J.P. TINTO - UM PORTUGUÊS BOM DE MESA
As Terras do Sado compreendem a região situada entre os estuários dos rios Tejo e Sado, próxima de Lisboa. Lá são produzidos vinhos intensos em cor e sensações na boca, com corpo e vigor, que tanto são bons para beber jovens quanto depois de armazenados por vários anos em madeira.
Este tinto de mesa, um Regional Terras do Sado, com 12% de teor alcoólico, é elaborado 100 % a partir da casta Castelao Francês, mais conhecida com o nome de Periquita, em Azeitão, na Península de Setúbal.
Segundo informações da vinícola, após o esmagamento das uvas o vinho é fermentado a temperatura controlada, seguindo-se de imediato a estabilização e o engarrafamento, para permitir a retenção dos aromas frutados, obtendo-se um vinho muito agradável para consumir jovem.
Apresenta cor rubi não muito intensa, aromas dominantes de frutos encarnados e mostra-se macio na boca, onde se pode sentir a madeira. Não é muito encorpado, mas na sua categoria de vinho de mesa é uma opção interessante, com uma boa relação preço/qualidade.
junho 28, 2003
junho 25, 2003
SERRAS DE AZEITÃO
Durante quatro séculos, a região de Azeitão mereceu disputar com a Vila de Sintra as preferências de nobres e fidalgos portugueses. Deste modo, Azeitão pode, ainda hoje, ostentar edifícios de significativa importância, integrados em áreas de grande beleza. Situa-se na Península de Setúbal, onde se encontram várias vinícolas, dentre elas a JP Vinhos, produtora de vinhos bem conhecidos, como o Quinta da Bacalhoa, o Má Partilha e o Moscatel de Setúbal.
E foi dessa vinícola que degustamos o Serras de Azeitão, um Vinho Regional Terras do Sado, tinto seco, safra de 2001 e com 13% de teor alcoólico. Elaborado com uvas das castas Castelão (Periquita), Aragonez, Syrah e Merlot, este vinho mereceu do produtor as seguintes Notas de Prova:
Aromas e sabores de frutos encamados, num conjunto gustativo cheio e suave. Servir à temperatura de 14° a 16°. Pronto para ser consumido agora, pode ser guardado durante dois a três anos, se mantido em lugar fresco e seco.
Nossas impressões foram a de um vinho de bela cor rubi, com um bom corpo, aromas frutados suaves e persistentes, que se mostrou bastante agradável ao ser bebido. Uma experiência interessante, realizada em São Paulo, na acolhedora residência do sr. E., em uma noite de gostoso frio e agradável bate-papo ao calor da lareira.
Durante quatro séculos, a região de Azeitão mereceu disputar com a Vila de Sintra as preferências de nobres e fidalgos portugueses. Deste modo, Azeitão pode, ainda hoje, ostentar edifícios de significativa importância, integrados em áreas de grande beleza. Situa-se na Península de Setúbal, onde se encontram várias vinícolas, dentre elas a JP Vinhos, produtora de vinhos bem conhecidos, como o Quinta da Bacalhoa, o Má Partilha e o Moscatel de Setúbal.
E foi dessa vinícola que degustamos o Serras de Azeitão, um Vinho Regional Terras do Sado, tinto seco, safra de 2001 e com 13% de teor alcoólico. Elaborado com uvas das castas Castelão (Periquita), Aragonez, Syrah e Merlot, este vinho mereceu do produtor as seguintes Notas de Prova:
Aromas e sabores de frutos encamados, num conjunto gustativo cheio e suave. Servir à temperatura de 14° a 16°. Pronto para ser consumido agora, pode ser guardado durante dois a três anos, se mantido em lugar fresco e seco.
Nossas impressões foram a de um vinho de bela cor rubi, com um bom corpo, aromas frutados suaves e persistentes, que se mostrou bastante agradável ao ser bebido. Uma experiência interessante, realizada em São Paulo, na acolhedora residência do sr. E., em uma noite de gostoso frio e agradável bate-papo ao calor da lareira.
junho 16, 2003
AINDA OS VINHOS NACIONAIS
Em matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo, no dia 30 de março passado, assinada por Carlos Franco, procura-se mostrar, inclusive com indicadores de mercado, que os vinhos nacionais começaram a recuperar posição frente aos importados, a partir da elevação do dólar.
Entre outros exemplos e opiniões que justificam essa tese, chama a atenção o de um sofisticado restaurante paulistano, o Fasano, em cuja carta de vinhos se incluem: os tintos Miolo Lote 43, Don Laurindo, Valduga e Lovara; e os brancos Volpi Chardonnay e Reserva Classic Gewurztraminer, ambos da Salton. Na opinião do próprio dono, Fabrizio Fasano, "o vinho nacional começa a merecer espaço e apresenta um bom custo-benefício". Ora, mas esses são vinhos de preços mais elevados, servidos em um ambiente requintado para pessoas igualmente requintadas, com outros patamares de preço/qialidade. Aí, sim, se justifica o título da matéria:"Vinho nacional conquista paladares exigentes".
Se, de um lado, os produtores estão esperançosos quanto a melhores negócios e investem em novas tecnologias ou buscam novas áreas de cultivo, a realidade é que o vinho nacional é caro, está ainda distante do consumidor comum.
Portanto, insistimos, esses investimentos precisam ser acompanhados de mudanças nas políticas de comercialização, nelas envolvendo produtores e setores governamentais. Enquanto não se oferecer ao grande público vinhos de boa qualidade a preços módicos, o brasileiro não vai criar o hábito do consumo. Então, vamos produzir vinos apenas para as elites? Essas, com certeza, podem ter os importados em suas mesas.
Em matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo, no dia 30 de março passado, assinada por Carlos Franco, procura-se mostrar, inclusive com indicadores de mercado, que os vinhos nacionais começaram a recuperar posição frente aos importados, a partir da elevação do dólar.
Entre outros exemplos e opiniões que justificam essa tese, chama a atenção o de um sofisticado restaurante paulistano, o Fasano, em cuja carta de vinhos se incluem: os tintos Miolo Lote 43, Don Laurindo, Valduga e Lovara; e os brancos Volpi Chardonnay e Reserva Classic Gewurztraminer, ambos da Salton. Na opinião do próprio dono, Fabrizio Fasano, "o vinho nacional começa a merecer espaço e apresenta um bom custo-benefício". Ora, mas esses são vinhos de preços mais elevados, servidos em um ambiente requintado para pessoas igualmente requintadas, com outros patamares de preço/qialidade. Aí, sim, se justifica o título da matéria:"Vinho nacional conquista paladares exigentes".
Se, de um lado, os produtores estão esperançosos quanto a melhores negócios e investem em novas tecnologias ou buscam novas áreas de cultivo, a realidade é que o vinho nacional é caro, está ainda distante do consumidor comum.
Portanto, insistimos, esses investimentos precisam ser acompanhados de mudanças nas políticas de comercialização, nelas envolvendo produtores e setores governamentais. Enquanto não se oferecer ao grande público vinhos de boa qualidade a preços módicos, o brasileiro não vai criar o hábito do consumo. Então, vamos produzir vinos apenas para as elites? Essas, com certeza, podem ter os importados em suas mesas.
junho 15, 2003
NACIONAL OU IMPORTADO?
Parece estar ocorrendo como que um “movimento” em defesa do vinho nacional (do tinto, especificamente). Pelo menos é o que se supõe a partir da matéria de autoria de Luciano Ribeiro, publicada hoje na Revista Domingo, do JB.
Segundo conta, com base em depoimentos de enófilos bastante conhecidos, de dez anos para cá as coisas vêm mudando na Serra Gaúcha, onde as vinícolas investem em novas tecnologias de cultivo e produção, bem como procuram manter intercâmbio com os produtores internacionais. Mas são esses mesmos experientes profissionais os primeiros a reconhecer que ainda falta muito para que os nossos tintos se aproximem do padrão de qualidade dos importados, já que não poderão iguala-los. E o fator negativo, já comentamos aqui, é o “terroir” inadequado.
Em nossa modesta opinião, com todo o respeito e consideração aos produtores nacionais, cujo esforço reconhecemos e aplaudimos, acreditamos que algumas premissas deveriam ser analisadas à exaustão: 1- Intensificar o cultivo (ainda incipiente) em outras regiões, em busca de uvas de maior qualidade; 2 – Substituir as uvas americanas por espécies viníferas na produção dos vinhos de mesa; 3 – Rever as políticas de comercialização, com vistas à redução dos preços ao consumidor.
É bom lembrar: o Brasil não é um país europeu, a tradição de beber vinho é muito pouco cultivada por aqui, o clima em geral não ajuda muito, a renda per capita é baixa, a classe média teve reduzido seu poder aquisitivo... Então, é preciso lutar por melhores relações qualidade/preço e investir em campanhas de divulgação (os fabricantes de cerveja exploram bem essa tática).
Parece estar ocorrendo como que um “movimento” em defesa do vinho nacional (do tinto, especificamente). Pelo menos é o que se supõe a partir da matéria de autoria de Luciano Ribeiro, publicada hoje na Revista Domingo, do JB.
Segundo conta, com base em depoimentos de enófilos bastante conhecidos, de dez anos para cá as coisas vêm mudando na Serra Gaúcha, onde as vinícolas investem em novas tecnologias de cultivo e produção, bem como procuram manter intercâmbio com os produtores internacionais. Mas são esses mesmos experientes profissionais os primeiros a reconhecer que ainda falta muito para que os nossos tintos se aproximem do padrão de qualidade dos importados, já que não poderão iguala-los. E o fator negativo, já comentamos aqui, é o “terroir” inadequado.
Em nossa modesta opinião, com todo o respeito e consideração aos produtores nacionais, cujo esforço reconhecemos e aplaudimos, acreditamos que algumas premissas deveriam ser analisadas à exaustão: 1- Intensificar o cultivo (ainda incipiente) em outras regiões, em busca de uvas de maior qualidade; 2 – Substituir as uvas americanas por espécies viníferas na produção dos vinhos de mesa; 3 – Rever as políticas de comercialização, com vistas à redução dos preços ao consumidor.
É bom lembrar: o Brasil não é um país europeu, a tradição de beber vinho é muito pouco cultivada por aqui, o clima em geral não ajuda muito, a renda per capita é baixa, a classe média teve reduzido seu poder aquisitivo... Então, é preciso lutar por melhores relações qualidade/preço e investir em campanhas de divulgação (os fabricantes de cerveja exploram bem essa tática).
junho 14, 2003
OS BARRIS DE CARVALHO
O uso de barris de carvalho se justifica pela influência que exercem sobre os aromas e a futura evolução dos vinhos, em conseqüência da liberação de compostos presentes na madeira. Além disso, permitem a entrada, de forma lenta e contínua, de quantidades suficientes de oxigênio pelos poros microscópicos da madeira e juntas das aduelas, tornando as reações de oxidação mais efetivas. Assim, os barris favorecem a estabilização química de antocianinas e taninos, resultando na estabilização da cor e sabor, diminuição da adstringência e aquisição de uma maior complexidade aromática.
São utilizados dois tipos de carvalho: o americano e o francês, que possuem características bastante diferenciadas. Nos primeiros, a liberação de componentes é muito forte, principalmente quanto aos taninos, e isto confere aos vinhos buquês mais agressivos, sendo necessário mais tempo na garrafa para o afinamento do vinho; assim, não se usa o carvalho americano para armazenar vinhos por mais de dez meses. Já os barris de carvalho francês proporcionam buquês finos e suaves, devido ao mais lento e sutil processo de oxidação efetuado através dos finos poros da madeira.
A conservação dos vinhos em barris por mais de sete anos pode ser prejudicial para a qualidade do vinho. A partir deste tempo os poros da madeira entopem, impedindo assim os fenômenos de óxido-redução e a quantidade de componentes extraíveis, necessários para as transformações organolépticas do vinho, diminui. É prática dos produtores substituir os barris a cada três ou cinco safras.
O uso de barris de carvalho se justifica pela influência que exercem sobre os aromas e a futura evolução dos vinhos, em conseqüência da liberação de compostos presentes na madeira. Além disso, permitem a entrada, de forma lenta e contínua, de quantidades suficientes de oxigênio pelos poros microscópicos da madeira e juntas das aduelas, tornando as reações de oxidação mais efetivas. Assim, os barris favorecem a estabilização química de antocianinas e taninos, resultando na estabilização da cor e sabor, diminuição da adstringência e aquisição de uma maior complexidade aromática.
São utilizados dois tipos de carvalho: o americano e o francês, que possuem características bastante diferenciadas. Nos primeiros, a liberação de componentes é muito forte, principalmente quanto aos taninos, e isto confere aos vinhos buquês mais agressivos, sendo necessário mais tempo na garrafa para o afinamento do vinho; assim, não se usa o carvalho americano para armazenar vinhos por mais de dez meses. Já os barris de carvalho francês proporcionam buquês finos e suaves, devido ao mais lento e sutil processo de oxidação efetuado através dos finos poros da madeira.
A conservação dos vinhos em barris por mais de sete anos pode ser prejudicial para a qualidade do vinho. A partir deste tempo os poros da madeira entopem, impedindo assim os fenômenos de óxido-redução e a quantidade de componentes extraíveis, necessários para as transformações organolépticas do vinho, diminui. É prática dos produtores substituir os barris a cada três ou cinco safras.
junho 11, 2003
TERRA BOA
Depois de algumas experiências com os argentinos, julgamos que valia a pena tentar algum vinho português. Foi assim que nos detivemos no Terra Boa, um vinho regional de Trás-os-Montes, produzido e engarrafado pela Caves Aliança, de Sangalhos. Safra de 2000, elaborado a partir de uvas viníferas, mas de castas não indicadas, e 13% de teor alcoólico. Decidimos testá-lo depois de ver que seu preço não encostava nos US$4.
Sua coloração era escura, com alguns rajados, e a observação na taça indicava um vinho de corpo médio. Não encontramos aromas muito pronunciados, pelo contrário, eram muito discretos. Na boca, sentimos ainda um pouco os taninos. Mas a degustação atenta mostrou ser um vinho para o dia-a-dia, do que já desconfiávamos. Qustão de qualidade/preço.
Depois de algumas experiências com os argentinos, julgamos que valia a pena tentar algum vinho português. Foi assim que nos detivemos no Terra Boa, um vinho regional de Trás-os-Montes, produzido e engarrafado pela Caves Aliança, de Sangalhos. Safra de 2000, elaborado a partir de uvas viníferas, mas de castas não indicadas, e 13% de teor alcoólico. Decidimos testá-lo depois de ver que seu preço não encostava nos US$4.
Sua coloração era escura, com alguns rajados, e a observação na taça indicava um vinho de corpo médio. Não encontramos aromas muito pronunciados, pelo contrário, eram muito discretos. Na boca, sentimos ainda um pouco os taninos. Mas a degustação atenta mostrou ser um vinho para o dia-a-dia, do que já desconfiávamos. Qustão de qualidade/preço.
junho 10, 2003
TEMPO DE APRECIAR TANINOS
Em artigo publicado na Revista Metrópole Campinas, Suzamara Santos lembrava, no começo do mês de abril passado, que "Já é outono, tempo de tomar vinhos mais robustos, encorpados, bons para acompanhar pratos fortes, como caças, assados e carnes vermelhas em geral". Agora, então, que o outono está findando e o inverno se aproxima (pelo menos oficialmente), a observação é mais do que procedente. Por isso, vamos reproduzir abaixo o teor desse artigo, que ainda aborda outros componentes importantes dos vinhos e os efeitos que produzem:
"Prepare-se, então, para os prestigiados Cabernets Sauvignon e os ainda pouco conhecidos Tannats, varietal que se aclimatou bem no Uruguai e já está presente no Brasil (Cave de Amadeu e Dom Laurindo produzem bons Tannats).
A Tannat é uma uva extremamente tânica, o que explica o caráter viril dos seus vinhos. Um desafio para qualquer enólogo é arredondar os TANINOS sem descaracterizar a uva. Geralmente, a Merlot, uva de maturação precoce e bem menos tânica, é usada para quebrar as arestas das tintas. Aí é que está a graça. O tanino só é defeito se houver falhas na vinificação. Um Tannat ou um Cabernet Sauvignon bem elaborado é um grande vinho.
Taninos - Muitos já devem ter experimentado a sensação de “boca amarrada” ao tomar alguns vinhos tintos. Essa adstringência percebida na língua, bochechas e gengivas, é causada pelos taninos. Os taninos mais finos são os presentes na casca. Já os indesejáveis são os das sementes e engaços. Um bom vinho tinto é aquele que apresenta equilíbrio entre o álcool, o tanino e a acidez. Perceber a harmonia desse tripé é a chave da degustação profissional. Quando se diz que uma taça de vinho tinto faz bem para a saúde, pense imediatamente nos taninos. Por ora, vale dizer que, em relação à tanicidade, o vinho pode ser carente, pouco tânico, equilibrado, ligeiramente tânico e muito tânico.
Acidez - Como o tanino, não é defeito. Um vinho contém vários ácidos originários da própria uva ou do processo de fermentação. Você pode notar a acidez nas laterais da língua e no efeito de salivação abundante que causa. Daí a importância da equação taninos-acidez-álcool. Normalmente, a acidez implica na capacidade de envelhecimento do vinho, tanto para tinto como para branco.
Álcool - A percepção do álcool ocorre na parte central da língua. Ao ouvir alguém dizer que um determinado vinho é "macio", associe ao seu teor alcoólico. Um poliálcool muito desejado é a glicerina, pois confere aquela sensação de untuosidade que, às vezes, observamos num vinho. Estamos falando do álcool produzido durante a fermentação da uva, ou seja, da transformação dos açúcares da fruta em álcool. Daí, quanto mais madura a uva, mais álcool e mais maciez. Quanto à maciez, o vinho pode ser áspero, levemente áspero, macio, redondo e untuoso".
Em artigo publicado na Revista Metrópole Campinas, Suzamara Santos lembrava, no começo do mês de abril passado, que "Já é outono, tempo de tomar vinhos mais robustos, encorpados, bons para acompanhar pratos fortes, como caças, assados e carnes vermelhas em geral". Agora, então, que o outono está findando e o inverno se aproxima (pelo menos oficialmente), a observação é mais do que procedente. Por isso, vamos reproduzir abaixo o teor desse artigo, que ainda aborda outros componentes importantes dos vinhos e os efeitos que produzem:
"Prepare-se, então, para os prestigiados Cabernets Sauvignon e os ainda pouco conhecidos Tannats, varietal que se aclimatou bem no Uruguai e já está presente no Brasil (Cave de Amadeu e Dom Laurindo produzem bons Tannats).
A Tannat é uma uva extremamente tânica, o que explica o caráter viril dos seus vinhos. Um desafio para qualquer enólogo é arredondar os TANINOS sem descaracterizar a uva. Geralmente, a Merlot, uva de maturação precoce e bem menos tânica, é usada para quebrar as arestas das tintas. Aí é que está a graça. O tanino só é defeito se houver falhas na vinificação. Um Tannat ou um Cabernet Sauvignon bem elaborado é um grande vinho.
Taninos - Muitos já devem ter experimentado a sensação de “boca amarrada” ao tomar alguns vinhos tintos. Essa adstringência percebida na língua, bochechas e gengivas, é causada pelos taninos. Os taninos mais finos são os presentes na casca. Já os indesejáveis são os das sementes e engaços. Um bom vinho tinto é aquele que apresenta equilíbrio entre o álcool, o tanino e a acidez. Perceber a harmonia desse tripé é a chave da degustação profissional. Quando se diz que uma taça de vinho tinto faz bem para a saúde, pense imediatamente nos taninos. Por ora, vale dizer que, em relação à tanicidade, o vinho pode ser carente, pouco tânico, equilibrado, ligeiramente tânico e muito tânico.
Acidez - Como o tanino, não é defeito. Um vinho contém vários ácidos originários da própria uva ou do processo de fermentação. Você pode notar a acidez nas laterais da língua e no efeito de salivação abundante que causa. Daí a importância da equação taninos-acidez-álcool. Normalmente, a acidez implica na capacidade de envelhecimento do vinho, tanto para tinto como para branco.
Álcool - A percepção do álcool ocorre na parte central da língua. Ao ouvir alguém dizer que um determinado vinho é "macio", associe ao seu teor alcoólico. Um poliálcool muito desejado é a glicerina, pois confere aquela sensação de untuosidade que, às vezes, observamos num vinho. Estamos falando do álcool produzido durante a fermentação da uva, ou seja, da transformação dos açúcares da fruta em álcool. Daí, quanto mais madura a uva, mais álcool e mais maciez. Quanto à maciez, o vinho pode ser áspero, levemente áspero, macio, redondo e untuoso".
junho 09, 2003
CONSULTORIA FAMOSA NA MIOLO
Michel Roland, um dos mais conceituados enólogos franceses da atualidade e maior autoridade mundial na vinificacão da uva Merlot, proprietário do famoso laboratório montado no Pomerol e prestando consultoria a quase 200 vinicolas noMundo, vem de ser contratado pela Vinícola Miolo. Ele já esteve no Brasil, em 2001, participou do 4o.Encontro Internacional do Vinho no Espírito Santo, promovido pela Sociedade dos Amigos do Vinho do Espírito Santo (SOAVES). A expectativa da empresa é de que, com sua vasta experiência, nos solos e climas os mais variados, Roland contribua decisivamente para a modernização da vinícola.
Michel Roland, um dos mais conceituados enólogos franceses da atualidade e maior autoridade mundial na vinificacão da uva Merlot, proprietário do famoso laboratório montado no Pomerol e prestando consultoria a quase 200 vinicolas noMundo, vem de ser contratado pela Vinícola Miolo. Ele já esteve no Brasil, em 2001, participou do 4o.Encontro Internacional do Vinho no Espírito Santo, promovido pela Sociedade dos Amigos do Vinho do Espírito Santo (SOAVES). A expectativa da empresa é de que, com sua vasta experiência, nos solos e climas os mais variados, Roland contribua decisivamente para a modernização da vinícola.
junho 08, 2003
O MERCADO ITALIANO DE VINHOS
Uma recente pesquisa realizada pela Universidade de Bolonha, sob os auspícios da FEDERVINI, dá bem uma idéia do que representa o mercado de vinhos para a economia italiana. São mais de 300 mil empresas da agroindústria e 400 mil no setor de distribuição de alimentos; envolve mais de 700 mil pessoas, direta ou indiretamente; e contribui para a economia do país com mais de 20 bilhões de euros e mais de 5 bilhões de euros em impostos diretos ou indiretos.
A pesquisa teve por objetivo mostrar a importância do mundo do vinho para o sistema sócio-econômico italiano, e os dados obtidos revelam que a contribuição do setor é enorme, conforme afirma o próprio presidente da FEDERVINI, Pietro Mastroberardino.
A pesquisa revela também que existem cerca de 200 mil viticultores na Itália, 80% deles com mais de 50 anos. Mais ainda, as vinhas totalizam cerca de 586 mil hectares de área produtiva e 47 mil improdutiva (1 a 3 anos), 27% dos quais na região nordeste.
A pesquisa ainda revela a idade das vinhas (69% com mais de 15 anos) e o percentual de vinho engarrafado (62%), assim como a distribuição geográfica das caves: a região central concentra 14.820 empresas, 33% do total.
São dados divulgados em Verona no dia 4 deste mês e não sabemos se já publicados na imprensa nacional.
Uma recente pesquisa realizada pela Universidade de Bolonha, sob os auspícios da FEDERVINI, dá bem uma idéia do que representa o mercado de vinhos para a economia italiana. São mais de 300 mil empresas da agroindústria e 400 mil no setor de distribuição de alimentos; envolve mais de 700 mil pessoas, direta ou indiretamente; e contribui para a economia do país com mais de 20 bilhões de euros e mais de 5 bilhões de euros em impostos diretos ou indiretos.
A pesquisa teve por objetivo mostrar a importância do mundo do vinho para o sistema sócio-econômico italiano, e os dados obtidos revelam que a contribuição do setor é enorme, conforme afirma o próprio presidente da FEDERVINI, Pietro Mastroberardino.
A pesquisa revela também que existem cerca de 200 mil viticultores na Itália, 80% deles com mais de 50 anos. Mais ainda, as vinhas totalizam cerca de 586 mil hectares de área produtiva e 47 mil improdutiva (1 a 3 anos), 27% dos quais na região nordeste.
A pesquisa ainda revela a idade das vinhas (69% com mais de 15 anos) e o percentual de vinho engarrafado (62%), assim como a distribuição geográfica das caves: a região central concentra 14.820 empresas, 33% do total.
São dados divulgados em Verona no dia 4 deste mês e não sabemos se já publicados na imprensa nacional.
junho 04, 2003
ASTICA
Mais um argentino para o dia-a-dia. Desta vez, um Cabernet Sauvignon. safra 2002, com 13,5% de teor alcoólico, elaborado pela conhecida Bodegas Trapiche, também da região de Mendoza.
Como se esperava, mostrou uma coloração escura, intensa, e um corpo razoável. Aromas discretos de frutas silvestres. Na boca, taninos um pouco acentuados, mas aceitáveis. Resumindo: nenhuma excelência, mas um vinho bebível. E seu preço ficou abaixo dos US$4.
Mais um argentino para o dia-a-dia. Desta vez, um Cabernet Sauvignon. safra 2002, com 13,5% de teor alcoólico, elaborado pela conhecida Bodegas Trapiche, também da região de Mendoza.
Como se esperava, mostrou uma coloração escura, intensa, e um corpo razoável. Aromas discretos de frutas silvestres. Na boca, taninos um pouco acentuados, mas aceitáveis. Resumindo: nenhuma excelência, mas um vinho bebível. E seu preço ficou abaixo dos US$4.
junho 01, 2003
A UVA TEMPRANILLO
A cepa de grande prestígio em toda a Península Ibérica é a variedade vinífera Tempranillo. Ela está presente em 28 das 54 denominações de origem (DO). Ocupando uma superfície de cultivo de 31.046 hectares, esta tinta é a principal casta de Rioja e de Ribera del Duero. A popularidade da uva é tão acentuada que em Castilla-Léon é chamada de Tinto del País! O nome Tempranillo provavelmente vem de temprano (cedo, em espanhol), pois amadurece prematuramente.
Os melhores vinhos com Tempranillo aparecem em zonas com alta insolação e com temperaturas noturnas frias. Nessas condições se alcançam graduações alcoólicas mais altas. Segundo Manoel Beato, sommelier do restaurante Fasano, a Tempranillo é a tinta mais conhecida e fina da Espanha. "É uma uva que tem muita classe e possui poder de envelhecimento", conta o renomado sommelier.
A cepa de grande prestígio em toda a Península Ibérica é a variedade vinífera Tempranillo. Ela está presente em 28 das 54 denominações de origem (DO). Ocupando uma superfície de cultivo de 31.046 hectares, esta tinta é a principal casta de Rioja e de Ribera del Duero. A popularidade da uva é tão acentuada que em Castilla-Léon é chamada de Tinto del País! O nome Tempranillo provavelmente vem de temprano (cedo, em espanhol), pois amadurece prematuramente.
Os melhores vinhos com Tempranillo aparecem em zonas com alta insolação e com temperaturas noturnas frias. Nessas condições se alcançam graduações alcoólicas mais altas. Segundo Manoel Beato, sommelier do restaurante Fasano, a Tempranillo é a tinta mais conhecida e fina da Espanha. "É uma uva que tem muita classe e possui poder de envelhecimento", conta o renomado sommelier.
VINHOS DA ESPANHA
Detentora da maior área cultivada em vinhedos no mundo, a Espanha sempre produziu excelentes vinhos e de qualidade variada. Uma das cepas mais difundidas é a tinta Tempranillo - a uva pálida e aromática da região de Rioja.
A história do vinho na terra do flamenco é muito antiga. Há cerca de 1.100 anos, antes da nossa Era, os fenícios introduziram a cultura da vinha em Cádiz, com cepas oriundas da Grécia, do Oriente Médio, de Cartagena e até de Roma. Durante a ocupação romana, os vinhos da famosa Catalunha e de Tarragona eram apreciados pelos conquistadores. Com a queda do Império Romano, os bárbaros invadiram a Península e tentaram destruir a cultura vinícola. Entretanto, em 711 d.C., com a chegada dos árabes, as vinhas foram protegidas com a finalidade alimentar.
Atualmente, a Espanha é o terceiro maior produtor mundial de vinhos, com mais de 35 milhões de hectolitros anuais. Mais de 600 variedades de uvas participam dessa produção, destacando-se entre elas, a Tempranillo - a mais famosa tinta espanhola. O consumo interno per capita chega aos 37 litros por habitante/ano. No Brasil, o vinho espanhol apresenta uma excelente relação: custo/benefício.
Detentora da maior área cultivada em vinhedos no mundo, a Espanha sempre produziu excelentes vinhos e de qualidade variada. Uma das cepas mais difundidas é a tinta Tempranillo - a uva pálida e aromática da região de Rioja.
A história do vinho na terra do flamenco é muito antiga. Há cerca de 1.100 anos, antes da nossa Era, os fenícios introduziram a cultura da vinha em Cádiz, com cepas oriundas da Grécia, do Oriente Médio, de Cartagena e até de Roma. Durante a ocupação romana, os vinhos da famosa Catalunha e de Tarragona eram apreciados pelos conquistadores. Com a queda do Império Romano, os bárbaros invadiram a Península e tentaram destruir a cultura vinícola. Entretanto, em 711 d.C., com a chegada dos árabes, as vinhas foram protegidas com a finalidade alimentar.
Atualmente, a Espanha é o terceiro maior produtor mundial de vinhos, com mais de 35 milhões de hectolitros anuais. Mais de 600 variedades de uvas participam dessa produção, destacando-se entre elas, a Tempranillo - a mais famosa tinta espanhola. O consumo interno per capita chega aos 37 litros por habitante/ano. No Brasil, o vinho espanhol apresenta uma excelente relação: custo/benefício.
VINHO À MODA ANTIGA
Na busca por maior autenticidade e originalidade de seus vinhos, alguns produtores internacionais vêm apelando para processos de um passado milenar. Assim escreve Luciano Ribeiro, em matéria publicada na revista Domingo, do Jornal do Brasil, que circula hoje.
É o caso de um viticultor de Friuli, Itália, que fermenta as uvas em enormes ânforas de barro, com dois metros de altura e capacidade para 20 hectolitros de suco de uva, fabricadas sob encomenda por apenas dois artesãos da Geórgia, Bálcãs, ao preço unitário de US$5.000. Era esse o processo usado pelos romanos há mais de dois mil anos. E os vinhos dele fazem sucesso.
Também em Portugal a vinícola José Maria da Fonseca utiliza o mesmo processo, dispondo de 114 ânforas, algumas do século XIX, que armazenam o equivalente a cerca de 23.500 garrafas.E, ainda, no Alentejo, um dos vinhos mais prestigiados do país, o Mouchão 3/4, é elaborado com uvas pissadas pelos colonos, sem qualquer processo mecanizado.
Se esse retorno às origens significa apenas um modismo, ou se vai de fato vingar pelo mundo a fora, não saberíamos responder, nem ao menos fazemos um prognóstico. Mas se os produtores de milênios passados pudessem ver isso, certamente estariam dando risadas de satisfação, orgulho e vaidade...
Na busca por maior autenticidade e originalidade de seus vinhos, alguns produtores internacionais vêm apelando para processos de um passado milenar. Assim escreve Luciano Ribeiro, em matéria publicada na revista Domingo, do Jornal do Brasil, que circula hoje.
É o caso de um viticultor de Friuli, Itália, que fermenta as uvas em enormes ânforas de barro, com dois metros de altura e capacidade para 20 hectolitros de suco de uva, fabricadas sob encomenda por apenas dois artesãos da Geórgia, Bálcãs, ao preço unitário de US$5.000. Era esse o processo usado pelos romanos há mais de dois mil anos. E os vinhos dele fazem sucesso.
Também em Portugal a vinícola José Maria da Fonseca utiliza o mesmo processo, dispondo de 114 ânforas, algumas do século XIX, que armazenam o equivalente a cerca de 23.500 garrafas.E, ainda, no Alentejo, um dos vinhos mais prestigiados do país, o Mouchão 3/4, é elaborado com uvas pissadas pelos colonos, sem qualquer processo mecanizado.
Se esse retorno às origens significa apenas um modismo, ou se vai de fato vingar pelo mundo a fora, não saberíamos responder, nem ao menos fazemos um prognóstico. Mas se os produtores de milênios passados pudessem ver isso, certamente estariam dando risadas de satisfação, orgulho e vaidade...
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