julho 25, 2003

ROLHAS: CORTIÇA OU NÃO?
A cortiça é para Portugal o que o petróleo é para a Arábia Saudita. Mais da metade dos US$ 2 bilhões gerados mundialmente por sua indústria vêm de lá. É usada na produção de coberturas, isolamentos e vedações e garante emprego a aproximadamente 16 mil portugueses.
O crescimento da indústria mundial de vinhos, porém, disseminou o uso de rolhas de rosca e plástico. Então, qual seria o material mais adequado? Difícil concluir.
As rolhas de cortiça muitas vezes vazam e esfarelam, além de podeem criar um estranho odor, danificando os vinhos. E estavam se tornando caras. Por isso, os produtores de vinho da Austrália, Califórnia e até regiões nobres da França, como Bordeaux, estão dando espaço às alternativas. Na Suíça, metade das garrafas de vinho agora são vendidas sem as rolhas convencionais.
Mas a disputa entre os produtores de cortiça e seus rivais é grande. Em sites e jornais, a indústria de rolhas de rosca aponta as naturais desvantagens da cortiça. Os fabricantes de cortiça também contra-atacam: Recentemente descobriu-se que os odores de borracha nos vinhos brancos eram mais notáveis em garrafas com roscas que aquelas com cortiça.
Os dois lados, entretanto, atacam os produtores de rolhas sintéticas, dizendo que seus produtos são difíceis de serem extraídos das garrafas e podem trazer um gosto químico aos vinhos. E os produtores de rolhas plásticas dizem que os amantes de vinho querem que suas garrafas se abram com um estouro, não com uma rodada. (Fonte: The New York Times, 05/07/03).

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