dezembro 04, 2005

O ESPUMANTE BRASILEIRO
As condições climáticas adversas da Serra Gaúcha costumam comprometer a maturação ideal das uvas para produzir grandes vinhos brancos e tintos, mas acabam se tornando muito adequadas quando o destino das uvas é o espumante. Os meses determinantes do ciclo vegetativo das videiras, quando se foca a elaboração de espumantes, são dezembro, janeiro e fevereiro. Durante este período, o número de dias de chuvas bastante elevado reduz a insolação. Ao mesmo tempo, as noites ficam frescas com temperaturas noturnas bem abaixo dos 20°C.
Estes dois fatos fazem que as uvas mantenham um bom teor de acidez com um teor moderado de açúcar. Este perfil de maturação caracteriza perfeitamente as uvas destinadas à espumantização. Por outro lado, esta maturação, por acontecer lentamente, favorece a formação de aromas extremamente finos e delicados.
Teor moderado em açúcar com boa acidez e aromas finos são os dois fatores essenciais de qualidade dos espumantes, inclusive do champagne.
Na Serra Gaúcha existem várias castas originárias de diferentes e consagradas regiões produtoras do mundo que se enquadram perfeitamente neste perfil como Chardonnay, Pinot Blanc, Semillon, Ugni Blanc, Riesling Itálico e Pinot Noir.
A Chardonnay é uma variedade universal presente em quase todos os espumantes de qualidade: champagne e crémant de Bourgogne, na França; espumantes italianos, californianos e australianos, por exemplo.
A Pinot Blanc encontra-se no crémant d’Alsace; as Semillon e Ugni Blanc no crémant de Bordeaux.
A Riesling Itálico já é menos difundida, salvo no norte da Itália, mas merece um destaque especial por ser a variedade emblemática da Serra Gaúcha. Confere aos espumantes ótimas sensações de refrescância, frutado e leveza.
A Pinot Noir, quando vinificada em branco, origina espumantes mais estruturados, amplos e vinosos. Aliás, esta variedade ilustra bem a problemática da Serra Gaúcha. No decorrer da maturação, ela vai se tornando cada vez mais sensível à podridão, o que dificulta consideravelmente o alcance da plena maturação necessária à elaboração de um vinho tinto. Porém, colhidas justamente antes dos princípios de ataque de podridão, as uvas apresentam o ótimo de maturação para um futuro espumante, sem as alterações de qualidade originadas pela podridão. Não podemos deixar de falar das uvas moscatéis, que entram na elaboração de espumantes similares aos da tradicional região de Asti, na Itália.
O bom domínio das vinícolas da Serra Gaúcha, verificado nas fases de vinificação e de segunda fermentação, seja na própria garrafa (método tradicional), ou em tanques (método Charmat), com posterior engarrafamento isobarométrico, proporciona aos consumidores brasileiros espumantes de grande qualidade.
Além do reconhecimento nacional, numerosos destaques e premiações já foram conquistados em diversos concursos e avaliações internacionais.
Hoje, sem sombra de dúvida, o público brasileiro pode apostar nos espumantes da Serra Gaúcha, não somente para as festas de fim de ano, mas também para desfrutá-los o ano todo.
Saúde!
(FONTE: Philippe Mével, Diretor de Produção da Chandon)

novembro 08, 2005

O CONSUMIDOR TÍPICO
Pesquisa patrocinada pela Constellation Wines, braço americano da constellation Brands, maior produtor de vinhos do mundo, realizada nos EUA com mais de 3.500 consumidores de vinhos finos, mostrou que estes podem ser classificados em seis grupos distintos. Veja abaixo quais são esses grupos e em qual deles você imagina que se enquadra:
Entusiastas (12%) - são consumidores apaixonados por toda a experiência com o vinho: pesquisam o que compram e dividem suas descobertas com amigos e família. Não escondem que consultam a Wine Spectator.
Autocentrados (20%) - preocupam-se, sobretudo, com a auto-imagem. Não sabem muito sobre vinhos, mas buscam aqueles mais caros, que estejam na moda. Não querem ficar mal na foto.
Sabidos (15%) - buscam barganhas, bons vinhos pelo menor preço possível: bom vinho não precisa custar muito.
Tradicionalistas (16%) - querem se assegurar de que seus vinhos vêm sendo produzidos por um bom tempo por vinícolas de excelente reputação. Compram marcas a longo tempo de mercado, já testadas.
Satisfeitos (14%) - buscam vinhos razoáveis que possam servir sem queixas de amigos ou da família. Não se importam com origem dos vinhos e compram sempre as mesmas marcas: aquelas de aceitação geral.
Assoberbados (23%) - acham que comprar vinho é uma atividade muito complexa, confusa, estressante, que os deixa sempre preocupados com a possibilidade de cometer enganos. Prateleiras com informações corretas e a ajuda de balconistas são importantíssimas para eles.
Os pesquisados tinham de ter comprado pelo menos uma garrafa de vinho a partir de cinco dólares, no período de um mês e responderam a um extenso questionário. FONTE: "O consumidor típico", por Sonia Melier, Tribuna da Imprensa.

outubro 18, 2005

VVV ROSÉ MALBEC 2005
Os vinhos rosé não gozam do mesmo prestígio e popularidade dos demais tintos, com honrosas exceções, como o Mateus português. Há quem não os beba nunca, talvez por algum preconceito gerado no passado. Mas, em verdade, tal preconceito, se existiu ou ainda existe, é injustificado, porque hoje em dia se produzem rosés de qualidade muito boa. É uma questão de escolher o vinho certo para o momento certo, o que, aliás, vale para todos os vinhos.
Este vinho traz na marca as iniciais de seu produtor, Vicente Vargas Videla, da Bodega Tierras Altas, localizada em Luján de Cuyo, distrito de Mendoza, Argentina. Esta é uma vinícola nova, que surgiu em 1999, quando a empresa Vargas Arizu S/A decidiu investir no mercado de vinhos, com um projeto de cultivar suas próprias uvas e produzir vinhos tintos varietais das castas Malbec, Cabernet Sauvugnon e Merlot.
No dia em que foi degustado, a temperatura ambiente era elevada: 28 °C. Por isto, o vinho foi resfriado e bebido a cerca de 11 °C. Com a cor característica dos rosés, apresentou aromas frutados e florais muito agradáveis e acidez equilibrada. Teor alcoólico de 12,7%. Um vinho leve, que agrada bastante ao paladar. E também ao bolso: custou menos de R$13.

outubro 17, 2005

DEGUSTAÇÕES ONLINE
O fórum de discussão do site "O vinho e seus prazeres" ganhou uma nova área, especialmente dedicada às degustações virtuais. Lá os visitantes irão encontrar, mensalmente, a indicação de um vinho para ser comprado, bebido e comentado. Para participar é necessário estar registrado no fórum. Quem desejar conhecer detalhes pode acessar este link.

outubro 11, 2005

PARREIRAIS DO PARALELO 31

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Na região de Palomas, a paisagem do pampa é embelezada por milhares de cachos perfeitos, obtidos em uma das áreas mais nobres do Brasil para o cultivo de viníferas.
A exemplo dos melhores vinhedos do mundo, os de Sant'Ana do Livramento e Rivera também estão situados em uma região privilegiada, que se chama Paralelo 31. Nesta área, o clima (com invernos rigorosos e verões com 100 dias de sol), bem como as características do solo, determinam as condições ideais para o cultivo de uvas viníferas. Sendo assim, a matéria prima - a uva - chega à vinícola em seu melhor estado de amadurecimento - com alto grau de açúcar, relação de acidez e PH equilibrado, além de um excelente estado sanitário - uma combinação de fatores que resulta em um vinho de alta qualidade e competitividade no mercado.
Os vinhedos da Almadén, localizados aos pés do Cerro de Palomas, são pioneiros na campanha gaúcha, e ali estão instalados há mais de trinta anos. Esta é a única grande vinícola brasileira que produz 100% das uvas que são empregadas na elaboração de seus vinhos. A capacidade anual de produção está em torno de 7 milhões de quilos das variedades Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Riesling, Chardonnay, Ugni Blanc, Gewürztraminer, Gamay, Sauvignon Blanc, entre outras.
Além de Almadén, pertencente à Pernod Ricard, outras vinícolas também estão instaladas no município. A Santa Colina é um projeto do grupo francês Hombo, o maior produtor e distribuidor de bebidas do Japão, que vem a Sant'Ana para produzir para aquele país, bem como para o mercado brasileiro. Propriedades menores também despertaram para o cultivo de castas nobres e, a cada safra que passa, vão conquistando também o seu espaço, como é o caso da Vale de Palomas, do estreante na arte de vinificar, Fabrício Cheguem, que neste ano produziu 10 mil litros do recém chegado no mercado, vinhos Don Gabriel.
Com as mesmas condições de clima e solo, Rivera - no lado uruguaio - também possui suas vinícolas. O destaque fica por conta das Bodegas Carrau, uma paixão familiar iniciada na Espanha e transmitida, de geração em geração, durante mais de 250 anos. Em Rivera, a Carrau possui uma das mais modernas bodegas da América Latina, com funcionamento baseado na ação da gravidade; um verdadeiro luxo, no coração do Cerro do Chapéu, um outro cartão postal da cidade. Propriedades menores também têm seu espaço, e pouco a pouco, conquistam o consumidor de vinho. É o exemplo das Viñas Del 636, uma empresa familiar onde Jorge Gutierrez e seu filho, o enólogo Tiago Gutierrez, elaboram, artesanalmente, cerca de 30 mil litros de vinho ao ano.
Grandes ou pequenas, as vinícolas de Livramento e Rivera são, inquestionavelmente, dignas de uma visita. Aqui você conhecerá a arte, aliada à paixão, de elaborar os melhores vinhos finos do Rio Grande do Sul e Uruguai. FONTE: A Platéia Online, Santana do Livramento, RS.

outubro 09, 2005

O GOSTO ROLLAND
Com 102 clientes em 14 países, Michel Rolland não elabora diretamente os vinhos. Ele oferece consultoria aos enólogos locais e dá orientação no plantio e condução das vinhas, na gestão da maturidade das uvas, na vinificação, no amadurecimento, etc.
Rolland, às vezes, participa do corte ou assemblage (mistura dos vinhos de barris diferentes para formar o produto final), sua especialidade. Seus vinhos são elaborados invariavelmente com uvas ultra-maduras, às vezes maduras em excesso. Essa maturação corre o risco de estar em desarmonia com a maturação fenólica (taninos) e com perda de acidez.
Depois, o líquido passa por um estágio em barris de carvalho. Como resultado, todos estes vinhos têm características em comum, o “gosto Rolland”:
- A cor do líquido é muito escura.
- Os aromas e sabores lembram frutas muito maduras e geléia, com presença marcante de aromas vindos do estágio em madeira (café, chocolate, caramelo, coco queimado, baunilha, etc).
- A maciez e quase doçura no palato é outro item, pelo alto teor alcoólico (geralmente, de 13,5% para cima), taninos doces e baixa acidez.
É bom lembrar que Rolland não “inventou” esse padrão. Ele é apenas um excelente enólogo, que sabe o que agrada e o que não agrada e sabe como fazer vinhos que atendem à demanda. FONTE: "A polêmica da globalização", Marcelo Copello, revista ADEGA, setembro de 2005.

outubro 02, 2005

SERVIR O VINHO? QUAL A ORDEM?
Quando existem vinhos diferentes para servir, surge uma dúvida: em qual ordem? O procedimento adequado não chega a ser um ritual, mas, sim, trata-se de aplicar o bom senso. A regra básica, primordial, a ser observada é a seguinte: um vinho não deve jamais fazer com que os participantes desejem voltar ao que o precedeu.
A ordem por que se devem servir os vinhos é a seguinte: o seco antes do doce, o novo antes do velho, o branco antes do tinto.
É lógico que não poderemos apreciar um bom vinho seco se antes tivermos bebido um vinho doce. Da mesma forma, deve-se servir um vinho novo antes do velho, porque o vinho que envelheceu, em princípio, está no seu auge e eclipsará um vinho novo, mesmo que seja muito bom, cuja maturação ainda não terminou. Isso leva-nos à regra fundamental da ordem dos vinhos: o último deve ser o melhor. O ideal é seguir uma progressão que vá do bom ao excelente, do mais leve ao mais encorpado, do simples ao sutil.
Apesar disto, há quem faça exatamente o contrário e prefira beber primeiro o melhor dos vinhos, sob a alegação de que, depois de algumas taças, qualquer coisa vale... Mas, não seria esta a postura de um degustador equilibrado, que bebe com moderação.

outubro 01, 2005

MORANDÉ TERRARUM RESERVA
Notícia publicada em um jornal do Rio de Janeiro dá conta de que a Viña Morandé (Chile) comemora um ano de sucesso junto aos consumidores cariocas com o lançamento de sua linha Terrarum Reserva.
Segundo divulgado no site da empresa, “a Viña Morandé foi fundada em 1996 e desde o início trabalha para romper esquemas dentro de um mercado que se considera tradicional. Para isso foi definida uma estratégia que a posiciona como uma vinícola inovadora, com uma ampliada variedade de produtos e com a melhor relação preço-qualidade. É por isso que a Morandé está em uma constante busca por novas variedades, novas técnicas de vinificação, novos vales, novos desenhos originais para seus rótulos, etc. Garantida pela trajetória de seu enólogo Pablo Morandé Lavín, e pelo reconhecimento da qualidade de seus vinhos, a Viña Morandé está se consolidando como uma grande marca, moderna e vanguardista”.
Ainda segundo a Morandé, “cabe destacar que Pablo Morandé Lavín foi quem, no começo da década de 80, observou que o Vale de Casablanca apresentava condições similares às existentes na região de Carneros, na Califórnia, dando origem ao mais importante descobrimento para o mercado do vinho chileno dos últimos tempos. Também foi o primeiro enólogo a vinificar uvas infectadas por botrytis para fazer um vinho especial, chamado Late Harvest, que hoje constitui uma categoria de vinhos no Chile, e é produzido por numerosas vinícolas. Outro exemplo de inovação é ser o primeiro a produzir vinhos de uvas congeladas, o Ice Wine, no Chile”.
“Hoje, a Viña Morandé conta com uma planta de vinificação em Pelequén (122 km ao sul de Santiago), considerada uma das bodegas mais modernas do país. Possui mais de 20.000 m2 construídos, tecnologia de ponta e uma capacidade instalada para 12 milhões de litros em tanques de aço inoxidável. Ali são moídas uma média anual de 12.000 de toneladas de uvas viníferas finas provenientes dos vales de Casablanca, Maipo, Rapel, Curicó, Maule e Itata”.
A linha Terrarum Reserva é apresentada nas variedades tintas Cabernet Sauvignon, Merlot e Carmenère, com vinhosconsiderados de vida longa (superior a três anos) e brancas Chardonnay, Pinot noir e Sauvignon blanc, com guarda de um a três anos.
Além desses vinhos, a Morandé produz também: House of Morandé Ultra Premium, Morandé Vitisterra, Morandé Pionero e, entre suas especialidades, Morandé Edição Limitada, Morandé Dueto e Morandé Late Harvest.
PANORAMA ESTATÍSTICO INTERNACIONAL
Introdução
Muito se fala das estatísticas da produção mundial de vinhos, mas, quase sempre, os dados apresentados são discordantes. As discrepâncias se devem, na maioria dos casos, à falta de uniformidade dos critérios utilizados para aferir tais dados, contudo, outras vezes, são fruto apenas do desejo de manipulação de alguns. Os dados mais fidedignos talvez sejam os provenientes da F.A.O. (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) que são harmonizados com os dados da O.I.V.(Organização Internacional da Vinha e do Vinho), a cada dois anos. Utilizando as informações obtidas através destes órgãos, com ano base 2002, último ano disponível, podemos traçar um perfil do mercado mundial de vinho.
Produção mundial de uvas
A superfície plantada de uvas, sejam elas voltadas ou não para a produção de vinhos, diminuiu nas últimas duas décadas, chegando em 1997 ao nível mais baixo desde 1950. Em 2002 houve uma estabilização dos índices e a área plantada somou 7,88 milhões de hectares, sendo a Espanha responsável por 15,26% deste valor, a França por 11,54%, Itália por 11,7% e o Brasil por 0,82%.
Produção mundial de vinho
Analisando apenas a superfície plantada destinada à produção de vinho, a França ocupa o primeiro lugar, seguido da Itália e Espanha. Foram produzidos 260,89 milhões de hectolitros, 2% a menos que em 2001, sendo a França o maior produtor de vinho do mundo, com 19,16% da produção, redução de 6% em relação a 2001, seguido da Itália, Espanha, EUA, Argentina, China, Austrália, Alemanha, Portugal, África do Sul, Chile, Hungria, Romênia, Grécia, Rússia e Brasil com 1,23% da produção.
As estatísticas para 2004, ainda não confirmadas, revelam que a produção mundial de vinho chegou a 294,6 milhões de hectolitros, sendo a Europa responsável por 70,6% da produção. Os maiores países produtores foram França com 56,6 Mhl, Itália com 51,5, Espanha com 42,14, EUA 19,51, Argentina 15,46, Austrália 13,81 e China 11,31.
Consumo mundial de vinho
O consumo mundial de vinho atingiu 227,83 milhões de hectolitros sendo a Europa responsável por 68,7% do consumo, diminuição de 5,1% em relação ao final dos anos 80. Em contrapartida, o consumo cresceu 12% na ex União Soviética e na América 3% em relação a 2001. O país de maior consumo per capita/ano foi Luxemburgo com 63,4 litros, seguido da França com 56, Itália com 48, Portugal com 46, Suíça com 43 e Espanha com 31,6. O Brasil teve consumo medido de 1,8 litro por pessoa/ano. Enquanto na maioria dos países ocorreu decréscimo de consumo, países como Nova Zelândia, China, EUA, Canadá, Austrália e Inglaterra e Brasil apresentaram aumento de consumo. O consumo está na casa dos 236 milhões de hectolitros, em crescimento depois de anos em declínio. A Europa consome 68,4% do vinho mundial, a América 20,2% e a Ásia 6,7%. Os países de maior consumo absoluto são a França com 33,5 Mhl, Itália com 28,3, EUA com 24,7, Alemanha com 20,3, Espanha com 13,9, China com 11,7, Inglaterra com 11,7. Os países com maior consumo per capita/ano são Luxemburgo com 55,8 litros, França com 55,4, Portugal com 52,6, Itália com 51,1, Croácia com 44,7, Eslovênia com 44,4, Suíça com 41,4.
Exportações mundiais de vinho
As exportações de vinhos chegam a 77,4 Milhões de hectolitros sendo que a França é o maior país exportador com 14,21 Mhl, seguido da Itália com 14,19, Espanha com 13,51, Austrália com 6,45, Chile com 4,67, EUA com 3,87 e Portugal com 3,12. As importações somam 72,1 milhões de hectolitros, sendo a Alemanha com 12,49 Mhl, Inglaterra com 11, 94, EUA com 6,24, França com 5,51, Rússia com 4,5, Holanda com 3,49 e a Bélgica com 27,55 os maiores importadores mundiais.
Tendências do mercado
A tendência no mercado mundial de vinhos é o crescimento. Enquanto muitos países europeus chegaram ao seu máximo patamar de consumo, novos e maiores mercados são abertos em outros continentes. Se, por um lado, existem movimentos para a diminuição do consumo do álcool, por outro, há a comprovação médica dos benefícios do vinho à saúde, alavancando o consumo. Enquanto os vinhedos europeus, por conta das políticas agrárias na União Européia, diminuem de tamanho, outros, em continentes como América e Ásia, contribuem expressivamente com aumento da área plantada. O consumidor, por sua vez, busca cada vez mais a boa relação custo x benefício e demanda maior qualidade. Neste sentido, países como Austrália, Chile, Argentina ,África do Sul, e mais recentemente Portugal, têm se destacado no cenário internacional e ganham cada vez mais espaço. FONTE: Tribuna da Bahia.

setembro 30, 2005

OS TOP 10 PAÍSES PRODUTORES DE VINHO
Segundo dados da OIV referentes a 2001, a produção mundial de vinho decresceu de 27.491 ML (milhões de litros) em 2000 para 26.760 ML em 2001 (redução de 2,66%). Argentina, Austrália e Portugal mostraram aumentos da produção em 2001, enquanto os outros “Top 10” produtores tiveram reduções. A Austrália superou a Alemanha também na produção de vinho e agora se tornou o sexto maior produtor mundial.
Abaixo os dez maiores produtores mundiais, com a indicação das respectivas produções em milhões de litros (ML), além das porcentagens em relação à produção mundial:
França – 5.330 ML, 19,92%
Itália – 5.090 ML, 19,02%
Espanha – 3.050 ML, 11,40%
EUA - 1.980 ML, 7,40%
Argentina – 1.580 ML, 5,90%
Austrália – 1.020 ML, 3,81%
Alemanha – 900 ML, 3,36%
Portugal – 770 ML, 2,88%
África do Sul – 650 ML, 2,43%
Chile – 570 ML, 2,13%
FONTE: G. Dutruc-Rosset, Extract of the Report on World Vitiviniculture, 24 June, 2002.
OS TOP 10 PAÍSES CONSUMIDORES DE VINHO
Segundo os dados mais recentes da OIV, o consumo mundial de vinho diminuiu de 21.936 ML (milhões de litros) em 2001 para 21.892 ML em 2002 (redução de 0,20%) e permanece consideravelmente menor do que em 1979, quando era de 28.656 ML (redução de 23,61%). Comparativamente ao ano de 1996 (tópico abaixo), ainda segundo a OIV, a redução foi de 1,93%.
França e Itália continuam respondendo por 29% do consumo total (31,6% em 1996), enquanto a Europa, como um todo, consome 70% da produção mundial. O consumo francês cresceu 2.4%, enquanto o italiano diminuiu 1,0%. O Reino Unido mostrou o maior crescimento entre os “Top 10”, com 10,4%.
Abaixo os 10 países de maior consumo, em ML, também com a indicação da porcentagem em relação ao total mundial:
França – 3.370 ML, 15,4%
Itália – 3.050 ML, 13,9%
USA – 2.133 ML, 9,7%
Alemanha – 1.966 ML, 9,0%
Espanha – 1.400 ML, 6,4%
Argentina – 1.204 ML, 5,5%
Reino Unido – 1.010 ML, 4,6%
China – 580 ML, 2,6%
Rússia – 440 ML, 2,5%
Romênia – 470 ML, 2,1%
FONTE: G. Dutruc-Rosset, Extract of the Report on World Vitiviniculture, 24 June, 2002.

setembro 29, 2005

CONSUMO MUNDIAL DE VINHO
Alguns dados estatísticos sobre o consumo mundial de vinho. Como se referem a levantamentos feitos em 1996, certamente que ao longo da última década ocorreram variações, mas dá para perceber como se comporta o consumo mundial. Os números indicam, para cada país, pela ordem: consumo (em milhões de litros), porcentagem em relação ao consumo mundial, consumo “per capitã” (em litros).
Mundo – 22.322
Itália – 3.562, 16.0%, 59.4
França – 3.479, 15.6%, 60.0
USA – 2.046, 9.2%, 7.7
Alemanha – 1.866, 8.4%, 22.9
Espanha – 1.475, 6.6%, 37.7
Argentina – 1.355, 6.1%, 41.5
Romênia – 725, 3.2%, 31.5
Reino Unido – 725, 3.2%, 12.5
Portugal – 580, 2.6%, 58.5
África do Sul – 406, 1.8%, 9.3
China – 394, 1.8%, n.a.
Austrália – 329, 1.5%, 18.1
Grécia – 320, 1.4%, 30.1
Hungria – 305, 1.4%, 30.0
Suíça – 291, 1.3%, 41.2
Pode-se perceber a elevada taxa "per capita" dos países europeus e, particularmente, da Argentina (e dizer que no Brasil não chega a 2.0%...).
FONTE: OIV (Office International de la Vigne et du Vin), State of Vitiviniculture in the World and the Statistical Information in 1996.
VINHOS DO NOVO MUNDO – DICAS GERAIS
Vinho não precisa ser caro. Há verdadeiras jóias no mercado a preços incríveis. É verdade que temos de escavar um pouco e deixar preconceitos de lado. Não se pode seguir pensando que vinho para ser bom tem de ter um preço assustador. É um produto bastante democrático, e há para todos os gostos e bolsos. Para facilitar, aqui vão algumas dicas.
O Novo Mundo apresenta produtos de qualidade com bons preços. Difícil de ter que engolir um argentino? Eu entendo, mas esqueça as diferenças, os caras são bons. A uva Malbec (originária da região de Cahors, na França) brilha neste país. Encontrou ali uma terra onde pode se expressar de maneira excepcional. São vinhos que apresentam notas de fruta vermelha bem madura. E como costumam dar "uma passada" por madeira de qualidade, também nos presenteiam com nuances tostadas bem interessantes.
Se realmente não conseguir compatibilizar com os argentinos, parta em direção ao Chile. São vinhos com uma tendência a ser encorpados e saborosos, além de bastante didáticos em termos de o que a uva Cabernet Sauvignon deve apresentar como linha aromática (os clássicos pimentão ou pimenta verdes). Fora esta, a nova vedete é a Carmenère, uva de origem bordalesa, que desapareceu desta zona francesa com a crise da “phylloxera”. Dá vinhos de corpo médio a encorpado, dependendo do produtor e da vinificação.
A Austrália adotou a francesa Syrah, onde é conhecida como Shiraz. Esta uva tem origem na região do vale do rio Rhône, no sudeste da França. No seu país de adoção adquiriu notas mais frescas, com muita fruta vermelha, e toques de cravo e chocolate.
A África do Sul criou sua própria uva, a Pinotage, um híbrido da Pinot Noir da Borgonha com a Cinsaut do sul da França. Produz vinhos dos mais variados, mas seu diferencial é a elegância predominante em vez da potência que marca os vinhos do Novo Mundo. São, portanto, mais finos, mais flexíveis e mais fáceis de harmonizar com diferentes pratos.
A Nova Zelândia, com seu clima frio, produz vinhos de aromas bastante típicos da uva Sauvignon Blanc, que tem berço em Sancerre, na célebre região do Vale do Loire. Não podemos nos esquecer que este país também produz excelentes vinhos da uva de Borgonha, a Pinot Noir, justamente pelas características particulares de seu clima.
Estas são algumas opções para os já clássicos vinhos das regiões do Velho Mundo. Como disse, o vinho é um produto bastante democrático, e por isso não há porque ter preconceitos com sua origem. Por isso, vamos atrás dessas jóias modernas da nova viticultura mundial!
FONTE: Alexandra Corvo, sommelier, Portal Veja São Paulo.

setembro 28, 2005

VINHOS DA AUSTRÁLIA

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A história dos vinhos australianos mistura-se com a própria história da colonização, quando em 1788 um capitão da marinha britânica, Arthur Philip, aportou no país, trazendo, além de soldados e degredados, as primeiras mudas. Essas mudas foram inicialmente plantadas onde hoje está o Jardim Botânico de Sidney, mas não deram muito certo pelas condições desfavoráveis do solo e clima. Nas primeiras décadas os vinhedos cresceram lentamente, próximos a Sidney, em New South Wales. Em 1820, imigrantes europeus, entre eles pastores luteranos, colonos escoceses e suíços introduziram cepas européias dando início a uma nova etapa da vitivinicultura na Austrália. Uma das regiões que mais se destacou foi o Hunter Valley, quando um desses colonos construiu sua propriedade lá. As vinhas espalharam-se também para o sul do país, em Barossa Valley, Yalumba, Victoria e Yarra.
No final do século, por volta de 1890, a filoxera, praga que atacou vinhedos no mundo todo, não poupou a Austrália também, e boa parte dos vinhedos de Victoria foram destruídos, mas as outras áreas tiveram mais sorte e quase todos os vinhedos foram preservados.
Apesar dos esforços para se produzir vinhos mais elegantes e complexos, o gosto local ainda dava preferência aos vinhos brancos, leves e baratos, e essa preferência só começou a mudar por volta de 1930, na época da Grande Depressão, e a procura recaiu sobre bebidas mais fortes, vinhos mais encorpados, inclusive os fortificados. As mudanças reais começaram a acontecer na Austrália nos anos 60, quando as multinacionais resolveram investir em tecnologia e surgiram os embriões dos vinhos de boutique, que praticamente espalharam a produção de vinhos por todo o país.
A guinada final foi na década de 90, mais precisamente por volta de 1995, quando os australianos criaram uma reviravolta no mercado mundial de vinhos, ganhando renome mundial à partir da obtenção de excelentes notas nas mais tradicionais revistas especializadas.
Com o aumento no consumo de vinhos, a descoberta de suas propriedades, especialmente os vinhos tintos quando consumidos com moderação, e o fato dos vinhos australianos estarem alcançando sempre os primeiros lugares nos ranking's mundiais, tem elevado seus preços mundo afora, e os profissionais residentes no país estão desfrutando do mesmo status outrora conferido somente aos europeus, especialmente os franceses.
A Austrália é hoje o 8° produtor mundial de vinho, um record para um 'novato', produzindo cerca de 6,5 milhões de hectolitros/ano, sendo que parte dessa produção é exportada para diversos países do mundo. Apesar dos índices mundiais apontarem para um declínio no consumo de vinhos, na Austrália o consumo per capita é cerca de 19 litros/ano.
As regiões produtoras são: New South Wales (Hunter Valley, Mudgee, Orange e Riverina); Victoria (Yarra Valley, Rutherlen, Great Western, Pyrennes, Goulborn Valley, Bendigo); South Australia (Barossa Valley, Coonawarra, Padthway, Clare, Adelaide Hills e Riverland); Western Australia (vale do Rio Swan, vale do Margareth e Mount Barker); Tasmânia. FONTE: Best Wine.

setembro 27, 2005

CONHEÇA AS PRINCIPAIS UVAS
Arneis
Uva do Piemonte (Itália). Produz vinhos de aroma intenso e frescor agradável.

Barbera
Uva típica da região do Piemonte (Itália), é também cultivada na Califórnia, no Chile e na Argentina. Origina vinhos de boa acidez, ligeiros ou encorpados. Bons acompanhamentos de massas, carnes e pratos substanciosos.

Cabernet Franc
Variedade de uvas tintas da região de Bordeaux, França. É bastante parecida com a Cabernet Sauvignon, porém de paladar mais delicado. Pode produzir vinhos em cortes (mistura) com outras uvas, como Malbec, Merlot e Cabernet Sauvignon. É a principal uva do famoso Châteaux Cheval Blanc e, no vale do Loire, participa da elaboração dos vinhos rosés de Anjou.

Cabernet Sauvignon
Difundida em todo o mundo. Com ela, faz-se os tintos de Bordeaux (França). Nestes, em geral, mistura-se também uvas Cabernet Franc, Merlot e Malbec, entre outras, para equilibrar estrutura e sabor e torná-lo refinado. Os melhores vinhedos do Médoc (França) originam vinhos intensos e concentrados, de longo envelhecimento. Comum na Austrália, África do Sul, Califórnia (EUA), Itália e Portugal. No Chile, Brasil, Nova Zelândia e Espanha origina tintos mais leves.

Chardonnay
Considerada a melhor uva dos brancos secos. A cepa das regiões francesas de Bourgogne (que produz vinhos como Chablis, Montrachet, Meursault e Pouilly-Fuissé) e Champagne (onde é misturada com outras) origina vinhos vigorosos. Seus vinhos envelhecem bem (em tonéis de carvalho) e não chegam a ser doces. De fácil plantio e vinificação, é muito usada na Califórnia (EUA), Austrália, Chile, Argentina, África do Sul, Nova Zelândia, Bulgária, Itália e Espanha.

Chenin Blanc
Cepa branca da região do Loire (Anjou e Tourenne), na França. Produz vinhos brancos intensos e maduros, secos ou doces, com bastante acidez (daí a vida longa e o uso em climas quentes). Vouvray, Côteaux du Layon e Savennières são alguns dos vinhos. Em Vouvray e Saumur produz-se espumantes. Cultivada na Califórnia, África do Sul, Nova Zelândia e Austrália.

Cinsault
Encontrada no sul do vale do Rhône e na região do Languedoc-Roussillon (sudoeste francês). Utilizada em corte, produz vinhos de cor intensa e rótulos famosos, como o Châteaneuf-du-Pape.

Dolcetto
Uva bastante cultivada no Piemonte (Itália). Produz vinhos delicados e de boa acidez.

Gamay
Uva do Beaujolais, única região onde produz bons tintos leves. Apreciada em outras regiões da França, Suíça e Califórnia. As melhores cepas produzem vinhos leves, frutados e refrescantes, para serem tomados jovens.

Garganega
Uvas originárias da região de Trentino-Alto Ádige, também presente em outras regiões da Itália. No Vêneto, produz os famosos Soave.

Gewürztraminer (Traminer)
Produz vinhos brancos de aroma intenso, geralmente mais álcoólicos. Destaca-se a produção da Alsácia. Cultivada também na Alemanha e Europa Central, Califórnia (EUA), Austrália e Nova Zelândia.

Grenache (Garnacha, Alicante ou Cannoau)
Origina vinhos fortes e frutados. Compõe a mistura para fazer o Châteauneuf-du-Pape e é a uva do Tavel, rosé do Rhône (França). Variedade tinta mais importante em Rioja, dá bons rosés na Austrália e Califórnia (EUA). Também é empregada em vinhos de sobremesa.

Kerner
Maior sucesso das novas variedades alemãs (cruzamento entre Riesling e Trollinger tinta). Produz um vinho floral e de boa acidez, mais leve do que o Riesling.

Malbec
Especial na Argentina, é a principal uva em Cahors, e secundária na região de Bordeaux (França). Origina um vinho escuro, denso e tânico.

Malvasia
Uva asiática, bastante cultivada na Itália em outras regiões da Europa. Entre os vinhos que produz estão os famosos Vin Santo toscanos e os Malmsey da Ilha da Madeira (Portugal).

Merlot
Utilizada em vinhos Saint-Émilion e Pomerol, é cultivada em Bordeaux (França). Às vezes, entra na composição de outros tintos, como Cahors e Languedoc-Roussillon, principalmente na região de Médoc (misturada com Cabernet Sauvignon e outras). Dá bons resultados no nordeste da Itália e Suíça. Cultivada também na Nova Zelândia, Califórnia e Austrália.

Moscatel (Muscat)
Sabor e aroma facilmente reconhecíveis. Próprio para vinhos de sobremesa (é o 3º elemento do vinho Tokay Aszú), é plantada no mundo todo. A não ser Alsácia, Bulgária e parte da Austrália, produz vinhos bem doces. O melhor Muscat da França vem de Beaumes de Venise.

Müller-Thurgau
É uma das melhores variedades alemãs brancas, resultante de vários cruzamentos de Riesling com Silvaner. Uma das principais cepas do Rheinhessen e Pfalz (Alemanha). Amadurece cedo e dá vinhos aromáticos e suaves. Origina bons vinhos doces.

Nebbiolo (Spanna, Chiavennasca)
Uma das melhores para produzir tintos na Itália. Faz os famosos Barolo, Barbaresco, Valtellina. Dá vinhos intensos, frutados e tânicos, de longa maturação.

Palomino (ou Listan)
A grande uva do Jerez. Cultivada na Austrália, África do Sul e Califórnia.

Periquita
Disseminada em Portugal. Faz os tintos de sabor firme. Pode ser misturada com a Cabernet Sauvignon.

Pinot Blanc
Parente da Chardonnay, cresce em Bourgogne e Champagne. É leve e frutada. Branca muito cultivada no norte da Itália, Alsácia e Europa Central.

Pinot Gris
Da família Pinot, é casta de uvas brancas (fusão entre as uvas Pinot Blanc e Gewürztraminer). Produz bons brancos da região de Alsace (França).Também chamada de Rülander (Alemanha), Pinot Beurot, Fauvet e Malvoisie (França). Produz vinhos secos e doces.

Pinot Noir
Única uva a compor os grandes Bourgogne tintos da Côte d'Or, na França (Chambertin, Romanée, Corton e Beaune). Grande aroma, textura e sabor. Também cultivada em Loire e Alsácia (França). Em Champagne, é prensada antes da fermentação para fazer o vinho branco que constitui parte dos melhores champagnes. Origina vinhos leves na Alemanha, Suíça, Áustria e Hungria). É cultivada também na Austrália e Califórnia e Oregon (EUA).

Prosecco
Originada na região italiana de Vêneto, é quase exclusiva do local e responsável pela produção de vinhos que levam seu nome. Ao passar por uma 2º fermentação, o vinho produz perfumes frescos e frutados, tem leve acidez e paladar suave.

Riesling
A grande uva alemã, que dá bons vinhos secos ou doces (com bom equilíbrio doce/ácido). Aromas delicados e florais. Largamente produzida na Alsácia, Alemanha e Áustria. Na Austrália e Califórnia (EUA), são famosas as videiras de “podridão nobre”(o fungo Botrytis cinerea, que ataca a casca das uvas).

Sangiovese (Sangioveto)
Tinta mais importante da Toscana (Chianti). A Brunello, que faz o legendário Brunello di Montalcino, deriva dela. Tem acidez equilibrada e sabor agradável.

Sauvignon Blanc
Principal branca de Bordeaux. Com a uva Sémillon, compõe vinhos secos e grandes vinhos doces (Sauternes e Barsac). Bons vinhos no nordeste da Itália, Chile, Califórnia (EUA), Nova Zelândia, África do Sul, Austrália.

Sémillon
Dá a potência dos Sauternes (com a Sauvignon Blanc), e produz bons brancos secos (Graves). Sujeita ao fungo Botrytis cinerea, que perfura a casca, fazendo com que o sumo evapore: o resultado é a concentração de açúcares e aromas. Usada na Austrália, Nova Zelândia, Chile e África do Sul.

Silvaner (Sylvaner)
Já foi a principal uva alemã (branca). Nas melhores cepas da Francônia (Alemanha) dá vinhos saborosos. Cultivada ainda na Alsácia, norte da Itália e Europa Central.

Syrah (Shiraz, Petit Sirah)
A melhor tinta do Rhône. Dá vinhos de longa maturação e tânicos. Prospera na Austrália, Califórnia e África do Sul.

Tempranillo
Faz tintos do Rioja (Espanha). Tem maturação precoce.

Zinfandel
Tinta típica da Califórnia (EUA). Produz bons vinhos frutados, para serem bebidos jovens ou envelhecidos.
FONTE: Basílico - A Gastronomia na Web.
VINHOS DA NOVA ZELÂNDIA

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O missionário Samuel Marsden plantou as primeiras videiras na Nova Zelândia em Kerikeri, no ano de 1819, e em 1832 o inglês James Busby produziu o primeiro vinho, em Waitangi.
Em 2004, existiam já 400 vinícolas, com 17.000 hectares plantados e uma colheita de 150.000 toneladas. A produção do país representa 0,2% da produção mundial.
Os vinhos da Nova Zelândia possuem atributos que os distinguem de todos os outros. A combinação privilegiada de um clima fresco com solos relativamente inférteis e técnicas ousadas leva a sabores intensos. Isto é especialmente visível na variedade Sauvignon Blanc, o destaque do país, e na promissora Pinot Noir.
Onde fica a Nova Zelândia
Situada no Pacífico Sul, 1600 km a sudeste da Austrália, a Nova Zelândia é o país mais a leste no mundo, localizada entre 35° e 47° de latitude sul. É composta por duas ilhas principais e tem 1700 km de comprimento por 240 km no ponto o mais largo.
O país é bastante propício para a produção de vinhos. Quase todos os vinhedos são plantados na costa leste, longe dos ventos dominantes do oeste, em deltas planos e erodidos de rios e em vales.
Clima
Situados no "cinturão do vinho" mundial, os vinhedos do país são os mais ao sul em todo o mundo, mas com latitudes similares à Itália e um clima mais parecido aos de Bordeaux ou Borgonha, embora as influências marítimas possam gerar temperaturas mais baixas.
Uma diferença elevada de temperatura ao longo do dia proporciona dias quentes e longos contra noites frescas que servem para moldar lentamente os sabores das uvas. As principais regiões de plantio de uvas, todas situadas no lado leste e protegido do país, contam com elevada insolação e baixa precipitação pluviométrica.
Solos
Os vinhedos da Nova Zelândia são plantados tipicamente nos antigos leitos dos rios, onde os depósitos de aluvião criaram canadas de lodo, cascalho e às vezes material vulcânico. Estes são bem drenados e fornecem uma estrutura favorável para as videiras se aprofundarem.
Estação de crescimento
A estação de crescimento começa com o florescimento em setembro, com a colheita ocorrendo entre fevereiro e abril.
Regiões vinícolas
O vinho é produzido ao longo de todo o país, de Matakana no norte a Otago Central no sul. O terreno áspero cría uma variedade de climas locais.
A maioria dos vinhedos está situada nas planícies litorâneas mais secas a leste, protegidos dos ventos prevalentes do oeste por cadeias de montanhas.
A Nova Zelândia abriga 400 vinícolas espalhadas por 10 principais regiões de plantio de uvas. As três regiões mais importantes - Marlborough , Be Gisborne – respondem por 90% da colheita. Outras regiões incluem Northland, Auckland, Waikato/Baía de Plenty, Martinborough, Canterbury, Nelson e Otago Central.
As variedades de uvas
As variedades de uvas brancas mais plantadas são Chardonnay e Sauvignon Blanc. A Pinot Noir é a variedade tinta mais plantada, seguida pela Cabernet Sauvignon.
Inovação
A experimentação constante fez da Nova Zelândia um país líder no gerenciamento da vinha, assim como um inovador reconhecido em produção de ponta e em pesquisa na viticultura.
Uma indústria em expansão
O reconhecimento dos vinhos da Nova Zelândia permite que o país crie um nicho ao lado dos produtores mais estabelecidos do mundo, melhor que competir cabeça-a-cabeça.. Esta aproximação trouxe dividendos para a indústria de vinho, que viu a área plantada crescer mais do que o dobro na década até 2000. No mesmo tempo, o número de vinícolas saltou para 358 e as exportações aumentaram quase cinco vezes. Nos próximos cinco anos, prevê-se que as exportações dobrarão outra vez.
As vendas de exportação em 2000 foram de 19,2 milhões de litros, um aumento significativo em relação a 1990 (cerca de 4 milhões). O Reino Unido é ainda o destino mais importante das exportações, com a Austrália e os Estados Unidos tornando-se cada vez mais e mais importantes. FONTE: Allied Domecq

setembro 25, 2005

VINHO MAIS CARO É MELHOR?
Nem sempre. Vamos ver o que determina o preço de um vinho:
- A matéria prima usada para produzi-lo: cachos de uva cuidadosamente selecionados (muitas vezes, um bom produtor descarta 75% de sua produção para ficar somente com os 25% melhores cachos), tratados e colhidos.
- O processo de vinificação: a tecnologia moderna exige investimentos altos em instalações e maquinário de ponta. Este investimento é repassado ao preço.
- O envelhecimento em barricas de carvalho novo francês custa caro. Cada barrica, que contém somente 225 litros, chega a custar USD1.500.
- O uso de garrafas e rolhas de qualidade, a contratação de enólogos renomados, o investimento em propaganda são outros fatores determinantes no custo do vinho, além da tradição.
Mesmo depois de investir em todos os pontos descritos acima, pode obter-se um vinho ruim. O contrário também é possível: Com pouco investimento, um pequeno produtor-enólogo, cuidadoso e honesto, pode oferecer safras excepcionais, ajudado pelo clima, solo e um trabalho esforçado. FONTE: Wine House.

setembro 24, 2005

VINHOS DA ÁFRICA DO SUL - GENERALIDADES

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Nas duas ultimas décadas houve grandes avanços e progressos na industria vinícola sul-africana. Em meados da década de 80 o uso de novos e seminovos barris de carvalhos passou a ser bem difundido pelos grandes produtores, para o envelhecimento dos vinhos tintos e em pequena escala para os vinhos brancos. As pragas, que sempre foram uma fonte de preocupação para os viticultores, foram totalmente controladas, se não dizimadas. As grandes vinícolas aderiram ao programa de replantio de suas vinhas, com a finalidade de aumentar a qualidade das cepas e conseqüentemente produzir vinhos de excelente qualidade.
Essa época marca a entrada da África do Sul, como um dos representantes dos vinhos do Novo Mundo, produzindo vinhos mais acessíveis logo após o lançamento, em vez de vinhos que exigem um longo prazo na adega.
O ajustamento com ácido tartárico raramente é aplicado. Os chardonnays já não passam muito tempo em contato com o carvalho, a introdução da fermentação malolática trouxe uma nova dimensão aos estilos produzidos.
Os produtores adotaram praticas mais modernas de viticultura, um fator muito negligenciado no passado. Atualmente uma vinícola não entra em produção sem que estudos científicos de no mínimo dois anos sejam realizados, tais como, identificação do solo, condições climáticas predominantes, cepa e enxerto compatíveis um com o outro, a compatibilidade de ambos com o solo, necessidade de irrigação, entre outros fatores. O Conselho de Pesquisa Agricultural Nietvoorbij, hoje de renome internacional, e um dos grandes responsáveis por essas mudanças.
Outro fator essencial para a ascensão do vinho sul-africano foi a conscientização dos produtores locais com a própria identidade do vinho do Cabo. Atualmente o Cabo já não se preocupa em copiar o estilo de "terroir" da Franca, Austrália ou Califórnia. O vinicultor local se deu conta que o Cabo tem o potencial de produzir o seu próprio estilo e competir com sucesso no exterior.
Porem, a industria vinícola sul-africana ainda não se deu por satisfeita com o sucesso alcançado nesses últimos anos. Os grandes vinicultores continuam experimentando, seja na vinícola ou dentro da adega, em busca de melhor qualidade e consistência.
A tendência é a produção de vinhos saudáveis com menos aditivos e manipulação possível. O resultado não poderia ser outro. Novas vinícolas têm aberto as portas a cada ano e aquelas já bem estabelecidas têm colocado vinhos de grande expressão no mercado.
VINHOS DA ÁFRICA DO SUL – CASTAS E REGIÕES

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As castas predominantes no momento, denominadas "castas nobres" ou "the big 6", são: Cabernet Sauvignon (5,1% das vinícolas sul-africanas), Merlot (2,2%), Shiraz (1,3%), Pinotage (um híbrido do Pinot Noir + Cinsaut 3,9%), Sauvignon Blanc (4,8%), Chardonnay (4%). Outras castas de destaque são: Chenin Blanc (a mais versátil e plantada no país com 26,8%), Colombard (10,9%), Semillon (1%), Muscat (5,3%), Weisser Riesling (0,8%), Cinsaut (4,1%), Cabernet Franc e Pinot Noir em ascendência.
A grande maioria das vinícolas são abertas ao publico, algumas oferecem uso de dependências como restaurantes, centro de convenções, teatro arena, alem da degustação dos vinhos da fazenda. Os vinhos podem ser comprados diretamente da fazenda, cujos preços variam de USD3 a USD20.
As principais regiões produtoras são: Constantia (zona urbana da Cidade do Cabo), Stellenbosch ( a grande concentração das melhores vinícolas sul-africanas, 45 km da Cidade do Cabo), Paarl (60 km da Cidade do Cabo) e Overberg ( a região numero I do pais em termos de condições climáticas)..
As principais vinícolas: Buitenverwachting e Klein Constantia (em Constantia); Warwick, Thelema, Grangehurst, S Meerlust tellenzicht, Kanonkop, Vergelegen, Lievland, Mulderbosch e Meerlust (em Stellenbosch); Backsberg, Fairview, Glen Carlou e Veenwouden (em Paarl); Hamilton Russel, Bouchard Fynlaisson (em Overberg).
FONTE: ABS-SP

setembro 22, 2005

QUATRO ANOS, 20.000 ACESSOS
É com um prazer muito grande que registramos estas duas marcas do site, quase simultâneas: quatro anos de existência ininterrupta, completados no último dia 7, e, agora, a ultrapassagem dos 20.000 acessos! A cada dia que passa sentimo-nos mais apegados a este trabalho, como a um filho que vemos crescer, e acompanhamos atentamente a evolução do mesmo, medida pelos mecanismos de busca e contagem. Um trabalho desenvolvido sem qualquer intenção comercial, sem apoio externo, sem divulgação na mídia, cuja motivação decorre da evolução gradual desses indicadores, que refletem o interesse dos visitantes.
Com efeito, basta-nos isto para manter-nos permanentemente atentos no sentido de trazer notícias, novidades ou outros assuntos para os apreciadores do vinho. E assim iremos continuar, sem obedecer a qualquer seqüência lógica dos tópicos, fazendo deste site um ponto de referência e busca para todos. Interessante seria poder contar com comentários dos visitantes, que dispõem do recurso de enviá-los, e assim estabelecer uma certa interação e troca de informações. Participem!
Por tudo isto, só nos resta dizer a todos: muito obrigado!!!

setembro 21, 2005

QUEIJOS E VINHOS SEM CONFLITO
Ainda que nosso inverno não seja rigoroso, é comum nessa época do ano reunir os amigos para saborear queijos e vinhos. Apesar de ser esse um hábito antigo, a mistura não é tão simples quanto parece. O vinho errado pode matar o sabor do queijo. O contrário também é verdadeiro. Veja algumas sugestões de harmonização:
Queijos frescos
Muito apreciados pelo paladar nacional, os queijos frescos são ideais para iniciar uma reunião e pedem vinhos brancos frescos, secos, com boa acidez e aromáticos, como o Gewürztraminer, Riesling, Moscatel e Malvasia. Vale abrir também uma garrafa de um rosé. A maioria dos queijos cremosos de leite de cabra também casam perfeitamente com esses vinhos.
Queijos macios
Tanto o brie quanto o camembert combinam com vinhos brancos estruturados, como um Chardonnay que tenha permanecido em barrica de madeira por algum tempo. Um Sancerre é outra alternativa de primeira. Tintos leves, pouco tânicos, como os do Vale do Ródano, os conhecidos Côtes du Rhône, ou um cru Beaujolais, são outros exemplos de boa companhia. Na Normandia, região de origem do camembert, acompanha-se esse queijo com goles de calvados, destilado feito de maçã, assim como a sidra, o fermentado da mesma fruta. Um camembert maduro e de boa procedência não fará feio se for saboreado com um champanhe.
Queijos azuis
O sabor complexo e picante do roquefort combina com um Sauternes, vinho francês de sobremesa de alta concentração de açúcar. Com um Tokai húngaro, o resultado também será agradável. No caso do italiano gorgonzola, a combinação clássica é um tinto leve como um Valpolicella nobre, um Barbera ou Bardolino. Arrisque também com um Passito di Pantelleria, o vinho licoroso da Sicília. Você verá que não fica nada mal. Outra possibilidade é abrir um Moscatel português.
Queijos semiduros
Queijos como o emmenthal, o gruyère e o queijo-de-minas curado e semicurado ficam bem com tintos leves, no máximo de médio corpo, como um Côtes du Rhône, um Pinot Noir ou um Beaujolais (feito com a uva Gamay, já tem versões brasileiras), todos poucos tânicos. Também vão bem com alguns italianos mais leves como o Barbera e o Dolcetto. Podem ser bons parceiros brancos secos como os Chardonnays estruturados que permaneceram em barricas de carvalho. Os holandeses gouda e edam e o italiano asiago têm sabor mais pronunciado e pedem vinhos potentes, como os da uva Shiraz - não a casta original francesa Syrah, mas sua variação espalhada pelo Novo Mundo (Austrália, África do Sul, Argentina). Também formam ótima parceria com um Rioja Reserva, um Cabernet Sauvignon proveniente do Chile ou mesmo um Tannat uruguaio. O provolone pode ser associado com um Chianti Clássico, tinto da Toscana, ou um outro tinto de médio corpo. A mussarela funciona bem com um tinto leve ou de médio corpo.
Queijos duros
Em geral, esses queijos são reservados para a seqüência final, uma vez que com sabor demasiadamente marcante, acabam ofuscando os demais. As virtudes de um parmiggiano reggiano ou de um grana padano são ressaltadas com tintos potentes como um Cabernet Sauvignon Reserva chileno, um Amarone della Valpolicella ou um Zinfandel californiano encorpado. O pecorino vai bem com vinhos de médio corpo. Vale provar com um Malbec argentino, por exemplo. O Malbec traz uma doçura que produz um interessante contraste com esse queijo.
Uma opção interessante é contrariar a regra clássica de aproximar queijos duros e salgados de vinhos encorpados. Experimente prová-los com vinhos generosos, como um Porto ou Madeira. A mesma sugestão se aplica ao provolone. A bebida licorosa rompe com o gosto de defumado desse queijo.
FONTE: Revista Água na Boca

setembro 19, 2005

COMBINANDO VINHOS E QUEIJOS
Diferentemente do que se pensa, o par ideal para o queijo não é o vinho tinto, mas, sim, o branco. As pessoas se espantam muito, porque fixou-se a imagem de que o vinho tinto é a escolta ideal do queijo. Em alguns casos, de queijos de massa cozida ou de casca muito fermentada, em que alguns tintos robustos fazem bela companhia, porque o queijo está ajudando o vinho; mas, quando vinho e queijo dividem as atenções e se completam, como um casal, o vinho branco é o parceiro ideal da maior parte dos queijos, cerca de 70%. Até um bom camembert vai bem com determinados vinhos brancos da Borgonha, assim como todos os queijos têm a ver com o terreno e são aromáticos, os vinhos que têm a ver com o terreno e são aromáticos são vinhos jovens. Assim, quando se trata de um vinho muito caro, muito querido, que custou algum esforço para ter na adega, não se pode ofuscá-lo com um queijo forte; da mesma forma, um grande queijo não pode ser desafiado por nenhum vinho, vai querer ter um papel igual ou equivalente.
E então, todo mundo está errado? Não, há queijos de massa cozida, ou de massa prensada, os mais amarelos, que são parceiros ideais do vinho tinto; um deles é o parmegiano, mas que também vai bem com os brancos. A questão é o consumidor testar as combinações. É claro que o parmegiano vai muito bem com o vinho tinto, porque é um queijo com alto potencial de aroma e paladar forte, mas vai necessitar um vinho que não seja muito elaborado, um vinho mais rústico. (FONTE: Renato Machado, em seu programa Momento do Brinde, Radio CBN, 01/09/05).
VINHO OU SUCO DE UVA?
Apesar dos conhecidos benefícios do vinho sobre nossa saúde, bebida importante nos benefícios da conhecida Dieta Mediterrânea e do estilo alimentar francês, conhecido como o "paradoxo francês", muitas pessoas não toleram bebidas alcoólicas e esta posição estimula o alcoolismo, o que também não é favorável à nossa saúde, quando alguns tentam "calcular" quanto de álcool, seja vinho ou outra bebida seria bom para nossa saúde. Estão com razão aqueles que perguntam: Seria o vinho ou a uva? Não posso tomar apenas o suco de uva e me beneficiar de suas qualidades?
Pois bem. Alguns estudos tem mostrado que o suco de uva pode ser também benéfico à saúde. As uvas escuras são boas para a saúde da mesma forma que o vinho, tendo o mesmo poder anti-oxidante contra as doenças, devido à presença de substâncias chamadas de flavonóides, que protegem o coração. Os flavonóides encontrados na uva, e no suco de uva, tem mostrado que também, como o vinho, previne a oxidação do chamado mal colesterol, LDLs ou Lipoproteínas de Baixa (Low) Densidade. que levam à formação de placas de aterosclerose nas paredes das artérias.
Em um estudo publicado em 1999 no jornal médico Circulation, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Wisconsin, Madison, pediram à quinze pacientes cardiopatas, incluindo pacientes com artérias estreitadas por placas de colesterol, que bebessem um copo grande de suco de uva por dia. Após quatorze dias, os exames de sangue revelaram que a oxidação do LDL Colesterol destes pacientes estava reduzido de forma significativa. Os exames de ultra-som mostraram mudanças nas paredes das artérias, indicando melhor circulação arterial.
O suco de uva também pode reduzir o risco da doença arterial que leva ao infarto do miocárdio de acordo com a médica Jane Freedman, pesquisadora da Universidade de Georgetown. Da mesma forma que o vinho tinto pode, o suco de uva também pode, mas neste caso o suco de uva é mais prático, já que o vinho só previne esta lesão arterial em doses em que as pessoas legalmente já seriam declaradas alcoolizadas, diz o pesquisador John Folts, da Universidade de Wisconsin, enquanto que com o suco de uva se pode beber o suficiente para obter estes benefícios sem o perigo de se intoxicar.
Além do mais, bebidas alcoólicas parecem não melhorar a função celular nos vasos sanguíneos da forma que faz o suco de uva, e, o álcool também gera radicais livres - moléculas instáveis de oxigênio que podem lesar vários tecidos, inclusive o endotélio, membrana interna dos vasos sanguíneos - reduzindo os benefícios do vinho com seus flavonóides sobre as artérias.
Na Universidade da Califórnia, o Dr. Davis e pesquisadores pegaram um vinho tinto cabernet sauvignon, removeram seu álcool, e pediram a um grupo de nove voluntários que tomassem em dias alternados o vinho sem álcool e noutro o vinho com álcool. Nas suas conclusões, publicadas na revista médica American Journal of Clinical Nutrition, um antioxidante chave chamado catequina persistiu no sangue por mais de quatro horas após terem tomado o vinho sem álcool enquanto que só persistiu por cerca de três horas após terem tomado o vinho cabernet normal. Aparentemente o álcool promove a eliminação mais precoce deste anti-oxidante no sangue e acelera sua eliminação do corpo. Mas o vinho pode promover um benefício pelo menos que o suco de uva não pode, elevar os níveis do bom colesterol no sangue, o HDL. Muitas pesquisas estão em andamento buscando respostas mais embasadas para este assunto. Até que estas respostas cheguem até nós bebamos muito suco de uva e de vez enquanto um bom vinho tinto. FONTE: Instituto de Endocrinologia e Nutrição

setembro 02, 2005

VINHO: SAÚDE E LONGEVIDADE
O vinho é uma das bebidas mais antigas, e que até hoje suscita investigações sobre o seu valor medicinal. Faltava um enófilo de primeiríssima linha, que fosse também ligado à medicina, para que tivéssemos um parecer insuspeito.
É o que você vai ver neste livro. O autor, renomado médico endocrinologista, mostra-nos a história do vinho, suas principais características, e apresenta os benefícios que o consumo moderado pode trazer para o corpo e a mente.
Vinho: Saúde e Longevidade é uma exaltação à mais elegante, atraente e nobre das bebidas, um brinde a um estilo de vida saudável. Uma obra para ser consumida com grande prazer.
Antonio Carlos do Nascimento, Editora Idéia e Ação, 136 páginas, R$23,00.

agosto 30, 2005

A INFLUÊNCIA DO CLIMA
O clima possui forte influência sobre a videira, sendo importante na definição das potencialidades das regiões para a cultura. Ele interage com os demais componentes do meio natural, em particular com o solo, assim como com a cultivar e com as técnicas de cultivo da videira.
Pode-se afirmar que grande parte da diversidade encontrada nos produtos vitivinícolas, seja quanto aos tipos de produtos, seja no que diz respeito aos aspectos qualitativos e de tipicidade, deve-se ao efeito do clima das regiões vitícolas. Devem-se considerar três conceitos para diferenciar escalas climáticas de interesse da viticultura:
a) macroclima, ou clima regional, que corresponde ao clima médio ocorrente num território relativamente vasto, exigindo, para sua caracterização, de dados de um conjunto de postos meteorológicos; em zonas com relevo acentuado os dados macroclimáticos possuem um valor apenas relativo, especialmente no que se refere à viticultura. Inversamente, um mesmo macroclima poderá englobar áreas de planície muito extensas.
b) mesoclima, ou clima local, que corresponde a uma situação particular do macroclima. Normalmente é possível caracterizar um mesoclima através dos dados de uma estação meteorológica, permitindo avaliar as possibilidades da cultura da uva. A superfície abrangida por um mesoclima pode ser muito variável mas, nas regiões vitícolas, trata-se normalmente de áreas relativamente pequenas podendo fazer referência a situações bastante particulares do ponto de vista de exposição, declividade ou altitude, por exemplo. Muitas vezes o termo topoclima é utilizado para designar um mesoclima onde a orografia constitui um dos critérios principais de identificação, como por exemplo o clima de um vale ou de uma encosta de montanha.
c) microclima, que corresponde às condições climáticas de uma superfície realmente pequena. Pode-se considerar dois tipos de microclima (Carbonneau, 1984): microclima natural - que corresponde a superfícies da ordem de 10 m a 100 m; e microclima da planta - o qual é caracterizado por variáveis climáticas medidas por aparelhos instalados na própria videira. O termo genérico de bioclima é utilizado para essa escala que visa o estudo do meio natural e das técnicas de cultivo.
A influência do clima, considerando os principais elementos meteorológicos e fatores geográficos do clima sobre a videira, é descrita a seguir, em particular nas escalas macro e mesoclimáticas. (FONTE: EMBRAPA).

agosto 27, 2005

O BRASIL VITIVINÍCOLA I
No Rio Grande do Sul concentra-se mais de 90% da produção vinícola do país e lá estão as melhores vinícolas brasileiras. A maior parte destas vinícolas está localizada na Serra Gaúcha região de montanha ao norte no estado, destacando-se as cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi e Caxias do Sul, seguidas de Flores da Cunha, Farroupilha e Canela, e o restante em Erechin, no noroeste do estado; Jaguari, no sudoeste; Viamão e São Jerônimo, no centro-leste; Bagé, Don Pedrito, Pinheiro Machado e Santana do Livramento, no extremo sul.
Uma pequena parte restante dos vinhos brasileiros é proveniente de diminutas regiões vitivinícolas situadas nos estados de Minas Gerais (municípios de Andradas, Caldas, Poços de Caldas e Santa Rita de Caldas), Paraná, Pernambuco (Santa Maria da Boa Vista e Santo Antão), Santa Catarina (Urussanga) e São Paulo (Jundiaí e São Roque). No entanto, essas regiões cultivam quase que exclusivamente uvas americanas (Isabel, Niágara, etc.) que originam apenas vinhos de categoria inferior. Algumas vinícolas começaram a produzir vinhos elaborados com uvas européias, mas até agora não convenceram. Esperamos que, com seriedade, trabalho e tecnologia essas regiões possam, pelo menos em longo prazo, oferecer vinhos de boa qualidade.
No quadro vinícola descrito para as regiões fora do Rio Grande do Sul, existe uma feliz exceção situada no Nordeste brasileiro. É o promissor Vale do rio São Francisco, especialmente na cidade de Santa Maria da Boa Vista, próxima de Petrolina e Juazeiro, na fronteira de Pernambuco e Bahia.
O BRASIL VITIVINÍCOLA II
Classificação
A vitivinicultura brasileira evoluiu de maneira extraordinária nas duas últimas décadas, e o Brasil produz hoje vinhos de boa qualidade. O atual panorama vinícola brasileiro é animador e, complementando esse salto qualitativo, a partir de setembro de 1995 o Brasil passou a ser membro da OIV (Office International de la Vigne e du Vin ou, simplesmente, Organização Internacional do Vinho), organismo que regula as normas internacionais de produção do vinho, cujo cumprimento resulta, obrigatoriamente, em elevação do padrão de nossos vinhos. Uma das normas que em breve será implantada é a criação e implementação das Denominações de Origem Controladas, como as existentes nos países europeus.
Estamos produzindo bons vinhos varietais (elaborados com um tipo predominante de uva) brancos (das uvas Chardonnay, Riesling, Sauvignon Blanc, etc.) e tintos (das uvas Cabernet Sauvignon, Merlot, etc.) e muitos deles têm recebido prêmios em concursos internacionais sérios, a maioria deles supervisionados pela OIV.
É preciso, no entanto, que o consumidor brasileiro deixe de comparar os nossos vinhos com os estrangeiros. Sem dúvida, os melhores vinhos do mundo se originam da França, Itália, Espanha, Portugal, Chile e outros países. Entretanto, a rigor não se pode comparar vinhos de regiões diferentes, uvas diferentes e tipos de vinificação diferentes, que lhes conferem estilos diferentes. Do mesmo modo, o vinho brasileiro de qualidade tem o seu estilo. Os brancos são adequados ao nosso clima - frutados, refrescantes, para serem consumidos jovens - e já alcançaram um nível de qualidade que ultrapassa muitos vinhos brancos de países de tradição vinícola. Os tintos já atingiram o nível de muitos vinhos europeus jovens.
Alguns da safra de 1991, a melhor da história da vitivinicultura brasileira, atingiram um surpreendente grau de qualidade e estão melhorando com o envelhecimento na garrafa por mais de sete anos, um tempo antes inimaginável para os vinhos nacionais.
Existem, ainda, dois problemas cruciais que dificultam um maior desenvolvimento da vitivinicultura brasileira. O primeiro é sem dúvida o pequeno consumo (cerca de apenas 2 litros per capita por ano), resultante da falta de tradição vinícola e do baixo poder aquisitivo do brasileiro. O segundo é o preço do vinho nacional, que é relativamente caro, em conseqüência da alta taxação de impostos e de encargos sociais, e não tem conseguido enfrentar os baixos preços de muitos importados. Infelizmente, a maior parte dos consumidores brasileiros não tem conhecimento desses fatos e continua tomando vinhos importados de qualidade inferior, escolhido pelo pomposo nome de difícil pronúncia ou pelo questionável charme da cor da garrafa.
O BRASIL VITIVINÍCOLA III
Os Níveis de Qualidade dos Vinhos Brasileiros
Os vinhos brasileiros estão classificados em dois níveis de qualidade:
1. Vinho de Mesa - vinho inferior, elaborado a partir de variedades de uvas comuns (Concord, Herbemont, Isabel, Seyve Willard, Niágara, etc.) de espécies americanas (Vitis labrusca, Vitis rupestris, etc.).
2. Vinho Fino de Mesa - vinho de mesa diferenciado, elaborado a partir de variedades de uvas nobres (Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Pinot Noir, Merlot, Chardonnay, Riesling, Sauvignon Blanc, etc.) da espécie européia (Vitis vinifera).
Outras Denominações Utilizadas
1. Vinho Varietal - vinho feito com uma só variedade de uva ou com o mínimo de 60% da variedade de uva declarada no rótulo. As boas vinícolas utilizam 100% da variedade declarada.
2. Vinho de Corte (ou de Assemblage) - vinho elaborado a partir de diferentes uvas.
3. Vinho seco - vinho com teor de açúcar menor do que 5 gramas por litro.
4. Vinho demi-sec - vinho com teor de açúcar entre 5-20g/l.
5. Vinho suave - vinho com teor de açúcar maior do que 20g/l.
O BRASIL VITIVINÍCOLA IV
As RegiõesO BRASIL VITIVINÍCOLA IV
As Regiões

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Com a implantação de um sistema de irrigação eficaz, essa região começou, há duas décadas, a produzir frutas de qualidade e uvas européias que, através controle da irrigação, podem dar até duas safras ao ano! Na década de oitenta, algumas vinícolas lá se instalaram e começaram a produzir vinhos honestos. No entanto, há muito que melhorar, e essa região pode vir a produzir "caldos" realmente surpreendentes. Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul, além de ser o estado de melhor e maior produção vinícola também é sede da UVIBRA (União Brasileira de Vitivinicultura) e da ABE (Associação Brasileira de Enologia) entidades que lutam para a melhoria do vinho brasileiro. Situada nas montanhas do nordeste do estado, a região da Serra Gaúcha é a grande estrela da vitivinicultura brasileira, destacando-se os municípios de Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Garibaldi pelo volume e pela qualidade dos vinhos que produzem, além de outros municípios com produções de qualidade.
Fora da região da Serra Gaúcha existem outras regiões vinícolas do estado, menores, como a região de Viamão e Campanha, sendo que essa última apresenta o maior destaque é a sub-região de Santana do Livramento, no extremo sul do estado.
Serra Gaúcha
A região da Serra está próxima das condições geo-climáticas dos melhores vinhedos do mundo (a faixa ao norte ao sul do planeta, com latitude entre os paralelos trinta e cinqüenta), mas as chuvas costumam ser excessivas, exatamente na época que antecede a colheita, período crucial à maturação das uvas.
Por essa razão, os viticultores da Serra Gaúcha são verdadeiros heróis: obstinados, enfrentam os percalços da natureza, extraem da terra o que de melhor ela pode lhes dar e conseguem, com trabalho árduo e investimentos em tecnologia, produzir vinhos que surpreendem e melhoram em qualidade a cada dia.
Hoje, as melhores vinícolas da Serra Gaúcha utilizam cepas nobres e contam com a mais avançada tecnologia, idêntica à utilizada nos principais países vinícolas da Europa. A qualidade de seus vinhos certamente continuará a melhorar, pois em breve serão implantadas as primeiras Denominações de Origem Controladas do país, como conseqüência de estudos que vêm sendo desenvolvidos há muitos anos na região.
Além de Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Garibaldi, existem ainda cerca de trinta e cinco municípios da Serra, cuja produção vinícola é voltada mais para o vinho de mesa, os chamados vinhos coloniais.
Outros municípios da Serra Gaúcha, como Antônio Prado, Canela, Carlos Barbosa, Farroupilha, Flores da Cunha, Guaporé, São Marcos e Veranópolis produzem pequenas quantidades de vinhos finos.
Fora da região da Serra Gaúcha existem outras regiões vinícolas do estado, menores, como a região de Viamão e Campanha, sendo que essa última apresenta o maior destaque é a sub-região de Santana do Livramento, no extremo sul do estado.
Bento Gonçalves.
Bento Gonçalves aloja grande parte das mais prestigiadas vinícolas do país. Percorrer as linhas (linhas de demarcação das terras dos primeiros colonos) nos arredores da cidade é uma experiência inesquecível. O Vale dos Vinhedos situado na parte sul do município é um festival de cores, aromas e sabores para seus visitantes, em seus vinhedos e cantinas vinícolas, muitas das quais investindo pesado no turismo enogastronômico.
A Casa Valduga, por exemplo, possui ótimo restaurante de cozinha italiana e uma bela pousada para os amantes do bem beber e comer. Também a vinícola Miolo possui a aconchegante Osteria Mamma Miolo, onde pode-se saborear desde pratos italianos até um javali assado.
Em Bento Gonçalves, a tradição vinícola artesanal, trazida pelos imigrantes italianos, foi seguida pela modernização, com adoção e aprimoramento da tecnologia. Lá também estão sediadas duas instituições públicas da maior importância na pesquisa e no ensino enológicos: a Embrapa, com um excelente centro de pesquisa, e a Escola Agrotécnica Federal Presidente Juscelino Kubitschek que vem formando gerações de técnicos em enologia e, a partir de 1995, passou a ter o Curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia, o primeiro centro de formação de enólogos no país e um dos raros nas Américas.
Para qualquer enófilo indo ao Rio Grande, é obrigatório visitar a Serra Gaúcha e, em particular, Bento Gonçalves.
Caxias do Sul
Caxias aloja algumas vinícolas de qualidade situadas nos arredores do município. Os destaques são a Remy-Lacave, pelo enorme castelo sede da vinícola (réplica de um castelo medieval europeu) e, especialmente, a Juan Carrau - Velho Museu, com o seu Atelier do Vinho, pequena e charmosa vinícola fonte de vinhos muito corretos. De menor porte, a vinícola Zanrosso (Granja do Vale) já apresenta vinhos de qualidade.
Garibaldi
Garibaldi, cidade bucólica e hospitaleira da Serra Gaúcha, é muito conhecida como a capital do champanha, o vinho espumante brasileiro, pois lá estão sediadas várias empresas especialistas na produção desses vinhos, alguns deles entre os melhores do país. No entanto, algumas vinícolas, como a De Lantier e a Chandon, produzem alguns dos melhores vinhos tranqüilos (não espumantes) do país.
Com a implantação de um sistema de irrigação eficaz, essa região começou, há duas décadas, a produzir frutas de qualidade e uvas européias que, através controle da irrigação, podem dar até duas safras ao ano! Na década de oitenta, algumas vinícolas lá se instalaram e começaram a produzir vinhos honestos. No entanto, há muito que melhorar, e essa região pode vir a produzir "caldos" realmente surpreendentes. Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul, além de ser o estado de melhor e maior produção vinícola também é sede da UVIBRA (União Brasileira de Vitivinicultura) e da ABE (Associação Brasileira de Enologia) entidades que lutam para a melhoria do vinho brasileiro. Situada nas montanhas do nordeste do estado, a região da Serra Gaúcha é a grande estrela da vitivinicultura brasileira, destacando-se os municípios de Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Garibaldi pelo volume e pela qualidade dos vinhos que produzem, além de outros municípios com produções de qualidade.
Fora da região da Serra Gaúcha existem outras regiões vinícolas do estado, menores, como a região de Viamão e Campanha, sendo que essa última apresenta o maior destaque é a sub-região de Santana do Livramento, no extremo sul do estado.
Serra Gaúcha
A região da Serra está próxima das condições geo-climáticas dos melhores vinhedos do mundo (a faixa ao norte ao sul do planeta, com latitude entre os paralelos trinta e cinqüenta), mas as chuvas costumam ser excessivas, exatamente na época que antecede a colheita, período crucial à maturação das uvas.
Por essa razão, os viticultores da Serra Gaúcha são verdadeiros heróis: obstinados, enfrentam os percalços da natureza, extraem da terra o que de melhor ela pode lhes dar e conseguem, com trabalho árduo e investimentos em tecnologia, produzir vinhos que surpreendem e melhoram em qualidade a cada dia.
Hoje, as melhores vinícolas da Serra Gaúcha utilizam cepas nobres e contam com a mais avançada tecnologia, idêntica à utilizada nos principais países vinícolas da Europa. A qualidade de seus vinhos certamente continuará a melhorar, pois em breve serão implantadas as primeiras Denominações de Origem Controladas do país, como conseqüência de estudos que vêm sendo desenvolvidos há muitos anos na região.
Além de Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Garibaldi, existem ainda cerca de trinta e cinco municípios da Serra, cuja produção vinícola é voltada mais para o vinho de mesa, os chamados vinhos coloniais.
Outros municípios da Serra Gaúcha, como Antônio Prado, Canela, Carlos Barbosa, Farroupilha, Flores da Cunha, Guaporé, São Marcos e Veranópolis produzem pequenas quantidades de vinhos finos.
Fora da região da Serra Gaúcha existem outras regiões vinícolas do estado, menores, como a região de Viamão e Campanha, sendo que essa última apresenta o maior destaque é a sub-região de Santana do Livramento, no extremo sul do estado.
Bento Gonçalves.
Bento Gonçalves aloja grande parte das mais prestigiadas vinícolas do país. Percorrer as linhas (linhas de demarcação das terras dos primeiros colonos) nos arredores da cidade é uma experiência inesquecível. O Vale dos Vinhedos situado na parte sul do município é um festival de cores, aromas e sabores para seus visitantes, em seus vinhedos e cantinas vinícolas, muitas das quais investindo pesado no turismo enogastronômico.
A Casa Valduga, por exemplo, possui ótimo restaurante de cozinha italiana e uma bela pousada para os amantes do bem beber e comer. Também a vinícola Miolo possui a aconchegante Osteria Mamma Miolo, onde pode-se saborear desde pratos italianos até um javali assado.
Em Bento Gonçalves, a tradição vinícola artesanal, trazida pelos imigrantes italianos, foi seguida pela modernização, com adoção e aprimoramento da tecnologia. Lá também estão sediadas duas instituições públicas da maior importância na pesquisa e no ensino enológicos: a Embrapa, com um excelente centro de pesquisa, e a Escola Agrotécnica Federal Presidente Juscelino Kubitschek que vem formando gerações de técnicos em enologia e, a partir de 1995, passou a ter o Curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia, o primeiro centro de formação de enólogos no país e um dos raros nas Américas.
Para qualquer enófilo indo ao Rio Grande, é obrigatório visitar a Serra Gaúcha e, em particular, Bento Gonçalves.
Caxias do Sul
Caxias aloja algumas vinícolas de qualidade situadas nos arredores do município. Os destaques são a Remy-Lacave, pelo enorme castelo sede da vinícola (réplica de um castelo medieval europeu) e, especialmente, a Juan Carrau - Velho Museu, com o seu Atelier do Vinho, pequena e charmosa vinícola fonte de vinhos muito corretos. De menor porte, a vinícola Zanrosso (Granja do Vale) já apresenta vinhos de qualidade.
Garibaldi
Garibaldi, cidade bucólica e hospitaleira da Serra Gaúcha, é muito conhecida como a capital do champanha, o vinho espumante brasileiro, pois lá estão sediadas várias empresas especialistas na produção desses vinhos, alguns deles entre os melhores do país. No entanto, algumas vinícolas, como a De Lantier e a Chandon, produzem alguns dos melhores vinhos tranqüilos (não espumantes) do país.
O BRASIL VITIVINÍCOLA V
Outras Regiões do Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul apresenta outros municípios vinícolas situados fora da Serra Gaúcha, a saber: Erechin, no noroeste do estado; Jaguari, no sudoeste; Viamão e São Jerônimo, no centro-leste; Bagé, Don Pedrito, Pinheiro Machado e Santana do Livramento, no extremo sul.
Desses municípios, merece destaque Santana do Livramento, quase na fronteira com o Uruguai, bem próxima do início da faixa considerada ideal para a vitivinicultura, entre os paralelos trinta e cinqüenta. Ali não existem os problemas climáticos da Serra Gaúcha e tem se avançado na produção de uvas européias e vinhos de qualidade. Com o bom clima local, o investimento em tecnologia e a vontade das empresas, a região certamente passará a uma posição de destaque no panorama vinícola nacional. O problema é que empresas vinícolas de grande porte lá instaladas há mais tempo (e que já chegaram a produzir bons vinhos!), hoje apostam em vinhos "docinhos”, muito vendáveis, mas longe de conquistar o consumidor mais exigente. Aliás, esses vinhos constituem um raro exemplo no mundo vinícola de vinhos demi-sec (adocicados), elaborados com uvas européias nobres como a Cabernet Sauvignon, a Merlot, a Chardonnay e outras, configurando, sem dúvida, um desperdício de matéria prima nobre! Resta-nos como consolo, o fato do consumidor menos exigente e menos informado poder comprar seus vinhos "docinhos" nacionais, em vez dos importados que, infelizmente, invadem nosso mercado e não geram empregos, nem divisas para o país!
O BRASIL VITIVINÍCOLA VI
As Variedades
Uvas tintas
Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Petite Syrah, Pinot Noir, Gamay, Malbec, Merlot, Zinfandel.
Uvas brancas
Chenin Blanc, Moscato Canelli, Sauvignon Blanc, Sylvaner, Chardonnay, Gewürztraminer, Pinot Blanc, Malvasia, Moscato, Riesling Itálico, Riesling Renano, Semillon, Trebbiano (Saint Emilion ou Ugni Blanc).
(FONTE: Enciclopédia do Vinho)

agosto 22, 2005

ADEGA – NOVA REVISTA NAS BANCAS

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Acaba de sair o primeiro número da revista ADEGA ("A revista do vinho e de outros prazeres"), uma publicação mensal da Inner Editora. Do Editorial, assinado por Marcelo Copello, consta o seguinte trecho:
Temos a intenção de transmitir uma idéia, uma maneira de pensar e de ver o mundo, não apenas de impingir regras e preencher páginas com "mais do mesmo". O apreciador do vinho é antenado e interessado, não apenas por vinhos, mas também por outras formas de arte, cultura e, para abusar de um clichê, pelas "boas coisas da vida. ADEGA traz tudo isso, da gastronomia aos charutos, da cachaça ao conhaque, das notícias internacionais ao bom humor, das dicas práticas ao aprofundamento teórico, na opinião de especialistas."
E, de fato, são muitos e variados os artigos encontrados nesta primeira edição: Eventos, estudos e fatos; novidades; notícias do exterior; os 30 vinhos mais caros do mundo; o solteiro desejado e os vinhos; o encanto juvenil dos vinhos envelhecidos; a mística do Château Mouton Rothschild; vinhos irresponsáveis; o que se bebe por aí; de bem com a vida; o bom do vinho; golfe e vinho; Brasil: Safra 2005; reação carioca ao inverno; vinho na telinha; a mais brasileira das bebidas; o charuto e a bebida ideal; biodinâmica: a teoria.
AS UVAS MAIS EMPREGADAS
Segundo estudiosos há 24.000 nomes para as mais de 3.000 variedades de uvas viníferas. Destas 150 são plantadas comercialmente em quantidades mais significativas. A lista abaixo apresenta as cepas mais conhecidas que produzem os vinhos encontrados no Brasil, com os respectivos países em que são cultivadas.

Uvas para vinhos brancos
ALVARINHO - Portugal (vinho verde), Espanha
CHARDONNAY - França (Bourgogne), Estados Unidos (Califórnia), Austrália, Nova Zelândia, Chile, África do Sul, Argentina, Brasil
CHENIN BLANC – França (Loire), EUA, África do Sul (conhecida como steen), Austrália e Nova Zelândia.
CLAIRETTE - França e Austrália
FURMINT – Hungria, Eslováquia, Croácia e Romênia
GEWÜRZTRAMINER - França (Alsáce), Alemanha, Itália, Chile, África do Sul, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia.
MALVASIA – Portugal, Itália e Espanha.
MUSCADELLE – França
MUSCAT - França (Alaace), Portugal, Espanha e Itália
PALOMINO – Espanha, Estados Unidos e Austrália
PEDRO XIMÉNEZ – Espanha
PINOT BLANC - França (Alsace), Itália, Áustria e EUA
PINOT GRIS - França (Alsace), Itália, Alemanha, Hungria e Nova Zelândia
PROSECCO - Itália, Brasil
RIESLING - Alemanha, Áustria, Austrália, Nova Zelândia, França (Alsácia) e e EUA.
SAUVIGNON BLANC - França (Loire, Bordeaux), Nova Zelândia, Chile, Áustria e África do Sul.
SÉMILLON - França (Bordeaux), Austrália Nova Zelândia, África do Sul, EUA
TOCAI - Itália
TREBBIANO – Itália, França, África do Sul e Austrália
VIOGNIER – França, Austrália, África do Sul e Argentina

Uvas para vinhos tintos
AGLIANICO – Itália.
ALICANTE BOUSCHET - França, Portugal (Alentejo) e Espanha
BAGA Portugal (Bairrada)
BARBERA - Itália (Piemonte), Estados Unidos (Califórnia) e Argentina.
BONARDA – Itália e Argentina
CABERNET FRANC –França (Bordeuax, Loire), Argentina, Austrália, Estados Unidos (Califórnia) e Nova Zelândia
CABERNET SAUVIGNON - França (Bordeaux), Estados Unidos (Califórnia), Chile, Argentina, Austrália, África do Sul, Itália e Brasil.
CARIGNAN - França (Languedoc-Roussillon), Espanha, Estados Unidos (Califórnia)
CARMENÈRE – Chile
CINSAULT - França, Espanha, África do Sul e Líbano
DOLCETTO – Itália, Arrentina e Austrália
GAMAY - França (Borgonha)
GRENACHE - França (Rhône), Espanha, Austrália, Itália e Estados Unidos.
LAMBRUSCO – Itália
MALBEC – França, Argentina e Chile
MERLOT - França (Bordeaux), Norte da Itália, Estados Unidos, Chile, Austrália, Nova Zelândia, Argentina, Brasil.
MONTEPULCIANO – Itália
MOURVÈDRE - França, Espanha e Austrália
NEBBIOLO - Itália
NERO D’AVOLA – Itália
PERIQUITA - Portugal
PETIT VERDOT – França (Bordeaux)
PINOT NOIR - França (Bourgogne, Champagne), Chile, Itália, África do Sul.
PINOTAGE – África do Sul
SANGIOVESE – Itália, Estados Unidos e Argentina
SYRAH/SHIRAZ - França (Rhône), Austrália, África do Sul e Argentina
TANNAT – Uurguai e França.
TEMPRANULLO - Espanha, Portugal e Argentina
TINTO CÃO – Portugal
TOURIGA FRANCESA – Portugal
TOURIGA NACIONAL – Portugal e Austrália
ZINFANDEL - Estados Unidos (Califórnia), Itália
(FONTE: Portal Veja São Paulo)

agosto 19, 2005

ADEUS À ROLHA DE CORTIÇA?
Vinho bom tem de ser fechado com rolha de cortiça. Essa premissa é tida como verdadeira desde que o monge beneditino francês Pierre Pérignon – o inventor do champagne – abandonou, no final do século 17, a utilização de tocos de madeira e buchas de cânhamo para fechar as garrafas e adotou a rolha de cortiça. O novo método do abbé foi revolucionário: não apenas o seu vinho espumante, mas todos os demais podiam ser conservados por muito mais tempo nas adegas.
A técnica de Dom Pérignon tornou-se tradição ao longo dos séculos. Apesar de todos os progressos industriais na produção de embalagens e na técnica de vedação, a rolha de cortiça é tida ainda hoje como a única forma perfeita e aceitável de tapar a garrafa de um vinho de qualidade. Isso pode ser verdade, no que se refere ao ritual da boa mesa, ao cerimonial quase sagrado dos gourmets. Do ponto de vista técnico, a rolha de cortiça é a pior das vedações.
Uma cena é freqüente nos bons restaurantes: após fazer a prova de aroma, cor e sabor, o cliente rejeita a garrafa do vinho de alta qualidade, aberta à mesa pelo sommelier. A justificativa é aceita sem qualquer discussão: o vinho tem gosto de rolha. Culpado disso é uma substância denominada tricloroanisol, resultante de combinação entre fungos existentes na cortiça com partículas de cloro do vinho.
Esse processo químico que destrói o prazer de consumo do bom vinho ocorre com uma freqüência muito maior do que se supõe: cerca de 10% das garrafas contêm vinho estragado. E, em grande parte dos casos, são vinhos mais caros que foram conservados nas adegas durante muito tempo. Nem mesmo os métodos mais modernos, como o tratamento prévio da cortiça em fornos de microondas, conseguem fazer com que as rolhas fiquem inteiramente livres dos fungos que provocam o dissabor.
Em geral, não é o consumidor que arca com o prejuízo. Principalmente, se o vinho é servido em restaurante. Nesse caso, o restaurante repassa a reclamação ao produtor do vinho, que é quem acaba tendo de pagar a conta. Ele reembolsa o valor do vinho ao proprietário do restaurante ou envia outra garrafa da mesma categoria. A União Européia calcula o prejuízo total dos vinicultores em cerca de 500 milhões de euros por ano.
Os produtores de vinho começam agora a reagir ao prejuízo. Um número crescente de vinhos de boa qualidade chega ao mercado com tampas de rosca, com as que são utilizadas há muito nas garrafas de água mineral ou de sucos. Outros optam pelas chapinhas, como as das cervejas e refrigerantes. Uma nova forma, ainda pouco usual pelo preço elevado, é a rolha de vidro.
Na Suíça, cerca de 80% dos vinhos já são vendidos com tampas de rosca. E mesmo na França, país dos vinhos par excellence, as rolhas de cortiça começam a ser contestadas até por renomados produtores de Bordeaux, como André Lurton, cujos vinhos brancos Château La Louvière e Couhins-Lurton também foram lançados no mercado com tampas de rosca.
Na Alemanha, os vinicultores ainda enfrentam uma grande resistência dos consumidores. Com isso, cerca de 90% dos vinhos alemães – que, ao contrário da crença brasileira, quase nunca são engarrafados em embalagem azul – ainda são fechados com rolhas de cortiça. A posição dos consumidores alemães é reforçada também pela política dos grandes templos culinários do país, como o restaurante Tantris, em Munique. Eles se recusam a abolir o cerimonial do desarrolhamento do vinho à mesa.
Mas Paula Bosch, do Tantris, faz uma exceção para as novas rolhas de vidro. Somente cortiça – com todos os seus problemas – ou vidro, diz a sommelière, outro tipo de fechamento de garrafa não é aceito pelo restaurante. (FONTE: DW-WORLD.DE, Deutsche Welle)

agosto 12, 2005

ECOS DO ENCONTRO EM PEDRA AZUL
Como acontece todos os anos, o Encontro da Pedra Azul movimentou a semana e superou expectativas e números da reunião anterior. Pierre Lurton, senhor de Bordeaux, desfilou com justo orgulho as jóias de seu tesouro. O Château Cheval Blanc, em exemplares das décadas de 80 e 90, dominou as degustações na serra capixaba. Vai ficar por longo tempo como tema de conversa. Vinhos mais discretos de Saint- Émlion, como o Château Cadet-Piola e o Petit Cheval, escoltaram garbosamente o superstar.
Foram provados os Cheval de 88, 89, 95, 98, 2000 e 2001, arrematados pelo mais recente trunfo da coleção de Lurton, o Château Yquem 01. Para que os leitores se lembrem, o Yquem, o mais cobiçado vinho licoroso do mundo, foi adquirido pela LVMH (Lurton no comando da enologia) na virada do milênio e a safra é a primeira do novo diretor.
Não estive lá em cima, mas pelo que pude apurar, na vertical de Cheval Blanc, o 89 e o 2000 ficaram na frente. Alguns participantes apostaram no segundo como potencial de envelhecimento. Sobre o 89, espantoso como, aliás, a safra toda em Bordeaux, o próprio Pierre reconheceu que o Haut Brion se destacou dos demais. Mas seu Cheval arrebata corações e mentes.
O Cheval 61, o de Miles no filme “Sideways”, foi lembrado na palestra de Mario Telles, que reuniu os vinhos do filme: um Sassicaia, um Richebourg 92 e 98 de Mongeard Mugneret, um Merlot de Matanzas Creek, para mostrar o que podem dar tais californianos, e, de Pomerol, um Clos l'Église, que obviamente ganhou a degustação.
A raridade que esteve à altura, sem trocadilho, ficou a cargo de Jorge Lucki, que conduziu o passeio por todos os montrachets, culminando no Le Montrachet 98 de Jacques Prieur. A média de preço por garrafa ficou em R$ 1.250, o que dá a medida do custo de um evento que não poderia sobreviver sem patrocínio.
O parceiro de Pierre, Roberto de la Mota, prosseguiu no Rio a experiência do traço bordalês, na segunda-feira. Os vinhos argentinos Terrazas de los Andes, feitos por Roberto, desfilaram no almoço de Roberta Sudbrack: o Terrazas Malbec, o Terrazas Syrah 03 e o Afincado 02, um supermalbec.
O ponto alto foi o Cheval des Andes 2001, a simbiose do refinamento francês e da riqueza sul-americana. Na gravação do “Menu Confiança”, do GNT, no dia seguinte, o casal de franceses à mesa o preferiu a um Bordeaux de 99, o Château de France.
Era outro cavalo, que, como o de lá, galopa nas alturas. (Fonte: O GLOBO, Revista Rio Show, Renato Machado, 12/08/05)

agosto 09, 2005

RÓTULO VIRA SELO NO JAPÃO

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O rótulo do vinho Casal Garcia, a marca de vinho verde mais vendida no mundo, está a circular por todo o Japão em cartas e postais, num selo de 80 ienes dos correios nipônicos.
A vinícola Quinta da Aveleda considera que a distinção feita pelos serviços postais do Japão “reflete o reconhecimento e a notoriedade da marca”, que no seu rótulo presta homenagem ao patrimônio cultural do Minho, reproduzindo um lenço bordado da bisavó dos irmãos Guedes.
A marca Casal Garcia, que vende atualmente cerca de oito milhões de garrafas por ano, surgiu na década de 30 a partir do trabalho do enólogo francês Eugène Ellice. (Fonte: Diário Digital, PT)

agosto 08, 2005

ROBERT PARKER E O VINHO BRASILEIRO
Trecho final de uma longa entrevista concedida a Patricia Ferraz, em New York, na qual tudo o que foi perguntado sobre os vinhos brasileiros mereceu apenas respostas secas e irônicas:
PF - “Já ouviu falar de algum vinho brasileiro?”
RP – “Não. Deveria?
Patrícia Ferraz - ”Já lhe disseram que o Brasil faz espumantes cuja qualidade é reconhecida internacionalmente?”
RP - "São doces?"
PF - ”Não, existem demi-sec, mas os melhores são brut.”
RP – “Nunca ouvi falar.
Vá lá que os vinhos brasileiros estejam longe de se compararem aos europeus e aos de alguns países do Novo Mundo. Mas, daí a não manifestar o mínimo interesse em conhecer alguma coisa, mesmo que por simples cortesia, é mais que presunção. É falta de educação.
(Fonte: Revista Gula, maio de 2005)

agosto 07, 2005

FORTALEZA DO SEIVAL VINEYARDS
A Vinícola Miolo lançou, no dia 16 de julho passado, na Fazenda Fortaleza do Seival, em Candiota, os vinhos produzidos na Campanha Gaúcha. O lançamento contou com a presença do enólogo francês Michel Rolland.
Este foi o primeiro evento no Brasil a apresentar todos os vinhos da região da Campanha e a primeira oportunidade de conhecerem o projeto Fortaleza do Seival Vineyards, a grande promessa da Miolo para o mercado internacional.
Ao todo foram seis vinhos:
- Quinta do Seival Cabernet Sauvignon – safra 2004
- Quinta do Seival Castas Portuguesas – safra 2004
- Fortaleza do Seival Tannat – safra 2004
- Fortaleza do Seival Tempranillo – safra 2004
- Fortaleza do Seival Pinot Griggio safra 2005
- Fortaleza do Seival Sauvignon Blanc - safra 2005
O evento marcou a entrada da produção do Seival no mercado nacional e internacional. Serão 260 mil garrafas entre os seis vinhos.
Projeto
A região da Campanha, localizada ao sul do Rio Grande do Sul, tem clima ideal para cultivo destas castas: seco, com amplitude térmica (diferenças de temperatura entre o dia e a noite) que chegam a 16 graus.
Segundo a Miolo, buscou-se o que existe de melhor em tecnologia para a implantação de vinhedos . A escolha das variedades, algumas delas inéditas no Brasil, foi minuciosa.
O projeto Fortaleza do Seival foi iniciado em 2000, com investimentos de R$ 10 milhões, em uma área de 100 hectares de parreirais e produtividade média das vinhas entre seis e oito toneladas. Em 2003, obteve seu primeiro reconhecimento, com a colocação no mercado do Quinta do Seival Castas Portuguesas, que foi bem recebido pela crítica especializada e foi exportado para França, Itália, Alemanha, República Tcheca e EUA.
Degustação
Fortaleza do Seival Tempranillo – Estrutura média, tonalidade média de rubi. Leve toque de madeira, presença aromática de frutas vermelhas. Graduação alcoólica: 13%.
Fortaleza do Seival Tannat – Encorpado, mais estruturado que o tempranillo, tanino pronunciado (característica própria dessa uva), tonalidade forte de vermelho ficnado entre rubi e púrpura. Presença de carvalho, frutas maduras e especiarias. Equilibrado, sensação aveludada. Graduação alcoólica: 13%.
(Fonte: Miolo)

agosto 04, 2005

VINHO, COMPLEMENTO ALIMENTAR
Alguns elementos de sua composição fazem parte da dieta normal e necessária para o ser humano. Entre seus múltiplos componentes, podemos destacar:
ÁGUA - Cerca de 80% do vinho é constituído de água. O corpo humano por sua vez, se compõe de três quartas partes desse elemento. Pode portanto contribuir para a hidratação.
AÇÚCARES - No processo da fermentação, o açúcar da uva representado pela glicose e frutose, é transformado em álcool, porém, uma certa quantidade residual permanece (cerca de 1 a 3g/l nos vinhos secos) sem se transformar, somada aquela representada por açúcares que não se degradam pela ação das leveduras, como a pentose, arabinose e xilose. No caso dos vinhos secos essas quantidades são praticamente desprezíveis, mas no caso dos vinhos doces, passam a ser significativas.
VITAMINAS - A uva contém em sua composição uma série de vitaminas que são transferidas para o vinho. As principais detectadas são: B1 (TIAMINA - B2 (RIBOFLAVINA) - NIACINA (ÁCIDO NICOTÍNICO) - B6 (PIRIDOXINA) - B12 (COBALAMINA) - A (RETINOL) - C (ÁCIDO ASCÓRBICO). Cada uma delas funcionando como catalisadores nas reações orgânicas e ação preventiva de doenças específicas, como a Tiamina na prevenção do Beri-Beri.
SAIS MINERAIS - O vinho possui uma quantidade significativa de oligoelementos como: Potássio, Cálcio, Fósforo, Zinco, Cobre, Flúor, Alumínio, Iodo, Magnésio, Boro, etc.
ÁLCOOL ETÍLICO - A participação do álcool na composição do vinho gira em torno de 7 a 14 g/litro, nos vinhos secos, que são os mais comumente consumidos. Esse dado vem expresso no rótulo em % ou GL (Gay Lussac), que traduz a porcentagem ou teor por volume.
Sabe-se que o álcool é uma substância calórica que gera energia, sendo essa sua atuação no organismo.
O corpo humano tem a capacidade de metabolizar cerca de 1 g de álcool por quilo de peso, por dia (1g/kg/dia). Trata-se de quantidade máxima, não ideal. Por outro lado, 1g de álcool produz aproximadamente 7 calorias. Com base nesses dados, fica fácil estabelecer-se qual a exata quantidade de calorias que se pode oferecer numa dieta, incluindo o vinho.
Inclusive as pessoas em regime de emagrecimento podem calcular sua dose, podendo desfrutar de seu vinho sem culpa ou constrangimento.
Não se pode esquecer que o consumo deve ser moderado, porque o excesso vai impregnar os tecidos, funcionando de maneira tóxica, sobretudo no fígado. Cabe lembrar que o álcool excedente no sangue é que causa a embriaguez, e não aquele assimilado. (FONTE: Winexperts)

agosto 01, 2005

O FENÔMENO NEOZELANDÊS
Image hosted by Photobucket.comÉ uma das maiores promessas do vinho mundial. Com o Sauvignon Blanc como bandeira de luta, há pouco se converteu em uma das vedetes do novo Mundo.
Quando se pensa em Nova Zelândia, é comum imaginar-se uma ilha pequena e esquecida, com muitas ovelhas, flora silvestre e vizinha da Austrália. O filme “O Senhor dos Anéis” serviu para reforçar isto.
A verdade é que, embora existam muitas ovelhas (perto de 80 milhões), atravessar as duas ilhas da Nova Zelãndia de norte a sul gasta cerca de duas horas e meia. Além disto, o país desenvolveu uma das mais avançadas tecnologias no setor elétrico e possui uma economia exportadora com uma balança comercial invejável.
O setor vitivinícola está presente desde os fins do século XIX, quando a ordem católica Companhia de Maria instalou a primeira vinha, que existe até hoje. Mas, foi somente há uns dez anos que começou a industrializar-se, com investimentos provenientes dos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália: milionários que desejavam iniciar negócios em um país com uma indústria virgem.
Talvez o exemplo mais conhecido seja a vinícola Kemblefield, que teve início em 1992, quando dois californianos, Kaar Field and e John Kemble adquiriram 194 hectares em Hawke's Bay. John já havia desenvolvido a vinícola Ravenswood na Califórnia (que fatura US$160 milhões) e já em 2001 alcançou 91 pontos da Wine spectator com o seu Distinction Chardonnay 2000.
Hoje, a indústria do vinho cresceu substancialmente, com 353 vinícolas registradas, a grande maioria bastante menores que as conhecidas Montana Wines e Villa María. Exporta em média 2,25 milhões de litros anuais com um valor médio aproximado de US$4.99 por litro.
Ao contrário do Chile, que é visto como um produtor de vinhos baratos (às vezes se confunde isto com baixa qualidade), a Nova Zelândia entrou no mercado global como um produtor Premium, com a idéia de vinhos naturalmente orgânicos, provenientes de um país “verde e limpo”. Ainda assim, o consumidor global percebe este país como um produtor de vinhos brancos (90% dos vinhos o são) e, especificamente, de Sauvignon Blanc, sua casta emblemática. Esta se associa com a região de Marlborough, na ilha sul.
Na realidade, é a região de Hawke's Bay (ilha norte) aquela que colheu os maiores galardões e reconhecimento em concursos, e o foi pelos vinhos tintos, principalmente com Pinot Noir e Merlot.
No país existe um consumo interno crescente, pois se vem substituindo a cerveja pelo vinho, além dos efeitos de marketing que produzem as agressivas campanhas promovendo o vinho neozelandês, lideradas principalmente por Bob Campbell, Master of Wine.
Os principais mercados são Reino Unido, Estados Unidos, Austrália, Holanda e Alemanha, embora, na realidade, a afinidade cultural com países anglo-saxônicos haja tornado a tarefa muito mais simples que no caso chileno.
Na medida em que as novas colheitas melhorarem, ano após ano, e o consumidor der oportunidade aos tintos da Nova Zelândia, assim como um dia fez com os brancos, veremos uma forte presença mundial destes vinhos com caráter marcantemente frutado, elegantes e com uma imagem coerente. (Fonte: Chilevinos).