janeiro 19, 2003

DEGUSTAÇÃO, UMA EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
O ato de degustar um vinho é, essencialmente, uma experiência estética. Isso é verdade, na própria acepção etimológica do termo. A degustação de um bom vinho é algo que, literalmente, agrada a todos os sentidos: visão, audição, tato, gustação e olfação.
A visão é, normalmente, o mais importante dos sentidos e o maior instrumento para explorar a cor do vinho, seu brilho e densidade, que constituem uma primeira aproximação e preparam para as experiências sensoriais que se seguirão. É uma etapa decisiva, que dá as primeiras informações sobre a bebida e pode determinar se a aventura estética deve continuar ou terminar abruptamente.
Depois, vem a audição. Sua participação parece ser menor do que as das outras sensações. Contudo, o som do estourar de uma rolha de champagne, ou mesmo de um vinho comum, é algo que causa prazer e antecipa os momentos agradáveis que estão por vir. Também o tradicional “tim-tim” identifica a clássica comunicação gestual e sonora de compartilhar a bebida. O ato de beber um vinho, assim como o de comer é, essencialmente, uma atividade social. Através do som das palavras as pessoas se comunicam, comungando as sensações gustativas e, portanto, através da audição, essa experiência é decodificada e se transforma em um fenômeno coletivo.
Em seguida, deve-se perceber o tato, cujos receptores estão presentes na língua. A adstringência, a untuosidade, o corpo e o calor, entre outras, são exemplos de sensações táteis importantes na apreciação do vinho.
Os dois sentidos mais importantes na degustação são o gosto e o olfato. Eles funcionam em conjunto. O que chamamos de gosto ou paladar implica sensações gustativas e olfatórias misturadas. Isso pode ser percebido durante uma gripe ou quando se tapa o nariz, ocasiões em que o olfato deixa de estar operante, pelo entupimento das vias nasais. O paladar dos alimentos fica, então, alterado, pois passamos a perceber apenas o componente gustativo.

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