junho 15, 2003

NACIONAL OU IMPORTADO?
Parece estar ocorrendo como que um “movimento” em defesa do vinho nacional (do tinto, especificamente). Pelo menos é o que se supõe a partir da matéria de autoria de Luciano Ribeiro, publicada hoje na Revista Domingo, do JB.
Segundo conta, com base em depoimentos de enófilos bastante conhecidos, de dez anos para cá as coisas vêm mudando na Serra Gaúcha, onde as vinícolas investem em novas tecnologias de cultivo e produção, bem como procuram manter intercâmbio com os produtores internacionais. Mas são esses mesmos experientes profissionais os primeiros a reconhecer que ainda falta muito para que os nossos tintos se aproximem do padrão de qualidade dos importados, já que não poderão iguala-los. E o fator negativo, já comentamos aqui, é o “terroir” inadequado.
Em nossa modesta opinião, com todo o respeito e consideração aos produtores nacionais, cujo esforço reconhecemos e aplaudimos, acreditamos que algumas premissas deveriam ser analisadas à exaustão: 1- Intensificar o cultivo (ainda incipiente) em outras regiões, em busca de uvas de maior qualidade; 2 – Substituir as uvas americanas por espécies viníferas na produção dos vinhos de mesa; 3 – Rever as políticas de comercialização, com vistas à redução dos preços ao consumidor.
É bom lembrar: o Brasil não é um país europeu, a tradição de beber vinho é muito pouco cultivada por aqui, o clima em geral não ajuda muito, a renda per capita é baixa, a classe média teve reduzido seu poder aquisitivo... Então, é preciso lutar por melhores relações qualidade/preço e investir em campanhas de divulgação (os fabricantes de cerveja exploram bem essa tática).

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