DESEQUILÍBRIO DO MERCADO MUNDIAL (2)
Há poucos dias comentamos aqui as previsões para o mercado mundial de vinhos nos próximos cinco a dez anos, segundo as quais já se registra uma tendência ao desaquecimento (nada a ver com a ameaça de guerra que hoje assusta a maioria dos países). E, em matéria publicada na revista Domingo de ontem, Luciano Ribeiro aborda o mesmo tema, com foco nos vinhos franceses.
A questão é que, embora os excelentes e famosos vinhos da França continuem valendo o que poe eles se cobra, as exportações dão um grande destaque aos vinhos medianos, mas com preços fora da realidade. Assim os vinhos decentes não valem o que custam e os mais acessíveis são em geral muito ruins.
Enquanto o consumo mundial está estagnado ou regredindo, outros países estão exportando quantidades cada vez maiores. Chile, Argentina, Nova Zelândia, Austrália, África do Sul e EUA oferecem vinhos com preços e qualidade interessantes. Enquanto isso um vinho francês razoável não sai da Europa por menos de 2,20 euros e aqui seu preço é da ordem de R$37.
O resultado de tudo isso é que a indústria de vinhos francesa vai precisar mudar de tática e baixar preços, se quiser recuperar-se do baque já sofrido. Por enquanto, portanto, atenção aos vinhos do Novo Mundo!
março 17, 2003
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