janeiro 31, 2003

OS VINHOS DE GUARDA
São assim chamados aqueles vinhos cujas características evoluem com o passar dos anos, tornando-os muito mais agradáveis do que quando jovens.
Antigamente, a maioria dos vinhos precisava envelhecer para uma melhor apreciação. Hoje em dia, com os avanços tecnológicos, isto não é necessariamente uma verdade absoluta. Vejamos, de per si, os tintos e os brancos.
A maioria dos tintos, mesmo os de guarda, podem ser apreciados logo após serem colocados no mercado; por outro lado, hoje se sabe que os melhores vinhos de guarda continuarão a evoluir por muitos anos, atingindo um nível muito melhor do que quando jovens.
Quanto aos brancos, embora sejam perfeitos desde jovens, muitos ganham com o passar dos anos. É o caso dos melhores Chardonnay, em particular aqueles com boa acidez e envelhecidos em carvalho, dos Chenin Blanc, dos melhores Bordeaux brancos e, principalmente, dos melhores Riesling alemães ou alsacianos. Estes últimos são vinhos de enorme longevidade, que atingem seu apogeu após dez anos, chegando a durar um quarto de século. Tanto assim que, na Alemanha e na Alsácia, é tradição comprar uma caixa de um grande Riesling no nascimento dos filhos para bebê-lo vinte anos depois. É claro que os brancos mais simples, como o Frascati e Muscadet, devem ser bebidos nos seus primeiros dois ou três anos.
E no Brasil? Bem, a indústria vinícola nacional é ainda muito recente, se comparada com a dos os países europeus. Acreditamos que esta é uma questão de cultura e que, com o passar dos anos, muitos anos, quem sabe, tenhamos por aqui alguma tradição que venha a fazer a satisfação dos futuros enófilos. Não sabemos hoje - que nos perdoem se estivermos equivocados - da existência de vinhos nacionais elaborados para guarda por longos períodos.

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