ANATOMIA DA GARRAFA
A história da garrafa remete aos primórdios da descoberta do vidro, atribuída aos fenícios (3.000 A.C.); por volta de 1.500 A.C., há indícios da fabricação de vidro no Egito Antigo.
A indústria do vidro floresceu e desapareceu com o Império Romano, para renascer com os bizantinos, que a levaram de volta para a Europa. No século XVI, em Veneza, a técnica da fabricação chegou ao apogeu. Até o século XVII, no entanto, o vinho era guardado em vasos de pedra ou cerâmica. O vidro ficou sendo o material preferido assim que a tecnologia de sua produção e de seu formato se modernizou. Mas foi somente a partir de 1909 que se iniciou a produção industrial em série.
As primeiras garrafas para vinho eram arrendodadas.O seu formato se tornou mais aerodinâmico quando foi descoberto que o vinho melhoraria se fosse guardado na posição horizontal. Atualmente, um vidro mais grosso quase sempre significa um vinho de qualidade, e tamanhos ou formas irregulares são usados para chamar a atenção.
As garrafas são fabricadas em formas diversas, clássicas ou de fantasia. Entre as primeiras estão as francesas das regoões de Bordeaux, Bourgogne e Champagne, além da alemã da região do Reno. Entre as formas de fantasia são bem conhecidas as dos vinhos do Potro, Chianti e Jerez.
fevereiro 28, 2003
fevereiro 26, 2003
O QUE ENSINAM OS RÓTULOS (3)
Vinhos varietais são os vinhos que trazem no rótulo, em realce, o nome da variedade de uva utilizado na sua elaboração. Nos Estados Unidos exige-se que o vinho contenha pelo menos 75 % da uva mencionada. Isto, há 25 anos. Os vinhos varietais são por definição melhores, mais autênticos e mais interessantes do que os vinhos genéricos. Vinhos varietais predominam nos Estados Unidos, Austrália, África do Sul, Chile e Mercosul. Na Europa o nome da região está ligado ao "terroir" (combinação de fatores naturais, tais como: solo, rocha, clima, inclinação de colina e altitude da vinha). Sabendo-se a região do vinho, sabe-se as uvas usadas para a sua fabricação (prescritas por lei). Por fim, os rótulos têm uma expressão (obrigatória nos Estados Unidos) que diz: "contém sulfito". O sulfito (anidrido sulforoso) é um antibacteriano que é adicionado pelo produtor para evitar que o vinho se estrague. É um antioxidante. Os vinhos tintos secos são os que contêm menos sulfito.
Vinhos varietais são os vinhos que trazem no rótulo, em realce, o nome da variedade de uva utilizado na sua elaboração. Nos Estados Unidos exige-se que o vinho contenha pelo menos 75 % da uva mencionada. Isto, há 25 anos. Os vinhos varietais são por definição melhores, mais autênticos e mais interessantes do que os vinhos genéricos. Vinhos varietais predominam nos Estados Unidos, Austrália, África do Sul, Chile e Mercosul. Na Europa o nome da região está ligado ao "terroir" (combinação de fatores naturais, tais como: solo, rocha, clima, inclinação de colina e altitude da vinha). Sabendo-se a região do vinho, sabe-se as uvas usadas para a sua fabricação (prescritas por lei). Por fim, os rótulos têm uma expressão (obrigatória nos Estados Unidos) que diz: "contém sulfito". O sulfito (anidrido sulforoso) é um antibacteriano que é adicionado pelo produtor para evitar que o vinho se estrague. É um antioxidante. Os vinhos tintos secos são os que contêm menos sulfito.
O QUE ENSINAM OS RÓTULOS (2)
A safra significa o ano em que as uvas para um determinado vinho foram colhidas. O ano da safra determina uma indicação de qualidade e a União Européia nega aos vinhos de mesa o privilégio de colocar o ano de safra nos seus rótulos. Apesar de que os vinhos de safra variam no estilo e na qualidade de uma safra para outra. As safras que não sofreram intempéries(geadas, granizo, secas prolongadas) e as estações foram regulares sem problemas climáticos são bem mais valorizadas do que os anos prejudicados por modificações climáticas. Na Itália, os vinhos superiores têm no rótulo a Expressão D.O.C. (Denominazione de Origine Controllata) e D.O.C.G. - (Denominazione de Origine Controllata e Garantita). Somente 5 vinhos italianos recebem este certificado: Barolo, Barbaresco, Chianti, Brunello de Montalcino e Vino Nobile de Montepulciano. Os inferiores trazem o nome Vino de Tavola. Na Espanha os vinhos superiores têm a expressão: D.O. (Denominación de Origin) e D.O.Ca. ( Denominaçión de Origen Calificada). Usam-se, ainda, os termos Crianza, Reserva e Gran Reserva para anunciar um envelhecimento extra em barris de carvalho e na própria garrafa. Os inferiores são Vino dela tierra e Vino de mesa. Em Portugal usam-se as expressões D.O.C. (Denominação de Origem Controlada) e I.P.R. (Indicação de Proveniência Regulamentada). Os vinhos inferiores são Vinhos de Mesa Regional. Na Alemanha os rótulos apresentam a expressão: Q.m.P (Qualitatswein mit Pradikat- Vinhos de qualidade com atributos especiais) e Q.b.A (Qualitatswein bestmmter Anbaugebiete - Vinho de qualidade de uma região específica). Os vinhos inferiores são denominados Landwein. No Brasil e Merco Sul tem-se a expressão Vinho Fino para designar vinhos de qualidade. Os vinhos de mesa no Brasil são elaborados a partir de espécies de uvas americanas ou uvas de mesa, cujo cultivo é proibido na Argentina. Não esquecer que os vinhos de qualidade no mundo inteiro provêm da sub espécie Vitis vinífera (variedade européia).
A safra significa o ano em que as uvas para um determinado vinho foram colhidas. O ano da safra determina uma indicação de qualidade e a União Européia nega aos vinhos de mesa o privilégio de colocar o ano de safra nos seus rótulos. Apesar de que os vinhos de safra variam no estilo e na qualidade de uma safra para outra. As safras que não sofreram intempéries(geadas, granizo, secas prolongadas) e as estações foram regulares sem problemas climáticos são bem mais valorizadas do que os anos prejudicados por modificações climáticas. Na Itália, os vinhos superiores têm no rótulo a Expressão D.O.C. (Denominazione de Origine Controllata) e D.O.C.G. - (Denominazione de Origine Controllata e Garantita). Somente 5 vinhos italianos recebem este certificado: Barolo, Barbaresco, Chianti, Brunello de Montalcino e Vino Nobile de Montepulciano. Os inferiores trazem o nome Vino de Tavola. Na Espanha os vinhos superiores têm a expressão: D.O. (Denominación de Origin) e D.O.Ca. ( Denominaçión de Origen Calificada). Usam-se, ainda, os termos Crianza, Reserva e Gran Reserva para anunciar um envelhecimento extra em barris de carvalho e na própria garrafa. Os inferiores são Vino dela tierra e Vino de mesa. Em Portugal usam-se as expressões D.O.C. (Denominação de Origem Controlada) e I.P.R. (Indicação de Proveniência Regulamentada). Os vinhos inferiores são Vinhos de Mesa Regional. Na Alemanha os rótulos apresentam a expressão: Q.m.P (Qualitatswein mit Pradikat- Vinhos de qualidade com atributos especiais) e Q.b.A (Qualitatswein bestmmter Anbaugebiete - Vinho de qualidade de uma região específica). Os vinhos inferiores são denominados Landwein. No Brasil e Merco Sul tem-se a expressão Vinho Fino para designar vinhos de qualidade. Os vinhos de mesa no Brasil são elaborados a partir de espécies de uvas americanas ou uvas de mesa, cujo cultivo é proibido na Argentina. Não esquecer que os vinhos de qualidade no mundo inteiro provêm da sub espécie Vitis vinífera (variedade européia).
ENTENDENDO OS TANINOS (2)
Mas também existem vantagens no tanino. Apesar de não ter aroma, o tanino é um dos principais polifenóis responsáveis pelo sabor do futuro vinho. Através de fenômenos de polimerização das suas moléculas com as moléculas de outros polifenóis, o vinho vai ao longo dos anos desenvolvendo o seu “bouquet”. Ele representa um papel preponderante no envelhecimento do vinho, ao funcionar como elemento equilibrador dos fenômenos de oxidação/redução durante todo o período de estágio. Ao necessitar de oxigênio para a sua polimerização com outros polifenóis, defende o vinho da oxidação, inibindo ao mesmo tempo a formação de aromas redutivos.
E, claro está, não podemos esquecer a importante contribuição deste elemento para a saúde. Como poderoso antioxidante que é, o tanino protege-nos dos radicais livres que aceleram o nosso envelhecimento, além de impedir a formação de coágulos responsáveis por ataques cardíacos ou acidentes vasculares cerebrais.
Mas também existem vantagens no tanino. Apesar de não ter aroma, o tanino é um dos principais polifenóis responsáveis pelo sabor do futuro vinho. Através de fenômenos de polimerização das suas moléculas com as moléculas de outros polifenóis, o vinho vai ao longo dos anos desenvolvendo o seu “bouquet”. Ele representa um papel preponderante no envelhecimento do vinho, ao funcionar como elemento equilibrador dos fenômenos de oxidação/redução durante todo o período de estágio. Ao necessitar de oxigênio para a sua polimerização com outros polifenóis, defende o vinho da oxidação, inibindo ao mesmo tempo a formação de aromas redutivos.
E, claro está, não podemos esquecer a importante contribuição deste elemento para a saúde. Como poderoso antioxidante que é, o tanino protege-nos dos radicais livres que aceleram o nosso envelhecimento, além de impedir a formação de coágulos responsáveis por ataques cardíacos ou acidentes vasculares cerebrais.
fevereiro 25, 2003
O QUE ENSINAM OS RÓTULOS (1)
Todas as garrafas de vinho contêm rótulos, os quais nos dão informações de sua origem e qualidade. Só uma pessoa habituada e estudiosa do mundo dos vinhos, no entanto, saberá diferenciar um vinho de qualidade de um vinho inferior. Da mesma maneira que o rótulo proporciona indicações verdadeiras, existe a possibilidade dos mesmos conterem meias verdades. A identificação do vinho é como o passaporte do viajante que apresenta o nome, país de origem, idade, estado civil e fotografia, porém o caráter ou qualidade é impossível de se perceber. Nos rótulos o conhecedor de vinhos será capaz de avaliar a qualidade ou o caráter dos mesmos.
O rótulo deve conter o nome da marca do vinho (nome dado pelo produtor), a região de origem, a variedade das uvas (vinhos do novo mundo), o conteúdo líquido (750 ml), a graduação alcoólica, ano de safra, o produtor, vinícola, a indicação de classe (vinho de mesa, fino, sobremesa ou espumante) tipo ( doce, meio-seco, seco) e país de origem. O rótulo pode demonstrar a qualidade superior de um vinho da mesma maneira que pode querer encobrir sua debilidade ou passar meias verdades. Como exemplo temos vinhos do novo mundo com nomes de regiões consagradas da França como Chablis, Borgonha, Chateau e Champanhe. Da mesma forma que um vinho por ser da França não atesta sua qualidade de vinho superior, como: os Vins de Table e Vins de Pays, que são vinhos elaborados sem o esmero dos vinhos A.O.C. (Appellation d' Origine Contrôllée ) franceses. Logo, é melhor degustar um vinho nacional ou chileno do que um vinho francês de mesa. Para se conhecer os rótulos é bom, ao nosso ver, ter uma noção da legislação européia e em particular da França. Na França os vinhos superiores recebem um certificado QWPSR ( Quality Wine Produced in a Specific Region) ou VQPRD (Vinho de Qualidade Produzido em Região Denominada). São os vinhos ditos superiores, que trazem no rótulo a expressão A.C. ou A.O.C. À medida em que a região fica mais localizada, p. ex.: Bordeau, Médoc, Pauillac, o vinho será mais reconhecido e, portanto, mais caro. Bordeau (distrito), Médoc (subdistrito), Pauillac (município vinícola). Em status ligeiramente inferior temos os AO DVQS (Apellation de Origine - Vinho Delimitado de Qualidade Superior). Os vinhos inferiores franceses são os Vins de Table sem indicação de região ou Vins de Pays. É preciso esclarecer que nos EUA a categoria Vinho de Mesa é para todos os vinhos não espumantes com graduação alcoólica até 14%, bem diferente da Europa.
Todas as garrafas de vinho contêm rótulos, os quais nos dão informações de sua origem e qualidade. Só uma pessoa habituada e estudiosa do mundo dos vinhos, no entanto, saberá diferenciar um vinho de qualidade de um vinho inferior. Da mesma maneira que o rótulo proporciona indicações verdadeiras, existe a possibilidade dos mesmos conterem meias verdades. A identificação do vinho é como o passaporte do viajante que apresenta o nome, país de origem, idade, estado civil e fotografia, porém o caráter ou qualidade é impossível de se perceber. Nos rótulos o conhecedor de vinhos será capaz de avaliar a qualidade ou o caráter dos mesmos.
O rótulo deve conter o nome da marca do vinho (nome dado pelo produtor), a região de origem, a variedade das uvas (vinhos do novo mundo), o conteúdo líquido (750 ml), a graduação alcoólica, ano de safra, o produtor, vinícola, a indicação de classe (vinho de mesa, fino, sobremesa ou espumante) tipo ( doce, meio-seco, seco) e país de origem. O rótulo pode demonstrar a qualidade superior de um vinho da mesma maneira que pode querer encobrir sua debilidade ou passar meias verdades. Como exemplo temos vinhos do novo mundo com nomes de regiões consagradas da França como Chablis, Borgonha, Chateau e Champanhe. Da mesma forma que um vinho por ser da França não atesta sua qualidade de vinho superior, como: os Vins de Table e Vins de Pays, que são vinhos elaborados sem o esmero dos vinhos A.O.C. (Appellation d' Origine Contrôllée ) franceses. Logo, é melhor degustar um vinho nacional ou chileno do que um vinho francês de mesa. Para se conhecer os rótulos é bom, ao nosso ver, ter uma noção da legislação européia e em particular da França. Na França os vinhos superiores recebem um certificado QWPSR ( Quality Wine Produced in a Specific Region) ou VQPRD (Vinho de Qualidade Produzido em Região Denominada). São os vinhos ditos superiores, que trazem no rótulo a expressão A.C. ou A.O.C. À medida em que a região fica mais localizada, p. ex.: Bordeau, Médoc, Pauillac, o vinho será mais reconhecido e, portanto, mais caro. Bordeau (distrito), Médoc (subdistrito), Pauillac (município vinícola). Em status ligeiramente inferior temos os AO DVQS (Apellation de Origine - Vinho Delimitado de Qualidade Superior). Os vinhos inferiores franceses são os Vins de Table sem indicação de região ou Vins de Pays. É preciso esclarecer que nos EUA a categoria Vinho de Mesa é para todos os vinhos não espumantes com graduação alcoólica até 14%, bem diferente da Europa.
O EQUILÍBRIO DOS VINHOS
Considera-se que um vinho alcança o seu auge de equilíbrio quando consegue a ponderação das sensações opostas e, ao mesmo tempo, estas valorizam-se mutuamente.
Diariamente consumimos uma diversidade de produtos que consideramos apetecíveis, mas poucas vezes paramos a pensar no equilíbrio dos seus componentes. Por exemplo, quando adoçamos o café estamos de alguma forma a compensar o seu sabor amargo, da mesma maneira que adoçamos os morangos selvagens para compensar a acidez natural da fruta.
Com o vinho acontecem coisas semelhantes. Por exemplo, o álcool aumenta o sabor doce e adstringência dos vinhos tintos, mas diminui a sensação amarga. Por outro lado, o sal, gerador por excelência de todos os sabores, reforça o sabor doce mas também a acidez, a sensação amarga e a adstringência. Tal como o gás carbónico acentua a sensação de acidez e a adstringência dos vinhos, diminuindo por outro lado a sensação doce.
Depreende-se por todos estes factores que um vinho com uma acidez elevada suporta melhor uma graduação alcoólica elevada.
Concluímos, por conseguinte, que um vinho com uma grande riqueza de taninos se agüenta melhor com uma baixa acidez e uma elevada graduação alcoólica.
Será importante saber que a temperatura do vinho pode também esconder o seu equilíbrio. Por exemplo, quanto mais frio estiver, menos se notará o calor do álcool e a sua sensação doce, e a acidez libertar-se-á melhor, mas diminuirá a sua potência aromática e incrementará a sensação tânica e amarga.
Resumindo o que foi dito, podemos afirmar que o equilíbrio de um vinho reside na adequada proporção dos componentes da equação abaixo:
Equilíbrio = Acidez + Taninos + Álcool
Considera-se que um vinho alcança o seu auge de equilíbrio quando consegue a ponderação das sensações opostas e, ao mesmo tempo, estas valorizam-se mutuamente.
Diariamente consumimos uma diversidade de produtos que consideramos apetecíveis, mas poucas vezes paramos a pensar no equilíbrio dos seus componentes. Por exemplo, quando adoçamos o café estamos de alguma forma a compensar o seu sabor amargo, da mesma maneira que adoçamos os morangos selvagens para compensar a acidez natural da fruta.
Com o vinho acontecem coisas semelhantes. Por exemplo, o álcool aumenta o sabor doce e adstringência dos vinhos tintos, mas diminui a sensação amarga. Por outro lado, o sal, gerador por excelência de todos os sabores, reforça o sabor doce mas também a acidez, a sensação amarga e a adstringência. Tal como o gás carbónico acentua a sensação de acidez e a adstringência dos vinhos, diminuindo por outro lado a sensação doce.
Depreende-se por todos estes factores que um vinho com uma acidez elevada suporta melhor uma graduação alcoólica elevada.
Concluímos, por conseguinte, que um vinho com uma grande riqueza de taninos se agüenta melhor com uma baixa acidez e uma elevada graduação alcoólica.
Será importante saber que a temperatura do vinho pode também esconder o seu equilíbrio. Por exemplo, quanto mais frio estiver, menos se notará o calor do álcool e a sua sensação doce, e a acidez libertar-se-á melhor, mas diminuirá a sua potência aromática e incrementará a sensação tânica e amarga.
Resumindo o que foi dito, podemos afirmar que o equilíbrio de um vinho reside na adequada proporção dos componentes da equação abaixo:
Equilíbrio = Acidez + Taninos + Álcool
ENTENDENDO OS TANINOS (1)
Às vezes bebemos um vinho que, além de secar a boca, origina uma sensação de aspereza e um gosto amargo. Esta reação é causada pelo tanino, um dos principais constituintes do vinho. Tal sensação de desconforto pode ser traduzida por diversas expressões: áspero, amargo, duro, adstringente, taninoso, intragável, lixa nº3...
Se recorrermos a um compêndio de Química, aprenmderemos, entre muitas outras coisas, que o tanino é um fenol ou um polifenol, cuja formula básica é C6H5OH. Mas, deixando de lado as considerações de cunho científico, fixemos apenas a palavra “tanino” como sinônimo de sensações de amargor e adstringência. E como o tanino as produz?
O amargor é causado pela interação dos taninos de tamanho médio com as papilas gustativas, e a adstringência é causada pela ação dos taninos de maior tamanho sobre a saliva, formando uma espécie de capa rugosa que forra a língua e mucosas bucais.
Mas existem fatores que podem atenuar (amaciar, aplainar) ou aumentar a concentração de taninos. Por exemplo, o teor alcoólico, assim como a presença de algum açúcar residual, tem efeito atenuante. Ou o tipo de uva, pois há castas mais ricas em taninos: em Portugal, a Baga; na França, a Cabernet Sauvignon e a Tannat; na Itália, a Nebbiolo. Outra fonte importante de taninos provém do estágio em barris novos de carvalho, tanto assim que, para alguns vinhos, as árvores são tão importantes quanto as videiras.
Para deixar as coisas bem claras e simplificadas, vamos nos fixar apenas num aspecto importante - os taninos, seja qual for sua origem, dividem-se em dois grandes grupos: os taninos finos ou suaves (menos amargos), que por vezes chamamos de taninos nobres, e os taninos duros e ásperos (mais amargos).Os primeiros vêm de uvas convenientemente maduras, vinificadas suavemente e/ou de barris feitos de boa madeira de carvalho, seca ao ar livre durante um período que oscila entre dois e três anos.Os segundos são resultado de vindimas deficientemente maduras ou de vinificações muito puxadas e agressivas, eventualmente seguidas de estágio em barris secos em estufas durante um curto período de tempo.
Às vezes bebemos um vinho que, além de secar a boca, origina uma sensação de aspereza e um gosto amargo. Esta reação é causada pelo tanino, um dos principais constituintes do vinho. Tal sensação de desconforto pode ser traduzida por diversas expressões: áspero, amargo, duro, adstringente, taninoso, intragável, lixa nº3...
Se recorrermos a um compêndio de Química, aprenmderemos, entre muitas outras coisas, que o tanino é um fenol ou um polifenol, cuja formula básica é C6H5OH. Mas, deixando de lado as considerações de cunho científico, fixemos apenas a palavra “tanino” como sinônimo de sensações de amargor e adstringência. E como o tanino as produz?
O amargor é causado pela interação dos taninos de tamanho médio com as papilas gustativas, e a adstringência é causada pela ação dos taninos de maior tamanho sobre a saliva, formando uma espécie de capa rugosa que forra a língua e mucosas bucais.
Mas existem fatores que podem atenuar (amaciar, aplainar) ou aumentar a concentração de taninos. Por exemplo, o teor alcoólico, assim como a presença de algum açúcar residual, tem efeito atenuante. Ou o tipo de uva, pois há castas mais ricas em taninos: em Portugal, a Baga; na França, a Cabernet Sauvignon e a Tannat; na Itália, a Nebbiolo. Outra fonte importante de taninos provém do estágio em barris novos de carvalho, tanto assim que, para alguns vinhos, as árvores são tão importantes quanto as videiras.
Para deixar as coisas bem claras e simplificadas, vamos nos fixar apenas num aspecto importante - os taninos, seja qual for sua origem, dividem-se em dois grandes grupos: os taninos finos ou suaves (menos amargos), que por vezes chamamos de taninos nobres, e os taninos duros e ásperos (mais amargos).Os primeiros vêm de uvas convenientemente maduras, vinificadas suavemente e/ou de barris feitos de boa madeira de carvalho, seca ao ar livre durante um período que oscila entre dois e três anos.Os segundos são resultado de vindimas deficientemente maduras ou de vinificações muito puxadas e agressivas, eventualmente seguidas de estágio em barris secos em estufas durante um curto período de tempo.
fevereiro 23, 2003
ESPORÃO RESERVA 95
O Alentejo fica no sudeste de Portugal, entre as cidades de Portalegre, ao norte, e Beja, ao sul. Entre as duas esta a cidade de Évora, a principal da região. Junto com a Bairrada, é a região vinícola que mais se tem projetado, sobretudo no exterior, graças às inovações técnicas adotadas, melhorando sensivelmente a qualidade dos seus vinhos. Lá existem cinco DOCs- Borba, Portalegre, Redondo, Reguengos e Vidigueira.
Situada a 3 km de Reguengos de Monsaraz e 180 km ao sul de Lisboa, a Herdade do Esporão é a maior e mais antiga defesa da região, e os seus limites, fixados em 2 de maio de 1267, conservaram-se intactos por mais de 700 anos.
A Herdade teve vários donos, até vir a pertencer a Mem Rodrigues de Vasconcelos, Mestre de Santiago, que foi Comandante da Ala dos Namorados, em Aljubarrota, e Alcaide-Mor de Monsaraz, cenário de lutas, intrigas e vinganças na história medieval do Alto Alentejo.
A Herdade do Esporão foi adquirida pela FINAGRA em 1973, com o principal objetivo de produzir vinhos de grande qualidade. Em 1975, a Herdade sofreu intervenção do Estado e só em 1979 foi devolvida, permitindo à FINAGRA prosseguir a plantação das vinhas, primeira etapa do seu ambicioso projeto.
Em 1989 lançou-se o primeiro vinho Esporão, sendo considerado um dos melhores vinhos portugueses.
Em 1995, depois das suas marcas já estarem entre as melhores, a FINAGRA efetuou novos investimentos, que incluem expansão da área plantada e instalação de um novo sistema de rega.
As principais castas tintas são: Trincadeira, Aragonês, Cabernet Sauvignon, Bastardo, Touriga Nacional e Syrah.
E foi justamente dessa fase que degustamos um Esporão Reserva 1995, com 13,5% de teor alcoólico. Apreciamos sua bela cor escura e os pronunciados aromas da madeira em que foi envelhecido. De corpo médio, mas consistente, e taninos ainda presentes, mas não muito acentuados. Ao beber, mostrou-se bastante agradável e bom acompanhante para pratos fortes. Em resumo, gostamos muito da experiência e não hesitaríamos em recomenda-lo aos que procuram um bom vinho, embora seu preço de mercado seja hoje um pouco salgado para os padrões médios de consumo.
O Alentejo fica no sudeste de Portugal, entre as cidades de Portalegre, ao norte, e Beja, ao sul. Entre as duas esta a cidade de Évora, a principal da região. Junto com a Bairrada, é a região vinícola que mais se tem projetado, sobretudo no exterior, graças às inovações técnicas adotadas, melhorando sensivelmente a qualidade dos seus vinhos. Lá existem cinco DOCs- Borba, Portalegre, Redondo, Reguengos e Vidigueira.
Situada a 3 km de Reguengos de Monsaraz e 180 km ao sul de Lisboa, a Herdade do Esporão é a maior e mais antiga defesa da região, e os seus limites, fixados em 2 de maio de 1267, conservaram-se intactos por mais de 700 anos.
A Herdade teve vários donos, até vir a pertencer a Mem Rodrigues de Vasconcelos, Mestre de Santiago, que foi Comandante da Ala dos Namorados, em Aljubarrota, e Alcaide-Mor de Monsaraz, cenário de lutas, intrigas e vinganças na história medieval do Alto Alentejo.
A Herdade do Esporão foi adquirida pela FINAGRA em 1973, com o principal objetivo de produzir vinhos de grande qualidade. Em 1975, a Herdade sofreu intervenção do Estado e só em 1979 foi devolvida, permitindo à FINAGRA prosseguir a plantação das vinhas, primeira etapa do seu ambicioso projeto.
Em 1989 lançou-se o primeiro vinho Esporão, sendo considerado um dos melhores vinhos portugueses.
Em 1995, depois das suas marcas já estarem entre as melhores, a FINAGRA efetuou novos investimentos, que incluem expansão da área plantada e instalação de um novo sistema de rega.
As principais castas tintas são: Trincadeira, Aragonês, Cabernet Sauvignon, Bastardo, Touriga Nacional e Syrah.
E foi justamente dessa fase que degustamos um Esporão Reserva 1995, com 13,5% de teor alcoólico. Apreciamos sua bela cor escura e os pronunciados aromas da madeira em que foi envelhecido. De corpo médio, mas consistente, e taninos ainda presentes, mas não muito acentuados. Ao beber, mostrou-se bastante agradável e bom acompanhante para pratos fortes. Em resumo, gostamos muito da experiência e não hesitaríamos em recomenda-lo aos que procuram um bom vinho, embora seu preço de mercado seja hoje um pouco salgado para os padrões médios de consumo.
fevereiro 22, 2003
DOMAINE DE LA CARESSE
A História, às vezes, tem rasgos de malícia! Aquitaine... a "terra das águas", como a chamou Júlio César, é também a que oferece os vinhos mais renomados do mundo. Lá, ninguém escapa à civilização do vinho. Mais de 2000 anos de vida comunitária teceram laços estreitos entre o homem e a vinha.
Dentre as muitas denominações ("appellations") de origem existentes na Aquitaine, vamos nos referir hoje, especificamente, à de "Côtes de Castillon" (AOC) e, nesta, a um vinho elaborado pelo "Domaine de la Caresse", em Saint - Magne - de - Castillon, departamento de Gironde.
Degustamos o vinho da safra de 1998, um corte de uvas Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon e Merlot, cultivadas num "terroir" argilo-calcáreo - saibroso. Este vinho conquistou a Medalha de Bronze no Concurso Regional de Vinhos de Aquitaine, em 1999, possui um teor alcoólico de 12,5% e é indicado como um "Grande Vinho de Bordeaux".
Segundo a curva de maturidade deste vinho, fornecida pelo produtor, ele só deve ser bebido a partir de 18 meses do engarrafamento e atinge o apogeu por volta dos três a quatro anos de garrafa, melhor época para ser consumido. Mas, ainda segundo essa curva, a queda de qualidade para a garrafa que abrimos, com cinco anos, aparenta ainda ser muito pequena, desprezível.
Em nossa avaliação, a par de uma bela apresentação e de aromas frutados persistentes, sentimos os taninos ainda muito acentuados, como que pedindo mais envelhecimento; o corpo não era muito forte e a presença na boca não levava à sensação de plenitude que gostaríamos de perceber. Mas é um vinho bom, um vinho premiado de Bordeaux, que pode ser bebido com satisfação e acompanha bem, por exemplo, queijos fortes, como parmesão.
Para que se tenha uma idéia de preços, calculamos os valores unitários cobrados, localmente, para a venda em caixas com 12 e 36 garrafas: 9,15 euros (cerca de R$36,00) e 8,54 euros (cerca de R$34,00), respectivamente. Em termos de Brasil, deve estar custando de R$80,00 a R$100,00 a garrafa.
A História, às vezes, tem rasgos de malícia! Aquitaine... a "terra das águas", como a chamou Júlio César, é também a que oferece os vinhos mais renomados do mundo. Lá, ninguém escapa à civilização do vinho. Mais de 2000 anos de vida comunitária teceram laços estreitos entre o homem e a vinha.
Dentre as muitas denominações ("appellations") de origem existentes na Aquitaine, vamos nos referir hoje, especificamente, à de "Côtes de Castillon" (AOC) e, nesta, a um vinho elaborado pelo "Domaine de la Caresse", em Saint - Magne - de - Castillon, departamento de Gironde.
Degustamos o vinho da safra de 1998, um corte de uvas Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon e Merlot, cultivadas num "terroir" argilo-calcáreo - saibroso. Este vinho conquistou a Medalha de Bronze no Concurso Regional de Vinhos de Aquitaine, em 1999, possui um teor alcoólico de 12,5% e é indicado como um "Grande Vinho de Bordeaux".
Segundo a curva de maturidade deste vinho, fornecida pelo produtor, ele só deve ser bebido a partir de 18 meses do engarrafamento e atinge o apogeu por volta dos três a quatro anos de garrafa, melhor época para ser consumido. Mas, ainda segundo essa curva, a queda de qualidade para a garrafa que abrimos, com cinco anos, aparenta ainda ser muito pequena, desprezível.
Em nossa avaliação, a par de uma bela apresentação e de aromas frutados persistentes, sentimos os taninos ainda muito acentuados, como que pedindo mais envelhecimento; o corpo não era muito forte e a presença na boca não levava à sensação de plenitude que gostaríamos de perceber. Mas é um vinho bom, um vinho premiado de Bordeaux, que pode ser bebido com satisfação e acompanha bem, por exemplo, queijos fortes, como parmesão.
Para que se tenha uma idéia de preços, calculamos os valores unitários cobrados, localmente, para a venda em caixas com 12 e 36 garrafas: 9,15 euros (cerca de R$36,00) e 8,54 euros (cerca de R$34,00), respectivamente. Em termos de Brasil, deve estar custando de R$80,00 a R$100,00 a garrafa.
fevereiro 19, 2003
A ABERTURA DA GARRAFA
Parece algo muito óbvio: é só tirar a rolha! Mas, como tudo que é óbvio e simples, também tem suas regrinhas, e o descumprimento delas pode tornar a coisa complicada. Por isto, um pouco de atenção para o que recomendam os "experts".
Antes de se abrir uma garrafa de vinho deve-se retirar a porção da cápsula em contato com a abertura da garrafa e limpar o gargalo com um pano, pois, na maioria dos vinhos de boa qualidade, a cápsula é feita de chumbo, que é tóxico. A cápsula deve ser cortada abaixo do ressalto maior do gargalo, próximo à abertura da garrafa. Isto pode ser feito com uma faca.
Pode-se também fazer a remoção da cápsula utilizando o corta-cápsulas ("foil-cutter"), que é um acessório com a forma de um "U" cuja abertura abraça o gargalo. Pressionado no gargalo e girado, ele corta a cápsula através de disquinhos de aço existentes na sua base, mas em geral corta mais rente à borda do gargalo.
Após a remoção da cápsula, deve-se limpar vigorosamente o gargalo, com um guardanapo de pano ou de papel, principalmente se a cápsula removida for de chumbo que, como já foi dito, é um material tóxico ao organismo.
A seguir, é fundamental a escolha de um saca-rolhas que exija pouco esforço do usuário e seja eficiente na sua função essencial, que é tirar a rolha, sem danificá-la. A abertura da garrafa de vinho é uma operação óbvia e simples, mas pode se transformar em verdadeira tortura se não se dispõe de um saca-rolhas adequado.
A maioria dos saca-rolhas, entretanto, usa até hoje o velho sistema da haste helicoidal, que penetra na rolha e, para o bom funcionamento do saca-rolhas, a haste é o ítem fudamental. Em um bom saca-rolhas a haste deve obedecer a dois pontos essenciais:
a) Ter um passo amplo, isto é, as voltas da espiral devem ser largas, lembrando o rabo do porco, e não curtas como as voltas de um parafuso. Quando o passo é curto a haste não abraça firmemente a cortiça e, ao ser puxada, esfarela a rolha e não a retira.
b) Ser revestida de teflon, material que permite um perfeito deslizamento da helicoidal no interior da cortiça.
Parece algo muito óbvio: é só tirar a rolha! Mas, como tudo que é óbvio e simples, também tem suas regrinhas, e o descumprimento delas pode tornar a coisa complicada. Por isto, um pouco de atenção para o que recomendam os "experts".
Antes de se abrir uma garrafa de vinho deve-se retirar a porção da cápsula em contato com a abertura da garrafa e limpar o gargalo com um pano, pois, na maioria dos vinhos de boa qualidade, a cápsula é feita de chumbo, que é tóxico. A cápsula deve ser cortada abaixo do ressalto maior do gargalo, próximo à abertura da garrafa. Isto pode ser feito com uma faca.
Pode-se também fazer a remoção da cápsula utilizando o corta-cápsulas ("foil-cutter"), que é um acessório com a forma de um "U" cuja abertura abraça o gargalo. Pressionado no gargalo e girado, ele corta a cápsula através de disquinhos de aço existentes na sua base, mas em geral corta mais rente à borda do gargalo.
Após a remoção da cápsula, deve-se limpar vigorosamente o gargalo, com um guardanapo de pano ou de papel, principalmente se a cápsula removida for de chumbo que, como já foi dito, é um material tóxico ao organismo.
A seguir, é fundamental a escolha de um saca-rolhas que exija pouco esforço do usuário e seja eficiente na sua função essencial, que é tirar a rolha, sem danificá-la. A abertura da garrafa de vinho é uma operação óbvia e simples, mas pode se transformar em verdadeira tortura se não se dispõe de um saca-rolhas adequado.
A maioria dos saca-rolhas, entretanto, usa até hoje o velho sistema da haste helicoidal, que penetra na rolha e, para o bom funcionamento do saca-rolhas, a haste é o ítem fudamental. Em um bom saca-rolhas a haste deve obedecer a dois pontos essenciais:
a) Ter um passo amplo, isto é, as voltas da espiral devem ser largas, lembrando o rabo do porco, e não curtas como as voltas de um parafuso. Quando o passo é curto a haste não abraça firmemente a cortiça e, ao ser puxada, esfarela a rolha e não a retira.
b) Ser revestida de teflon, material que permite um perfeito deslizamento da helicoidal no interior da cortiça.
O VINHO NA ANTIGUIDADE
A título de curiosidade, fica a pergunta: O vinho produzido na Antiguidade continha álcool? Em qual teor? A resposta pode ser encontrada no Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento (Harris, Archer e Waltke, 1998):
"O vinho era a mais embriagante bebida conhecida nos tempos antigos. Todo vinho era um vinho leve, isto é, não recebia acréscimo de álcool extra. O álcool concentrado só se tornou conhecido na Idade Média, quando os árabes inventaram a destilação ("álcool" é uma palavra de origem árabe), de modo que nos tempos bíblicos não se conheciam bebidas destiladas ou fortes (ou seja, uísque, rum, aguardente, etc.) nem os vinhos de alto teor alcoólico, como os de vinte graus. Fazia-se cerveja de diversas maneiras, mas o seu teor alcoólico era baixo. A força dos vinhos naturais é limitada por dois fatores. A percentagem de álcool será metade da de açúcar no mosto. E, caso o teor alcoólico ultrapasse bastante os dez ou onze por cento, as células de levedura morrem e interrompe-se a fermentação. Os vinhos antigos provavelmente ficavam entre sete e dez por cento."
Hoje em dia, o teor alcoólico dos vinhos usualmente varia entre os 9% e 13%. Mas vinhos fortificados, como o do Porto, chegam a ter 19%.
A título de curiosidade, fica a pergunta: O vinho produzido na Antiguidade continha álcool? Em qual teor? A resposta pode ser encontrada no Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento (Harris, Archer e Waltke, 1998):
"O vinho era a mais embriagante bebida conhecida nos tempos antigos. Todo vinho era um vinho leve, isto é, não recebia acréscimo de álcool extra. O álcool concentrado só se tornou conhecido na Idade Média, quando os árabes inventaram a destilação ("álcool" é uma palavra de origem árabe), de modo que nos tempos bíblicos não se conheciam bebidas destiladas ou fortes (ou seja, uísque, rum, aguardente, etc.) nem os vinhos de alto teor alcoólico, como os de vinte graus. Fazia-se cerveja de diversas maneiras, mas o seu teor alcoólico era baixo. A força dos vinhos naturais é limitada por dois fatores. A percentagem de álcool será metade da de açúcar no mosto. E, caso o teor alcoólico ultrapasse bastante os dez ou onze por cento, as células de levedura morrem e interrompe-se a fermentação. Os vinhos antigos provavelmente ficavam entre sete e dez por cento."
Hoje em dia, o teor alcoólico dos vinhos usualmente varia entre os 9% e 13%. Mas vinhos fortificados, como o do Porto, chegam a ter 19%.
VIVAVINHO 2003
Entre 6 e 8 de maio, estará acontecendo em São Paulo mais uma edição do já conhecido evento sobre vinhos. Organizado pela EXPONOR BRASIL, em parceria com a MARKET PRESS, contará com a participação de grandes produtores nacionais e internacionais, bem como de importadores e distribuidores.
Nos salões do ITM Expo, duas grandes áreas estarão abertas, em horários diferenciados: o primeiro, das 14 às 19 horas, somente para profissionais; e o segundo, das 19 às 22 horas, com acesso também ao público.
Na área dedicada a Vinhos e Bebidas Alcoólicas, além de aguardentes, brandys, espirituosos e destilados, estarão representados produtores de vinhos espumantes, licorosos, de mesa, fortificados e os denominados de "qualidade produzidos em região demarcada" (VQPRD).
Na área de Máquinas e Equipamentos para Viticultura e Enologia, estarão fabricantes de uma gama variada de produtos, como os destinados à plantação e manutenção da vinha, ao processamento da uva, ao engarrafamento, ao armazenamento e transporte, a equipamentos auxiliares, entre outros.
Esperamos que este evento traga resultados estimulantes para a indústria nacional, com uma conseqüente e contínua melhoria da qualidade e da produtividade, beneficiando, na ponta do processo, aquele que justifica todo esse esforço: o consumidor; e que também proporcione ao apreciador de vinho uma oportunudade para incrementar seus conhecimentos, tomar algumas taças e tornar-se cada vez mais um amante da bebida.
Entre 6 e 8 de maio, estará acontecendo em São Paulo mais uma edição do já conhecido evento sobre vinhos. Organizado pela EXPONOR BRASIL, em parceria com a MARKET PRESS, contará com a participação de grandes produtores nacionais e internacionais, bem como de importadores e distribuidores.
Nos salões do ITM Expo, duas grandes áreas estarão abertas, em horários diferenciados: o primeiro, das 14 às 19 horas, somente para profissionais; e o segundo, das 19 às 22 horas, com acesso também ao público.
Na área dedicada a Vinhos e Bebidas Alcoólicas, além de aguardentes, brandys, espirituosos e destilados, estarão representados produtores de vinhos espumantes, licorosos, de mesa, fortificados e os denominados de "qualidade produzidos em região demarcada" (VQPRD).
Na área de Máquinas e Equipamentos para Viticultura e Enologia, estarão fabricantes de uma gama variada de produtos, como os destinados à plantação e manutenção da vinha, ao processamento da uva, ao engarrafamento, ao armazenamento e transporte, a equipamentos auxiliares, entre outros.
Esperamos que este evento traga resultados estimulantes para a indústria nacional, com uma conseqüente e contínua melhoria da qualidade e da produtividade, beneficiando, na ponta do processo, aquele que justifica todo esse esforço: o consumidor; e que também proporcione ao apreciador de vinho uma oportunudade para incrementar seus conhecimentos, tomar algumas taças e tornar-se cada vez mais um amante da bebida.
fevereiro 16, 2003
DOMAINE DE LA RENJARDE: A PROVA
Finalmente, ontem à noite, surgiu a oportunidade para degustar o Côtes du Rhône Villages elaborado pelo Domaine de la Renjarde, a que nos referimos dias atrás. Propositadamente, deixamos de lado os comentários do produtor, para não interferir em nossa avaliação.
Tão logo no copo, observamos sua bela cor escura, a boa aderência e a indicação de um bom corpo, sem exagero. Um aroma suave e delicioso de frutas silvestres, notadamente cerejas, desprendeu-se diante do nariz, após alguns movimentos. E começamos a gostar do que até então se nos era apresentado.
Mas foi ao prová-lo que, definitivamente, nos sentimos envolvidos por completo pelo prazer. Além de confirmar tudo o que já havíamos observado, sua presença na boca se mostrou bastante plena, com um toque aveludado muito agradável. Desceu "redondo", de fato.
A degustação foi tão boa que não resistimos à vontade de abrir uma segunda garrafa, para confirmar exatamente tudo que sentimos e concordar plenamente com o produtor quanto ao equilíbrio deste vinho.
E cabe aqui um agradecimento ao nosso anfitrião, o Senhor de Morro Grande, que, como em tantas outras vezes, nos abriu as portas de sua adega para mais uma valiosa degustação, compartilhando as mesmas sensações. Valeu, amigo!.
Com essa prova, ficou caracterizado o que dissemos anteriormente sobre a busca de uma boa relação qualidade/preço, que este vinho esbanja. Uma grande opção!
Finalmente, ontem à noite, surgiu a oportunidade para degustar o Côtes du Rhône Villages elaborado pelo Domaine de la Renjarde, a que nos referimos dias atrás. Propositadamente, deixamos de lado os comentários do produtor, para não interferir em nossa avaliação.
Tão logo no copo, observamos sua bela cor escura, a boa aderência e a indicação de um bom corpo, sem exagero. Um aroma suave e delicioso de frutas silvestres, notadamente cerejas, desprendeu-se diante do nariz, após alguns movimentos. E começamos a gostar do que até então se nos era apresentado.
Mas foi ao prová-lo que, definitivamente, nos sentimos envolvidos por completo pelo prazer. Além de confirmar tudo o que já havíamos observado, sua presença na boca se mostrou bastante plena, com um toque aveludado muito agradável. Desceu "redondo", de fato.
A degustação foi tão boa que não resistimos à vontade de abrir uma segunda garrafa, para confirmar exatamente tudo que sentimos e concordar plenamente com o produtor quanto ao equilíbrio deste vinho.
E cabe aqui um agradecimento ao nosso anfitrião, o Senhor de Morro Grande, que, como em tantas outras vezes, nos abriu as portas de sua adega para mais uma valiosa degustação, compartilhando as mesmas sensações. Valeu, amigo!.
Com essa prova, ficou caracterizado o que dissemos anteriormente sobre a busca de uma boa relação qualidade/preço, que este vinho esbanja. Uma grande opção!
O QUE VAI PELA SERRA GAÚCHA
Assim como é instrutivo ter noções sobre o que acontece no universo do vinho em países mais adiantados, consideramos igualmente importante destacar o que vem ocorrendo no Vale dos Vinhedos, maior região produtora de nosso país. Mesmo sabendo que a comparação com outras partes do mundo resulta desigual. Mas valorizando o que é nosso.
Cerca de 60 mil turistas passam anualmente pelo Vale, onde ficam conhecendo a linha de produção e o processo de maturação dos vinhos e espumantes em caves subterrâneas. E, em cada visita, participam de um ritual de degustação. Algumas cantinas oferecem, sob encomenda, jantares entre barris de carvalho. Preocupados em oferecer novidades, os proprietários estão sempre inovando. A Miolo, por exemplo, promete inaugurar em 2004 o primeiro Spa do Vinho do Brasil, onde oferecerá banhos terapêuticos e uma linha de produtos à base de uvas, como o esfoliante feito com sementes.
O mérito do Vale dos Vinhedos é indiscutível, principalmente no que diz respeito aos espumantes. Os resultados dos concursos refletem o cuidado dos produtores aliado às características locais. “As condições climáticas da Serra Gaúcha são parecidas com as de Champagne. As uvas são ácidas e não amadurecem direito. Essas características são péssimas para o vinho e excelentes para o espumante”, compara o crítico Saul Galvão. “O Brasil não deveria fazer outro tipo de vinho. O espumante do Sul é para se desfrutar sem cantar o hino, sem ser nacionalista”, diz. As poucas vinícolas que resistiam a produzir espumantes tiveram de retificar. “A Miolo entrou no setor há três anos e, já em abril (2002), foi à Itália buscar a grande medalha de ouro do concurso Vinitaly”, conta Antonio Miolo, um dos diretores da casa. O vencedor foi o Terranova Moscatel, um tipo de Asti feito com uvas do Vale do Rio São Francisco que se sagrou campeão na casa dos adversários. Sua façanha só é comparável à do Marcus James Chardonnay Brut da Aurora, medalha de ouro no Vinalies Internationales 2001, realizado no país do champanhe.
Tudo isso fez crescer a credibilidade dos espumantes nacionais e contribuiu para sua popularização. “O espumante sempre foi associado ao “reveillon”. Agora começa a ser degustado no dia-a-dia”, festeja o presidente da Sociedade Brasileira dos Amantes do Vinho (Sbav), Aguinaldo Záckia Albert.
Com tanta boa notícia, novas denominações geográficas devem surgir na Serra Gaúcha, seguindo o caminho aberto pelo Vale dos Vinhedos. “Muitos consumidores podem entender errado e achar que só no Vale são produzidos vinhos de qualidade. Mas há muitas regiões com potencial para receber um certificado”, defende Ayrton Luiz Giovannini, da vinícola Don Giovanni. Seu Espumante Brut está entre os melhores do mundo e compete de igual para igual com qualquer vinho do Vale. Localizada em Pinto Bandeira, a 14 quilômetros dali, sua vinícola namora o selo de indicação geográfica “Vinhos de Montanha”, adotado pelas vinícolas do município, enquanto outros produtores do Estado começam a batalhar selos como Vale Aurora, Vale das Antas e Vinhos da Campanha. A Salton, por exemplo, inaugura em 2003 a maior indústria de vinhos do País no Vale das Antas e promete batalhar por um DOC. Até a microrregião de Mato Perso, onde fica a vinícola Giacomin, pode disputar uma denominação. Mas, no mercado de espumantes, ser desenvolvido no Brasil já é um belo cartão de visita.
Assim como é instrutivo ter noções sobre o que acontece no universo do vinho em países mais adiantados, consideramos igualmente importante destacar o que vem ocorrendo no Vale dos Vinhedos, maior região produtora de nosso país. Mesmo sabendo que a comparação com outras partes do mundo resulta desigual. Mas valorizando o que é nosso.
Cerca de 60 mil turistas passam anualmente pelo Vale, onde ficam conhecendo a linha de produção e o processo de maturação dos vinhos e espumantes em caves subterrâneas. E, em cada visita, participam de um ritual de degustação. Algumas cantinas oferecem, sob encomenda, jantares entre barris de carvalho. Preocupados em oferecer novidades, os proprietários estão sempre inovando. A Miolo, por exemplo, promete inaugurar em 2004 o primeiro Spa do Vinho do Brasil, onde oferecerá banhos terapêuticos e uma linha de produtos à base de uvas, como o esfoliante feito com sementes.
O mérito do Vale dos Vinhedos é indiscutível, principalmente no que diz respeito aos espumantes. Os resultados dos concursos refletem o cuidado dos produtores aliado às características locais. “As condições climáticas da Serra Gaúcha são parecidas com as de Champagne. As uvas são ácidas e não amadurecem direito. Essas características são péssimas para o vinho e excelentes para o espumante”, compara o crítico Saul Galvão. “O Brasil não deveria fazer outro tipo de vinho. O espumante do Sul é para se desfrutar sem cantar o hino, sem ser nacionalista”, diz. As poucas vinícolas que resistiam a produzir espumantes tiveram de retificar. “A Miolo entrou no setor há três anos e, já em abril (2002), foi à Itália buscar a grande medalha de ouro do concurso Vinitaly”, conta Antonio Miolo, um dos diretores da casa. O vencedor foi o Terranova Moscatel, um tipo de Asti feito com uvas do Vale do Rio São Francisco que se sagrou campeão na casa dos adversários. Sua façanha só é comparável à do Marcus James Chardonnay Brut da Aurora, medalha de ouro no Vinalies Internationales 2001, realizado no país do champanhe.
Tudo isso fez crescer a credibilidade dos espumantes nacionais e contribuiu para sua popularização. “O espumante sempre foi associado ao “reveillon”. Agora começa a ser degustado no dia-a-dia”, festeja o presidente da Sociedade Brasileira dos Amantes do Vinho (Sbav), Aguinaldo Záckia Albert.
Com tanta boa notícia, novas denominações geográficas devem surgir na Serra Gaúcha, seguindo o caminho aberto pelo Vale dos Vinhedos. “Muitos consumidores podem entender errado e achar que só no Vale são produzidos vinhos de qualidade. Mas há muitas regiões com potencial para receber um certificado”, defende Ayrton Luiz Giovannini, da vinícola Don Giovanni. Seu Espumante Brut está entre os melhores do mundo e compete de igual para igual com qualquer vinho do Vale. Localizada em Pinto Bandeira, a 14 quilômetros dali, sua vinícola namora o selo de indicação geográfica “Vinhos de Montanha”, adotado pelas vinícolas do município, enquanto outros produtores do Estado começam a batalhar selos como Vale Aurora, Vale das Antas e Vinhos da Campanha. A Salton, por exemplo, inaugura em 2003 a maior indústria de vinhos do País no Vale das Antas e promete batalhar por um DOC. Até a microrregião de Mato Perso, onde fica a vinícola Giacomin, pode disputar uma denominação. Mas, no mercado de espumantes, ser desenvolvido no Brasil já é um belo cartão de visita.
fevereiro 15, 2003
VINHOS NOTÁVEIS - O BRUNELLO DI MONTALCINO
Desde o final do século XIX, a cidade de Montalcino produz um dos vinhos tintos mais famosos e caros do mundo. Elaborado com uma única variedade de uva, Brunello, uma variante da Sangiovese da região do Chianti, ele difere de qualquer outro já produzido em Montalcino durante os mais de mil anos de cultivo da vinha nesse distrito próximo de Siena. O Brunello "moderno" apareceu em 1880 quando Clemente Santi começou a fazer experiências para isolar a uva Brunello e encorajar seu cultivo. Os vinhos Santi feitos com esse novo clone foram aclamados em exibições em Londres e Paris no ano de 1850, mas foi somente em 1880 que seu neto Ferruccio Biondi, ao assumir o vinhedo da família, criou o primeiro Brunello no estilo que é mantido até hoje. Seu filho Tancredi, um experiente agrônomo e reputado enólogo, refinou ainda mais o vinho e o lançou no mercado com grande sucesso. O vinho só pode ser vendido após o quarto ano e com mínimo de 12,5% de álcool; com cinco ou mais anos de envelhecimento pode ser denominado Riserva. A sucessão familiar chega aos dias de hoje com Franco Biondi-Santi, filho de Tancredi, que expandiu a propriedade nomeando-a "IL Greppo" e o primeiro a promover degustações verticais para mostrar a grande longevidade dos Brunellos. Numa realizada em 1994 foram degustados quinze Riservas, sendo que o primeiro lugar com nota máxima de 100/100 coube ao da safra de 1891! Nada mal para um vinho de 103 anos.
A superfície total dos vinhedos destinados ao Brunello é de 19ha, para uma produção anual de 70 mil garrafas exportadas para todo o mundo. A empresa também possui em "Greppo" uma enoteca onde Franco Biondi-Santi mantém adegados uma boa quantidade de Riservas, inclusive algumas garrafas da histórica safra de 1888, ainda bebível. O Brunello foi um dos primeiros vinhos italianos a ter uma denominação oficial, e em 1980 foi o primeiro a ser elevado à categoria de DOCG - denominazione di origine controllata e garantitta - uma distinção destinada somente aos melhores vinhos da Itália atestando e garantindo sua qualidade. O Brunello típico de Biondi-Santi de boa safra tem uma cor rica e escura e taninos suficientes para assegurar sua evolução na garrafa por décadas. O Riserva de 1990, do qual foram produzidas somente 580 caixas, foi descrito como um "riserva rico e potente, muita fruta, caráter mineral e final longo e sedoso. Um dos melhores Brunellos Biondi-Santi dos últimos tempos, um vinho maravilhoso e harmônico, pronto para beber ou guardar." O preço de lançamento desse vinho na origem, em 1996, foi de US$230.00.
Desde o final do século XIX, a cidade de Montalcino produz um dos vinhos tintos mais famosos e caros do mundo. Elaborado com uma única variedade de uva, Brunello, uma variante da Sangiovese da região do Chianti, ele difere de qualquer outro já produzido em Montalcino durante os mais de mil anos de cultivo da vinha nesse distrito próximo de Siena. O Brunello "moderno" apareceu em 1880 quando Clemente Santi começou a fazer experiências para isolar a uva Brunello e encorajar seu cultivo. Os vinhos Santi feitos com esse novo clone foram aclamados em exibições em Londres e Paris no ano de 1850, mas foi somente em 1880 que seu neto Ferruccio Biondi, ao assumir o vinhedo da família, criou o primeiro Brunello no estilo que é mantido até hoje. Seu filho Tancredi, um experiente agrônomo e reputado enólogo, refinou ainda mais o vinho e o lançou no mercado com grande sucesso. O vinho só pode ser vendido após o quarto ano e com mínimo de 12,5% de álcool; com cinco ou mais anos de envelhecimento pode ser denominado Riserva. A sucessão familiar chega aos dias de hoje com Franco Biondi-Santi, filho de Tancredi, que expandiu a propriedade nomeando-a "IL Greppo" e o primeiro a promover degustações verticais para mostrar a grande longevidade dos Brunellos. Numa realizada em 1994 foram degustados quinze Riservas, sendo que o primeiro lugar com nota máxima de 100/100 coube ao da safra de 1891! Nada mal para um vinho de 103 anos.
A superfície total dos vinhedos destinados ao Brunello é de 19ha, para uma produção anual de 70 mil garrafas exportadas para todo o mundo. A empresa também possui em "Greppo" uma enoteca onde Franco Biondi-Santi mantém adegados uma boa quantidade de Riservas, inclusive algumas garrafas da histórica safra de 1888, ainda bebível. O Brunello foi um dos primeiros vinhos italianos a ter uma denominação oficial, e em 1980 foi o primeiro a ser elevado à categoria de DOCG - denominazione di origine controllata e garantitta - uma distinção destinada somente aos melhores vinhos da Itália atestando e garantindo sua qualidade. O Brunello típico de Biondi-Santi de boa safra tem uma cor rica e escura e taninos suficientes para assegurar sua evolução na garrafa por décadas. O Riserva de 1990, do qual foram produzidas somente 580 caixas, foi descrito como um "riserva rico e potente, muita fruta, caráter mineral e final longo e sedoso. Um dos melhores Brunellos Biondi-Santi dos últimos tempos, um vinho maravilhoso e harmônico, pronto para beber ou guardar." O preço de lançamento desse vinho na origem, em 1996, foi de US$230.00.
A TOSCANA E SEUS VINHOS
Grande e importante região da Itália, situada ao norte de Roma, a Toscana produz uma grande variedade de vinhos, principalmente tintos, sendo que um terço de sua produção tem classificações DOC e DOCG.
A terra, perto da costa, é plana, mas a maioria da região é acidentada. As colinas são essenciais, porque temperam o calor e fazem uma brisa refrescante, garantindo um clima ideal para a viticultura. As melhores vinhas estão situadas em encostas e colinas, muito inclinadas, alternadas com olivais e arvoredos.
As castas mais cultivadas são Sangiovese, Canaiolo, Brunello, Cabernet Sauvignon (tintas) e Trebbiano di Toscana, Malvasia e Chardonnay (brancas).
A Toscana é considerada a terra do Chianti, e este é, provavelmente, um dos vinhos mais conhecidos do mundo. Elaborado, principalmente, com uvas tintas Sangiovese, desde 1816 é produzido numa zona oficialmente delimitada; mas foi somente a partir da safra de 1984 que se tornou um vinho de classificação DOCG.
Esta região produz, também, outros grandes e conceituados vinhos, como o Brunello di Montalcino, o Vino Nobile di Montepulciano e o Carmignano, todos de classificação DOCG.
Há, ainda, outros vinhos de boa categoria, como os tintos Tignanello e Sassicaia, e o branco Vinsanto.
Grande e importante região da Itália, situada ao norte de Roma, a Toscana produz uma grande variedade de vinhos, principalmente tintos, sendo que um terço de sua produção tem classificações DOC e DOCG.
A terra, perto da costa, é plana, mas a maioria da região é acidentada. As colinas são essenciais, porque temperam o calor e fazem uma brisa refrescante, garantindo um clima ideal para a viticultura. As melhores vinhas estão situadas em encostas e colinas, muito inclinadas, alternadas com olivais e arvoredos.
As castas mais cultivadas são Sangiovese, Canaiolo, Brunello, Cabernet Sauvignon (tintas) e Trebbiano di Toscana, Malvasia e Chardonnay (brancas).
A Toscana é considerada a terra do Chianti, e este é, provavelmente, um dos vinhos mais conhecidos do mundo. Elaborado, principalmente, com uvas tintas Sangiovese, desde 1816 é produzido numa zona oficialmente delimitada; mas foi somente a partir da safra de 1984 que se tornou um vinho de classificação DOCG.
Esta região produz, também, outros grandes e conceituados vinhos, como o Brunello di Montalcino, o Vino Nobile di Montepulciano e o Carmignano, todos de classificação DOCG.
Há, ainda, outros vinhos de boa categoria, como os tintos Tignanello e Sassicaia, e o branco Vinsanto.
fevereiro 12, 2003
VINHOS NOTÁVEIS - O BARCA VELHA
Barca Velha é o vinho tinto mais caro e prestigiado de Portugal. Elaborado originalmente pela Casa Ferreira, desde 1952, apenas com uvas das melhores safras, e envelhecido por 18 meses em barris de carvalho.
A Casa Ferreira foi fundada em 1751, mas só alcançou fama no século XIX, quando Dona Antonia Ferreira, esposa do neto do fundador, assumiu o comando da empresa, após o falecimento do marido. Em 1987, a empresa foi vendida à Sogrape, a maior produtora de vinhos portuguesa, mas membros da família ainda possuíam muitos parreirais na região do Douro. Também elabora um outro vinho de mesa mais leve e barato, chamado Esteva, com aromas de ameixa e cereja. Entre os seus mais conhecidos vinhos fortificados encontram-se os Porto Tawny, que incluem o Dona Antonia Reserva Pessoal (envelhecido oito anos), o Quinta do Porto (envelhecido 10 anos) e o Duque de Bragança (envelhecido 20 anos).
O Barca Velha 1991 possui teor alcoólico de 12% e é elaborado com uvas Tinta Roriz (predominante), Touriga Nacional, Touriga Francesa, Tinta Barroca e Tinta Amarela. Essas uvas provêm das Quintas do Vale Meão e da Leda, e das zonas altas da região do Douro; são colhidas à mão, para não ferir os cachos, é posteriormente suavemente esmagadas. E, a partir da vindima de 2000, as uvas passaram a ser pisadas por um sistema automático, que imita em tudo o esforço humano de pisar a uva. As vantagens são evidentes, pois as uvas podem ser pisadas a qualquer hora do dia ou da noite e durante o tempo que for desejável.
De grande arquitetura, apresenta taninos muito delicados, um corpo cheio, rico em aromas. O final é longo e aveludado.Afinamento em meias pipas de carvalho novo, entre um ano e ano e meio. Engarrafado, permanece em cave durante vários anos. O produto tem uma vida de 25 a 30 anos. E só atinge a maioridade aos 18 anos.
Barca Velha é o vinho tinto mais caro e prestigiado de Portugal. Elaborado originalmente pela Casa Ferreira, desde 1952, apenas com uvas das melhores safras, e envelhecido por 18 meses em barris de carvalho.
A Casa Ferreira foi fundada em 1751, mas só alcançou fama no século XIX, quando Dona Antonia Ferreira, esposa do neto do fundador, assumiu o comando da empresa, após o falecimento do marido. Em 1987, a empresa foi vendida à Sogrape, a maior produtora de vinhos portuguesa, mas membros da família ainda possuíam muitos parreirais na região do Douro. Também elabora um outro vinho de mesa mais leve e barato, chamado Esteva, com aromas de ameixa e cereja. Entre os seus mais conhecidos vinhos fortificados encontram-se os Porto Tawny, que incluem o Dona Antonia Reserva Pessoal (envelhecido oito anos), o Quinta do Porto (envelhecido 10 anos) e o Duque de Bragança (envelhecido 20 anos).
O Barca Velha 1991 possui teor alcoólico de 12% e é elaborado com uvas Tinta Roriz (predominante), Touriga Nacional, Touriga Francesa, Tinta Barroca e Tinta Amarela. Essas uvas provêm das Quintas do Vale Meão e da Leda, e das zonas altas da região do Douro; são colhidas à mão, para não ferir os cachos, é posteriormente suavemente esmagadas. E, a partir da vindima de 2000, as uvas passaram a ser pisadas por um sistema automático, que imita em tudo o esforço humano de pisar a uva. As vantagens são evidentes, pois as uvas podem ser pisadas a qualquer hora do dia ou da noite e durante o tempo que for desejável.
De grande arquitetura, apresenta taninos muito delicados, um corpo cheio, rico em aromas. O final é longo e aveludado.Afinamento em meias pipas de carvalho novo, entre um ano e ano e meio. Engarrafado, permanece em cave durante vários anos. O produto tem uma vida de 25 a 30 anos. E só atinge a maioridade aos 18 anos.
fevereiro 11, 2003
VILA MOR - TINTO DE MESA
A cidade de Rio Maior, na região do Ribatejo, centro de Portugal, situa-se a apenas 80 km ao Norte de Lisboa, 30 km a Leste de Santarém (terra de Pedro Álvares Cabral) e 30 km a Oeste de Óbidos.
Elevada à categoria de vila em 1836, Rio Maior já existia no século XVI. Foi um importante centro mineiro. A região é rica do ponto de vista agrícola e na área subsistem grandes manchas de pinheiro e eucaliptos. Do passado, guarda vestígios da passagem dos romanos, como mosaicos, restos de muralhas e de uma fundição de metais, etc. Decerto que os árabes se fixaram igualmente na região, a eles se atribuindo a exploração do salgema.
A cidade já possuía a atual denominação em 1177, época do mais antigo documento que se refere a Rio Maior e de que se tem notícia. Documentação sobrevivente dá-nos conta de acontecimentos ali ocorridos pelo menos a partir do século XII. D. João II e o Marquês de Pombal interessaram-se pelo desenvolvimento da povoação, que dotaram de edifícios e de uma feira anual que ainda perdura, com o nome de Feira das Cebolas.
A Caves Dom Teodósio é especializada na produção, engarrafamento e comercialização de uma vasta gama de vinhos, espumantes e outras bebidas. Possui uma importante área de vinha em produção (cerca de 140 ha), distribuída por várias Propriedades e Quintas, onde produz e vinifica alguns dos seus vinhos mais apreciados. Exporta hoje para mais de trinta países.
Entre os vinhos de mesa que elabora, o Vila Mor é um tinto seco, macio, com bom equilíbrio e bons taninos que proporcionam um final agradável. De aspecto límpido, cor rubi, aroma jovem de frutas vermelhas maduras. Graduação alcoólica de 11% vol. Safra e castas não indicadas. Acompanha bem pratos de carnes vermelhas e queijos.
Ao degustar,o Vila Mor mostrou-se de fato agradável, equilibrado, mas de pouco corpo, não proporcionando aquela plenitude na boca. Diríamos que oferece uma razoável relação preço/qualidade, obviamente superior à maioria dos vinhos de mesa nacionais.
A cidade de Rio Maior, na região do Ribatejo, centro de Portugal, situa-se a apenas 80 km ao Norte de Lisboa, 30 km a Leste de Santarém (terra de Pedro Álvares Cabral) e 30 km a Oeste de Óbidos.
Elevada à categoria de vila em 1836, Rio Maior já existia no século XVI. Foi um importante centro mineiro. A região é rica do ponto de vista agrícola e na área subsistem grandes manchas de pinheiro e eucaliptos. Do passado, guarda vestígios da passagem dos romanos, como mosaicos, restos de muralhas e de uma fundição de metais, etc. Decerto que os árabes se fixaram igualmente na região, a eles se atribuindo a exploração do salgema.
A cidade já possuía a atual denominação em 1177, época do mais antigo documento que se refere a Rio Maior e de que se tem notícia. Documentação sobrevivente dá-nos conta de acontecimentos ali ocorridos pelo menos a partir do século XII. D. João II e o Marquês de Pombal interessaram-se pelo desenvolvimento da povoação, que dotaram de edifícios e de uma feira anual que ainda perdura, com o nome de Feira das Cebolas.
A Caves Dom Teodósio é especializada na produção, engarrafamento e comercialização de uma vasta gama de vinhos, espumantes e outras bebidas. Possui uma importante área de vinha em produção (cerca de 140 ha), distribuída por várias Propriedades e Quintas, onde produz e vinifica alguns dos seus vinhos mais apreciados. Exporta hoje para mais de trinta países.
Entre os vinhos de mesa que elabora, o Vila Mor é um tinto seco, macio, com bom equilíbrio e bons taninos que proporcionam um final agradável. De aspecto límpido, cor rubi, aroma jovem de frutas vermelhas maduras. Graduação alcoólica de 11% vol. Safra e castas não indicadas. Acompanha bem pratos de carnes vermelhas e queijos.
Ao degustar,o Vila Mor mostrou-se de fato agradável, equilibrado, mas de pouco corpo, não proporcionando aquela plenitude na boca. Diríamos que oferece uma razoável relação preço/qualidade, obviamente superior à maioria dos vinhos de mesa nacionais.
fevereiro 10, 2003
LÁ COMO CÁ, ORA, POIS, POIS...
A Revista de Vinhos, editada em Lisboa, publicou, em agosto de 2002, um artigo sobre a importância da correta temperatura de serviço. Era uma matéria de ocasião, visto que, naquela época do ano, o verão imperava na Europa.
A preocupação do articulista - certamente, com experiência no assunto - era mostrar as conseqüências das altas temperaturas (e, também, das baixas) sobre as características dos vinhos, a ponto de modificá-las por completo e tornar a degustação um desprazer. Recomendava, ainda, as faixas de temperaturas adequadas, conforme os tipos de vinho.
Mas o que, de fato, nos causou surpresa foi a declaração do articulista, logo no início, ao se referir aos maus hábitos que devem ser evitados ("o branco fresco e o tinto à temperatura ambiente"): "Este é ainda o lugar comum do serviço de vinhos em Portugal". E cita, para justificar, casos ocorridos com ele próprio e pessoas conhecidas.
Surpreendeu-nos porque Portugal é um grande e antigo produtor de vinhos, de lá partindo para o mundo especialidades como o vinho do Porto, o Pêra-Manca, o Barca Velha, o Má Partilha, o Quinta da Bacalhoa, o Esporão e tantos outros. Imaginávamos que, numa cultura sedimentada ao longo de séculos e séculos, com a proximidade de seus vizinhos europeus, aquela crença não existisse. Mas quem o afirma tem por detrás o respaldo de uma publicação especializada, por conseguinte, merece crédito.
Então, ora, pois, pois...
A Revista de Vinhos, editada em Lisboa, publicou, em agosto de 2002, um artigo sobre a importância da correta temperatura de serviço. Era uma matéria de ocasião, visto que, naquela época do ano, o verão imperava na Europa.
A preocupação do articulista - certamente, com experiência no assunto - era mostrar as conseqüências das altas temperaturas (e, também, das baixas) sobre as características dos vinhos, a ponto de modificá-las por completo e tornar a degustação um desprazer. Recomendava, ainda, as faixas de temperaturas adequadas, conforme os tipos de vinho.
Mas o que, de fato, nos causou surpresa foi a declaração do articulista, logo no início, ao se referir aos maus hábitos que devem ser evitados ("o branco fresco e o tinto à temperatura ambiente"): "Este é ainda o lugar comum do serviço de vinhos em Portugal". E cita, para justificar, casos ocorridos com ele próprio e pessoas conhecidas.
Surpreendeu-nos porque Portugal é um grande e antigo produtor de vinhos, de lá partindo para o mundo especialidades como o vinho do Porto, o Pêra-Manca, o Barca Velha, o Má Partilha, o Quinta da Bacalhoa, o Esporão e tantos outros. Imaginávamos que, numa cultura sedimentada ao longo de séculos e séculos, com a proximidade de seus vizinhos europeus, aquela crença não existisse. Mas quem o afirma tem por detrás o respaldo de uma publicação especializada, por conseguinte, merece crédito.
Então, ora, pois, pois...
fevereiro 09, 2003
OS CARIOCAS E O VINHO
A Revista Domingo, do Jornal do Brasil, em sua edição de hoje, publica matéria assinada por Luciano Ribeiro, na qual são feitos comentários às preferências dos cariocas pelos vinhos.
O assunto gira em torno de Manoel Beato, sommelier do Restaurante Fasano, em São Paulo, desde a década de 80 e que passou uma curta temporada de pouco mais de três meses no Restaurante Gero, no Rio de Janeiuro. Mas as opiniões de Beato têm o peso e a importância de quem é considerado, por muitos, o melhor sommelier do Brasil, com uma vasta experiência e capaz de, numa prova cega de vinhos, realizar a façanha de identificar a uva, a safra, a região e, até mesmo, o nome do produtor!
Pois Beato, nessa temporada no Rio, observou que os cariocas bebem mais vinhos chilenos e portugueses que os paulistas, e julga isso bastante inteligente, pois se trata das duas melhores relações de preço/qualidade do mundo. Outra observação de Beato é sobre o consumo de espumantes nacionais: enquanto em São Paulo, diz ele, existe um certo pudor quanto a esses vinhos, no Rio eles são largamente bebidos.
Bem, não estamos aqui para levantar qualquer polêmica entre as duas cidades, apenas registramos as opiniões de um connaisseur.
A matéria é encerrada com uma frase de Beato que consideramos muito significativa:
- "A grande vantagem de se conhecer vinho é ter mais prazer. Só mostrar conhecimento é uma grande chatice".
Concordamos plenamente, e este é o espírito deste blog.
A Revista Domingo, do Jornal do Brasil, em sua edição de hoje, publica matéria assinada por Luciano Ribeiro, na qual são feitos comentários às preferências dos cariocas pelos vinhos.
O assunto gira em torno de Manoel Beato, sommelier do Restaurante Fasano, em São Paulo, desde a década de 80 e que passou uma curta temporada de pouco mais de três meses no Restaurante Gero, no Rio de Janeiuro. Mas as opiniões de Beato têm o peso e a importância de quem é considerado, por muitos, o melhor sommelier do Brasil, com uma vasta experiência e capaz de, numa prova cega de vinhos, realizar a façanha de identificar a uva, a safra, a região e, até mesmo, o nome do produtor!
Pois Beato, nessa temporada no Rio, observou que os cariocas bebem mais vinhos chilenos e portugueses que os paulistas, e julga isso bastante inteligente, pois se trata das duas melhores relações de preço/qualidade do mundo. Outra observação de Beato é sobre o consumo de espumantes nacionais: enquanto em São Paulo, diz ele, existe um certo pudor quanto a esses vinhos, no Rio eles são largamente bebidos.
Bem, não estamos aqui para levantar qualquer polêmica entre as duas cidades, apenas registramos as opiniões de um connaisseur.
A matéria é encerrada com uma frase de Beato que consideramos muito significativa:
- "A grande vantagem de se conhecer vinho é ter mais prazer. Só mostrar conhecimento é uma grande chatice".
Concordamos plenamente, e este é o espírito deste blog.
fevereiro 08, 2003
VINHO & GUERRA
A Segunda Guerra Mundial, que durou de 1939 a 1945, foi um enorme flagelo para a humanidade. Muito se escreveu sobre este conflito, que abalou a vida de muitos países, mesmo aqueles que dele não participaram diretamente. Mas somente há relativamente pouco tempo vem de ser publicado um livro onde se relaciona o vinho com a guerra. Intitula-se Vinho & Guerra e é da autoria do casal de jornalistas americanos Don e Petie Kladstrup
Contam que, já quase no final do conflito, quando as últimas unidades alemãs na França estavam se rendendo, soldados franceses descobriam em Adlershorst, o retiro na montanha da alta cúpula nazista, uma cave com meio milhão de garrafas dos mais excelentes vinhos jamais fabricados em Bordeaux, Borgonha, Champagne e outras regiões de seu país. A adega no meio da pedra foi o destino de anos de confisco da bebida-símbolo da França durante a ocupação nazista.
E muitas histórias são contadas no livro sobre a importância do vinho durante a guerra, onde foi utilizado como tática militar e fez vinicultores e negociantes formarem uma espécie de “resistência paralela” a fim de preservar seu orgulho e sua economia.
Em outras narrativas, fica-se sabendo como famílias construíam muros em poucas horas e os forravam com teias de aranha, para esconder suas melhores garrafas; ou como enganavam os alemães “bebedores de cerveja”, trocando rótulos e servindo-lhes safras de péssima qualidade, sem que eles notassem.
Pode-se imaginar o quanto foi penoso para os franceses resistir àquela humilhante dominação. Mas eles conseguiram. E ainda tiveram de volta muitos de seus bons vinhos.
A Segunda Guerra Mundial, que durou de 1939 a 1945, foi um enorme flagelo para a humanidade. Muito se escreveu sobre este conflito, que abalou a vida de muitos países, mesmo aqueles que dele não participaram diretamente. Mas somente há relativamente pouco tempo vem de ser publicado um livro onde se relaciona o vinho com a guerra. Intitula-se Vinho & Guerra e é da autoria do casal de jornalistas americanos Don e Petie Kladstrup
Contam que, já quase no final do conflito, quando as últimas unidades alemãs na França estavam se rendendo, soldados franceses descobriam em Adlershorst, o retiro na montanha da alta cúpula nazista, uma cave com meio milhão de garrafas dos mais excelentes vinhos jamais fabricados em Bordeaux, Borgonha, Champagne e outras regiões de seu país. A adega no meio da pedra foi o destino de anos de confisco da bebida-símbolo da França durante a ocupação nazista.
E muitas histórias são contadas no livro sobre a importância do vinho durante a guerra, onde foi utilizado como tática militar e fez vinicultores e negociantes formarem uma espécie de “resistência paralela” a fim de preservar seu orgulho e sua economia.
Em outras narrativas, fica-se sabendo como famílias construíam muros em poucas horas e os forravam com teias de aranha, para esconder suas melhores garrafas; ou como enganavam os alemães “bebedores de cerveja”, trocando rótulos e servindo-lhes safras de péssima qualidade, sem que eles notassem.
Pode-se imaginar o quanto foi penoso para os franceses resistir àquela humilhante dominação. Mas eles conseguiram. E ainda tiveram de volta muitos de seus bons vinhos.
DEFINIÇÃO
"Degustar nada mais é do que apresentar o vinho aos nossos sentidos e analisá-lo atentamente." (Emile Peynaud)
Estava certo o grande enólogo francês quando definiu tão curta e sabiamente a degustação de um vinho. Na verdade, é exatamente isto o que devemos fazer. Mas, como degustar é mais que um prazer, é uma arte, exige cuidados e perseverança. Beber um vinho é muito diferente de beber refrigerante, por exemplo. E o apreciador do vinho sabe disso e procura a cada dia esmerar-se em suas degustações. Não precisa, necessariamente, enfronhar-se pelos livros ou fazer cursos específicos, embora estes possam ajudar bastante. Mas deverá manter sempre um interesse natural pela bebida, um sentimento de respeito, de reverência, e a disposição de descobrir tudo aquilo que se esconde dentro do reduzido espaço de uma taça de vinho. Aí ele vai longe.
"Degustar nada mais é do que apresentar o vinho aos nossos sentidos e analisá-lo atentamente." (Emile Peynaud)
Estava certo o grande enólogo francês quando definiu tão curta e sabiamente a degustação de um vinho. Na verdade, é exatamente isto o que devemos fazer. Mas, como degustar é mais que um prazer, é uma arte, exige cuidados e perseverança. Beber um vinho é muito diferente de beber refrigerante, por exemplo. E o apreciador do vinho sabe disso e procura a cada dia esmerar-se em suas degustações. Não precisa, necessariamente, enfronhar-se pelos livros ou fazer cursos específicos, embora estes possam ajudar bastante. Mas deverá manter sempre um interesse natural pela bebida, um sentimento de respeito, de reverência, e a disposição de descobrir tudo aquilo que se esconde dentro do reduzido espaço de uma taça de vinho. Aí ele vai longe.
VINHOS & QUEIJOS
Já tivemos a oportunidade de falar sobre este assunto, mas, em se tratando de uma agradável combinação, como esta, nunca será demais voltar a ele, para reavivar conceitos ou agregar novas dicas. Assim, vejamos.
No momento da escolha do queijo para acompanhar vinhos, além da intensidade de sabor deve-se ter em consideração a textura da massa. Caso seja do tipo que adira muito às papilas gustativas, a opção deve recair em um vinho de sabor mais intenso e/ou mais tânico, uma vez que os taninos coagulam as proteínas. Em situações em que o sabor do queijo é muito intenso, e para que não se sobreponha ao vinho, deve-se servir o queijo com pão, torradas ou bolachas, o que atenuará o sabor do queijo. Acidez e sal também devem ser levados em consideração. Alguns exemplos:
>>>Queijos frescos com lactose elevada, mas com baixa acidez e sal, como mozzarella, brie, camembert e ricota, tornam os vinhos mais fortes. Eles se harmonizam melhor com vinhos brancos leves de Chenin Blanc, Sauvignon Blanc e estilos leves de Chardonnay (jovens e sem madeira).
>>>Queijos jovens, com elevada acidez e pouco sal, como queijos de cabra, atenuam vinhos com alta acidez, como os varietais de Sauvignon Blanc e o Vinho Verde.
>>>Queijos com acidez e sal moderados, como Cheddar, Gruyère e de cabra maturado, podem ser acompanhados com a maioria dos vinhos, pois seus taninos são atenuados e os sabores de fruta realçados.
>>>Parmesão e queijos azuis, como Roquefort, Gorgonzola e Stilton, ricos em sal e acidez, tornam vinhos tintos leves adstringentes. Estes queijos combinam melhor com vinhos mais pesados e doces, como Porto (Vintage, LBV ou Tawny) e Sauternes, ou tintos com teor alcoólico elevado, como Amarone.
São dicas úteis para os que buscam a harmonização e nem sempre sabem por onde começar.
Já tivemos a oportunidade de falar sobre este assunto, mas, em se tratando de uma agradável combinação, como esta, nunca será demais voltar a ele, para reavivar conceitos ou agregar novas dicas. Assim, vejamos.
No momento da escolha do queijo para acompanhar vinhos, além da intensidade de sabor deve-se ter em consideração a textura da massa. Caso seja do tipo que adira muito às papilas gustativas, a opção deve recair em um vinho de sabor mais intenso e/ou mais tânico, uma vez que os taninos coagulam as proteínas. Em situações em que o sabor do queijo é muito intenso, e para que não se sobreponha ao vinho, deve-se servir o queijo com pão, torradas ou bolachas, o que atenuará o sabor do queijo. Acidez e sal também devem ser levados em consideração. Alguns exemplos:
>>>Queijos frescos com lactose elevada, mas com baixa acidez e sal, como mozzarella, brie, camembert e ricota, tornam os vinhos mais fortes. Eles se harmonizam melhor com vinhos brancos leves de Chenin Blanc, Sauvignon Blanc e estilos leves de Chardonnay (jovens e sem madeira).
>>>Queijos jovens, com elevada acidez e pouco sal, como queijos de cabra, atenuam vinhos com alta acidez, como os varietais de Sauvignon Blanc e o Vinho Verde.
>>>Queijos com acidez e sal moderados, como Cheddar, Gruyère e de cabra maturado, podem ser acompanhados com a maioria dos vinhos, pois seus taninos são atenuados e os sabores de fruta realçados.
>>>Parmesão e queijos azuis, como Roquefort, Gorgonzola e Stilton, ricos em sal e acidez, tornam vinhos tintos leves adstringentes. Estes queijos combinam melhor com vinhos mais pesados e doces, como Porto (Vintage, LBV ou Tawny) e Sauternes, ou tintos com teor alcoólico elevado, como Amarone.
São dicas úteis para os que buscam a harmonização e nem sempre sabem por onde começar.
fevereiro 07, 2003
DOMAINE DE LA RENJARDE: A HISTÓRIA
Domaine de la Renjarde é uma vinícola ao sul do Rhône, localizada em Sérignan du Comtat, um povoado ao norte de Orange, na Provence, com pouco mais de 2000 habitantes e suas casas quase todas construídas em pedra. Sérignan integra o conjunto de localidades do Côtes du Rhône nas quais os vitivinicultores estão legalmente autorizados a mencionar o nome do lugar em seus rótulos, abaixo da “appellation” “Côtes du Rhône Villages”.
No “terroir” privilegiado de la Renjarde, o solo é arenoso, de seixos rolados, rico em calcários e com pequenas rochas terciárias, muito filtrantes, que armazenam o calor durante o dia e o devolvem às uvas durante a noite.
As uvas, cultivadas nos terraços da colina, são das castas Grénache, Syrah, Mourvèdre, Carignan e Cinsault; cada uma delas possui características peculiares, que proporcionam ao vinho seja mais corpo, ou uma cor com reflexos dourados, taninos elevados ou atenuados, aromas de frutas silvestres ou perfume.
A conjugação de solo e insolação ideais com essas castas variadas resulta na elaboração de um vinho para o qual a palavra-chave é equilíbrio. O Domaine de la Renjarde da safra de 1999, segundo o produtor, possui um bouquet complexo de cerejas e framboesas, traços de especiarias, finos taninos e uma boa presença na boca. Ideal para acompanhar carnes vermelhas ao molho e queijos.
Nossa próxima etapa será a degustação de um vinho desse "domaine", que precisou ser transferida para uma outra data. Aguardem.
Domaine de la Renjarde é uma vinícola ao sul do Rhône, localizada em Sérignan du Comtat, um povoado ao norte de Orange, na Provence, com pouco mais de 2000 habitantes e suas casas quase todas construídas em pedra. Sérignan integra o conjunto de localidades do Côtes du Rhône nas quais os vitivinicultores estão legalmente autorizados a mencionar o nome do lugar em seus rótulos, abaixo da “appellation” “Côtes du Rhône Villages”.
No “terroir” privilegiado de la Renjarde, o solo é arenoso, de seixos rolados, rico em calcários e com pequenas rochas terciárias, muito filtrantes, que armazenam o calor durante o dia e o devolvem às uvas durante a noite.
As uvas, cultivadas nos terraços da colina, são das castas Grénache, Syrah, Mourvèdre, Carignan e Cinsault; cada uma delas possui características peculiares, que proporcionam ao vinho seja mais corpo, ou uma cor com reflexos dourados, taninos elevados ou atenuados, aromas de frutas silvestres ou perfume.
A conjugação de solo e insolação ideais com essas castas variadas resulta na elaboração de um vinho para o qual a palavra-chave é equilíbrio. O Domaine de la Renjarde da safra de 1999, segundo o produtor, possui um bouquet complexo de cerejas e framboesas, traços de especiarias, finos taninos e uma boa presença na boca. Ideal para acompanhar carnes vermelhas ao molho e queijos.
Nossa próxima etapa será a degustação de um vinho desse "domaine", que precisou ser transferida para uma outra data. Aguardem.
fevereiro 05, 2003
CÔTES DU RHÔNE VILLAGES
Os “Côtes du Rhône” são delimitados por duas zonas geográficas: a região setentrional de Vienne à Valence e a região meridional de Bollène à Avignon.
A denominação de origem (“appelation”) “Côtes du Rhône Villages” diz respeito a comunidades nos departamentos de Drôme, Vaucluse e Gard, classificadas como de excepcionais condições naturais de cultivo e de “terroir”. Nelas são produzidos vinhos que, por sua história, se tornaram os representantes de “terroirs”especiais e de um know-how ancestral.
Os produtores dessas regiões obedecem a normas mais rígidas, de tal modo que o comprador pode, antecipadamente, contar com uma melhor qualidade do que a oferecida pelos tradicionais Côtes du Rhône.
Cerca de 85% desses vinhos vêm com o nome de um povoado associado a eles, como Cairanne, Raisteau, Vinsobres. A maioria desses povoados se situa em regiões montanhosas, onde as vinhas, de uma forma natural, levam à produção de vinhos superiores aos dos vales. Ao todo, 16 povoados têm o direito de colocar seus nomes nos rótulos, mas, na verdade, apenas cerca da metade merece essa distinção. Mas, para sorte do consumidor, os importadores tendem a comprar justamente desses mais renomados produtores.
Quanto às safras, a de 1998 foi uma das melhores; a de 1999 também é considerada como excelente.
Dentro da premissa de buscar o melhor custo/benefício, esses vinhos aparecem como uma boa opção, já que estão sendo comercoalizados, hoje, por algo um pouco abaixo de R$30,00.
Os “Côtes du Rhône” são delimitados por duas zonas geográficas: a região setentrional de Vienne à Valence e a região meridional de Bollène à Avignon.
A denominação de origem (“appelation”) “Côtes du Rhône Villages” diz respeito a comunidades nos departamentos de Drôme, Vaucluse e Gard, classificadas como de excepcionais condições naturais de cultivo e de “terroir”. Nelas são produzidos vinhos que, por sua história, se tornaram os representantes de “terroirs”especiais e de um know-how ancestral.
Os produtores dessas regiões obedecem a normas mais rígidas, de tal modo que o comprador pode, antecipadamente, contar com uma melhor qualidade do que a oferecida pelos tradicionais Côtes du Rhône.
Cerca de 85% desses vinhos vêm com o nome de um povoado associado a eles, como Cairanne, Raisteau, Vinsobres. A maioria desses povoados se situa em regiões montanhosas, onde as vinhas, de uma forma natural, levam à produção de vinhos superiores aos dos vales. Ao todo, 16 povoados têm o direito de colocar seus nomes nos rótulos, mas, na verdade, apenas cerca da metade merece essa distinção. Mas, para sorte do consumidor, os importadores tendem a comprar justamente desses mais renomados produtores.
Quanto às safras, a de 1998 foi uma das melhores; a de 1999 também é considerada como excelente.
Dentro da premissa de buscar o melhor custo/benefício, esses vinhos aparecem como uma boa opção, já que estão sendo comercoalizados, hoje, por algo um pouco abaixo de R$30,00.
RACIONALIZANDO O CONSUMO
Com a alta da moeda americana, os preços dos vinhos importados dispararam. E não foram apenas os mais famosos, que antes já eram inacessíveis à maioria dos possíveis interessados; foram todos, sem distinção.
O curioso nessa questão mercadológica é que os vinhos nacionais também aumentaram, e bastante, embora não saibamos (e bem que gostaríamos) como mensurar o impacto da taxa de câmbio sobre a produção nacional.
O fato é que aquele consumidor em busca de opções mais em conta, que visa a uma relação custo/benefício (ou, melhor, custo/prazer) mais favorável, tem de estar muito mais atento ao que lhe é oferecido nas prateleiras dos mercados.
Dentro dessa linha de raciocínio, muitas vezes se torna mais vantajoso comprar um vinho importado, um pouco mais caro do que os supostos similares nacionais, mas cuja história e procedência lhe conferem uma antecipada garantia de qualidade. Se essa preocupação já deveria existir anteriormente, hoje ela está muito mais presente no cotidiano dos enófilos.
Dito isso, gostaríamos de fazer alguns comentários sobre os vinhos Côtes du Rhône Villages, tradicionais tintos franceses. Mas em uma próxima mensagem.
Com a alta da moeda americana, os preços dos vinhos importados dispararam. E não foram apenas os mais famosos, que antes já eram inacessíveis à maioria dos possíveis interessados; foram todos, sem distinção.
O curioso nessa questão mercadológica é que os vinhos nacionais também aumentaram, e bastante, embora não saibamos (e bem que gostaríamos) como mensurar o impacto da taxa de câmbio sobre a produção nacional.
O fato é que aquele consumidor em busca de opções mais em conta, que visa a uma relação custo/benefício (ou, melhor, custo/prazer) mais favorável, tem de estar muito mais atento ao que lhe é oferecido nas prateleiras dos mercados.
Dentro dessa linha de raciocínio, muitas vezes se torna mais vantajoso comprar um vinho importado, um pouco mais caro do que os supostos similares nacionais, mas cuja história e procedência lhe conferem uma antecipada garantia de qualidade. Se essa preocupação já deveria existir anteriormente, hoje ela está muito mais presente no cotidiano dos enófilos.
Dito isso, gostaríamos de fazer alguns comentários sobre os vinhos Côtes du Rhône Villages, tradicionais tintos franceses. Mas em uma próxima mensagem.
fevereiro 02, 2003
ENVELHECIMENTO DO VINHO (2)
O tempo máximo de guarda de um vinho não deve ser o tempo máximo que ele suporta antes de se deteriorar (tempo de vida), mas, sim, o tempo em que ele ainda está na plenitude de suas características, de sua tipicidade. O ideal é tomá-lo no seu apogeu.
Para os vinhos brasileiros, os tempos a seguir indicados são valores médios, aproximados, e podem variar dependendo das condições climáticas e do solo da safra, bem como das condições de guarda do vinho:
- Até três anos: A maioria dos brancos e alguns tintos.
- Até quatro anos: Os melhores tintos.
- Até sete anos: Alguns dos melhores tintos.
Por aí se percebe que, ainda, não se pode contar com expectativa de vida útil maior do que sete anos para os vinhos brasileiros, corroborando o que comentamos anteriormente. Se o problema se deve ao tipo de solo, às condições climáticas, às tecnologias ou a tudo junto, não sabemos.
O tempo máximo de guarda de um vinho não deve ser o tempo máximo que ele suporta antes de se deteriorar (tempo de vida), mas, sim, o tempo em que ele ainda está na plenitude de suas características, de sua tipicidade. O ideal é tomá-lo no seu apogeu.
Para os vinhos brasileiros, os tempos a seguir indicados são valores médios, aproximados, e podem variar dependendo das condições climáticas e do solo da safra, bem como das condições de guarda do vinho:
- Até três anos: A maioria dos brancos e alguns tintos.
- Até quatro anos: Os melhores tintos.
- Até sete anos: Alguns dos melhores tintos.
Por aí se percebe que, ainda, não se pode contar com expectativa de vida útil maior do que sete anos para os vinhos brasileiros, corroborando o que comentamos anteriormente. Se o problema se deve ao tipo de solo, às condições climáticas, às tecnologias ou a tudo junto, não sabemos.
fevereiro 01, 2003
GUIA DOS VINHOS BRASILEIROS 2003
Encontra-se à venda o livro de Eduardo Viotti, editor da Revista Vinho Magazine, com o título acima. Como o nome diz, focaliza o vinho nacional, mas não se atém apenas a ele. As avaliações ocupam um quarto do Guia, sendo o restante uma coletânea de informações úteis, tanto aos novos consumidores quanto aos já apreciadores que quiserem enriquecer sua formação, dentre elas: como é feito o vinho; os principais tipos de uva; os termos utilizados para o vinho; combinando vinho e comida; o serviço do vinho; os principais países produtores. Há uma parte de dicas para comprá-los em supermercados; discute-se a questão de levar vinhos ao restaurante; apresenta-se um rol de "100 questões que atormentam todos os enófilos".
Encontra-se à venda o livro de Eduardo Viotti, editor da Revista Vinho Magazine, com o título acima. Como o nome diz, focaliza o vinho nacional, mas não se atém apenas a ele. As avaliações ocupam um quarto do Guia, sendo o restante uma coletânea de informações úteis, tanto aos novos consumidores quanto aos já apreciadores que quiserem enriquecer sua formação, dentre elas: como é feito o vinho; os principais tipos de uva; os termos utilizados para o vinho; combinando vinho e comida; o serviço do vinho; os principais países produtores. Há uma parte de dicas para comprá-los em supermercados; discute-se a questão de levar vinhos ao restaurante; apresenta-se um rol de "100 questões que atormentam todos os enófilos".
ENVELHECIMENTO DO VINHO (1)
Um vinho pode ser jovem (já falamos nisto logo abaixo) e proporcionar uma ótima degustação. Mas nem todo vinho jovem, se envelhecido, melhorará suas características. Isto porque nem todos os vinhos podem envelhecer e, como regra geral, os vinhos brancos e champanhes devem ser consumidos dentro de 1 a 2 anos de sua colheita. Raramente, sobretudo nas condições brasileiras, um vinho branco pode ser guardado por mais de 2 anos sem que se tenha prejuízo em sua cor, nos aromas e nas impressões gustativas. Alguns trabalhos mostraram que a exposição à luz comum dos supermercados por 40 dias já levava a uma pequena perda de qualidade. Por este motivo, escolher as garrafas do fundo da prateleira ajuda a evitar surpresas.
São os vinhos tintos que tem habilidade de envelhecer, exceto aqueles elaborados para serem consumidos ainda jovens. Há de se ter em conta, ainda, que nem todos os vinhos tintos melhorarão com o envelhecimento, ganhando em sabor, amadurecendo a cor e a limpidez e refinando o bouquet. Os vinhos aptos a envelhecer e que melhorarão suas características com o passar do tempo são aqueles com bom teor de álcool, encorpados, ricos em taninos, ricos na cor e com aromas que lembrem frutas vermelhas e matéria vegetal verde.De uma forma geral, o limite para os vinhos tintos brasileiros está em 4 ou 5 anos, sendo que raramente melhoram suas características além desse tempo.
A primeira etapa do envelhecimento geralmente ocorre em barris de madeira. A madeira contribui com aromas diversos, segundo a sua composição. Esta primeira fase de maturação do vinho pode ainda acontecer em tanques de aço inoxidável e não necessariamente ocorre o contato com o ar. A segunda fase é aquela em que o vinho descansa nas garrafas, longe do oxigênio do ar e então é dita fase redutiva. Com o passar do tempo, o vinho pode ficar com outros aromas que podem lembrar caramelo, couro, tabaco, baunilha, algo de torrefação ou ainda frutas maduras, mel e uma infinidade de aromas outros a que se pode associar a sensação olfativa.
A cor do vinho também se altera com o envelhecimento. Geralmente passa do vermelho intenso ou vermelho violáceo ao vermelho tijolo ou toma alguns tons de marrom.
Um vinho pode ser jovem (já falamos nisto logo abaixo) e proporcionar uma ótima degustação. Mas nem todo vinho jovem, se envelhecido, melhorará suas características. Isto porque nem todos os vinhos podem envelhecer e, como regra geral, os vinhos brancos e champanhes devem ser consumidos dentro de 1 a 2 anos de sua colheita. Raramente, sobretudo nas condições brasileiras, um vinho branco pode ser guardado por mais de 2 anos sem que se tenha prejuízo em sua cor, nos aromas e nas impressões gustativas. Alguns trabalhos mostraram que a exposição à luz comum dos supermercados por 40 dias já levava a uma pequena perda de qualidade. Por este motivo, escolher as garrafas do fundo da prateleira ajuda a evitar surpresas.
São os vinhos tintos que tem habilidade de envelhecer, exceto aqueles elaborados para serem consumidos ainda jovens. Há de se ter em conta, ainda, que nem todos os vinhos tintos melhorarão com o envelhecimento, ganhando em sabor, amadurecendo a cor e a limpidez e refinando o bouquet. Os vinhos aptos a envelhecer e que melhorarão suas características com o passar do tempo são aqueles com bom teor de álcool, encorpados, ricos em taninos, ricos na cor e com aromas que lembrem frutas vermelhas e matéria vegetal verde.De uma forma geral, o limite para os vinhos tintos brasileiros está em 4 ou 5 anos, sendo que raramente melhoram suas características além desse tempo.
A primeira etapa do envelhecimento geralmente ocorre em barris de madeira. A madeira contribui com aromas diversos, segundo a sua composição. Esta primeira fase de maturação do vinho pode ainda acontecer em tanques de aço inoxidável e não necessariamente ocorre o contato com o ar. A segunda fase é aquela em que o vinho descansa nas garrafas, longe do oxigênio do ar e então é dita fase redutiva. Com o passar do tempo, o vinho pode ficar com outros aromas que podem lembrar caramelo, couro, tabaco, baunilha, algo de torrefação ou ainda frutas maduras, mel e uma infinidade de aromas outros a que se pode associar a sensação olfativa.
A cor do vinho também se altera com o envelhecimento. Geralmente passa do vermelho intenso ou vermelho violáceo ao vermelho tijolo ou toma alguns tons de marrom.
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