesquisar sua origem, antes mesmo de degusta-lo. Aí vai um pouco do que descobrimos.
Murça é uma povoação situada a centro-leste do Distrito de Vila Real e da Região de Trás-os-Montes e Alto Douro, cuja sede é a Vila de Murça. Segundo a lenda, no século VIII, o povoado de Murça era assolado por um grande número de javalis e ursos. O terror da região era uma enorme e feroz porca, ou ursa. Diante de tal ameaça, foram organizadas caçadas a cavalo, tendo o Senhor de Murça, um ilustre cavaleiro da região, abatido o tão indesejado animal. Para imortalizar essa façanha, foi construído, em pleno centro da vila, um monumento monolítico, a famosa "Porca de Murça". Esse mumento passou a ser presença obrigatória na publicidade da região, nomeadamente no vinho, no azeite e em outros produtos típicos.
E o Porca de Murça é uma tradicional marca de vinhos, produzidos pela Real Companhia Velha, em Vila Nova de Gaia, no Alto Douro. Essa é uma das mais conhecidas vinícolas de Portugal, prestes a completar 246 anos de fundação, que por mais de um século se dedicou à produção exclusiva de vinho do Porto.
Os vinhos Porca de Murça são detentores de vários prêmios: o tinto Reserva 97 recebeu medalha de ouro no Challenge International du Vin 99; o branco Reserva 98 foi classificado como "Melhor Vinho do Douro 99" e "Melhor Vinho Nacional 99". São feitos a respeitar.
O vinho que degustamos não era um Reserva, mas um tinto de mesa seco fino, D.O.C., safra 2000, com 11,5% de graduação alcoólica e produzido com uvas das castas Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca. Da análise visual anotamos sua cor rubi intensa, brilhante e com reflexos violáceos. Ao degustar, não se mostrou muito encorpado, mas sentimos seus agradáveis aromas frutados. Poderíamos afirmar, então, tratar-se de um honesto vinho de mesa, daqueles que podem ser bebidos com boa aceitação. E que agora sabemos possuir um passado curioso.
Os vinhos portugueses são assim mesmo, têm cada nome estranho... Nem sempre é fácil entender o significado deles, como também das variedades de uvas cultivadas. E este, então, nos intrigou tanto que decidimos pesquisar sua origem, antes mesmo de degusta-lo. Aí vai um pouco do que descobrimos.
Murça é uma povoação situada a centro-leste do Distrito de Vila Real e da Região de Trás-os-Montes e Alto Douro, cuja sede é a Vila de Murça. Segundo a lenda, no século VIII, o povoado de Murça era assolado por um grande número de javalis e ursos. O terror da região era uma enorme e feroz porca, ou ursa. Diante de tal ameaça, foram organizadas caçadas a cavalo, tendo o Senhor de Murça, um ilustre cavaleiro da região, abatido o tão indesejado animal. Para imortalizar essa façanha, foi construído, em pleno centro da vila, um monumento monolítico, a famosa "Porca de Murça". Esse mumento passou a ser presença obrigatória na publicidade da região, nomeadamente no vinho, no azeite e em outros produtos típicos.
E o Porca de Murça é uma tradicional marca de vinhos, produzidos pela Real Companhia Velha, em Vila Nova de Gaia, no Alto Douro. Essa é uma das mais conhecidas vinícolas de Portugal, prestes a completar 246 anos de fundação, que por mais de um século se dedicou à produção exclusiva de vinho do Porto.
Os vinhos Porca de Murça são detentores de vários prêmios: o tinto Reserva 97 recebeu medalha de ouro no Challenge International du Vin 99; o branco Reserva 98 foi classificado como "Melhor Vinho do Douro 99" e "Melhor Vinho Nacional 99". São feitos a respeitar.
O vinho que degustamos não era um Reserva, mas um tinto de mesa seco fino, D.O.C., safra 2000, com 11,5% de graduação alcoólica e produzido com uvas das castas Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca. Da análise visual anotamos sua cor rubi intensa, brilhante e com reflexos violáceos. Ao degustar, não se mostrou muito encorpado, mas sentimos seus agradáveis aromas frutados. Poderíamos afirmar, então, tratar-se de um honesto vinho de mesa, daqueles que podem ser bebidos com boa aceitação. E que agora sabemos possuir um passado curioso.
setembro 07, 2002
DEGUSTAR É ESCREVER POESIA
O objetivo deste blog é disseminar informações sobre degustação. De forma variada, sem uma linha pré-estabelecida de edição. E essas informações existem em abundância na Internet, a tal ponto que seria preciso dispor de muito tempo e paciência para vasculhar todo esse manancial.
Vez por outra nos deparamos com artigos escritos de forma bem objetiva, que abordam o essencial de maneira singela, mas que tocam nossa compreensão. E assim foi quando lemos o que escreveu Marcelo Copello na Gazeta Mercantil de 18/01/02, sob o título acima; dele extraímos alguns trechos, que abaixo reproduzimos:
>>>"Beber é simples: basta transferir o líquido da taça para a boca e dali direto ao estômago. Na degustação, este caminho passa pelo cérebro e pelo coração. Exige concentração, técnica, experiência, imaginação, memória e, sobretudo, paixão."
>>>"Degustar é sentir o vinho e interpretá-lo. Para isso é preciso educar as emoções, aprendendo a traduzi-las e descrevê-las...E o que é colocar emoções em palavras? Poesia. Degustar é escrever poesia."
>>>"Degustar é apresentar visão, olfato, tato e paladar, mais ou menos nesta ordem...A verdadeira técnica de degustação consiste em proceder toda esta análise de maneira natural e contínua, de modo a não comprometer o principal, o prazer."
Os interessados encontrarão aqui a íntegra do artigo.
São afirmações claras sobre qual deve ser a nossa conduta diante de uma taça com vinho. E mesmo aqueles que não tenham a pretensão de se tornarem experts no assunto sempre poderão pensar um pouquinho na sua validade.
O objetivo deste blog é disseminar informações sobre degustação. De forma variada, sem uma linha pré-estabelecida de edição. E essas informações existem em abundância na Internet, a tal ponto que seria preciso dispor de muito tempo e paciência para vasculhar todo esse manancial.
Vez por outra nos deparamos com artigos escritos de forma bem objetiva, que abordam o essencial de maneira singela, mas que tocam nossa compreensão. E assim foi quando lemos o que escreveu Marcelo Copello na Gazeta Mercantil de 18/01/02, sob o título acima; dele extraímos alguns trechos, que abaixo reproduzimos:
>>>"Beber é simples: basta transferir o líquido da taça para a boca e dali direto ao estômago. Na degustação, este caminho passa pelo cérebro e pelo coração. Exige concentração, técnica, experiência, imaginação, memória e, sobretudo, paixão."
>>>"Degustar é sentir o vinho e interpretá-lo. Para isso é preciso educar as emoções, aprendendo a traduzi-las e descrevê-las...E o que é colocar emoções em palavras? Poesia. Degustar é escrever poesia."
>>>"Degustar é apresentar visão, olfato, tato e paladar, mais ou menos nesta ordem...A verdadeira técnica de degustação consiste em proceder toda esta análise de maneira natural e contínua, de modo a não comprometer o principal, o prazer."
Os interessados encontrarão aqui a íntegra do artigo.
São afirmações claras sobre qual deve ser a nossa conduta diante de uma taça com vinho. E mesmo aqueles que não tenham a pretensão de se tornarem experts no assunto sempre poderão pensar um pouquinho na sua validade.
PRIMEIRO ANIVERSÁRIO!!!
Chegamos, afinal, ao nosso primeiro ano! Muita coisa se passou desde aquele começo, quando resolvemos colocar em prática uma idéia que já nos rondava a cabeça mesmo antes de surgirem os blogs. No início, ficamos com certo receio de que não lográssemos uma boa aceitação e viéssemos a receber algumas mensagens de desagrado ou questionamento ("Quem é esse cara metido a falar sobre vinhos?"), pois nosso endereço de e-mail esteve sempre disponível. Felizmente, nada disso aconteceu e, hoje, temos a satisfação de, comparando as estatísticas do blog, constatar que vem aumentando o número de "page views". Isso é muito bom e animador, tem sido um incentivo para que continuemos a escrever. Não poderíamos deixar de comentar que muito nos agradaria receber as críticas e sugestões dos visitantes, porque nos propomos a fazer algo mais aberto, mais abrangente. Você, que nos lê neste momento, faça seus comentários, usando o link correspondente ao pé desta mensagem; ou, se preferir, envie-nos um e-mail. Será um prazer analisar tudo que recebermos.
Chegamos, afinal, ao nosso primeiro ano! Muita coisa se passou desde aquele começo, quando resolvemos colocar em prática uma idéia que já nos rondava a cabeça mesmo antes de surgirem os blogs. No início, ficamos com certo receio de que não lográssemos uma boa aceitação e viéssemos a receber algumas mensagens de desagrado ou questionamento ("Quem é esse cara metido a falar sobre vinhos?"), pois nosso endereço de e-mail esteve sempre disponível. Felizmente, nada disso aconteceu e, hoje, temos a satisfação de, comparando as estatísticas do blog, constatar que vem aumentando o número de "page views". Isso é muito bom e animador, tem sido um incentivo para que continuemos a escrever. Não poderíamos deixar de comentar que muito nos agradaria receber as críticas e sugestões dos visitantes, porque nos propomos a fazer algo mais aberto, mais abrangente. Você, que nos lê neste momento, faça seus comentários, usando o link correspondente ao pé desta mensagem; ou, se preferir, envie-nos um e-mail. Será um prazer analisar tudo que recebermos.
setembro 01, 2002
VIVA VINHO
Entre os dias 3 e 5 deste mês realizar-se-á no Hotel Intercontinental, no Rio de Janeiro, mais uma edição do VIVAVINHO, evento que busca apresentar novidades em termos de produtos e realiza palestras sobre temas de relevância. A se repetir o esquema de 2001, também realizado no mesmo local, deverá haver sessões orientadas para degustação, com harmonização entre vinhos e pratos, numa seqüência pré-determinada.
Embora não saibamos qual será o conteúdo da programação, nem quais serão os expositores presentes, este é um evento interessante, que poderá acrescentar informações e conhecimentos aos que dele participarem.
Entre os dias 3 e 5 deste mês realizar-se-á no Hotel Intercontinental, no Rio de Janeiro, mais uma edição do VIVAVINHO, evento que busca apresentar novidades em termos de produtos e realiza palestras sobre temas de relevância. A se repetir o esquema de 2001, também realizado no mesmo local, deverá haver sessões orientadas para degustação, com harmonização entre vinhos e pratos, numa seqüência pré-determinada.
Embora não saibamos qual será o conteúdo da programação, nem quais serão os expositores presentes, este é um evento interessante, que poderá acrescentar informações e conhecimentos aos que dele participarem.
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