ALUCINANTE
O fim-de-semana que passou foi da facto alucinante, pois nunca havia provado tantos vinhos, tão caros quanto badalados, em tão pouco tempo.
Comecei no Sábado, ao fim da manhã, numa prova de vinhos na garrafeira Vinhos&Coisas, que não sendo a minha altura preferida para beber vinho é talvez a melhor altura para detectar os defeitos dos vinhos.
A prova começou com o Vale Pradinhos branco 2002 que se mostrou agradável, com uma acidez mais alta da que eu esperaria de um vinho transmontano.
O vinho seguinte de que vale a pena falar foi o Francisco Nunes Garcia Reserva 2001 tinto (+20€), que se mostrou já muito bom para beber com um bom aroma e um "bouquet" algo complexo, diferente dos habitualmente pesadões alentejanos e foi o preferido da maioria dos presentes, entre os quais eu me incluía.
A seguir a parada subiu em termos de preços para o Batuta 2001 tinto (+100€) do Douro mas na minha opinião não em qualidade, pois o vinho apesar de apresentar um bom aroma, este ainda não era complexo, o mesmo se passando com o sabor. Creio que perceberão melhor a minha desilusão se vos disser, que o melhor vinho que bebi foi o Batuta 1999. Não percebo como se coloca um vinho deste preço, que nitidamente não está evoluído, no mercado. Creio que o Dirk Nieeport está a desbaratar o capital acumulado em torno do nome Batuta.
Charme 2001 tinto (+100€) é o nome do vinho que se seguiu também do Dirk Nieeport e também do Douro - este é um vinho que se pretende diferente mas do mesmo nível do Batuta e de facto, este estava diferente e para melhor sendo o preferido de alguns dos presentes, com um bom aroma e já a mostrar alguma da complexidade que creio será alta daqui a seis meses.
Aalto 2001 tinto da Ribera del Duero (+40€) foi o primeiro dos espanhóis a apresentar-se e o melhor deles na minha opinião, mas que infelizmente me pareceu demasiado novo e demasiado caro. O segundo era um vinho da Catalunha, mais precisamente do priorato, mas eu não consegui fixar o seu nome, provavelmente porque não o achei suficientemente bom.
Ao jantar, recebi um casal amigo, que resolvi brindar com o badalado Cryseia 2000 tinto produzido pela Symington em colaboração com Bruno Pratt, um conceituado enólogo francês. Eu estava com muito receio deste vinho, pois já o tinha provado duas outras vezes, mas na 1ª não estava em condições de o apreciar e na 2ª vez não gostei. O aroma veio aumentar os meus medos, mas felizmente, o vinho estava bom e com o passar do tempo veio a tornar-se óptimo. A seguir servi o Quanta Terra 2000 tinto, que é para mim o vinho com a melhor relação qualidade/preço em Portugal. É um vinho com um bom corpo, mas que não se torna esmagador, pois os taninos doces deste vinho tornam-no apreciado por toda a gente. Muito bom.
No domingo, e porque esse meu amigo se esqueceu do telemóvel, foi a vez de ele me receber em sua casa ao almoço. Depois de lhe ter pedido para servir qualquer coisa simples, resolveu receber-nos com um espumante bruto da Quinta dos Carvalhais que achei belíssimo acompanhado de umas magníficas pataniscas de espargos com presunto. Serviu a seguir uma estrela do Alentejo, o Marquês de Borba Reserva 1997 tinto do João Portugal Ramos. A opinião dos meus amigos, que já tinham tido a felicidade de o provar, é de que ele já estava em queda, não se mostrando nada exuberante na prova.
Para fechar em beleza, serviu o famosíssimo Barca Velha de 1991, que por incrível que pareça, achámos ainda fechado. O vinho é claramente bom, mas nem o aroma nem o sabor tinha ainda complexidade. 13 Anos depois é incrível!!!!
janeiro 16, 2004
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