fevereiro 10, 2003

LÁ COMO CÁ, ORA, POIS, POIS...
A Revista de Vinhos, editada em Lisboa, publicou, em agosto de 2002, um artigo sobre a importância da correta temperatura de serviço. Era uma matéria de ocasião, visto que, naquela época do ano, o verão imperava na Europa.
A preocupação do articulista - certamente, com experiência no assunto - era mostrar as conseqüências das altas temperaturas (e, também, das baixas) sobre as características dos vinhos, a ponto de modificá-las por completo e tornar a degustação um desprazer. Recomendava, ainda, as faixas de temperaturas adequadas, conforme os tipos de vinho.
Mas o que, de fato, nos causou surpresa foi a declaração do articulista, logo no início, ao se referir aos maus hábitos que devem ser evitados ("o branco fresco e o tinto à temperatura ambiente"): "Este é ainda o lugar comum do serviço de vinhos em Portugal". E cita, para justificar, casos ocorridos com ele próprio e pessoas conhecidas.
Surpreendeu-nos porque Portugal é um grande e antigo produtor de vinhos, de lá partindo para o mundo especialidades como o vinho do Porto, o Pêra-Manca, o Barca Velha, o Má Partilha, o Quinta da Bacalhoa, o Esporão e tantos outros. Imaginávamos que, numa cultura sedimentada ao longo de séculos e séculos, com a proximidade de seus vizinhos europeus, aquela crença não existisse. Mas quem o afirma tem por detrás o respaldo de uma publicação especializada, por conseguinte, merece crédito.
Então, ora, pois, pois...

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