BALANÇO 2003 / PERSPECTIVAS 2004
Mais um ano se vai, mas deixando um saldo positivo para este site. Com efeito, independentemente das poucas mudanças ou inovações introduzidas, ressalta o significativo aumento do número de visitantes, evidenciando um crescente interesse pelas matérias aqui publicadas. E isto se torna um fator de estímulo para não apenas manter o site no ar, mas procurar fazê-lo mais informativo e útil.
Contatos internacionais surgiram, a partir do segundo semestre, primeiro na Hungria, depois em Portugal, e por meio deles nos foi possível colocar tópicos com informações variadas. O Fórum de Degustação começou a receber visitantes, alguns de Portugal, e isto é muito produtivo.
Para o ano de 2004, além de nos mantermos fiéis à linha de total independência do site, pretendemos que este continue informativo, com os debates direcionados para o Fórum. E, neste sentido, acreditamos ser por demais importante a participação e a colaboração de nossos irmãos portugueses, porque o vinho desconhece fronteiras e existe (entre outras coisas) para aproximar as pessoas, mesmo que separadas por um oceano. A vocês, aí em Portugal, que nos lerem, fica um especial convite para que entrem em contato e articulemos uma forma de colaborar.
Da mesma forma, esperamos contar com os visitantes brasileiros e nem poderia ser diferente. Mas serão também bem-vindos visitantes de outros países, de língua hispânica ou inglesa. Em suma, queremos dar um toque internacional ao site e pensamos que isto é perfeitamente possível.
Voltaremos em 2004. Boa passagem de ano para todos!
dezembro 31, 2003
dezembro 30, 2003
ACONTECE NA FRANÇA...
Alguns restaurantes franceses decidiram oferecer aos seus clientes a possibilidade de levar para casa o resto da garrafa de vinho aberta à mesa.
Com o objetivo de suster a redução nas vendas de vinhos, que no ano passado foi de 10 a 15% nos restaurantes franceses, cerca de 500 restaurantes oferecem aos seus clientes um discreto saco de papel que contém a garrafa com o vinho que não foi bebido durante a refeição, depois de vedada com uma rolha nova, após ter-lhe sido retirado o ar através de uma bomba especial, garantindo assim a conservação do vinho durante alguns dias.
O CIVB - Comité Interprofissional do Vinho de Bordeaux afirma que o decréscimo no consumo de vinhos nos restaurantes é resultado da campanha do governo francês que está a tornar o controle do alcoolismo entre os motoristas cada vez mais severo, o que inclui uma nova redução na taxa de alcoolismo permitida e multas mais pesadas. Para combater a tendência à abstinência, este conselho vinícola lançou esta iniciativa, já conhecida como o "doggy bag" entre os franceses, que nunca apreciaram a tradição anglo-saxônica de levar as sobras do restaurante no chamado "saco do cão". (Fonte: NewsWine.com)
Alguns restaurantes franceses decidiram oferecer aos seus clientes a possibilidade de levar para casa o resto da garrafa de vinho aberta à mesa.
Com o objetivo de suster a redução nas vendas de vinhos, que no ano passado foi de 10 a 15% nos restaurantes franceses, cerca de 500 restaurantes oferecem aos seus clientes um discreto saco de papel que contém a garrafa com o vinho que não foi bebido durante a refeição, depois de vedada com uma rolha nova, após ter-lhe sido retirado o ar através de uma bomba especial, garantindo assim a conservação do vinho durante alguns dias.
O CIVB - Comité Interprofissional do Vinho de Bordeaux afirma que o decréscimo no consumo de vinhos nos restaurantes é resultado da campanha do governo francês que está a tornar o controle do alcoolismo entre os motoristas cada vez mais severo, o que inclui uma nova redução na taxa de alcoolismo permitida e multas mais pesadas. Para combater a tendência à abstinência, este conselho vinícola lançou esta iniciativa, já conhecida como o "doggy bag" entre os franceses, que nunca apreciaram a tradição anglo-saxônica de levar as sobras do restaurante no chamado "saco do cão". (Fonte: NewsWine.com)
dezembro 28, 2003
A MAIS PREMIADA DO MUNDO
Segundo a Revista de Vinhos (novembro 2003), a família Symington, que já se encontra na quarta geração em Portugal, foi a empresa de todo o mundo vinícola que mais medalhas de ouro ganhou na importante prova inglesa que é o IWC (International Wine Competition): nada menos que onze! Os produtos premiados vieram das empresas Graham's, Dow's, Warre's, Smith Woodhouse e Quinta do Vesúvio, nos vinhos do Porto, e madeira Wine Company, nos vinhos da Madeira.
Além disso, Charles Symington, enólogo e um dos membros da família, foi presenteado este ano com o troféu "Fortified Winemaker of the Year".
Segundo a Revista de Vinhos (novembro 2003), a família Symington, que já se encontra na quarta geração em Portugal, foi a empresa de todo o mundo vinícola que mais medalhas de ouro ganhou na importante prova inglesa que é o IWC (International Wine Competition): nada menos que onze! Os produtos premiados vieram das empresas Graham's, Dow's, Warre's, Smith Woodhouse e Quinta do Vesúvio, nos vinhos do Porto, e madeira Wine Company, nos vinhos da Madeira.
Além disso, Charles Symington, enólogo e um dos membros da família, foi presenteado este ano com o troféu "Fortified Winemaker of the Year".
BIBLIOGRAFIA ENOLÓGICA
Uma referência possivelmente útil para quem está em busca de informações gerais sobre vinhos é o site da Academia do Vinho. São abordados assuntos dos seguintes títulos: Bibliografia Básica e Avançada * Temas Gerais * Uvas * Elaboração do Vinho * Degustação * História do Vinho * Vinhos do Brasil, Alemanha, Espanha, França, Itália, Portugal, Argentina, Chile, das Américas * Guias de Vinhos * Vinho e Saúde * Revistas e Jornais de Vinhos * Vinho e Gastronomia *Temas Correlatos.
Uma referência possivelmente útil para quem está em busca de informações gerais sobre vinhos é o site da Academia do Vinho. São abordados assuntos dos seguintes títulos: Bibliografia Básica e Avançada * Temas Gerais * Uvas * Elaboração do Vinho * Degustação * História do Vinho * Vinhos do Brasil, Alemanha, Espanha, França, Itália, Portugal, Argentina, Chile, das Américas * Guias de Vinhos * Vinho e Saúde * Revistas e Jornais de Vinhos * Vinho e Gastronomia *Temas Correlatos.
dezembro 18, 2003
BOAS FESTAS
O Natal se aproxima e com ele se renovam as esperanças de paz e felicidade. Não poderíamos deixar de agradecer a todos aqueles que nos visitam ou participam com comentários e sugestões, porque estão todos contribuindo para que este site possa tornar-se cada vez mais interessante e útil para os apreciadores de vinhos. E nada melhor, nesta ocasião, do que levantarmos nossa taça virtual e brindarmos a todos. Tin-tin! Saúde! Boas Festas! Feliz Ano Novo!
O Natal se aproxima e com ele se renovam as esperanças de paz e felicidade. Não poderíamos deixar de agradecer a todos aqueles que nos visitam ou participam com comentários e sugestões, porque estão todos contribuindo para que este site possa tornar-se cada vez mais interessante e útil para os apreciadores de vinhos. E nada melhor, nesta ocasião, do que levantarmos nossa taça virtual e brindarmos a todos. Tin-tin! Saúde! Boas Festas! Feliz Ano Novo!
dezembro 15, 2003
FÓRUM DE DEGUSTAÇÃO
Começam a surgir, ainda que timidamente, mensagens em nosso Fórum. Nada mau, para um espaço novo, criado faz pouco tempo e que não conta com qualquer tipo de apoio publicitário.
Apreciaríamos ver aumentando o número de visitantes que se interessem em aqui colocar suas opiniões, dúvidas, indagações. Não só os residentes no Brasil, mas também no Exterior, entre estas os nossos irmãos portugueses. Vale lembrar que este Fórum está totalmente aberto às colocações dos visitantes e que segue uma linha de plena independência, visto que não está ligado a qualquer setor, comercial ou industrial. É um espaço para os consumidores e apreciadores de vinho.
Acreditamos que qualquer comentário se torna válido quando o que está em jogo é o prazer em degustar e a satisfação de dividir este prazer com os outros. O mundo do vinho é muito, muito vasto, mas exatamente por esta razaão vale a pena nos aproximarmos.
Começam a surgir, ainda que timidamente, mensagens em nosso Fórum. Nada mau, para um espaço novo, criado faz pouco tempo e que não conta com qualquer tipo de apoio publicitário.
Apreciaríamos ver aumentando o número de visitantes que se interessem em aqui colocar suas opiniões, dúvidas, indagações. Não só os residentes no Brasil, mas também no Exterior, entre estas os nossos irmãos portugueses. Vale lembrar que este Fórum está totalmente aberto às colocações dos visitantes e que segue uma linha de plena independência, visto que não está ligado a qualquer setor, comercial ou industrial. É um espaço para os consumidores e apreciadores de vinho.
Acreditamos que qualquer comentário se torna válido quando o que está em jogo é o prazer em degustar e a satisfação de dividir este prazer com os outros. O mundo do vinho é muito, muito vasto, mas exatamente por esta razaão vale a pena nos aproximarmos.
dezembro 13, 2003
O VINHO XEREZ
O Xerez é um vinho fortificado, feito exclusivamente da uva palomino e elevado a 15,5% de graduação alcoólica pela adição de um "brandy" da videira, mas pode chegar a 20%. É uma mistura: vinhos jovens são constantemente misturados aos barris onde repousam os velhos.
A história do Xerez é bem antiga: há evidências de que as vinhas cresciam e o vinho era feito há pelo menos 1000 anos da era cristã, na Andaluzia.
Há dois tipos básicos de Xerez: os finos e os olorosos. Entre os primeiros se incluem os que trazem no rótulo a indicação de "fino", "manzanilla" ou "amontillado" e ganham uma levedura natural, chamada "flor", em sua superfície, à medida que envelhecem em barris; esta levedura protege os vinhos da oxidação. Os olorosos, mais pesados, servem de base para os "sherries" cremosos e suaves, preferidos no Norte da Europa e na América do Norte.
Para os entendidos, o fino é o melhor do Xerez, especialmente os de Sanlucar de Barrameda, cidade costeira não muito distante de Jerez de la Frontera, a tradicional capital do Xerez da região. Lá, as brisas marinhas ajudam a dar um luxuriante crescimento à "flor", que produz os mais delicados finos, conhecidos como "manzanillas".
O terceiro estilo importante de Xerez é o "amontillado". O nome veio para designar um xerez meio-seco, mas um autêntico "amontillado" é, na verdade, um fino envelhecido, no qual a "flor" finalmente morreu, normalmente após seis a oito anos. O frescor de um fino jovem é substituído por um vinho delicado, nuançado, com um delicioso sabor de nozes.
Todavia, os preços do Xerez são muito baixos. Isto se explica pela forma como as pessoas bebem atualmente. Um Xerez fino, pálido e gelado, é um aperitivo delicioso, mas as pessoas têm preferido um vinho de mesa como drink pré-jantar. Para milhões de americanos, por exemplo, um Chardonnay californiano, com seu corpo pesado, gosto de baunilha e carvalho, é o aperitivo da hora. (Fonte: O Estado de São Paulo)
O Xerez é um vinho fortificado, feito exclusivamente da uva palomino e elevado a 15,5% de graduação alcoólica pela adição de um "brandy" da videira, mas pode chegar a 20%. É uma mistura: vinhos jovens são constantemente misturados aos barris onde repousam os velhos.
A história do Xerez é bem antiga: há evidências de que as vinhas cresciam e o vinho era feito há pelo menos 1000 anos da era cristã, na Andaluzia.
Há dois tipos básicos de Xerez: os finos e os olorosos. Entre os primeiros se incluem os que trazem no rótulo a indicação de "fino", "manzanilla" ou "amontillado" e ganham uma levedura natural, chamada "flor", em sua superfície, à medida que envelhecem em barris; esta levedura protege os vinhos da oxidação. Os olorosos, mais pesados, servem de base para os "sherries" cremosos e suaves, preferidos no Norte da Europa e na América do Norte.
Para os entendidos, o fino é o melhor do Xerez, especialmente os de Sanlucar de Barrameda, cidade costeira não muito distante de Jerez de la Frontera, a tradicional capital do Xerez da região. Lá, as brisas marinhas ajudam a dar um luxuriante crescimento à "flor", que produz os mais delicados finos, conhecidos como "manzanillas".
O terceiro estilo importante de Xerez é o "amontillado". O nome veio para designar um xerez meio-seco, mas um autêntico "amontillado" é, na verdade, um fino envelhecido, no qual a "flor" finalmente morreu, normalmente após seis a oito anos. O frescor de um fino jovem é substituído por um vinho delicado, nuançado, com um delicioso sabor de nozes.
Todavia, os preços do Xerez são muito baixos. Isto se explica pela forma como as pessoas bebem atualmente. Um Xerez fino, pálido e gelado, é um aperitivo delicioso, mas as pessoas têm preferido um vinho de mesa como drink pré-jantar. Para milhões de americanos, por exemplo, um Chardonnay californiano, com seu corpo pesado, gosto de baunilha e carvalho, é o aperitivo da hora. (Fonte: O Estado de São Paulo)
dezembro 08, 2003
VINHOS DE COLHEITAS TARDIAS
Novamente, o amigo Hildérico Coutinho (não, não é parente), lá do Porto, nos brinda com comentários valiosos sobre os vinhos que prova e aquilo que conhece. Desta vez, sobre os vinhos de colheitas tardias.
Começando, ele nos ensina que "existem inúmeros tipos de vinho de vindimas tardias, como, por exemplo, o Tokaji da Hungria, que disputa com o Porto a distinção de região vinícola demarcada mais antiga do mundo". Uma coisa que muitos talvez desconheçam.
Em continuidade, refere-se aos Ice Wines, do Canadá, dos quais provou, recentemente, um da região de Niagara. Segundo nos conta, esses vinhos "têm a particularidade de as uvas serem colhidas depois de terem sofrido um choque térmico brutal com as primeiras nevadas, sendo pois apanhadas com temperaturas abaixo dos 7°C negativos". Os mais comuns são muitas vezes designados por Latest Harvest ou Vendanges Tardives, havendo também os famosos Sauternes.
Numa observação interessante, cita que "os Sauternes e os Tokaji, por exemplo, são produzidos através de uvas que sofrem da chamada podridão nobre. A podridão nobre é um fenômeno curioso que ocorre em regiões com características muito particulares, manhãs com nevoeiros e tardes ensolaradas. Sob estas condições desenvolve-se um fungo designado por "botrytis cinerea" que cobre as uvas bem maduras e sãs sem as estragar".
Hildérico prossegue: "Todos os vinhos que provei deste tipo têm uma doçura e acidez elevadas, pois só assim um vinho tão doce se torna bebível e tão apreciado". Alerta, porém, que "isto não significa que sejam todos iguais, pois estes vinhos podem ser feitos com variadíssimas castas e ser ou não espumantes, como um Ice Wine Sparkling, que provei e era de facto muito bom; o único senão está no preço, uma pequena garrafa de 0,5 litros custa a módica quantia de 60 euros".
Finalizando seus comentários sobre os vinhos de colheitas tardias, dá uma dica para os que quiserem prova-los: experimentem os "produzidos pelo Château Loupiac Gaudiet, numa região limítrofe dos Sauternes, mas a menos da metade do preço, 11 euros". E arremata:"Dos que provei, aconselho o 2001, com mais complexidade que o 2000, que era no entanto mais ácido, o que não me desagradou e me levou a comprar uma de cada".
Só nos resta agradecer ao Hildérico por mais estes ensinamentos e aguardar o seu breve retorno a este site, com mais novidades.
Novamente, o amigo Hildérico Coutinho (não, não é parente), lá do Porto, nos brinda com comentários valiosos sobre os vinhos que prova e aquilo que conhece. Desta vez, sobre os vinhos de colheitas tardias.
Começando, ele nos ensina que "existem inúmeros tipos de vinho de vindimas tardias, como, por exemplo, o Tokaji da Hungria, que disputa com o Porto a distinção de região vinícola demarcada mais antiga do mundo". Uma coisa que muitos talvez desconheçam.
Em continuidade, refere-se aos Ice Wines, do Canadá, dos quais provou, recentemente, um da região de Niagara. Segundo nos conta, esses vinhos "têm a particularidade de as uvas serem colhidas depois de terem sofrido um choque térmico brutal com as primeiras nevadas, sendo pois apanhadas com temperaturas abaixo dos 7°C negativos". Os mais comuns são muitas vezes designados por Latest Harvest ou Vendanges Tardives, havendo também os famosos Sauternes.
Numa observação interessante, cita que "os Sauternes e os Tokaji, por exemplo, são produzidos através de uvas que sofrem da chamada podridão nobre. A podridão nobre é um fenômeno curioso que ocorre em regiões com características muito particulares, manhãs com nevoeiros e tardes ensolaradas. Sob estas condições desenvolve-se um fungo designado por "botrytis cinerea" que cobre as uvas bem maduras e sãs sem as estragar".
Hildérico prossegue: "Todos os vinhos que provei deste tipo têm uma doçura e acidez elevadas, pois só assim um vinho tão doce se torna bebível e tão apreciado". Alerta, porém, que "isto não significa que sejam todos iguais, pois estes vinhos podem ser feitos com variadíssimas castas e ser ou não espumantes, como um Ice Wine Sparkling, que provei e era de facto muito bom; o único senão está no preço, uma pequena garrafa de 0,5 litros custa a módica quantia de 60 euros".
Finalizando seus comentários sobre os vinhos de colheitas tardias, dá uma dica para os que quiserem prova-los: experimentem os "produzidos pelo Château Loupiac Gaudiet, numa região limítrofe dos Sauternes, mas a menos da metade do preço, 11 euros". E arremata:"Dos que provei, aconselho o 2001, com mais complexidade que o 2000, que era no entanto mais ácido, o que não me desagradou e me levou a comprar uma de cada".
Só nos resta agradecer ao Hildérico por mais estes ensinamentos e aguardar o seu breve retorno a este site, com mais novidades.
novembro 23, 2003
IMPRESSÕES PORTUGUESAS
Iniciando a divulgação de comentários sobre os vinhos portugueses, feitos por portugueses, temos a satisfação de transcrever, a seguir, o que nos escreveu Hildérico Coutinho, residente no Porto.
Inicialmente, referindo-se aos legendários Pêra Manca e Barca Velha, disse ele: "... é minha opinião e, creio, de grande parte dos apreciadores, que existem finalmente em Portugal melhores vinhos que os citados, que são, para a maioria dos que nunca os beberam, os melhores portugueses. Eu bebi recentemente o Pêra-manca 97 e foi o melhor Pera-manca que já bebi, com um ótimo corpo, de excelente cor rubi e taninos aveludados. O único Barca Velha que bebi foi o de 83, bebido em 2002, e achei que tinha um aroma fabuloso, mas com um sabor não condizente, isto é, bastante menos complexo."
A seguir, Hildérico comenta diversos vinhos provavelmente ainda desconhecidos aqui no Brasil: "Falemos então dos novos - e dentro em breve míticos - vinhos portugueses que tive a felicidade de provar. Em primeiro lugar, o Batuta 99, do Dirk Niepoort, que é um vinho portentoso de aroma e sabor. Depois vêm os outros, começando talvez pelo "T" de Terrugem 99, um alentejano com um corpo do Douro. Quinta de Vale Meão, uma das vinhas onde era produzido o Barca Velha, que agora é produzido com as uvas de outra quinta, a Quinta da Leda, que produz um vinho com esse nome que, dizem, é muito bom. Quinta do Valado Reserva 2000, elegantíssimo. Chryseia 2000, que, pessoalmente, me desiludiu, mas que muita gente acha fabuloso, produzido no Douro em cooperação com o Bruno Pratt, um dos famosos enólogos franceses. Lavradores de Feitoria Grande Escolha 2000, talvez o vinho que bebi com mais sabor a chocolate.
Este ano estão na berra alguns vinhos que ainda não bebi, e alguns não beberei, tal o preço deles, como o Quinta do Monte d'oiro Homenagem Antônio Carqueijeiro 99 da Estremadura!!, que ganhou uma prova cega com 15 dos melhores portugueses e outros tantos espanhóis (nunca o vi à venda e o melhor que consegui foi o Reserva de 99 e 2000); o Quinta do Carmo Reserva 2000, que dizem ser diferente de todos os Q. do Carmo feitos até aí; o Incógnito, um alentejano, que tal como os Monte d'oiro é feito com a casta Syrah; o Pintas 2000 do Douro; o Quinta dos Macedos 2000 do Douro; o Kolheita 2001 do Douro; o Quinta da Mauela do Douro, feito pela produtora do Fojo, que vai lançar também este ano o Fojo 2000. Foi o Fojo 96 que a Jancis Robinson classificou como o melhor português numa prova feita em 2000, salvo erro, e que tanta polêmica provocou e para finalizar os Q. do Crasto Vinha da Ponte e Maria Teresa, ambos muito bons e caríssimos. O Vinha da Ponte ficou classificado em 2º lugar no tal concurso com os espanhóis."
Aí estão as palavras do amigo Hildérico, que, há mais de 2 anos, cultiva o prazeiroso hábito de participar de jantares com provas de vinhos. Palavras de quem deve estar por dentro do que se passa. Certamente, ele possui muitas outras informações importantes para os que visitam este site, do qual esperamos venha a ser um colaborador assíduo.
Muito obrigado, Hildérico! Volte sempre!
Iniciando a divulgação de comentários sobre os vinhos portugueses, feitos por portugueses, temos a satisfação de transcrever, a seguir, o que nos escreveu Hildérico Coutinho, residente no Porto.
Inicialmente, referindo-se aos legendários Pêra Manca e Barca Velha, disse ele: "... é minha opinião e, creio, de grande parte dos apreciadores, que existem finalmente em Portugal melhores vinhos que os citados, que são, para a maioria dos que nunca os beberam, os melhores portugueses. Eu bebi recentemente o Pêra-manca 97 e foi o melhor Pera-manca que já bebi, com um ótimo corpo, de excelente cor rubi e taninos aveludados. O único Barca Velha que bebi foi o de 83, bebido em 2002, e achei que tinha um aroma fabuloso, mas com um sabor não condizente, isto é, bastante menos complexo."
A seguir, Hildérico comenta diversos vinhos provavelmente ainda desconhecidos aqui no Brasil: "Falemos então dos novos - e dentro em breve míticos - vinhos portugueses que tive a felicidade de provar. Em primeiro lugar, o Batuta 99, do Dirk Niepoort, que é um vinho portentoso de aroma e sabor. Depois vêm os outros, começando talvez pelo "T" de Terrugem 99, um alentejano com um corpo do Douro. Quinta de Vale Meão, uma das vinhas onde era produzido o Barca Velha, que agora é produzido com as uvas de outra quinta, a Quinta da Leda, que produz um vinho com esse nome que, dizem, é muito bom. Quinta do Valado Reserva 2000, elegantíssimo. Chryseia 2000, que, pessoalmente, me desiludiu, mas que muita gente acha fabuloso, produzido no Douro em cooperação com o Bruno Pratt, um dos famosos enólogos franceses. Lavradores de Feitoria Grande Escolha 2000, talvez o vinho que bebi com mais sabor a chocolate.
Este ano estão na berra alguns vinhos que ainda não bebi, e alguns não beberei, tal o preço deles, como o Quinta do Monte d'oiro Homenagem Antônio Carqueijeiro 99 da Estremadura!!, que ganhou uma prova cega com 15 dos melhores portugueses e outros tantos espanhóis (nunca o vi à venda e o melhor que consegui foi o Reserva de 99 e 2000); o Quinta do Carmo Reserva 2000, que dizem ser diferente de todos os Q. do Carmo feitos até aí; o Incógnito, um alentejano, que tal como os Monte d'oiro é feito com a casta Syrah; o Pintas 2000 do Douro; o Quinta dos Macedos 2000 do Douro; o Kolheita 2001 do Douro; o Quinta da Mauela do Douro, feito pela produtora do Fojo, que vai lançar também este ano o Fojo 2000. Foi o Fojo 96 que a Jancis Robinson classificou como o melhor português numa prova feita em 2000, salvo erro, e que tanta polêmica provocou e para finalizar os Q. do Crasto Vinha da Ponte e Maria Teresa, ambos muito bons e caríssimos. O Vinha da Ponte ficou classificado em 2º lugar no tal concurso com os espanhóis."
Aí estão as palavras do amigo Hildérico, que, há mais de 2 anos, cultiva o prazeiroso hábito de participar de jantares com provas de vinhos. Palavras de quem deve estar por dentro do que se passa. Certamente, ele possui muitas outras informações importantes para os que visitam este site, do qual esperamos venha a ser um colaborador assíduo.
Muito obrigado, Hildérico! Volte sempre!
PESQUISA EM PORTUGAL. E NO BRASIL?
A Revista de Vinhos, em sua edição de outubro passado, publicou os resultados de uma interessante pesquisa sobre o consumidor português de vinhos. Realizada pela Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, abrangeu consumidores de todo o país, homens e mulheres, de estados civis diferentes e com faixas etárias e de rendimentos variadas.
Desse amplo estudo surgiram várias conclusões, e mencionaremos aqui, por alto, apenas algumas.
Em primeiro lugar, destaca-se o consumo médio de 9 garrafas/mês/família, quantidade que quase não depende do poder aquisitivo. E a ocasião preferida para beber é o fim de semana (90,4%), quando os homens escolhem o almoço ou o jantar e as mulheres, as ocasiões mais especiais.
Quem decide pela compra, na grande maioria das vezes, são homens, e esta geralmente é feita em supermercados; em segundo lugar vem a compra direta do produtor.
No tocante ao preço, os rendimentos são importantes, de um modo geral; mas nem sempre, porque o valor máximo a dar depende da ocasião, do local de consumo e do tipo de vinho.
Dentre os critérios de escolha, o primeiro é a cor do vinho, sendo o tinto o preferido, principalmente pelos homens.
Ponto importante a destacar é que, da perspectiva dos inquiridos, o vinho é parte do quotidiano e da alimentação, alegre e festivo, saudável e uma prenda agradável, mas generalizadamente caro.
Não temos conhecimento de algum estudo sequer parecido aqui no Brasil, mas acreditamos que uma pesquisa adaptada às nossas condições poderia mostrar resultados interessantes para nortear os produtores. Aí fica a idéia.
A Revista de Vinhos, em sua edição de outubro passado, publicou os resultados de uma interessante pesquisa sobre o consumidor português de vinhos. Realizada pela Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, abrangeu consumidores de todo o país, homens e mulheres, de estados civis diferentes e com faixas etárias e de rendimentos variadas.
Desse amplo estudo surgiram várias conclusões, e mencionaremos aqui, por alto, apenas algumas.
Em primeiro lugar, destaca-se o consumo médio de 9 garrafas/mês/família, quantidade que quase não depende do poder aquisitivo. E a ocasião preferida para beber é o fim de semana (90,4%), quando os homens escolhem o almoço ou o jantar e as mulheres, as ocasiões mais especiais.
Quem decide pela compra, na grande maioria das vezes, são homens, e esta geralmente é feita em supermercados; em segundo lugar vem a compra direta do produtor.
No tocante ao preço, os rendimentos são importantes, de um modo geral; mas nem sempre, porque o valor máximo a dar depende da ocasião, do local de consumo e do tipo de vinho.
Dentre os critérios de escolha, o primeiro é a cor do vinho, sendo o tinto o preferido, principalmente pelos homens.
Ponto importante a destacar é que, da perspectiva dos inquiridos, o vinho é parte do quotidiano e da alimentação, alegre e festivo, saudável e uma prenda agradável, mas generalizadamente caro.
Não temos conhecimento de algum estudo sequer parecido aqui no Brasil, mas acreditamos que uma pesquisa adaptada às nossas condições poderia mostrar resultados interessantes para nortear os produtores. Aí fica a idéia.
novembro 22, 2003
CONTATOS EM PORTUGAL
Em meados de setembro, entramos em contato com a Revista de Vinhos, manifestando nosso interesse em trocar informações com pessoas desse país, objetivando aumentar nossos conhecimentos sobre os vinhos portugueses e transmiti-los neste site.
Não foi preciso esperar muito para recebermos as primeiras respostas à nossa carta, publicada pela Revista em sua última edição, com o que estamos dando início a um diálogo cordial, extremamente facilitado pela língua comum. São pessoas que ficaram curiosas e decidiram escrever-nos, colocando-se à disposição para contatos subseqüentes.
Assim, registramos aqui o nosso agradecimento, reafirmando a intenção de publicar as informações e comentários recebidos. À Revista de Vinhos, igualmente, o nosso muito obrigado.
Em meados de setembro, entramos em contato com a Revista de Vinhos, manifestando nosso interesse em trocar informações com pessoas desse país, objetivando aumentar nossos conhecimentos sobre os vinhos portugueses e transmiti-los neste site.
Não foi preciso esperar muito para recebermos as primeiras respostas à nossa carta, publicada pela Revista em sua última edição, com o que estamos dando início a um diálogo cordial, extremamente facilitado pela língua comum. São pessoas que ficaram curiosas e decidiram escrever-nos, colocando-se à disposição para contatos subseqüentes.
Assim, registramos aqui o nosso agradecimento, reafirmando a intenção de publicar as informações e comentários recebidos. À Revista de Vinhos, igualmente, o nosso muito obrigado.
novembro 02, 2003
CURSOS SOBRE VINHOS
Quem desejar aprimorar seus conhecimentos sobre vinhos encontrará algumas opções de cursos online. Uma delas é disponibilizada no site da Winexperts em duas versões: Básico (20 aulas) e Avançado (13 aulas). Outra alternativa é oferecida pela Via del Vino, só que o interessado precisa cadastrar-se, previamente, para receber as aulas, uma a uma, por e-mail, a intervalos de aproximadamente 15 dias; quem tiver pressa, pode conhecer logo o conjunto das 23 aulas que recebemos até o momento, acessando a nossa página Curso de Vinhos. E bom proveito!
Quem desejar aprimorar seus conhecimentos sobre vinhos encontrará algumas opções de cursos online. Uma delas é disponibilizada no site da Winexperts em duas versões: Básico (20 aulas) e Avançado (13 aulas). Outra alternativa é oferecida pela Via del Vino, só que o interessado precisa cadastrar-se, previamente, para receber as aulas, uma a uma, por e-mail, a intervalos de aproximadamente 15 dias; quem tiver pressa, pode conhecer logo o conjunto das 23 aulas que recebemos até o momento, acessando a nossa página Curso de Vinhos. E bom proveito!
outubro 31, 2003
PERSONALIDADE DOS CONSUMIDORES DE VINHO
Os consumidores de vinho são mais reservados e preocupados com a saúde que os grandes bebedores de cerveja. É o que aponta uma recente investigação, com base científica, realizada no Winnipeg, Canadá. Em outras palavras, a personalidade do consumidor de álcool depende do tipo de bebida habitualmente tomada.
O estudo, realizado pela Unidade de Investigação de Álcool e Tabaco da Universidade de Manitoba, detectou traços psicológicos distintos entre 1252 aficionados de cerveja, vinho e outras bebidas. Utilizando questionários detalhados e entrevistas, percebeu-se que 202 preferiam o vinho, 340 a cerveja e 542, outras bebidas.
Os resultados indicaram que os bebedores de cerveja seriam muito mais extrovertidos e impulsivos que os de vinho, ficando os consumidores de outras bebidas entre essas duas categorias. Inclusive, o estilo de vida de cada um desses grupos é um fator a ser considerado: os que preferem o vinho podem ser mais sofisticados e preocupados com a saúde, possuir hábitos alimentares saudáveis e praticar exercícios; os que bebem cerveja são mais propensos a ficar sentados em um bar.
Os bebedores de vinho foram os de mais baixas pontuações em força de personalidade e busca de sensações, ao contrário dos que preferem a cerveja, o que, para estes últimos, seria um fator de risco de problemas cardíacos.
O estudo apontou também que as diferenças de personalidade entre esses grupos podem estar relacionadas em parte a dados demográficos, já que os consumidores de vinho tendem a ser mais velhos, cultos, de maioria feminina, casados, ao passo que os bebedores de cerveja são homens jovens, menos cultos e solteiros.
Uma nota: Ao noticiarmos esses resultados, não temos a menor intenção de traçar paralelos ou fazer comentários jocosos entre quem bebe vinho ou cerveja. Consideramos, apenas, tratar-se de informações curiosas, procedentes de um país altamente desenvolvido, que podem despertar a atenção de leitores. Neste site se fala de vinho, mas nada temos contra a cerveja, por sinal, uma grande e gostosa bebida! (Fonte: Chilevinos, 30/10/03)
Os consumidores de vinho são mais reservados e preocupados com a saúde que os grandes bebedores de cerveja. É o que aponta uma recente investigação, com base científica, realizada no Winnipeg, Canadá. Em outras palavras, a personalidade do consumidor de álcool depende do tipo de bebida habitualmente tomada.
O estudo, realizado pela Unidade de Investigação de Álcool e Tabaco da Universidade de Manitoba, detectou traços psicológicos distintos entre 1252 aficionados de cerveja, vinho e outras bebidas. Utilizando questionários detalhados e entrevistas, percebeu-se que 202 preferiam o vinho, 340 a cerveja e 542, outras bebidas.
Os resultados indicaram que os bebedores de cerveja seriam muito mais extrovertidos e impulsivos que os de vinho, ficando os consumidores de outras bebidas entre essas duas categorias. Inclusive, o estilo de vida de cada um desses grupos é um fator a ser considerado: os que preferem o vinho podem ser mais sofisticados e preocupados com a saúde, possuir hábitos alimentares saudáveis e praticar exercícios; os que bebem cerveja são mais propensos a ficar sentados em um bar.
Os bebedores de vinho foram os de mais baixas pontuações em força de personalidade e busca de sensações, ao contrário dos que preferem a cerveja, o que, para estes últimos, seria um fator de risco de problemas cardíacos.
O estudo apontou também que as diferenças de personalidade entre esses grupos podem estar relacionadas em parte a dados demográficos, já que os consumidores de vinho tendem a ser mais velhos, cultos, de maioria feminina, casados, ao passo que os bebedores de cerveja são homens jovens, menos cultos e solteiros.
Uma nota: Ao noticiarmos esses resultados, não temos a menor intenção de traçar paralelos ou fazer comentários jocosos entre quem bebe vinho ou cerveja. Consideramos, apenas, tratar-se de informações curiosas, procedentes de um país altamente desenvolvido, que podem despertar a atenção de leitores. Neste site se fala de vinho, mas nada temos contra a cerveja, por sinal, uma grande e gostosa bebida! (Fonte: Chilevinos, 30/10/03)
outubro 30, 2003
CHILE - OS FAVORITOS DO PÚBLICO
Realizou-se entre os dias 24 e 26 de setembro passado, no Hotel Plaza San Francisco, o "IX Encuentro Vinos de Chile 2003". A par da participação de 40 vinícolas, o evento deste ano inovou em uma característica: a seção "Favoritos do Público".
Segundo os organizadores, o número de participantes foi superior aos mil do ano anterior.
Em uma prova cega, aberta a todos, cada um degustou três de uma série de 20 vinhos selecionados por Alejandro Farias, sommelier e Gerente de Alimentos e Bebidas do Hotel, e Eugenio García, o Melhor Sommelier do Chile 2003. Ao final, um varietal e um reserva conquistaram a preferência do público.
A Viña Veramonte foi agraciada pelo seu "Veramonte Sauvignon Blanc 2003". E a Viña Morandé se destacou pelo seu "Terraum Carmenère 2002". As premiações aconteceram no encerramento do evento. (Fonte: Chilevinos, 29/09/03)
Realizou-se entre os dias 24 e 26 de setembro passado, no Hotel Plaza San Francisco, o "IX Encuentro Vinos de Chile 2003". A par da participação de 40 vinícolas, o evento deste ano inovou em uma característica: a seção "Favoritos do Público".
Segundo os organizadores, o número de participantes foi superior aos mil do ano anterior.
Em uma prova cega, aberta a todos, cada um degustou três de uma série de 20 vinhos selecionados por Alejandro Farias, sommelier e Gerente de Alimentos e Bebidas do Hotel, e Eugenio García, o Melhor Sommelier do Chile 2003. Ao final, um varietal e um reserva conquistaram a preferência do público.
A Viña Veramonte foi agraciada pelo seu "Veramonte Sauvignon Blanc 2003". E a Viña Morandé se destacou pelo seu "Terraum Carmenère 2002". As premiações aconteceram no encerramento do evento. (Fonte: Chilevinos, 29/09/03)
CHILE, SEDE DO NOVO MUNDO
Nos próximos dias 6 e 7 de novembro se realizará no Chile uma reunião promovida pelo World Wine Trade Group (WWTG), sob a denominação de New World Wine. Estarão presentes delegações da Austrália, Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia, África do Sul, Argentina e Chile, os sete países que, há quatro anos, também no Chile, constituíram o grupo New World Wine e se tornaram uma "pedra no sapato" para o chamado Velho Mundo. Estarão presentes delegações dos setores públicos de todos esses países. Participarão, ainda, como convidados especiais, México e Uruguai, candidatos a integrar o grupo em futuro próximo.
Nessa reunião, espera-se firmar alguns acordos que já vêm sendo discutidos há dois anos, dentre os quais um dos mais relevantes é o da harmonização dos rótulos. O objetivo é que todos os países membros entendam as legendas e exijam o mesmo. No rótulo deverão aparecer, em todos os países: a confirmação de que o produto se chama vinho; a origem; o teor alcoólico; o volume engarrafado. A inclusão de outras informações, como a variedade das uvas ou o "terroir", fica por conta de cada país.
Uma das características desse grupo é ser uma das poucas instâncias no mundo onde os setores público e privado trabalham juntos e sem problemas.
Pena que o Brasil não vá participar desse encontro, nem ao menos como simples ouvinte... (Fonte: Chilevinos, 29/10/03)
Nos próximos dias 6 e 7 de novembro se realizará no Chile uma reunião promovida pelo World Wine Trade Group (WWTG), sob a denominação de New World Wine. Estarão presentes delegações da Austrália, Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia, África do Sul, Argentina e Chile, os sete países que, há quatro anos, também no Chile, constituíram o grupo New World Wine e se tornaram uma "pedra no sapato" para o chamado Velho Mundo. Estarão presentes delegações dos setores públicos de todos esses países. Participarão, ainda, como convidados especiais, México e Uruguai, candidatos a integrar o grupo em futuro próximo.
Nessa reunião, espera-se firmar alguns acordos que já vêm sendo discutidos há dois anos, dentre os quais um dos mais relevantes é o da harmonização dos rótulos. O objetivo é que todos os países membros entendam as legendas e exijam o mesmo. No rótulo deverão aparecer, em todos os países: a confirmação de que o produto se chama vinho; a origem; o teor alcoólico; o volume engarrafado. A inclusão de outras informações, como a variedade das uvas ou o "terroir", fica por conta de cada país.
Uma das características desse grupo é ser uma das poucas instâncias no mundo onde os setores público e privado trabalham juntos e sem problemas.
Pena que o Brasil não vá participar desse encontro, nem ao menos como simples ouvinte... (Fonte: Chilevinos, 29/10/03)
outubro 21, 2003
BOA NOVA DO CHILE: TRIPLE C
Nosso bom e dileto amigo, o Senhor de Morro Grande, retornando de recente viagem ao Chile, convidou-nos para degustar um vinho que trouxe na bagagem, motivado pelas elogiosas referências que colheu de entendidos locais. Trata-se do Triple C, elaborado pela conhecida Viña Santa Rita em seus vinhedos no Estado de Alto Jahuel, no Valle del Maipo (Denominação de Origem).
E essa degustação ocorreu numa noite de temperatura bastante agradável, na varanda de sua aprazível residência na Zona da Mata, em Minas Gerais. Antes, porém, de fazermos nossos comentários, vale repassar algumas informações colhidas em fontes chilenas.
Segundo a Viña Santa Rita, o Triple C combina o melhor do Velho e Novo Mundos: a elegância de variedades de uvas tradicionais e as modernas técnicas de produção. É um blend de uvas Cabernet Franc (55%), Cabernet Sauvignon (30%) e Carmenère (15%), cultivadas em um "terroir" extraordinário, localizado bem no coração do Valle del Maipo e ao lado da Cordilheira dos Andes. É um vinho muito novo, cuja primeira colheita se deu em março de 1999, que passou por um armazenamento de 14 meses em barricas novas de carvalho francês, seguindo-se o engarrafamento em 2 de fevereiro de 2001. Seu teor alcoólico é bastante elevado - 14,5% - e o potencial de envelhecimento é de 8 anos.
Mas as melhores referências ao Triple C foram encontradas em artigo publicado na Revista chilena Qué Pasa, edição de 05 de setembro de 2003, assinado por César Fredes e sob o título "Triple C, uma verdadeira jóia". As primeiras palavras do articulista definem este vinho como "realmente soberbo, elaborado com o objetivo de qualidade extrema". Em poucas palavras, um vinho que "o comum dos mortais poderia definir, primeiro, como muito rico e, em seguida, como impressionante".
Segundo Fredes, é um vinho que "impressionará os aficionados e fascinará, logicamente, a quase todos os profissionais e eruditos que venham a prova-lo". Encerrando seus comentários, Fredes afirma que o preço de 25000 pesos (cerca de US$37, no Chile) será muito bem pago. "Um vinho que dará o que falar".
Bem, depois de tão elogiosos comentários, sentimo-nos com uma grande responsabilidade em emitir nossas opiniões. Mas, deixando a avaliação mais detalhada e aprofundada para os verdadeiramente entendidos, começaríamos dizendo que o que mais nos impressionou, de imediato, foi sua coloração rubi intensa, homogênea, muito bonita. Ao agitar da taça, percebe-se um "colar" amplo, com "lágrimas" em abundância. Ao nariz, mostrou um aroma delicado e harmonioso de madeira e frutos vermelhos, que nos dava vontade de experimentar por várias vezes. Mas a grande revelação veio ao prova-lo e sentir a plenitude e a persistência, o ótimo corpo; e - surpresa - apesar do elevado teor alcoólico, quase não sentimos o seu efeito.
A degustação foi acompanhada por um queijo parmesão fresco, que se mostrou muito harmonioso com o vinho.
Em suma, na nossa modesta opinião, trata-se de um vinho muito bom, que deverá ficar ainda melhor se guardado por mais alguns anos. E àqueles que se dispuserem a desembolsar algo possivelmente entre R$250 e R$300 por uma garrafa aqui no Brasil não exitaríamos em sugerir que o façam.
Nosso bom e dileto amigo, o Senhor de Morro Grande, retornando de recente viagem ao Chile, convidou-nos para degustar um vinho que trouxe na bagagem, motivado pelas elogiosas referências que colheu de entendidos locais. Trata-se do Triple C, elaborado pela conhecida Viña Santa Rita em seus vinhedos no Estado de Alto Jahuel, no Valle del Maipo (Denominação de Origem).
E essa degustação ocorreu numa noite de temperatura bastante agradável, na varanda de sua aprazível residência na Zona da Mata, em Minas Gerais. Antes, porém, de fazermos nossos comentários, vale repassar algumas informações colhidas em fontes chilenas.
Segundo a Viña Santa Rita, o Triple C combina o melhor do Velho e Novo Mundos: a elegância de variedades de uvas tradicionais e as modernas técnicas de produção. É um blend de uvas Cabernet Franc (55%), Cabernet Sauvignon (30%) e Carmenère (15%), cultivadas em um "terroir" extraordinário, localizado bem no coração do Valle del Maipo e ao lado da Cordilheira dos Andes. É um vinho muito novo, cuja primeira colheita se deu em março de 1999, que passou por um armazenamento de 14 meses em barricas novas de carvalho francês, seguindo-se o engarrafamento em 2 de fevereiro de 2001. Seu teor alcoólico é bastante elevado - 14,5% - e o potencial de envelhecimento é de 8 anos.
Mas as melhores referências ao Triple C foram encontradas em artigo publicado na Revista chilena Qué Pasa, edição de 05 de setembro de 2003, assinado por César Fredes e sob o título "Triple C, uma verdadeira jóia". As primeiras palavras do articulista definem este vinho como "realmente soberbo, elaborado com o objetivo de qualidade extrema". Em poucas palavras, um vinho que "o comum dos mortais poderia definir, primeiro, como muito rico e, em seguida, como impressionante".
Segundo Fredes, é um vinho que "impressionará os aficionados e fascinará, logicamente, a quase todos os profissionais e eruditos que venham a prova-lo". Encerrando seus comentários, Fredes afirma que o preço de 25000 pesos (cerca de US$37, no Chile) será muito bem pago. "Um vinho que dará o que falar".
Bem, depois de tão elogiosos comentários, sentimo-nos com uma grande responsabilidade em emitir nossas opiniões. Mas, deixando a avaliação mais detalhada e aprofundada para os verdadeiramente entendidos, começaríamos dizendo que o que mais nos impressionou, de imediato, foi sua coloração rubi intensa, homogênea, muito bonita. Ao agitar da taça, percebe-se um "colar" amplo, com "lágrimas" em abundância. Ao nariz, mostrou um aroma delicado e harmonioso de madeira e frutos vermelhos, que nos dava vontade de experimentar por várias vezes. Mas a grande revelação veio ao prova-lo e sentir a plenitude e a persistência, o ótimo corpo; e - surpresa - apesar do elevado teor alcoólico, quase não sentimos o seu efeito.
A degustação foi acompanhada por um queijo parmesão fresco, que se mostrou muito harmonioso com o vinho.
Em suma, na nossa modesta opinião, trata-se de um vinho muito bom, que deverá ficar ainda melhor se guardado por mais alguns anos. E àqueles que se dispuserem a desembolsar algo possivelmente entre R$250 e R$300 por uma garrafa aqui no Brasil não exitaríamos em sugerir que o façam.
outubro 08, 2003
VINHO DE SOBREMESA
A refeição terminou, chegou a hora da sobremesa. Que tal beber um vinho? Muita gente nem pensaria, pois este é um hábito pouco difundido entre nós. Na verdade, a combinação é perfeitamente válida, apenas é preciso escolher adequadamente o vinho e isto irá depender, basicamente, da sobremesa servida.
Por exemplo, para doces, em geral, experimente um vinho branco, naturalmente...doce. Com frutas, a escolha adequada recai em um espumante demi-sec ou mesmo extra-dry. Por outro lado, se a sobremesa for à base de chocolate, a recomendação será vinho do Porto.
Qualquer que seja a escolha, porém, o vinho deverá ser de qualidade. Pois a sobremesa é a parte final de uma refeição, um momento para ser encerrado "com chave de ouro".
A refeição terminou, chegou a hora da sobremesa. Que tal beber um vinho? Muita gente nem pensaria, pois este é um hábito pouco difundido entre nós. Na verdade, a combinação é perfeitamente válida, apenas é preciso escolher adequadamente o vinho e isto irá depender, basicamente, da sobremesa servida.
Por exemplo, para doces, em geral, experimente um vinho branco, naturalmente...doce. Com frutas, a escolha adequada recai em um espumante demi-sec ou mesmo extra-dry. Por outro lado, se a sobremesa for à base de chocolate, a recomendação será vinho do Porto.
Qualquer que seja a escolha, porém, o vinho deverá ser de qualidade. Pois a sobremesa é a parte final de uma refeição, um momento para ser encerrado "com chave de ouro".
outubro 07, 2003
VINHO SEM ÁLCOOL
De 18 a 21 de setembro passado, os visitantes da EXPOCATÓLICA puderam conferir e degustar o primeiro vinho canônico (usado para consagração) sem álcool do mundo. Produzido pela colônia italiana na Serra Gaúcha (RS) e engarrafado em Bandeirantes (PR). O vinho La Dorni recebeu a benção do Papa João Paulo II e foi autorizado pela alta hierarquia da Igreja Católica para ser consumido entre os padres. Além do Vinho Canônico, a La Dorni apresentou, durante a feira, os vinhos Tinto Suave, Branco Suave e o Suave Rose sem álcool, com características mais licorosas; e os vinhos Tinto Seco e Branco Seco, sem álcool e sem açúcar, de paladar mais rascante. Os vinhos sem álcool La Dorni não possuem contra-indicações, podendo ser consumidos por pessoas de todas as idades, e indicados para ex-alcoólatras, hipertensos, abstêmios e pessoas que tomam medicamentos. Os vinhos sem álcool e sem açúcar podem ser adoçados artificialmente e consumidos por diabéticos e pessoas em dieta alimentar de restrição de açúcar. Feito pela fermentação natural da uva, sem adição de água, o vinho é desalcoolizado através de um engenhoso processo de produção, e chega ao esperado, ou seja, 0º GL, mantendo todas as propriedades e o paladar de um vinho suave. De acordo com a empresa, os vinhos foram desenvolvidos após anos de pesquisas e a desalcoolização não passa por processos químicos, apenas físicos. O vinho sem álcool não é suco de uva: seu processo de produção é feito através da fermentação, ao contrário do suco, em que as uvas são cozidas e adoçadas. Bom para o espírito e para o corpo. Além de abençoados, os vinhos sem álcool La Dorni mantêm - com vantagens - as diversas propriedades benéficas do vinho ao organismo. Com apenas 0,41º de teor alcoólico, detectado apenas em laboratório (o suco de uva tem até 0,6º e o de maracujá tem 1º de teor alcoólico), os vinhos sem álcool La Dorni têm até 65% mais flavonóides que os vinhos comuns. (Os flavonóides, pigmentos naturais encontrados na casca da uva rosa, auxiliam na redução das taxas do colesterol ruim do sangue, atuando como desobstrutor de artérias e vias coronárias, sem os riscos e males que o álcool pode causar à saúde). Fonte: Jornal Bahia Negócios, 11/09/03.
De 18 a 21 de setembro passado, os visitantes da EXPOCATÓLICA puderam conferir e degustar o primeiro vinho canônico (usado para consagração) sem álcool do mundo. Produzido pela colônia italiana na Serra Gaúcha (RS) e engarrafado em Bandeirantes (PR). O vinho La Dorni recebeu a benção do Papa João Paulo II e foi autorizado pela alta hierarquia da Igreja Católica para ser consumido entre os padres. Além do Vinho Canônico, a La Dorni apresentou, durante a feira, os vinhos Tinto Suave, Branco Suave e o Suave Rose sem álcool, com características mais licorosas; e os vinhos Tinto Seco e Branco Seco, sem álcool e sem açúcar, de paladar mais rascante. Os vinhos sem álcool La Dorni não possuem contra-indicações, podendo ser consumidos por pessoas de todas as idades, e indicados para ex-alcoólatras, hipertensos, abstêmios e pessoas que tomam medicamentos. Os vinhos sem álcool e sem açúcar podem ser adoçados artificialmente e consumidos por diabéticos e pessoas em dieta alimentar de restrição de açúcar. Feito pela fermentação natural da uva, sem adição de água, o vinho é desalcoolizado através de um engenhoso processo de produção, e chega ao esperado, ou seja, 0º GL, mantendo todas as propriedades e o paladar de um vinho suave. De acordo com a empresa, os vinhos foram desenvolvidos após anos de pesquisas e a desalcoolização não passa por processos químicos, apenas físicos. O vinho sem álcool não é suco de uva: seu processo de produção é feito através da fermentação, ao contrário do suco, em que as uvas são cozidas e adoçadas. Bom para o espírito e para o corpo. Além de abençoados, os vinhos sem álcool La Dorni mantêm - com vantagens - as diversas propriedades benéficas do vinho ao organismo. Com apenas 0,41º de teor alcoólico, detectado apenas em laboratório (o suco de uva tem até 0,6º e o de maracujá tem 1º de teor alcoólico), os vinhos sem álcool La Dorni têm até 65% mais flavonóides que os vinhos comuns. (Os flavonóides, pigmentos naturais encontrados na casca da uva rosa, auxiliam na redução das taxas do colesterol ruim do sangue, atuando como desobstrutor de artérias e vias coronárias, sem os riscos e males que o álcool pode causar à saúde). Fonte: Jornal Bahia Negócios, 11/09/03.
outubro 04, 2003
CONTATOS INTERNACIONAIS
Às vezes as coisas acontecem naturalmente, sem que necessitemos dispender muita energia. Em qustão de poucos dias, e após diversos contatos por e-mail, a empresa exportadora húngara Capvex acordou conosco um esquema de mútua cooperação. No entender de András Mueller, dirigente da empresa, a Hungria produz vinhos de excelente qualidade e a Capvex se propõe a comercializá-los para o Brasil, entre outros países.
Iniciamos a publicação de notas sobre as cinco regiões viníferas (de um total de 22) selecionadas pela Capvex e colocamos um link para acesso ao seu Website. Em contrapartida, merecemos de András um lugar de destaque em seu site, com a publicação de dois textos nossos, em inglês, além de um link para a nossa página.
Se considerarmos que nossa cooperação não tem objetivos comerciais, esses primeiros resultados são bastante expressivos. Significam que o nosso site poderá chamar a atenção de pessoas em outros países e daí resultar um proveitoso intercâmbio de informações e opiniões. Coisa que somente o tempo poderá confirmar. Mas a sorte está lançada.
Quem desejar conhecer melhor a Capvex e seus vinhos, clique no link à esquerda desta página.
Às vezes as coisas acontecem naturalmente, sem que necessitemos dispender muita energia. Em qustão de poucos dias, e após diversos contatos por e-mail, a empresa exportadora húngara Capvex acordou conosco um esquema de mútua cooperação. No entender de András Mueller, dirigente da empresa, a Hungria produz vinhos de excelente qualidade e a Capvex se propõe a comercializá-los para o Brasil, entre outros países.
Iniciamos a publicação de notas sobre as cinco regiões viníferas (de um total de 22) selecionadas pela Capvex e colocamos um link para acesso ao seu Website. Em contrapartida, merecemos de András um lugar de destaque em seu site, com a publicação de dois textos nossos, em inglês, além de um link para a nossa página.
Se considerarmos que nossa cooperação não tem objetivos comerciais, esses primeiros resultados são bastante expressivos. Significam que o nosso site poderá chamar a atenção de pessoas em outros países e daí resultar um proveitoso intercâmbio de informações e opiniões. Coisa que somente o tempo poderá confirmar. Mas a sorte está lançada.
Quem desejar conhecer melhor a Capvex e seus vinhos, clique no link à esquerda desta página.
outubro 02, 2003
HUNGRIA - EGER (2/5)
Eger é uma das mais bonitas cidades barrocas da Hungria. Muito antiga, por cerca de mil anos foi sede de um bispado, e hoje está repleta de reminiscências históricas. Lá se encontra a segunda maior igreja do país, com o maior órgão.
O Castelo, da Idade Média, guardou relíquias das igrejas e o Palácio Episcopal gótico, do século XV, foi restaurado e nele está localizado o Museu do Castelo, que também conta a história da cidade. O Minarete, a mais antiga construção turca da era Otomana, eleva-se cerca de 40 metros acima da cidade.
Além de suas belezas históricas, Eger atrai muita gente por conta de famosos vinhos, servidos em adegas com centenas de anos.
A região vinícola de Eger se situa nos contrafortes das Montanhas Bükk, onde o relevo se torna fortemente abrupto, numa área entrecortada por escarpas e vales. A parte ao norte da região é formada pelas rochas mais antigas das Bükk, os vinhedos ao norte da cidade de Eger e o triângulo entre Eger-Felsotárkány-Noszvaj, que estão assentados numa camada rochosa. Já a parte ao sul da região repousa sobre camadas vulcânicas, o que é particularmente importante, já que a maioria dos vinhos encorpados e de alto teor alcoólico de Eger são produzidos nessa superfície.
Tanto os vinhos brancos quanto os tintos têm uma produção considerável em Eger. Para os primeiros, as castas típicas são Welsh-riesling, Leányka, Traminer e Muscat Ottonel. Para os tintos, as mais famosas são Blue-frankish, Cabernet Sauvignon e Merlot, embora as uvas Kadarka e Portuguesas sejam as mais difundidas. Mais recentemente, alguns plantadores têm tido considerável sucesso com a uva Blauburger.
O mais famoso vinho de Eger é o Bikavér (Sangue deBoi), um corte de duas ou três uvas tintas.
A elegância, harmonia e complexidade dos vinhos de Eger os está colocando em lugar de destaque na produção húngara.
Eger é uma das mais bonitas cidades barrocas da Hungria. Muito antiga, por cerca de mil anos foi sede de um bispado, e hoje está repleta de reminiscências históricas. Lá se encontra a segunda maior igreja do país, com o maior órgão.
O Castelo, da Idade Média, guardou relíquias das igrejas e o Palácio Episcopal gótico, do século XV, foi restaurado e nele está localizado o Museu do Castelo, que também conta a história da cidade. O Minarete, a mais antiga construção turca da era Otomana, eleva-se cerca de 40 metros acima da cidade.
Além de suas belezas históricas, Eger atrai muita gente por conta de famosos vinhos, servidos em adegas com centenas de anos.
A região vinícola de Eger se situa nos contrafortes das Montanhas Bükk, onde o relevo se torna fortemente abrupto, numa área entrecortada por escarpas e vales. A parte ao norte da região é formada pelas rochas mais antigas das Bükk, os vinhedos ao norte da cidade de Eger e o triângulo entre Eger-Felsotárkány-Noszvaj, que estão assentados numa camada rochosa. Já a parte ao sul da região repousa sobre camadas vulcânicas, o que é particularmente importante, já que a maioria dos vinhos encorpados e de alto teor alcoólico de Eger são produzidos nessa superfície.
Tanto os vinhos brancos quanto os tintos têm uma produção considerável em Eger. Para os primeiros, as castas típicas são Welsh-riesling, Leányka, Traminer e Muscat Ottonel. Para os tintos, as mais famosas são Blue-frankish, Cabernet Sauvignon e Merlot, embora as uvas Kadarka e Portuguesas sejam as mais difundidas. Mais recentemente, alguns plantadores têm tido considerável sucesso com a uva Blauburger.
O mais famoso vinho de Eger é o Bikavér (Sangue deBoi), um corte de duas ou três uvas tintas.
A elegância, harmonia e complexidade dos vinhos de Eger os está colocando em lugar de destaque na produção húngara.
setembro 24, 2003
HUNGRIA - BALATONFÜRED - CSOPAK (1/5)
Esta é a primeira das cinco regiões vinícolas da Hungria que serão apresentadas neste site, fruto da colaboração estabelecida com András Mueller, da CAPVEX, que enviou os textos em inglês. As demais serão publicadas a intervalos regulares. A tradução procurará manter o espírito dos textos, adaptando-os apenas à nossa forma corrente de expressão. Notas complementares ou fotos podem ser incluídas, a nosso critério, desde que enriqueçam a mensagem.
Situado a sudoeste de Budapest, o Balaton é o maior lago da Europa Central,com uma área de 598 quilômetros quadrados e uma profundidade máxima de 11 metros. Nele existem duas reservas florestais. A indústria turística é significativa e a agricultura permanece importante.
Esta região se estende ao longo da praia mais ao norte do Lago Balaton. A combinação de solos nas cores vermelha e branca dá um toque especial à paisagem.
As uvas viníferas brancas tradicionalmente cultivadas são: Welsh-Riesling, Rhine-Riesling, Riesling-Sylvaner, Traminer, Muscat Ottonel e, há poucas décadas, Sauvignon Blanc e Chardonnay.
O vinho tinto só é produzido excepcionalmente: os vinhos rose de Dörgicse são recentes nesta região, datam de poucos anos, elaborados a partir de uvas Blue-frankish, Merlot e Zweigelt.
Dois estilos independentes de vinhos podem ser aqui encontrados. Os vinhos da sub-região de Balatonfüred são mais encorpados e têm um caráter fogoso, ardente; os "experts" da degustação refinada os descrevem como possuindo um centésimo de "mignonette". Já os Riesling da sub-região de Csopak são tipicamente elegantes, possuem um complexo espectro de ácidos, nunca agressivos.
Os vinhos dessas sub-regiões, no entanto, mantêm suas características didtintivas e se alguém espera encontrar o mesmo teor alcoólico e a mesma acidez dos vinhos de Balatonfüred, saiba que em Csopak os vinhos são relativamente mais leves e "esbeltos". Esta "benevolência" nem sempre é a mesma, como no caso de vinhos oriundos de solos arenosos, mas é o resultado de ácidos leves e vigorosos. Não é por acaso que os vinhos Welsh Riesling dos vinhedos de Csopak-Bereghát apenas podem ser comparados aos Rieslings da área de Balaton, como os de Szent György Hill. Os vinhos das redondezas de Dörgicse, Zánka e Akali são um pouco mais robustos e ardentes.
Esta é a primeira das cinco regiões vinícolas da Hungria que serão apresentadas neste site, fruto da colaboração estabelecida com András Mueller, da CAPVEX, que enviou os textos em inglês. As demais serão publicadas a intervalos regulares. A tradução procurará manter o espírito dos textos, adaptando-os apenas à nossa forma corrente de expressão. Notas complementares ou fotos podem ser incluídas, a nosso critério, desde que enriqueçam a mensagem.
Situado a sudoeste de Budapest, o Balaton é o maior lago da Europa Central,com uma área de 598 quilômetros quadrados e uma profundidade máxima de 11 metros. Nele existem duas reservas florestais. A indústria turística é significativa e a agricultura permanece importante.
Esta região se estende ao longo da praia mais ao norte do Lago Balaton. A combinação de solos nas cores vermelha e branca dá um toque especial à paisagem.
As uvas viníferas brancas tradicionalmente cultivadas são: Welsh-Riesling, Rhine-Riesling, Riesling-Sylvaner, Traminer, Muscat Ottonel e, há poucas décadas, Sauvignon Blanc e Chardonnay.
O vinho tinto só é produzido excepcionalmente: os vinhos rose de Dörgicse são recentes nesta região, datam de poucos anos, elaborados a partir de uvas Blue-frankish, Merlot e Zweigelt.
Dois estilos independentes de vinhos podem ser aqui encontrados. Os vinhos da sub-região de Balatonfüred são mais encorpados e têm um caráter fogoso, ardente; os "experts" da degustação refinada os descrevem como possuindo um centésimo de "mignonette". Já os Riesling da sub-região de Csopak são tipicamente elegantes, possuem um complexo espectro de ácidos, nunca agressivos.
Os vinhos dessas sub-regiões, no entanto, mantêm suas características didtintivas e se alguém espera encontrar o mesmo teor alcoólico e a mesma acidez dos vinhos de Balatonfüred, saiba que em Csopak os vinhos são relativamente mais leves e "esbeltos". Esta "benevolência" nem sempre é a mesma, como no caso de vinhos oriundos de solos arenosos, mas é o resultado de ácidos leves e vigorosos. Não é por acaso que os vinhos Welsh Riesling dos vinhedos de Csopak-Bereghát apenas podem ser comparados aos Rieslings da área de Balaton, como os de Szent György Hill. Os vinhos das redondezas de Dörgicse, Zánka e Akali são um pouco mais robustos e ardentes.
setembro 22, 2003
VINHOS DA HUNGRIA...DE NOVO
No dia 25 de março passado, publicamos uma nota sobre os vinhos da Hungria, procurando dar uma idéia dos bons produtos deste tão distante país do Leste Europeu. Um país com uma língua que nós, povo latino, temos dificuldade de entender, mas que já deu grandes contribuições à cultura, às artes, à música, aos esportes e...aos vinhos.
Bem, para nossa surpresa recebemos, recentemente, um e-mail da Hungria, enviado por András Mueller, fundador da CAPVEX, uma empresa exportadora de vinhos, o qual está interessado em estabelecer relações comerciais com empresas brasileiras.
Recebemos de András algumas informações sobre vinhos húngaros, que decidimos traduzir e publicar, porque acreditamos que representam uma boa colaboração e, com certeza, proporcionarão aos interessados uma visão abalizada sobre o assunto.
Nossa intenção é publicar uma seqüência de mensagens, possivelmente a cada 7 ou 15 dias, cada uma abordando uma região vinícola específica, de um total de cinco: Balatonfüred-Csopak, Eger, Szekszárd, Tokaj-Hegyalja e Villány.
Esperamos criar com András um canal de comunicação sempre aberto à divulgação de notícias de permanente interesse dos nossos visitantes. Bem-vindo, András!
No dia 25 de março passado, publicamos uma nota sobre os vinhos da Hungria, procurando dar uma idéia dos bons produtos deste tão distante país do Leste Europeu. Um país com uma língua que nós, povo latino, temos dificuldade de entender, mas que já deu grandes contribuições à cultura, às artes, à música, aos esportes e...aos vinhos.
Bem, para nossa surpresa recebemos, recentemente, um e-mail da Hungria, enviado por András Mueller, fundador da CAPVEX, uma empresa exportadora de vinhos, o qual está interessado em estabelecer relações comerciais com empresas brasileiras.
Recebemos de András algumas informações sobre vinhos húngaros, que decidimos traduzir e publicar, porque acreditamos que representam uma boa colaboração e, com certeza, proporcionarão aos interessados uma visão abalizada sobre o assunto.
Nossa intenção é publicar uma seqüência de mensagens, possivelmente a cada 7 ou 15 dias, cada uma abordando uma região vinícola específica, de um total de cinco: Balatonfüred-Csopak, Eger, Szekszárd, Tokaj-Hegyalja e Villány.
Esperamos criar com András um canal de comunicação sempre aberto à divulgação de notícias de permanente interesse dos nossos visitantes. Bem-vindo, András!
setembro 18, 2003
NOÉ E O VINHO
Segundo a Bíblia, Noé se tornou o primeiro agricultor a cultivar a vinha. Por que escolheu essa planta e não o trigo ou a cevada, mais importantes à alimentação da época? Inúmeros exegetas cristãos tentaram desvendar o enigma. "Porque Noé era justo, ocupava-se das coisas secundárias, deixando a Deus o essencial", respondeu Santo Ambrósio de Milão no século 4, com a doçura de seu caráter.
O patriarca foi também o primeiro homem a se embriagar. Os filhos o encontraram sem roupa, caído no chão. No teto da Capela Sistina, no Vaticano, existe um célebre afresco de Michelangelo Buonarroti (1568-1646), inspirado na embriaguez de Noé. Um mosaico do século 11, existente na Basilica di San Marco, em Veneza, a mais deslumbrante igreja bizantina da Europa ocidental, apresenta-o ao lado de uma videira, em posição reverente, segurando numa mão um cacho de uva e, tendo na outra uma taça com vinho. Os vinhateiros têm sido injustos com Noé. Que se saiba, não existe uma única marca de vinho em homenagem ao patriarca. Ingratidão. Afinal, se as coisas se passaram desse jeito, o mundo inteiro tem uma dívida de gratidão para com ele. (Fonte: O Estado de S. Paulo)
Segundo a Bíblia, Noé se tornou o primeiro agricultor a cultivar a vinha. Por que escolheu essa planta e não o trigo ou a cevada, mais importantes à alimentação da época? Inúmeros exegetas cristãos tentaram desvendar o enigma. "Porque Noé era justo, ocupava-se das coisas secundárias, deixando a Deus o essencial", respondeu Santo Ambrósio de Milão no século 4, com a doçura de seu caráter.
O patriarca foi também o primeiro homem a se embriagar. Os filhos o encontraram sem roupa, caído no chão. No teto da Capela Sistina, no Vaticano, existe um célebre afresco de Michelangelo Buonarroti (1568-1646), inspirado na embriaguez de Noé. Um mosaico do século 11, existente na Basilica di San Marco, em Veneza, a mais deslumbrante igreja bizantina da Europa ocidental, apresenta-o ao lado de uma videira, em posição reverente, segurando numa mão um cacho de uva e, tendo na outra uma taça com vinho. Os vinhateiros têm sido injustos com Noé. Que se saiba, não existe uma única marca de vinho em homenagem ao patriarca. Ingratidão. Afinal, se as coisas se passaram desse jeito, o mundo inteiro tem uma dívida de gratidão para com ele. (Fonte: O Estado de S. Paulo)
DEPOIS DA GARRAFA ABERTA...
Quando se decide pela abertura de uma garrafa de vinho, a melhor recomendação é bebê-lo por inteiro. Nem sempre, porém, dá para seguir o conselho, como no caso dos vinhos destinados ao dia-a-dia, consumidos aos poucos. E aí reside o perigo: a entrada de oxigênio acarreta alterações no vinho, afetando a cor, os aromas e o sabor. Mais, ainda, propicia a proliferação de microorganismos, que acabam por causar danos irreparáveis ao vinho.
Como a incorporação de oxigênio vai aumentando na medida em que também aumenta o volume vazio da garrafa, o procedimento mais recomendado é beber todo o vinho em, no máximo, três dias. E, no intervalo entre os dias, manter a garrafa (fechada com a rolha original) na parte inferior da porta da geladeira, só a retirando alguns momentos antes de beber, para que o vinho tenha um leve aumento da temperatura.
Evidentemente, prolongar o tempo de consumo do vinho é uma decisão que dependerá, fundamentalmente, da qualidade do que está na garrafa: se for um vinho simples, dá para arriscar; mas, se for de maior qualidade, nem pensar. É melhor arranjar um bom parceiro para dividir o prazer. (Fonte: Jornal Bom Vivant, agosto/2003)
Quando se decide pela abertura de uma garrafa de vinho, a melhor recomendação é bebê-lo por inteiro. Nem sempre, porém, dá para seguir o conselho, como no caso dos vinhos destinados ao dia-a-dia, consumidos aos poucos. E aí reside o perigo: a entrada de oxigênio acarreta alterações no vinho, afetando a cor, os aromas e o sabor. Mais, ainda, propicia a proliferação de microorganismos, que acabam por causar danos irreparáveis ao vinho.
Como a incorporação de oxigênio vai aumentando na medida em que também aumenta o volume vazio da garrafa, o procedimento mais recomendado é beber todo o vinho em, no máximo, três dias. E, no intervalo entre os dias, manter a garrafa (fechada com a rolha original) na parte inferior da porta da geladeira, só a retirando alguns momentos antes de beber, para que o vinho tenha um leve aumento da temperatura.
Evidentemente, prolongar o tempo de consumo do vinho é uma decisão que dependerá, fundamentalmente, da qualidade do que está na garrafa: se for um vinho simples, dá para arriscar; mas, se for de maior qualidade, nem pensar. É melhor arranjar um bom parceiro para dividir o prazer. (Fonte: Jornal Bom Vivant, agosto/2003)
setembro 16, 2003
VINHOS DA ÁFRICA DO SUL
Em matéria assinada por Luciano Ribeiro, a revista Domingo, do Jornal do Brasil, edição de 14 deste mês, comenta os vinhos da África do Sul. O artigo enfatiza a qualidade desses vinhos e seus preços convidativos, quando comparados com os dos demais países do Novo Mundo (Chile, Argentina, Austrália, EUA e Nova Zelândia). Cita, como exemplo, o Cloof, que mereceu as cinco estrelas da revista Decanter, vendido em Cape Town pelo equivalente a R$38. Outro exemplo é o Tukulu 2001, eleito o meljor do ano pela revista Wine, cotado localmente a R$50, preço muito abaido dos cobrados por alguns vinhos argentinos (Catena Zapata), chilenos (Alma Viva, Clos Alpata) e norte-americanos (Opus One).
Qual seria a razão para essas disparidades de preços? A explicação é simples: Embora a produção de vinhos tenha se iniciado no século XVII, a pol?tica do "apartheid" provocou grandes atrasos para a indústria vinícola do país; somente a partir de 1994 se deu a retomada da produção e esse hiato fez com que os vinhos sul-africanos ainda não sejam muito conhecidos ao redor do mundo.
As maiores regiões produtoras são Stellenbosch e Paarl. A primeira fica a cerca de 45 minutos de Cape Town e suas terras são ideais para o cultivo de uvas tintas, especialmente a Cabernet Sauvignon. Paarl é uma cidade espremida entre parreiras e montanhas, onde se pode beber um bom Shiraz.
Em matéria assinada por Luciano Ribeiro, a revista Domingo, do Jornal do Brasil, edição de 14 deste mês, comenta os vinhos da África do Sul. O artigo enfatiza a qualidade desses vinhos e seus preços convidativos, quando comparados com os dos demais países do Novo Mundo (Chile, Argentina, Austrália, EUA e Nova Zelândia). Cita, como exemplo, o Cloof, que mereceu as cinco estrelas da revista Decanter, vendido em Cape Town pelo equivalente a R$38. Outro exemplo é o Tukulu 2001, eleito o meljor do ano pela revista Wine, cotado localmente a R$50, preço muito abaido dos cobrados por alguns vinhos argentinos (Catena Zapata), chilenos (Alma Viva, Clos Alpata) e norte-americanos (Opus One).
Qual seria a razão para essas disparidades de preços? A explicação é simples: Embora a produção de vinhos tenha se iniciado no século XVII, a pol?tica do "apartheid" provocou grandes atrasos para a indústria vinícola do país; somente a partir de 1994 se deu a retomada da produção e esse hiato fez com que os vinhos sul-africanos ainda não sejam muito conhecidos ao redor do mundo.
As maiores regiões produtoras são Stellenbosch e Paarl. A primeira fica a cerca de 45 minutos de Cape Town e suas terras são ideais para o cultivo de uvas tintas, especialmente a Cabernet Sauvignon. Paarl é uma cidade espremida entre parreiras e montanhas, onde se pode beber um bom Shiraz.
setembro 15, 2003
VISITE O FORUM DE MENSAGENS
A partir desta data, os visitantes contam com mais uma facilidade neste site: um Forum de Mensagens. Um local onde podem colocar suas mensagens, comentar, questionar e debater quaisquer assuntos pertinentes ao mundo dos vinhos: notas de provas, news, novidades no Brasil ou no Exterior, etc.
Utilizando este Forum de forma interessada e criativa, com certeza estaremos nos auxiliando mutuamente. Envie sua mensagem! Acesse o link "Enter the Forum" .
A partir desta data, os visitantes contam com mais uma facilidade neste site: um Forum de Mensagens. Um local onde podem colocar suas mensagens, comentar, questionar e debater quaisquer assuntos pertinentes ao mundo dos vinhos: notas de provas, news, novidades no Brasil ou no Exterior, etc.
Utilizando este Forum de forma interessada e criativa, com certeza estaremos nos auxiliando mutuamente. Envie sua mensagem! Acesse o link "Enter the Forum" .
setembro 13, 2003
VINHO DO PORTO E SUAS IMITAÇÕES
Notícia divulgada dia 12 último no site LusoWine.com dá conta de que Portugal conseguiu da Organização Mundial de Comércio (OMC), com vistas à reunião de Cancun, no México, o reconhecimento do vinho do Porto como produto único no mundo, impedindo assim vários países de continuarem a utilizar esta denominação de origem. Segundo divulgado na imprensa, muitos são os que o tentam "copiar", notadamente Austrália, África do Sul, Canadá, Estados Unidos e Espanha.
"Porto” é uma marca protegida pela legislação internacional e, portanto, a ação do governo português teve por fim coibir os abusos praticados até então.
Notícia divulgada dia 12 último no site LusoWine.com dá conta de que Portugal conseguiu da Organização Mundial de Comércio (OMC), com vistas à reunião de Cancun, no México, o reconhecimento do vinho do Porto como produto único no mundo, impedindo assim vários países de continuarem a utilizar esta denominação de origem. Segundo divulgado na imprensa, muitos são os que o tentam "copiar", notadamente Austrália, África do Sul, Canadá, Estados Unidos e Espanha.
"Porto” é uma marca protegida pela legislação internacional e, portanto, a ação do governo português teve por fim coibir os abusos praticados até então.
TRAPICHE MALBEC 2002
A Bodegas Trapiche, na região de Mendoza, é uma das mais tradicionais vinícolas argentinas, fundada em 1883.De lá experimentamos um Malbec 2002, com 13% de teor alcoólico. Trata-se de um vinho de corpo médio, rico em taninos, com aroma marcante da madeira. Ainda muito jovem, possivelmente apresentará taninos mais abrandados se guardado por mais algum tempo. É robusto e acompanha bem pratos de carnes grelhadas. E sua relação qualidade/preço é satisfatória.
A Bodegas Trapiche, na região de Mendoza, é uma das mais tradicionais vinícolas argentinas, fundada em 1883.De lá experimentamos um Malbec 2002, com 13% de teor alcoólico. Trata-se de um vinho de corpo médio, rico em taninos, com aroma marcante da madeira. Ainda muito jovem, possivelmente apresentará taninos mais abrandados se guardado por mais algum tempo. É robusto e acompanha bem pratos de carnes grelhadas. E sua relação qualidade/preço é satisfatória.
setembro 11, 2003
XI AVALIAÇÃO NACIONAL DE VINHOS
Sob os auspícios da ABE – Associação Brasileira de Enologia, realizar-se-á no próximo dia 27 de setembro, em Bento Gonçalves, RS, a XI Avaliação Nacional de Vinhos.
Realizado desde 1993, sempre nesta cidade, o evento tem por objetivos divulgar as práticas da degustação e apreciação, bem como estimular o resultado do trabalho dos enólogos. Na ocasião, os participantes conhecerão os 15 vinhos mais representativos da safra deste ano, selecionados dentre mais de 150; e poderão comparar suas próprias avaliações com a média das pontuações dadas pelos 15 degustadores convidados.
A programação se estenderá das 9h (Abertura) às 14h (Almoço) e incluirá ainda uma conferência sobre “O Mercado Brasileiro do Vinho”.
Sob os auspícios da ABE – Associação Brasileira de Enologia, realizar-se-á no próximo dia 27 de setembro, em Bento Gonçalves, RS, a XI Avaliação Nacional de Vinhos.
Realizado desde 1993, sempre nesta cidade, o evento tem por objetivos divulgar as práticas da degustação e apreciação, bem como estimular o resultado do trabalho dos enólogos. Na ocasião, os participantes conhecerão os 15 vinhos mais representativos da safra deste ano, selecionados dentre mais de 150; e poderão comparar suas próprias avaliações com a média das pontuações dadas pelos 15 degustadores convidados.
A programação se estenderá das 9h (Abertura) às 14h (Almoço) e incluirá ainda uma conferência sobre “O Mercado Brasileiro do Vinho”.
setembro 10, 2003
UMA IDÉIA INFELIZ
Notícia divulgada pela Agência Reuters, em Berlim, no último dia 5, dá conta de que uma empresa italiana vem comercializando um vinho, especialmente dedicado ao mercado alemão, cujos rótulos trazem imagens de nazistas como Hitler, Goëring e Himmler, personagens macabros da História durante os fatídicos anos da Segunda Guerra Mundial. Não apenas imagens, mas também frases em alemão, que parecem saudações do Reich.
As autoridades alemães, considerando que se trata de uma violação às regras anti-nazistas da União Européia, solicitaram ao governo italiano uma investigação do caso.
A empresa se defende, alegando que "os rótulos nos lembram a vida de personagens célebres da história política italiana e mundial, como Che Guevara, Churchill, Hitler, Marx, Mussolini e Napoleão"... Mas a legislação alemã proíbe estritamente o uso de símbolos ou insígnias nazistas. E as autoridades se mostram particularmente preocupadas com a possibilidade desses vinhos serem trazidos por turistas, que poderiam compra-los em postos de gasolina, muitos sob o controle estatal italiano.
Possivelmente, trata-se de uma grande jogada de marketing da empresa italiana. Mas, convenhamos, colocar a imagem de um nazista no rótulo de um vinho (de qualquer marca) é uma idéia extremamente infeliz e de péssimo gosto. Nenhum vinho merece isso. Além do mais, no rol de personalidades citadas pela empresa constam figuras completamente incompatíveis pela sua comprovada atuação histórica. (Fonte: Últimas Notícias, UOL, 05/09/03)
Notícia divulgada pela Agência Reuters, em Berlim, no último dia 5, dá conta de que uma empresa italiana vem comercializando um vinho, especialmente dedicado ao mercado alemão, cujos rótulos trazem imagens de nazistas como Hitler, Goëring e Himmler, personagens macabros da História durante os fatídicos anos da Segunda Guerra Mundial. Não apenas imagens, mas também frases em alemão, que parecem saudações do Reich.
As autoridades alemães, considerando que se trata de uma violação às regras anti-nazistas da União Européia, solicitaram ao governo italiano uma investigação do caso.
A empresa se defende, alegando que "os rótulos nos lembram a vida de personagens célebres da história política italiana e mundial, como Che Guevara, Churchill, Hitler, Marx, Mussolini e Napoleão"... Mas a legislação alemã proíbe estritamente o uso de símbolos ou insígnias nazistas. E as autoridades se mostram particularmente preocupadas com a possibilidade desses vinhos serem trazidos por turistas, que poderiam compra-los em postos de gasolina, muitos sob o controle estatal italiano.
Possivelmente, trata-se de uma grande jogada de marketing da empresa italiana. Mas, convenhamos, colocar a imagem de um nazista no rótulo de um vinho (de qualquer marca) é uma idéia extremamente infeliz e de péssimo gosto. Nenhum vinho merece isso. Além do mais, no rol de personalidades citadas pela empresa constam figuras completamente incompatíveis pela sua comprovada atuação histórica. (Fonte: Últimas Notícias, UOL, 05/09/03)
setembro 07, 2003
SEGUNDO ANIVERSÁRIO
Chegamos ao segundo aniversário! Tim, tim! Foram dois anos em que nos esforçamos para fazer deste site um ponto de encontro dos apreciadores de vinhos, não de uma forma empolada ou excessivamente técnica, mas leve e informativa, sempre séria. E o resultado aí está: um número cada vez maior de visitantes, evidenciando que trilhamos um caminho correto.
Ao se iniciar mais um período, além de agradecer a todos que por aqui passaram, desejamos reforçar nossa solicitação para que também nos escrevam, colocando suas dúvidas e apresentando sugestões para a crescente melhoria do site, um espaço aberto a todos.
Chegamos ao segundo aniversário! Tim, tim! Foram dois anos em que nos esforçamos para fazer deste site um ponto de encontro dos apreciadores de vinhos, não de uma forma empolada ou excessivamente técnica, mas leve e informativa, sempre séria. E o resultado aí está: um número cada vez maior de visitantes, evidenciando que trilhamos um caminho correto.
Ao se iniciar mais um período, além de agradecer a todos que por aqui passaram, desejamos reforçar nossa solicitação para que também nos escrevam, colocando suas dúvidas e apresentando sugestões para a crescente melhoria do site, um espaço aberto a todos.
agosto 26, 2003
CASA SILVA DOÑA DOMINGA 2001
O dia hoje amanheceu chuvoso e com a temperatura um pouco mais baixa, embora perfeitamente suportável. Era o pretexto que faltava para a degustação daquele vinho chileno cuja garrafa estava na nossa mira há alguns dias. E a oportunidade não foi desperdiçada.
Trata-se de um corte de Cabernet Sauvugnon com Merlot, nas proporções de 60% e 40%, respectivamente, produzido e engarrafado pela Viña Casa Silva (ver nota já publicada sobre a vinícola), em Angostura, no Vale de Colchagua. Teor alcoólico de 13%.
As primeiras impressões, ao ver a taça se enchendo, foram a limpidez e a bela cor escura, homogênea, denunciando já um bom corpo. Não demorou muito para que os aromas penetrassem nossas narinas e tivéssemos a boa surpresa de identificar, harmoniosamente combinadas, a madeira e as frutas. Daí para nossas papilas gustativas foi um pulo e a confirmação do que já havíamos percebido. Um vinho gostoso de ser bebido, em que os taninos não chegam a incomodar, embora os apreciássemos um pouco mais suaves. Dá para perceber o esmero na elaboração, fazendo do Doña Dominga um vinho capaz de atender satisfatoriamente ao consumidor comum, aliando à sua performance uma relação qualidade/preço bastante interessante: custou-nos cerca de R$14 em um conhecido supermercado carioca. Um grande desafio para os vinhos nacionais.
O dia hoje amanheceu chuvoso e com a temperatura um pouco mais baixa, embora perfeitamente suportável. Era o pretexto que faltava para a degustação daquele vinho chileno cuja garrafa estava na nossa mira há alguns dias. E a oportunidade não foi desperdiçada.
Trata-se de um corte de Cabernet Sauvugnon com Merlot, nas proporções de 60% e 40%, respectivamente, produzido e engarrafado pela Viña Casa Silva (ver nota já publicada sobre a vinícola), em Angostura, no Vale de Colchagua. Teor alcoólico de 13%.
As primeiras impressões, ao ver a taça se enchendo, foram a limpidez e a bela cor escura, homogênea, denunciando já um bom corpo. Não demorou muito para que os aromas penetrassem nossas narinas e tivéssemos a boa surpresa de identificar, harmoniosamente combinadas, a madeira e as frutas. Daí para nossas papilas gustativas foi um pulo e a confirmação do que já havíamos percebido. Um vinho gostoso de ser bebido, em que os taninos não chegam a incomodar, embora os apreciássemos um pouco mais suaves. Dá para perceber o esmero na elaboração, fazendo do Doña Dominga um vinho capaz de atender satisfatoriamente ao consumidor comum, aliando à sua performance uma relação qualidade/preço bastante interessante: custou-nos cerca de R$14 em um conhecido supermercado carioca. Um grande desafio para os vinhos nacionais.
agosto 25, 2003
OS BONS VINHOS DO ALENTEJO
O Alentejo é uma zona relativamente plana, com grandes propriedades, campos a perder de vista com muitos sobreiros (árvore que dá a cortiça) e manchas de videiras esparsas. Como o nome diz, fica além do Rio Tejo e vai até a fronteira com a Espanha.
O clima é terrível: frio cortante no inverno e calor intenso no verão. No passado, eram comuns os vinhos pesados, alcoólicos, duros e rústicos, muitas vezes fermentados em temperaturas muito altas. Com o progresso econômico, as vinícolas se modernizaram e adotaram o controle da temperatura durante a fermentação. O progresso nas lavouras também é mais do que evidente.
O resultado é que seus vinhos ganharam mais equilíbrio e elegância. Os tintos, de modo geral, são muito melhores, feitos normalmente com uvas locais, como Trincadeira (de grande classe); Aragonês (a mesma Tempranillo da Rioja e Tinto Fino, do Douro); Periquita (ou Castelão Francês, muito difundida no sul de Portugal) e Moreto. Mas já se notam alguns feitos, total ou parcialmente, com as uvas importadas, como Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah. Várias sub-regiões, cujos nomes podem aparecer nos rótulos como Portalegre, Reguengos, Redondo, Vidigueira, Évora e Moura.
Mouchão (um vinho espetacular, que realmente precisa de tempo nas garrafas), Marquês de Borba Reserva, Quinta do Carmo, José de Sousa, Tapada dos Coelheiros, Quinta de Santo Amaro, Garrafeira dos Sócios da Cooperativa de Monsaraz, Esporão (Reserva, Garrafeira e varietais), Valle do Ancho, Herdade Grande Reseva Selecionada, Cortes de Cima, Pera Manca (lendário) são alguns dos grandes da região. (Fonte: O Estado de S. Paulo, 15/08/03)
O Alentejo é uma zona relativamente plana, com grandes propriedades, campos a perder de vista com muitos sobreiros (árvore que dá a cortiça) e manchas de videiras esparsas. Como o nome diz, fica além do Rio Tejo e vai até a fronteira com a Espanha.
O clima é terrível: frio cortante no inverno e calor intenso no verão. No passado, eram comuns os vinhos pesados, alcoólicos, duros e rústicos, muitas vezes fermentados em temperaturas muito altas. Com o progresso econômico, as vinícolas se modernizaram e adotaram o controle da temperatura durante a fermentação. O progresso nas lavouras também é mais do que evidente.
O resultado é que seus vinhos ganharam mais equilíbrio e elegância. Os tintos, de modo geral, são muito melhores, feitos normalmente com uvas locais, como Trincadeira (de grande classe); Aragonês (a mesma Tempranillo da Rioja e Tinto Fino, do Douro); Periquita (ou Castelão Francês, muito difundida no sul de Portugal) e Moreto. Mas já se notam alguns feitos, total ou parcialmente, com as uvas importadas, como Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah. Várias sub-regiões, cujos nomes podem aparecer nos rótulos como Portalegre, Reguengos, Redondo, Vidigueira, Évora e Moura.
Mouchão (um vinho espetacular, que realmente precisa de tempo nas garrafas), Marquês de Borba Reserva, Quinta do Carmo, José de Sousa, Tapada dos Coelheiros, Quinta de Santo Amaro, Garrafeira dos Sócios da Cooperativa de Monsaraz, Esporão (Reserva, Garrafeira e varietais), Valle do Ancho, Herdade Grande Reseva Selecionada, Cortes de Cima, Pera Manca (lendário) são alguns dos grandes da região. (Fonte: O Estado de S. Paulo, 15/08/03)
agosto 24, 2003
E QUANDO O INVERNO SE FOR?
Mais um mês e estaremos entrando na primavera, com a temperatura se elevando, e já começaremos a pensar no verão que a sucederá. E, então, como ficará o vinho nosso de cada dia?
Tem gente cheia de manias. Tomar um vinho tinto, gelado, nem pensar! Alguém disse, um dia, que vinho tinto se bebe na temperatura ambiente... E todo mundo entrou nessa.
Na verdade, não há uma regra fixa: um vinho, como muitas outras bebidas, deve ser consumido da maneira que a pessoa gosta. O importante é a forma. Em dias mais quentes, os vinhos brancos devem ser degustados bem gelados, numa temperatura entre 8°C e 10°C. Já os tintos devem ir para a parte mais baixa da geladeira por 30 minutos ou 1 hora.
É importante ressaltar o efeito das temperaturas elevadas sobre o álcool do vinho: ele se volatiliza rapidamente. Isto provoca uma repulsa ao nosso olfato. E, quanto maior o teor alcoólico, pior será a sensação. (Fonte: Revista Sabor, fevereiro/03)
Mais um mês e estaremos entrando na primavera, com a temperatura se elevando, e já começaremos a pensar no verão que a sucederá. E, então, como ficará o vinho nosso de cada dia?
Tem gente cheia de manias. Tomar um vinho tinto, gelado, nem pensar! Alguém disse, um dia, que vinho tinto se bebe na temperatura ambiente... E todo mundo entrou nessa.
Na verdade, não há uma regra fixa: um vinho, como muitas outras bebidas, deve ser consumido da maneira que a pessoa gosta. O importante é a forma. Em dias mais quentes, os vinhos brancos devem ser degustados bem gelados, numa temperatura entre 8°C e 10°C. Já os tintos devem ir para a parte mais baixa da geladeira por 30 minutos ou 1 hora.
É importante ressaltar o efeito das temperaturas elevadas sobre o álcool do vinho: ele se volatiliza rapidamente. Isto provoca uma repulsa ao nosso olfato. E, quanto maior o teor alcoólico, pior será a sensação. (Fonte: Revista Sabor, fevereiro/03)
agosto 23, 2003
ROBERT PARKER E O VINHO BRASILEIRO
Muitos podem nem saber de quem se trata, mas a verdade é que Robert Parker é um ícone no mundo dos vinhos. Sem exagero. Neste campo, é um crítico imbatível, capaz de fazer ou anular a reputação de um vinho. Dono de uma memória gustativa e olfativa quase sobrenatural, possui uma capacidade extraordinária de distinguir aromas e sabores e se recordar deles. Pois bem, foi ele quem, numa entrevista à VEJA, edição de 20 de agosto corrente, fez uma série de observações, das quais destacamos a seguinte:
“Nunca coloquei uma gota de vinho brasileiro na boca. Trabalho com vinhos há 25 anos e jamais recebi algum telefonema de um importador oferecendo degustação de vinhos brasileiros. Nem fui procurado por um representante do governo brasileiro responsável pela promoção de vinhos. Se é verdade que o Brasil está fazendo bons vinhos, é triste que ninguém os esteja promovendo”.
Aí está. Partindo de quem se trata, é no mínimo estranho que até hoje ninguém tenha tido a iniciativa (ou a ousadia?) de enviar ao sr. Parker algumas garrafas de vinhos nacionais selecionados, para ele incluir entre as 10.000 degustações que faz anualmente. E aguardar as críticas, mesmo que não sejam as que se gostaria de conhecer.
Muitos podem nem saber de quem se trata, mas a verdade é que Robert Parker é um ícone no mundo dos vinhos. Sem exagero. Neste campo, é um crítico imbatível, capaz de fazer ou anular a reputação de um vinho. Dono de uma memória gustativa e olfativa quase sobrenatural, possui uma capacidade extraordinária de distinguir aromas e sabores e se recordar deles. Pois bem, foi ele quem, numa entrevista à VEJA, edição de 20 de agosto corrente, fez uma série de observações, das quais destacamos a seguinte:
“Nunca coloquei uma gota de vinho brasileiro na boca. Trabalho com vinhos há 25 anos e jamais recebi algum telefonema de um importador oferecendo degustação de vinhos brasileiros. Nem fui procurado por um representante do governo brasileiro responsável pela promoção de vinhos. Se é verdade que o Brasil está fazendo bons vinhos, é triste que ninguém os esteja promovendo”.
Aí está. Partindo de quem se trata, é no mínimo estranho que até hoje ninguém tenha tido a iniciativa (ou a ousadia?) de enviar ao sr. Parker algumas garrafas de vinhos nacionais selecionados, para ele incluir entre as 10.000 degustações que faz anualmente. E aguardar as críticas, mesmo que não sejam as que se gostaria de conhecer.
agosto 20, 2003
VIÑA CASA SILVA
Fundada em 1892, a Viña Casa Silva, uma das mais conceituadas vinícolas do Chile, situa-se no Vale de Colchagua, ao sul de Santiago. É uma das raras administradas por uma mesma família, atualmente na 5ª e 6ª gerações. Seus objetivos são, de forma pioneira, desenvolver um maior conhecimento do "terroir" na região e produzir vinhos de comprovada individualidade: complexos, encorpados, potentes, harmonizando a fruta e a madeira, e com taninos suaves; um diferencial em relação aos típicos vinhos chilenos, que costumam privilegiar apenas uma dessas características (na opinião de Mario Pablo Silva, Gerente Geral, em entrevista ao Chilevinos, julho/02).
São 830 ha de vinhedos em 3 localidades dentro do Colchagua: 100 ha em Los Lingues, ao norte dos Andes, para vinhos Reserva, de qualidade premium; 350 ha de vinhedos antigos, com cerca de 90 anos, localizados em Angostura, no meio do Vale; e 380 ha em Lolol, ao sul, próximo do Oceano Pacífico.
O Vale de Colchagua é o principal distrito chileno para as variedades tintas, onde os maiores investimentos são feitos pelos prestigiados produtores franceses e californianos. Os vinhos tendem a ser mais finos e de maior complexidade que os do Vasle do Maipo. Três variedades principais de uvas tintas são cultivadas: Cabernet Sauvignon, Merlot e Carmenère (uma antiga variedade Bordeaux, que deu origem aos vinhos chilenos de qualidade). Syrah, Pinot Noir, Sangiovese, Cabernet Franc e Petit Verdot foram plantadas recentemente. Nos brancos, produzem Chardonnay, uma Sauvignon Blanc seca e uma Sémilion Late Harvest, assim como a única Sauvignon Gris do mundo, com vinhedos de 100 anos. Plantações recentes também incluem as castas Viognier e Gewurztraminer.
Fundada em 1892, a Viña Casa Silva, uma das mais conceituadas vinícolas do Chile, situa-se no Vale de Colchagua, ao sul de Santiago. É uma das raras administradas por uma mesma família, atualmente na 5ª e 6ª gerações. Seus objetivos são, de forma pioneira, desenvolver um maior conhecimento do "terroir" na região e produzir vinhos de comprovada individualidade: complexos, encorpados, potentes, harmonizando a fruta e a madeira, e com taninos suaves; um diferencial em relação aos típicos vinhos chilenos, que costumam privilegiar apenas uma dessas características (na opinião de Mario Pablo Silva, Gerente Geral, em entrevista ao Chilevinos, julho/02).
São 830 ha de vinhedos em 3 localidades dentro do Colchagua: 100 ha em Los Lingues, ao norte dos Andes, para vinhos Reserva, de qualidade premium; 350 ha de vinhedos antigos, com cerca de 90 anos, localizados em Angostura, no meio do Vale; e 380 ha em Lolol, ao sul, próximo do Oceano Pacífico.
O Vale de Colchagua é o principal distrito chileno para as variedades tintas, onde os maiores investimentos são feitos pelos prestigiados produtores franceses e californianos. Os vinhos tendem a ser mais finos e de maior complexidade que os do Vasle do Maipo. Três variedades principais de uvas tintas são cultivadas: Cabernet Sauvignon, Merlot e Carmenère (uma antiga variedade Bordeaux, que deu origem aos vinhos chilenos de qualidade). Syrah, Pinot Noir, Sangiovese, Cabernet Franc e Petit Verdot foram plantadas recentemente. Nos brancos, produzem Chardonnay, uma Sauvignon Blanc seca e uma Sémilion Late Harvest, assim como a única Sauvignon Gris do mundo, com vinhedos de 100 anos. Plantações recentes também incluem as castas Viognier e Gewurztraminer.
agosto 17, 2003
DE LANTIER - COLEÇÃO REGIONAIS
A Casa Vinícola De Lantier, de Garibaldi, apresenta a série "Coleção Regionais", uma seleção de vinhos elaborados com uvas de diferentes "terroirs".
São o resultado de minuciosa pesquisa no estado do Rio Grande do Sul, onde foram identificadas regiões com condições especiais de clima e solo, na Serra Gaúcha, Serra do Sudeste e Médio - Alto Uruguai. As uvas nelas cultivadas permitem elaborar vinhos típicos, característicos, diferenciados, únicos, resultado de minuciosos estudos sobre o melhor desempenho de cada variedade de uva.
A De Lantier desenvolveu parcerias com produtores nos municípios de Pinheiro Machado, Ametista e Planalto, além de intensas pesquisas em seus vinhedos na localidade de São Miguel, na Serra Gaúcha.
Os vinhos desta série foram engarrafados ainda jovens, para que o consumidor possa apreciá-los no momento máximo da expressão varietal dos mesmos, e decidir se os guarda ou não. Esperemos que venham a ter boa aceitação no mercado, a despeito dos sempre elevados preços dos vinhos nacionais.
A Casa Vinícola De Lantier, de Garibaldi, apresenta a série "Coleção Regionais", uma seleção de vinhos elaborados com uvas de diferentes "terroirs".
São o resultado de minuciosa pesquisa no estado do Rio Grande do Sul, onde foram identificadas regiões com condições especiais de clima e solo, na Serra Gaúcha, Serra do Sudeste e Médio - Alto Uruguai. As uvas nelas cultivadas permitem elaborar vinhos típicos, característicos, diferenciados, únicos, resultado de minuciosos estudos sobre o melhor desempenho de cada variedade de uva.
A De Lantier desenvolveu parcerias com produtores nos municípios de Pinheiro Machado, Ametista e Planalto, além de intensas pesquisas em seus vinhedos na localidade de São Miguel, na Serra Gaúcha.
Os vinhos desta série foram engarrafados ainda jovens, para que o consumidor possa apreciá-los no momento máximo da expressão varietal dos mesmos, e decidir se os guarda ou não. Esperemos que venham a ter boa aceitação no mercado, a despeito dos sempre elevados preços dos vinhos nacionais.
agosto 04, 2003
OS BONS VINHOS DO DOURO
A prestigiada revista Wine Spectator noticia que, além dos famosos vinhos fortificados, os produtores do Douro estão agora elaborando alguns dos melhores vinhos de mesa portugueses. Numa prova impressionante, constatou-se que a qualidade média dos vinhos deu um salto de gigante. Liderando o grupo está o Quinta do Crasto, Vinha da Ponte (95 pontos). Trata-se do primeiro vinho tinto português a obter a classificação de “clássico” (95 a 100 pontos).Como boas relações preço – qualidade, foram considerados o Prats & Symington, Chryseia 2001 (94 pontos) e o Quinta do Vallado Reserva 2000 (93 pontos). O primeiro é uma colaboração entre Bruno Prats, antigo proprietário do Cos d’Estournel em Bordeaux, e a família Symington, mais conhecida pelos seus Vinhos do Porto. O Vallado é produzido por Francisco Olazabal, que também faz os vinhos da Quinta do Vale Meão.O Quinta do Crasto Reserva 2000 (92 pontos) foi altamente recomendado e o Quinta do Vallado 2001 (90 pontos) foi considerado, pela revista, como a “escolha inteligente” por, a um preço acessível, ser uma boa introdução a estes formidáveis vinhos tintos do Douro. (Fonte: Instituto do Vinho do Porto)
A prestigiada revista Wine Spectator noticia que, além dos famosos vinhos fortificados, os produtores do Douro estão agora elaborando alguns dos melhores vinhos de mesa portugueses. Numa prova impressionante, constatou-se que a qualidade média dos vinhos deu um salto de gigante. Liderando o grupo está o Quinta do Crasto, Vinha da Ponte (95 pontos). Trata-se do primeiro vinho tinto português a obter a classificação de “clássico” (95 a 100 pontos).Como boas relações preço – qualidade, foram considerados o Prats & Symington, Chryseia 2001 (94 pontos) e o Quinta do Vallado Reserva 2000 (93 pontos). O primeiro é uma colaboração entre Bruno Prats, antigo proprietário do Cos d’Estournel em Bordeaux, e a família Symington, mais conhecida pelos seus Vinhos do Porto. O Vallado é produzido por Francisco Olazabal, que também faz os vinhos da Quinta do Vale Meão.O Quinta do Crasto Reserva 2000 (92 pontos) foi altamente recomendado e o Quinta do Vallado 2001 (90 pontos) foi considerado, pela revista, como a “escolha inteligente” por, a um preço acessível, ser uma boa introdução a estes formidáveis vinhos tintos do Douro. (Fonte: Instituto do Vinho do Porto)
O VINHO E OS MÉDICOS
A Associação Médica de Minas Gerais e a Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho - regional Minas Gerais promovem, nos meses de agosto e setembro, o XI Curso de Iniciação ao Vinho e o X Curso Avançado de Vinhos. O primeiro é indicado aos interessados em adquirir conhecimentos básicos sobre a bebida. O outro é para aqueles que já fizeram a iniciação e querem aprender ainda mais sobre os prazeres e mistérios do vinho.
Iniciativas como essas são altamente elogiáveis, uma vez que a participação de uma entidade da área médica significará, com certeza, a garantia da transmissão de aconselhamentos úteis sobre as qualidades dos vinhos, os benefícios que podem trazer à saúde e como proceder para degustá-los com moderação e segurança.
A Associação Médica de Minas Gerais e a Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho - regional Minas Gerais promovem, nos meses de agosto e setembro, o XI Curso de Iniciação ao Vinho e o X Curso Avançado de Vinhos. O primeiro é indicado aos interessados em adquirir conhecimentos básicos sobre a bebida. O outro é para aqueles que já fizeram a iniciação e querem aprender ainda mais sobre os prazeres e mistérios do vinho.
Iniciativas como essas são altamente elogiáveis, uma vez que a participação de uma entidade da área médica significará, com certeza, a garantia da transmissão de aconselhamentos úteis sobre as qualidades dos vinhos, os benefícios que podem trazer à saúde e como proceder para degustá-los com moderação e segurança.
agosto 01, 2003
PEARLY BAY CAPE RED
Este é um vinho fino tinto de mesa, seco, produzido pela KWV na África do Sul e que decidimos degustar em função de seu preço, inferior a US$5 (só como referência, o seu preço em um site europeu era superior a 6 euros). Nossa intenção foi sair um pouco da costumeira gama dos vinhos argentinos, chilenos e portugueses, tradicionalmente de boas relações preço/qualidade.
Trata-se de uma seleção de uvas Cinsault (49%), Cabernet Sauvignon (44%) e Pinotage (7%), com 13,5% de teor alcoólico, mas de safra não indicada (infelizmente).
Na observação visual, apresentou uma coloração vermelha viva e profunda. Ao nariz, um agradável e intenso buquê frutado. Ao degustar, sentimos os taninos firmes e integrados, mas ainda um pouco fortes, que não chegam a reduzir o prazer em beber.
Em suma, é um vinho agradável em sua categoria e promete acompanhar bem pratos como pizza, grelhados ou churrascos.
Este é um vinho fino tinto de mesa, seco, produzido pela KWV na África do Sul e que decidimos degustar em função de seu preço, inferior a US$5 (só como referência, o seu preço em um site europeu era superior a 6 euros). Nossa intenção foi sair um pouco da costumeira gama dos vinhos argentinos, chilenos e portugueses, tradicionalmente de boas relações preço/qualidade.
Trata-se de uma seleção de uvas Cinsault (49%), Cabernet Sauvignon (44%) e Pinotage (7%), com 13,5% de teor alcoólico, mas de safra não indicada (infelizmente).
Na observação visual, apresentou uma coloração vermelha viva e profunda. Ao nariz, um agradável e intenso buquê frutado. Ao degustar, sentimos os taninos firmes e integrados, mas ainda um pouco fortes, que não chegam a reduzir o prazer em beber.
Em suma, é um vinho agradável em sua categoria e promete acompanhar bem pratos como pizza, grelhados ou churrascos.
VINHOS DA ÁFRICA DO SUL
A África do Sul, conhecida internacionalmente por suas riquezas naturais, pela beleza de sua geografia e por seus problemas político-raciais, é mais um integrante dos surpreendentes países produtores de vinhos do Novo Mundo, que tanto sucesso vêm fazendo nos últimos anos. Com o fim da política do "apartheid", os vinhos da África do Sul passaram a ter aceitação internacional e puderam demonstrar sua alta qualidade e uma excelente relação custo/benefício. E têm surpreendido a todos aqueles que sequer imaginavam que a África do Sul tivesse uma indústria vinícola bem estruturada e desenvolvida. Saiba mais.
A África do Sul, conhecida internacionalmente por suas riquezas naturais, pela beleza de sua geografia e por seus problemas político-raciais, é mais um integrante dos surpreendentes países produtores de vinhos do Novo Mundo, que tanto sucesso vêm fazendo nos últimos anos. Com o fim da política do "apartheid", os vinhos da África do Sul passaram a ter aceitação internacional e puderam demonstrar sua alta qualidade e uma excelente relação custo/benefício. E têm surpreendido a todos aqueles que sequer imaginavam que a África do Sul tivesse uma indústria vinícola bem estruturada e desenvolvida. Saiba mais.
julho 29, 2003
TEMPERATURA IDEAL DE SERVIÇO
A cada vinho corresponde uma temperatura ideal de consumo, na qual ele dará o melhor de si mesmo. Servido muito frio, abaixo de 4°C, os aromas mal poderão se expandir e as papilas serão literalmente anestesiadas. Muito quente, o vinho parece pesado, alcoólico, sem frescura.
A maneira mais simples de resfriar rapidamente um vinho é colocar a garrafa em um balde com água e gelo. Isto permitirá conserva-lo em temperatura adequada durante toda a degustação.
Vide na figura abaixo as faixas de temperaturas recomendadas.
A cada vinho corresponde uma temperatura ideal de consumo, na qual ele dará o melhor de si mesmo. Servido muito frio, abaixo de 4°C, os aromas mal poderão se expandir e as papilas serão literalmente anestesiadas. Muito quente, o vinho parece pesado, alcoólico, sem frescura.
A maneira mais simples de resfriar rapidamente um vinho é colocar a garrafa em um balde com água e gelo. Isto permitirá conserva-lo em temperatura adequada durante toda a degustação.
Vide na figura abaixo as faixas de temperaturas recomendadas.
MARADONA: DA BOLA PARA O VINHO
"Humm... Que buquê fantástico! Que sabor! Aposto que é um Maradona safra 2003". Vem aí uma linha de vinhos que levará a assinatura do astro do futebol argentino Diego Maradona.
O novo vinho, cujo lançamento comercial está previsto para agosto, está sendo produzido pela adega Raíces de Agrelo, de Mendoza. O primeiro lançamento será um blend de uvas Malbec e Cabernet Sauvignon, na limitada quantidade de 30.500 garrafas, a serem vendidas no poaís a um preço equivalente a US$5. Mais tarde, o vinho deverá ser exportado para países onde Maradona tem grande fama, como Itália, Espanha e Japão.
Mas não é só na Argentina que o veterano craque empresta seu nome à comercialização de vinhos. No Chile, a adega Viña Huelquén produz o "Divino", em cuja etiqueta aparece o rosto do polêmico ex-jogador, sob o emblemático "10", número que o imortalizou quando capitão da seleção argentina.
Em matéria de marketing, parece que tudo é válido. Da nossa parte, porém, não conseguimos imaginar a degustação de um bom vinho associada à imagem de um cabeludo e temperamental ex-jogador de futebol, protagonista, fora de campo, de atitudes que alcançaram triste destaque na mídia internacional. Há outras bebidas mais adequadas a competiçoes esportivas como o futebol.
Se a moda pega no Brasil... Quem seria a bola da vez? (Fonte: O Estado de São Paulo, 26/07/03)
"Humm... Que buquê fantástico! Que sabor! Aposto que é um Maradona safra 2003". Vem aí uma linha de vinhos que levará a assinatura do astro do futebol argentino Diego Maradona.
O novo vinho, cujo lançamento comercial está previsto para agosto, está sendo produzido pela adega Raíces de Agrelo, de Mendoza. O primeiro lançamento será um blend de uvas Malbec e Cabernet Sauvignon, na limitada quantidade de 30.500 garrafas, a serem vendidas no poaís a um preço equivalente a US$5. Mais tarde, o vinho deverá ser exportado para países onde Maradona tem grande fama, como Itália, Espanha e Japão.
Mas não é só na Argentina que o veterano craque empresta seu nome à comercialização de vinhos. No Chile, a adega Viña Huelquén produz o "Divino", em cuja etiqueta aparece o rosto do polêmico ex-jogador, sob o emblemático "10", número que o imortalizou quando capitão da seleção argentina.
Em matéria de marketing, parece que tudo é válido. Da nossa parte, porém, não conseguimos imaginar a degustação de um bom vinho associada à imagem de um cabeludo e temperamental ex-jogador de futebol, protagonista, fora de campo, de atitudes que alcançaram triste destaque na mídia internacional. Há outras bebidas mais adequadas a competiçoes esportivas como o futebol.
Se a moda pega no Brasil... Quem seria a bola da vez? (Fonte: O Estado de São Paulo, 26/07/03)
julho 28, 2003
SINATRA EMBALA O VINHO
Notícia recente informa que a família de Frank Sinatra está lançando um vinho dedicado à memória do legendário cantor. Os produtores do "Sinatra Meritage Blend's", no Vale de Santa Ynez, Califórnia, dizem que tentaram sincronizar a canção com o processo - por exemplo, tocando "Old Devil Moon" durante o esmagamento das uvas, mas escolhendo "I Can't Get Started" por ocasião da prensagem. “O objetivo era criar uma quantidade limitada do melhor vinho possível em retribuição ao que Sinatra nos deu ao longo de tantos anos”.
Parte dos lucros irá para a Fundação Frank Sinatra, falecido em naio de 1998, aos 82 anos, vítima de um ataque cardíaco. (Fonte: Berry Bros. & Rudd Ltd, UK)
Notícia recente informa que a família de Frank Sinatra está lançando um vinho dedicado à memória do legendário cantor. Os produtores do "Sinatra Meritage Blend's", no Vale de Santa Ynez, Califórnia, dizem que tentaram sincronizar a canção com o processo - por exemplo, tocando "Old Devil Moon" durante o esmagamento das uvas, mas escolhendo "I Can't Get Started" por ocasião da prensagem. “O objetivo era criar uma quantidade limitada do melhor vinho possível em retribuição ao que Sinatra nos deu ao longo de tantos anos”.
Parte dos lucros irá para a Fundação Frank Sinatra, falecido em naio de 1998, aos 82 anos, vítima de um ataque cardíaco. (Fonte: Berry Bros. & Rudd Ltd, UK)
FESTA DO PORTO EM PARIS
Paris vai ser palco da primeira regata de barcos rabelos (embarcações usadas no transporte de barris de vinho) fora do rio Douro. A iniciativa está agendada para o período de 5 a 7 de Setembro e visa à promoção do vinho do Porto no que é o principal mercado de exportação do néctar português - em quantidade, mas que ainda valoriza mal o produto.
A regata é apenas um dos eventos previstos nesta “Festa do Porto em Paris”, a par de uma mostra de produtos portugueses. Estuda-se a hipótese de a Confraria do Vinho do Porto realizar uma cerimônia de entronização, no Centro George Pompidou.
A Associação das Empresas de Vinho do Porto saúda a idéia, sobretudo pelo fato de partir dos próprios importadores; mas mostra-se prudente, em virtude das limitações impostas pela legislação francesa, que impede a mídia de cobrir eventos sobre marcas de bebidas. (Fonte: Diário de Notícias, Pt)
Paris vai ser palco da primeira regata de barcos rabelos (embarcações usadas no transporte de barris de vinho) fora do rio Douro. A iniciativa está agendada para o período de 5 a 7 de Setembro e visa à promoção do vinho do Porto no que é o principal mercado de exportação do néctar português - em quantidade, mas que ainda valoriza mal o produto.
A regata é apenas um dos eventos previstos nesta “Festa do Porto em Paris”, a par de uma mostra de produtos portugueses. Estuda-se a hipótese de a Confraria do Vinho do Porto realizar uma cerimônia de entronização, no Centro George Pompidou.
A Associação das Empresas de Vinho do Porto saúda a idéia, sobretudo pelo fato de partir dos próprios importadores; mas mostra-se prudente, em virtude das limitações impostas pela legislação francesa, que impede a mídia de cobrir eventos sobre marcas de bebidas. (Fonte: Diário de Notícias, Pt)
julho 25, 2003
ROLHAS: CORTIÇA OU NÃO?
A cortiça é para Portugal o que o petróleo é para a Arábia Saudita. Mais da metade dos US$ 2 bilhões gerados mundialmente por sua indústria vêm de lá. É usada na produção de coberturas, isolamentos e vedações e garante emprego a aproximadamente 16 mil portugueses.
O crescimento da indústria mundial de vinhos, porém, disseminou o uso de rolhas de rosca e plástico. Então, qual seria o material mais adequado? Difícil concluir.
As rolhas de cortiça muitas vezes vazam e esfarelam, além de podeem criar um estranho odor, danificando os vinhos. E estavam se tornando caras. Por isso, os produtores de vinho da Austrália, Califórnia e até regiões nobres da França, como Bordeaux, estão dando espaço às alternativas. Na Suíça, metade das garrafas de vinho agora são vendidas sem as rolhas convencionais.
Mas a disputa entre os produtores de cortiça e seus rivais é grande. Em sites e jornais, a indústria de rolhas de rosca aponta as naturais desvantagens da cortiça. Os fabricantes de cortiça também contra-atacam: Recentemente descobriu-se que os odores de borracha nos vinhos brancos eram mais notáveis em garrafas com roscas que aquelas com cortiça.
Os dois lados, entretanto, atacam os produtores de rolhas sintéticas, dizendo que seus produtos são difíceis de serem extraídos das garrafas e podem trazer um gosto químico aos vinhos. E os produtores de rolhas plásticas dizem que os amantes de vinho querem que suas garrafas se abram com um estouro, não com uma rodada. (Fonte: The New York Times, 05/07/03).
A cortiça é para Portugal o que o petróleo é para a Arábia Saudita. Mais da metade dos US$ 2 bilhões gerados mundialmente por sua indústria vêm de lá. É usada na produção de coberturas, isolamentos e vedações e garante emprego a aproximadamente 16 mil portugueses.
O crescimento da indústria mundial de vinhos, porém, disseminou o uso de rolhas de rosca e plástico. Então, qual seria o material mais adequado? Difícil concluir.
As rolhas de cortiça muitas vezes vazam e esfarelam, além de podeem criar um estranho odor, danificando os vinhos. E estavam se tornando caras. Por isso, os produtores de vinho da Austrália, Califórnia e até regiões nobres da França, como Bordeaux, estão dando espaço às alternativas. Na Suíça, metade das garrafas de vinho agora são vendidas sem as rolhas convencionais.
Mas a disputa entre os produtores de cortiça e seus rivais é grande. Em sites e jornais, a indústria de rolhas de rosca aponta as naturais desvantagens da cortiça. Os fabricantes de cortiça também contra-atacam: Recentemente descobriu-se que os odores de borracha nos vinhos brancos eram mais notáveis em garrafas com roscas que aquelas com cortiça.
Os dois lados, entretanto, atacam os produtores de rolhas sintéticas, dizendo que seus produtos são difíceis de serem extraídos das garrafas e podem trazer um gosto químico aos vinhos. E os produtores de rolhas plásticas dizem que os amantes de vinho querem que suas garrafas se abram com um estouro, não com uma rodada. (Fonte: The New York Times, 05/07/03).
julho 24, 2003
RIO SECO, UM ARGENTINO AGRADÁVEL
Mendoza é a mais importante zona vinícola argentina, com produção de 75% do total de vinhos do país e 85% dos vinhos de qualidade! Possui vários distritos, tais como Agrelo, Drumond, Luján de Cuyo, Maipú, Perdriel , Rivadavia, Rodeo de La Cruz, San Rafael e Tupungato. Deles, o mais importante é San Rafael, com seus sub-distritos de Paredes, Alto de Las Paredes e Rama Caída, que alguns consideram uma zona vinícola à parte de Mendoza.
De San Rafael experimentamos o Rio Seco, um vinho elaborado com uvas da variedade Bonarda, um tinto seco, safra 2001 e 12,5% de teor alcoólico. É exportado pela Bodegas Lavaque, presente na viticultura argentina desde 1889.
Segundo informações do rótulo, é um vinho de excelente estrutura, com intensa cor rubi, aromas de frutas vermelhas, cereja e groselha. E nossa impressão ao degustá-lo foi a de um vinho bastante agradável para o consumo do dia-a-dia, encorpado, estruturado e bem aromatizado. Seu preço se mostrou bastante acessível: R$8,00, uma pechincha perto dos nacionais.
Mendoza é a mais importante zona vinícola argentina, com produção de 75% do total de vinhos do país e 85% dos vinhos de qualidade! Possui vários distritos, tais como Agrelo, Drumond, Luján de Cuyo, Maipú, Perdriel , Rivadavia, Rodeo de La Cruz, San Rafael e Tupungato. Deles, o mais importante é San Rafael, com seus sub-distritos de Paredes, Alto de Las Paredes e Rama Caída, que alguns consideram uma zona vinícola à parte de Mendoza.
De San Rafael experimentamos o Rio Seco, um vinho elaborado com uvas da variedade Bonarda, um tinto seco, safra 2001 e 12,5% de teor alcoólico. É exportado pela Bodegas Lavaque, presente na viticultura argentina desde 1889.
Segundo informações do rótulo, é um vinho de excelente estrutura, com intensa cor rubi, aromas de frutas vermelhas, cereja e groselha. E nossa impressão ao degustá-lo foi a de um vinho bastante agradável para o consumo do dia-a-dia, encorpado, estruturado e bem aromatizado. Seu preço se mostrou bastante acessível: R$8,00, uma pechincha perto dos nacionais.
julho 09, 2003
O VINHO FRANCÊS
Considerado um patrimônio nacional, o vinho francês é conhecido como um dos melhores do mundo. A França produz 60 milhões de litros de vinho por ano e só encontra competidores, tanto em termos de volume quanto de qualidade, na Itália e na Espanha.
A maioria das regiões produz vinho, em grande ou pequena quantidade. Cada uma tem o seu tipo de vinhedo, bem diferente dos outros. As regiões produtoras mais conhecidas, tanto pela qualidade quanto pelo volume, são cinco: Bordeaux, que fabrica o vinho mais conhecido e consumido pelos franceses; Borgonha, famosa por seus vinhos brancos, mas que também produz grandes tintos; Vale do Rhône; Alsácia, mais voltada para o vinho branco; Champanhe.
A noção de “terroir” (conjunto de dados naturais, climáticos e geológicos como a altitude, a orientação em relação ao sol) é muito importante. Poucos países no mundo podem se gabar de ter condições naturais tão perfeitas para a cultura de vinhedos.
Quanto às melhores safras, as de 1929, 1945, 1947 e 1961 foram excepcionais; outros anos ótimos foram 1988, 1989 e 1990. As melhores do último decênio seriam 1995, 1996 e 1998. (Fonte: Revista França – Brasil)
Considerado um patrimônio nacional, o vinho francês é conhecido como um dos melhores do mundo. A França produz 60 milhões de litros de vinho por ano e só encontra competidores, tanto em termos de volume quanto de qualidade, na Itália e na Espanha.
A maioria das regiões produz vinho, em grande ou pequena quantidade. Cada uma tem o seu tipo de vinhedo, bem diferente dos outros. As regiões produtoras mais conhecidas, tanto pela qualidade quanto pelo volume, são cinco: Bordeaux, que fabrica o vinho mais conhecido e consumido pelos franceses; Borgonha, famosa por seus vinhos brancos, mas que também produz grandes tintos; Vale do Rhône; Alsácia, mais voltada para o vinho branco; Champanhe.
A noção de “terroir” (conjunto de dados naturais, climáticos e geológicos como a altitude, a orientação em relação ao sol) é muito importante. Poucos países no mundo podem se gabar de ter condições naturais tão perfeitas para a cultura de vinhedos.
Quanto às melhores safras, as de 1929, 1945, 1947 e 1961 foram excepcionais; outros anos ótimos foram 1988, 1989 e 1990. As melhores do último decênio seriam 1995, 1996 e 1998. (Fonte: Revista França – Brasil)
julho 03, 2003
CORTIÇA, A ROLHA PREFERIDA
Pesquisa patrocinada pela Associação Portuguesa da Cortiça – APCOR, realizada nos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, revela que 76% dos consumidores regulares de vinho preferem as rolhas de cortiça aos produtos sintéticos. Foram consultadas 540 pessoas, segundo os critérios de local de compra, sexo e idade.
A preferência pela cortiça foi de 80% nos EUA, 78% no Reino Unido e 71% na Austrália. Dos consumidores que optaram por esse material, 88% apontam a característica natural como a principal vantagem; 86% a associam à tradição; 74% a consideram o vedante que melhor encaixa na garrafa; e 69% acreditam que a rolha de cortiça é um sinal de qualidade do vinho.
Portugal é o maior produtor mundial de rolhas de cortiça, mas vêm surgindo manifestações favoráveis aos materiais sintéticos. (Fonte: Revista de Vinhos, maio/2003)
Pesquisa patrocinada pela Associação Portuguesa da Cortiça – APCOR, realizada nos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, revela que 76% dos consumidores regulares de vinho preferem as rolhas de cortiça aos produtos sintéticos. Foram consultadas 540 pessoas, segundo os critérios de local de compra, sexo e idade.
A preferência pela cortiça foi de 80% nos EUA, 78% no Reino Unido e 71% na Austrália. Dos consumidores que optaram por esse material, 88% apontam a característica natural como a principal vantagem; 86% a associam à tradição; 74% a consideram o vedante que melhor encaixa na garrafa; e 69% acreditam que a rolha de cortiça é um sinal de qualidade do vinho.
Portugal é o maior produtor mundial de rolhas de cortiça, mas vêm surgindo manifestações favoráveis aos materiais sintéticos. (Fonte: Revista de Vinhos, maio/2003)
julho 02, 2003
AMPLIE SUA BIBLIOTECA
Mais uma obra sobre vinhos vem de ser lançada. Desta vez, pela Editora SENAC Rio e sob o título “Sommelier, Profissão do Futuro - Técnicas Para Formação Profissional".
O livro se propõe a ajudar quem deseja descobrir os segredos para identificar um bom vinho e, ainda, os que pretendem se habilitar para exercer a atividade de “sommelier”. Nele se aprende a conhecer para que servem os utensílios utilizados por esse profissional, além de ampliar os conhecimentos dos leigos sobre combinações entre comida e vinho. (Fonte: Folha Online, 18/06/03)
Mais uma obra sobre vinhos vem de ser lançada. Desta vez, pela Editora SENAC Rio e sob o título “Sommelier, Profissão do Futuro - Técnicas Para Formação Profissional".
O livro se propõe a ajudar quem deseja descobrir os segredos para identificar um bom vinho e, ainda, os que pretendem se habilitar para exercer a atividade de “sommelier”. Nele se aprende a conhecer para que servem os utensílios utilizados por esse profissional, além de ampliar os conhecimentos dos leigos sobre combinações entre comida e vinho. (Fonte: Folha Online, 18/06/03)
O CÉREBRO DOS ENÓLOGOS
Segundo um estudo divulgado em Roma, a parte do cérebro que comanda o pensamento é ativada quando um enólogo bebe vinho, aumentando o prazer na degustação, o que não acontece num consumidor normal.
Durante a pesquisa, que avaliou a capacidade perceptiva e aprendizagem cerebral, foram visualizadas as áreas do cérebro que se ativaram em sete enólogos e noutros tantos consumidores de vinho normais enquanto bebiam. Exames de ressonância magnética comprovaram que no cérebro dos peritos são ativadas tanto partes do hemisfério direito como do esquerdo (relacionado com o pensamento), enquanto que, nos outros casos, apenas o lado direito (o das emoções) dá sinais de movimento.
Durante a experiência, os participantes beberam primeiro um copo de água com açúcar, seguido de vinhos de distintas classes, de forma a averiguar que áreas do cérebro se ativavam em cada caso.
A conclusão é que os enólogos experimentam uma maior satisfação na degustação do vinho. E, ainda, que a área esquerda do cérebro é ativada devido a um maior conhecimento e aprendizagem dos peritos em vinho.
A atividade das diferentes áreas do cérebro foi medida na fase prévia e posterior à ingestão do vinho. A principal diferença entre o perito e o consumidor normal é a degustação, momento em que o enólogo ativa a área do cérebro ligada ao pensamento. (Fonte: Folha Online, 27/05/03)
Segundo um estudo divulgado em Roma, a parte do cérebro que comanda o pensamento é ativada quando um enólogo bebe vinho, aumentando o prazer na degustação, o que não acontece num consumidor normal.
Durante a pesquisa, que avaliou a capacidade perceptiva e aprendizagem cerebral, foram visualizadas as áreas do cérebro que se ativaram em sete enólogos e noutros tantos consumidores de vinho normais enquanto bebiam. Exames de ressonância magnética comprovaram que no cérebro dos peritos são ativadas tanto partes do hemisfério direito como do esquerdo (relacionado com o pensamento), enquanto que, nos outros casos, apenas o lado direito (o das emoções) dá sinais de movimento.
Durante a experiência, os participantes beberam primeiro um copo de água com açúcar, seguido de vinhos de distintas classes, de forma a averiguar que áreas do cérebro se ativavam em cada caso.
A conclusão é que os enólogos experimentam uma maior satisfação na degustação do vinho. E, ainda, que a área esquerda do cérebro é ativada devido a um maior conhecimento e aprendizagem dos peritos em vinho.
A atividade das diferentes áreas do cérebro foi medida na fase prévia e posterior à ingestão do vinho. A principal diferença entre o perito e o consumidor normal é a degustação, momento em que o enólogo ativa a área do cérebro ligada ao pensamento. (Fonte: Folha Online, 27/05/03)
julho 01, 2003
AINDA ESTAMOS NO "VINHO ZERO"
Manuel Beato, sommelier do Restaurante Fasano, deu uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo, publicada na Folha Online em 13 de março passado, abordando a questão do vinho nacional. Pela clareza e evidência de suas argumentações, com as quais concordamos plenamente, reproduzimos abaixo o texto, fazendo coro com Beato e perguntando ainda: Mas quando?
"O vinho brasileiro é bom? Há bons vinhos. Mas em relação a quê? E, afinal, o que é um bom vinho? Se para Pound "grande literatura é a linguagem carregada de significado até o máximo grau possível", o grande vinho será uma obra-prima de concisão, intensidade, complexidade e só pode ser criado em condições privilegiadas.
É preciso reconhecer então as limitações da nossa geografia e da nossa mentalidade produtiva. As dificuldades situam-se, sobretudo, na área da viticultura (cultura das vinhas), que é justamente, segundo a maioria dos melhores produtores do mundo, a peça principal para o grande final.
Há carência de agrônomos atualizados, bem como de agricultores mais conscienciosos. Tem se privilegiado, em vez da qualidade, a quantidade herdeira e responsável por uma produção tradicionalmente rústica, de vinhos comuns. Por que nossa produção não começa pelo começo, apostando num estágio básico de qualidade, num vinho correto, agradável e, na medida do possível, estável? Para isso faz-se necessário dar uma cara para essa boa, ainda virtual, poesia líquida. Se é impossível criar um vinho soberbo, podemos, porém, melhorar sobremaneira o que já existe de bom.
A maior parte de nosso vinho ainda decepciona. Falta à nossa vitivinicultura seu sotaque peculiar. Como um time entrosado. Variado, mais coeso.
Além disso, para a formação imprescindível de um público, é preciso haver uma política de preço justa e coerente. É inaceitável pagar mais de R$ 30 por um vinho conterrâneo, diante de bons chilenos, portugueses, argentinos e espanhóis que tantas vezes custam bem menos que isso. Ao pensar num presente, por exemplo, por que não estender a categoria de custo-benefício (preço-prazer) do eterno CD e gravata a um possível mundo novo do vinho nacional?
Passo a passo, porém, só agora a nossa identidade começa realmente a ser discutida. Com a melhor tecnologia, enólogos competentes e produtores sérios desenvolvemo-nos nas últimas décadas e, sobretudo, na última; contudo, o mosto só começa mesmo a borbulhar neste novo milênio. Se até então se apostava na serra gaúcha como nossa melhor região, agora a bola da vez é a Campanha, região do Rio Grande do Sul próxima à fronteira com o Uruguai, onde chove pouco, os terrenos são menos acidentados e o sistema de plantio mais adequado. Alguns produtores acreditam que de lá surgirá o nosso melhor vinho. Entre os que desde já merecem nossos aplausos por seus esforços e tentativas estão os seguintes produtores: Don Laurindo, Miolo, Valduga, Pizzato, Dal Pizzol, Chandon, Salton, Lovara, Marson e Baron de Lantier. Como me disse um deles, a ponto de inspirar-me o nome desse texto, "estamos começando do zero". Talvez o país também. Felipão valorizava o zero a zero, Pixinguinha, idem. Agora é com vocês abrir o placar, deitar e rolar. Ao leitor entusiasmado e principiante (como nosso vinho), há dicas sobre como apreciar um bom vinho. Mas isso fica para uma próxima vez".
Manuel Beato, sommelier do Restaurante Fasano, deu uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo, publicada na Folha Online em 13 de março passado, abordando a questão do vinho nacional. Pela clareza e evidência de suas argumentações, com as quais concordamos plenamente, reproduzimos abaixo o texto, fazendo coro com Beato e perguntando ainda: Mas quando?
"O vinho brasileiro é bom? Há bons vinhos. Mas em relação a quê? E, afinal, o que é um bom vinho? Se para Pound "grande literatura é a linguagem carregada de significado até o máximo grau possível", o grande vinho será uma obra-prima de concisão, intensidade, complexidade e só pode ser criado em condições privilegiadas.
É preciso reconhecer então as limitações da nossa geografia e da nossa mentalidade produtiva. As dificuldades situam-se, sobretudo, na área da viticultura (cultura das vinhas), que é justamente, segundo a maioria dos melhores produtores do mundo, a peça principal para o grande final.
Há carência de agrônomos atualizados, bem como de agricultores mais conscienciosos. Tem se privilegiado, em vez da qualidade, a quantidade herdeira e responsável por uma produção tradicionalmente rústica, de vinhos comuns. Por que nossa produção não começa pelo começo, apostando num estágio básico de qualidade, num vinho correto, agradável e, na medida do possível, estável? Para isso faz-se necessário dar uma cara para essa boa, ainda virtual, poesia líquida. Se é impossível criar um vinho soberbo, podemos, porém, melhorar sobremaneira o que já existe de bom.
A maior parte de nosso vinho ainda decepciona. Falta à nossa vitivinicultura seu sotaque peculiar. Como um time entrosado. Variado, mais coeso.
Além disso, para a formação imprescindível de um público, é preciso haver uma política de preço justa e coerente. É inaceitável pagar mais de R$ 30 por um vinho conterrâneo, diante de bons chilenos, portugueses, argentinos e espanhóis que tantas vezes custam bem menos que isso. Ao pensar num presente, por exemplo, por que não estender a categoria de custo-benefício (preço-prazer) do eterno CD e gravata a um possível mundo novo do vinho nacional?
Passo a passo, porém, só agora a nossa identidade começa realmente a ser discutida. Com a melhor tecnologia, enólogos competentes e produtores sérios desenvolvemo-nos nas últimas décadas e, sobretudo, na última; contudo, o mosto só começa mesmo a borbulhar neste novo milênio. Se até então se apostava na serra gaúcha como nossa melhor região, agora a bola da vez é a Campanha, região do Rio Grande do Sul próxima à fronteira com o Uruguai, onde chove pouco, os terrenos são menos acidentados e o sistema de plantio mais adequado. Alguns produtores acreditam que de lá surgirá o nosso melhor vinho. Entre os que desde já merecem nossos aplausos por seus esforços e tentativas estão os seguintes produtores: Don Laurindo, Miolo, Valduga, Pizzato, Dal Pizzol, Chandon, Salton, Lovara, Marson e Baron de Lantier. Como me disse um deles, a ponto de inspirar-me o nome desse texto, "estamos começando do zero". Talvez o país também. Felipão valorizava o zero a zero, Pixinguinha, idem. Agora é com vocês abrir o placar, deitar e rolar. Ao leitor entusiasmado e principiante (como nosso vinho), há dicas sobre como apreciar um bom vinho. Mas isso fica para uma próxima vez".
junho 28, 2003
J.P. TINTO - UM PORTUGUÊS BOM DE MESA
As Terras do Sado compreendem a região situada entre os estuários dos rios Tejo e Sado, próxima de Lisboa. Lá são produzidos vinhos intensos em cor e sensações na boca, com corpo e vigor, que tanto são bons para beber jovens quanto depois de armazenados por vários anos em madeira.
Este tinto de mesa, um Regional Terras do Sado, com 12% de teor alcoólico, é elaborado 100 % a partir da casta Castelao Francês, mais conhecida com o nome de Periquita, em Azeitão, na Península de Setúbal.
Segundo informações da vinícola, após o esmagamento das uvas o vinho é fermentado a temperatura controlada, seguindo-se de imediato a estabilização e o engarrafamento, para permitir a retenção dos aromas frutados, obtendo-se um vinho muito agradável para consumir jovem.
Apresenta cor rubi não muito intensa, aromas dominantes de frutos encarnados e mostra-se macio na boca, onde se pode sentir a madeira. Não é muito encorpado, mas na sua categoria de vinho de mesa é uma opção interessante, com uma boa relação preço/qualidade.
As Terras do Sado compreendem a região situada entre os estuários dos rios Tejo e Sado, próxima de Lisboa. Lá são produzidos vinhos intensos em cor e sensações na boca, com corpo e vigor, que tanto são bons para beber jovens quanto depois de armazenados por vários anos em madeira.
Este tinto de mesa, um Regional Terras do Sado, com 12% de teor alcoólico, é elaborado 100 % a partir da casta Castelao Francês, mais conhecida com o nome de Periquita, em Azeitão, na Península de Setúbal.
Segundo informações da vinícola, após o esmagamento das uvas o vinho é fermentado a temperatura controlada, seguindo-se de imediato a estabilização e o engarrafamento, para permitir a retenção dos aromas frutados, obtendo-se um vinho muito agradável para consumir jovem.
Apresenta cor rubi não muito intensa, aromas dominantes de frutos encarnados e mostra-se macio na boca, onde se pode sentir a madeira. Não é muito encorpado, mas na sua categoria de vinho de mesa é uma opção interessante, com uma boa relação preço/qualidade.
junho 25, 2003
SERRAS DE AZEITÃO
Durante quatro séculos, a região de Azeitão mereceu disputar com a Vila de Sintra as preferências de nobres e fidalgos portugueses. Deste modo, Azeitão pode, ainda hoje, ostentar edifícios de significativa importância, integrados em áreas de grande beleza. Situa-se na Península de Setúbal, onde se encontram várias vinícolas, dentre elas a JP Vinhos, produtora de vinhos bem conhecidos, como o Quinta da Bacalhoa, o Má Partilha e o Moscatel de Setúbal.
E foi dessa vinícola que degustamos o Serras de Azeitão, um Vinho Regional Terras do Sado, tinto seco, safra de 2001 e com 13% de teor alcoólico. Elaborado com uvas das castas Castelão (Periquita), Aragonez, Syrah e Merlot, este vinho mereceu do produtor as seguintes Notas de Prova:
Aromas e sabores de frutos encamados, num conjunto gustativo cheio e suave. Servir à temperatura de 14° a 16°. Pronto para ser consumido agora, pode ser guardado durante dois a três anos, se mantido em lugar fresco e seco.
Nossas impressões foram a de um vinho de bela cor rubi, com um bom corpo, aromas frutados suaves e persistentes, que se mostrou bastante agradável ao ser bebido. Uma experiência interessante, realizada em São Paulo, na acolhedora residência do sr. E., em uma noite de gostoso frio e agradável bate-papo ao calor da lareira.
Durante quatro séculos, a região de Azeitão mereceu disputar com a Vila de Sintra as preferências de nobres e fidalgos portugueses. Deste modo, Azeitão pode, ainda hoje, ostentar edifícios de significativa importância, integrados em áreas de grande beleza. Situa-se na Península de Setúbal, onde se encontram várias vinícolas, dentre elas a JP Vinhos, produtora de vinhos bem conhecidos, como o Quinta da Bacalhoa, o Má Partilha e o Moscatel de Setúbal.
E foi dessa vinícola que degustamos o Serras de Azeitão, um Vinho Regional Terras do Sado, tinto seco, safra de 2001 e com 13% de teor alcoólico. Elaborado com uvas das castas Castelão (Periquita), Aragonez, Syrah e Merlot, este vinho mereceu do produtor as seguintes Notas de Prova:
Aromas e sabores de frutos encamados, num conjunto gustativo cheio e suave. Servir à temperatura de 14° a 16°. Pronto para ser consumido agora, pode ser guardado durante dois a três anos, se mantido em lugar fresco e seco.
Nossas impressões foram a de um vinho de bela cor rubi, com um bom corpo, aromas frutados suaves e persistentes, que se mostrou bastante agradável ao ser bebido. Uma experiência interessante, realizada em São Paulo, na acolhedora residência do sr. E., em uma noite de gostoso frio e agradável bate-papo ao calor da lareira.
junho 16, 2003
AINDA OS VINHOS NACIONAIS
Em matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo, no dia 30 de março passado, assinada por Carlos Franco, procura-se mostrar, inclusive com indicadores de mercado, que os vinhos nacionais começaram a recuperar posição frente aos importados, a partir da elevação do dólar.
Entre outros exemplos e opiniões que justificam essa tese, chama a atenção o de um sofisticado restaurante paulistano, o Fasano, em cuja carta de vinhos se incluem: os tintos Miolo Lote 43, Don Laurindo, Valduga e Lovara; e os brancos Volpi Chardonnay e Reserva Classic Gewurztraminer, ambos da Salton. Na opinião do próprio dono, Fabrizio Fasano, "o vinho nacional começa a merecer espaço e apresenta um bom custo-benefício". Ora, mas esses são vinhos de preços mais elevados, servidos em um ambiente requintado para pessoas igualmente requintadas, com outros patamares de preço/qialidade. Aí, sim, se justifica o título da matéria:"Vinho nacional conquista paladares exigentes".
Se, de um lado, os produtores estão esperançosos quanto a melhores negócios e investem em novas tecnologias ou buscam novas áreas de cultivo, a realidade é que o vinho nacional é caro, está ainda distante do consumidor comum.
Portanto, insistimos, esses investimentos precisam ser acompanhados de mudanças nas políticas de comercialização, nelas envolvendo produtores e setores governamentais. Enquanto não se oferecer ao grande público vinhos de boa qualidade a preços módicos, o brasileiro não vai criar o hábito do consumo. Então, vamos produzir vinos apenas para as elites? Essas, com certeza, podem ter os importados em suas mesas.
Em matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo, no dia 30 de março passado, assinada por Carlos Franco, procura-se mostrar, inclusive com indicadores de mercado, que os vinhos nacionais começaram a recuperar posição frente aos importados, a partir da elevação do dólar.
Entre outros exemplos e opiniões que justificam essa tese, chama a atenção o de um sofisticado restaurante paulistano, o Fasano, em cuja carta de vinhos se incluem: os tintos Miolo Lote 43, Don Laurindo, Valduga e Lovara; e os brancos Volpi Chardonnay e Reserva Classic Gewurztraminer, ambos da Salton. Na opinião do próprio dono, Fabrizio Fasano, "o vinho nacional começa a merecer espaço e apresenta um bom custo-benefício". Ora, mas esses são vinhos de preços mais elevados, servidos em um ambiente requintado para pessoas igualmente requintadas, com outros patamares de preço/qialidade. Aí, sim, se justifica o título da matéria:"Vinho nacional conquista paladares exigentes".
Se, de um lado, os produtores estão esperançosos quanto a melhores negócios e investem em novas tecnologias ou buscam novas áreas de cultivo, a realidade é que o vinho nacional é caro, está ainda distante do consumidor comum.
Portanto, insistimos, esses investimentos precisam ser acompanhados de mudanças nas políticas de comercialização, nelas envolvendo produtores e setores governamentais. Enquanto não se oferecer ao grande público vinhos de boa qualidade a preços módicos, o brasileiro não vai criar o hábito do consumo. Então, vamos produzir vinos apenas para as elites? Essas, com certeza, podem ter os importados em suas mesas.
junho 15, 2003
NACIONAL OU IMPORTADO?
Parece estar ocorrendo como que um “movimento” em defesa do vinho nacional (do tinto, especificamente). Pelo menos é o que se supõe a partir da matéria de autoria de Luciano Ribeiro, publicada hoje na Revista Domingo, do JB.
Segundo conta, com base em depoimentos de enófilos bastante conhecidos, de dez anos para cá as coisas vêm mudando na Serra Gaúcha, onde as vinícolas investem em novas tecnologias de cultivo e produção, bem como procuram manter intercâmbio com os produtores internacionais. Mas são esses mesmos experientes profissionais os primeiros a reconhecer que ainda falta muito para que os nossos tintos se aproximem do padrão de qualidade dos importados, já que não poderão iguala-los. E o fator negativo, já comentamos aqui, é o “terroir” inadequado.
Em nossa modesta opinião, com todo o respeito e consideração aos produtores nacionais, cujo esforço reconhecemos e aplaudimos, acreditamos que algumas premissas deveriam ser analisadas à exaustão: 1- Intensificar o cultivo (ainda incipiente) em outras regiões, em busca de uvas de maior qualidade; 2 – Substituir as uvas americanas por espécies viníferas na produção dos vinhos de mesa; 3 – Rever as políticas de comercialização, com vistas à redução dos preços ao consumidor.
É bom lembrar: o Brasil não é um país europeu, a tradição de beber vinho é muito pouco cultivada por aqui, o clima em geral não ajuda muito, a renda per capita é baixa, a classe média teve reduzido seu poder aquisitivo... Então, é preciso lutar por melhores relações qualidade/preço e investir em campanhas de divulgação (os fabricantes de cerveja exploram bem essa tática).
Parece estar ocorrendo como que um “movimento” em defesa do vinho nacional (do tinto, especificamente). Pelo menos é o que se supõe a partir da matéria de autoria de Luciano Ribeiro, publicada hoje na Revista Domingo, do JB.
Segundo conta, com base em depoimentos de enófilos bastante conhecidos, de dez anos para cá as coisas vêm mudando na Serra Gaúcha, onde as vinícolas investem em novas tecnologias de cultivo e produção, bem como procuram manter intercâmbio com os produtores internacionais. Mas são esses mesmos experientes profissionais os primeiros a reconhecer que ainda falta muito para que os nossos tintos se aproximem do padrão de qualidade dos importados, já que não poderão iguala-los. E o fator negativo, já comentamos aqui, é o “terroir” inadequado.
Em nossa modesta opinião, com todo o respeito e consideração aos produtores nacionais, cujo esforço reconhecemos e aplaudimos, acreditamos que algumas premissas deveriam ser analisadas à exaustão: 1- Intensificar o cultivo (ainda incipiente) em outras regiões, em busca de uvas de maior qualidade; 2 – Substituir as uvas americanas por espécies viníferas na produção dos vinhos de mesa; 3 – Rever as políticas de comercialização, com vistas à redução dos preços ao consumidor.
É bom lembrar: o Brasil não é um país europeu, a tradição de beber vinho é muito pouco cultivada por aqui, o clima em geral não ajuda muito, a renda per capita é baixa, a classe média teve reduzido seu poder aquisitivo... Então, é preciso lutar por melhores relações qualidade/preço e investir em campanhas de divulgação (os fabricantes de cerveja exploram bem essa tática).
junho 14, 2003
OS BARRIS DE CARVALHO
O uso de barris de carvalho se justifica pela influência que exercem sobre os aromas e a futura evolução dos vinhos, em conseqüência da liberação de compostos presentes na madeira. Além disso, permitem a entrada, de forma lenta e contínua, de quantidades suficientes de oxigênio pelos poros microscópicos da madeira e juntas das aduelas, tornando as reações de oxidação mais efetivas. Assim, os barris favorecem a estabilização química de antocianinas e taninos, resultando na estabilização da cor e sabor, diminuição da adstringência e aquisição de uma maior complexidade aromática.
São utilizados dois tipos de carvalho: o americano e o francês, que possuem características bastante diferenciadas. Nos primeiros, a liberação de componentes é muito forte, principalmente quanto aos taninos, e isto confere aos vinhos buquês mais agressivos, sendo necessário mais tempo na garrafa para o afinamento do vinho; assim, não se usa o carvalho americano para armazenar vinhos por mais de dez meses. Já os barris de carvalho francês proporcionam buquês finos e suaves, devido ao mais lento e sutil processo de oxidação efetuado através dos finos poros da madeira.
A conservação dos vinhos em barris por mais de sete anos pode ser prejudicial para a qualidade do vinho. A partir deste tempo os poros da madeira entopem, impedindo assim os fenômenos de óxido-redução e a quantidade de componentes extraíveis, necessários para as transformações organolépticas do vinho, diminui. É prática dos produtores substituir os barris a cada três ou cinco safras.
O uso de barris de carvalho se justifica pela influência que exercem sobre os aromas e a futura evolução dos vinhos, em conseqüência da liberação de compostos presentes na madeira. Além disso, permitem a entrada, de forma lenta e contínua, de quantidades suficientes de oxigênio pelos poros microscópicos da madeira e juntas das aduelas, tornando as reações de oxidação mais efetivas. Assim, os barris favorecem a estabilização química de antocianinas e taninos, resultando na estabilização da cor e sabor, diminuição da adstringência e aquisição de uma maior complexidade aromática.
São utilizados dois tipos de carvalho: o americano e o francês, que possuem características bastante diferenciadas. Nos primeiros, a liberação de componentes é muito forte, principalmente quanto aos taninos, e isto confere aos vinhos buquês mais agressivos, sendo necessário mais tempo na garrafa para o afinamento do vinho; assim, não se usa o carvalho americano para armazenar vinhos por mais de dez meses. Já os barris de carvalho francês proporcionam buquês finos e suaves, devido ao mais lento e sutil processo de oxidação efetuado através dos finos poros da madeira.
A conservação dos vinhos em barris por mais de sete anos pode ser prejudicial para a qualidade do vinho. A partir deste tempo os poros da madeira entopem, impedindo assim os fenômenos de óxido-redução e a quantidade de componentes extraíveis, necessários para as transformações organolépticas do vinho, diminui. É prática dos produtores substituir os barris a cada três ou cinco safras.
junho 11, 2003
TERRA BOA
Depois de algumas experiências com os argentinos, julgamos que valia a pena tentar algum vinho português. Foi assim que nos detivemos no Terra Boa, um vinho regional de Trás-os-Montes, produzido e engarrafado pela Caves Aliança, de Sangalhos. Safra de 2000, elaborado a partir de uvas viníferas, mas de castas não indicadas, e 13% de teor alcoólico. Decidimos testá-lo depois de ver que seu preço não encostava nos US$4.
Sua coloração era escura, com alguns rajados, e a observação na taça indicava um vinho de corpo médio. Não encontramos aromas muito pronunciados, pelo contrário, eram muito discretos. Na boca, sentimos ainda um pouco os taninos. Mas a degustação atenta mostrou ser um vinho para o dia-a-dia, do que já desconfiávamos. Qustão de qualidade/preço.
Depois de algumas experiências com os argentinos, julgamos que valia a pena tentar algum vinho português. Foi assim que nos detivemos no Terra Boa, um vinho regional de Trás-os-Montes, produzido e engarrafado pela Caves Aliança, de Sangalhos. Safra de 2000, elaborado a partir de uvas viníferas, mas de castas não indicadas, e 13% de teor alcoólico. Decidimos testá-lo depois de ver que seu preço não encostava nos US$4.
Sua coloração era escura, com alguns rajados, e a observação na taça indicava um vinho de corpo médio. Não encontramos aromas muito pronunciados, pelo contrário, eram muito discretos. Na boca, sentimos ainda um pouco os taninos. Mas a degustação atenta mostrou ser um vinho para o dia-a-dia, do que já desconfiávamos. Qustão de qualidade/preço.
junho 10, 2003
TEMPO DE APRECIAR TANINOS
Em artigo publicado na Revista Metrópole Campinas, Suzamara Santos lembrava, no começo do mês de abril passado, que "Já é outono, tempo de tomar vinhos mais robustos, encorpados, bons para acompanhar pratos fortes, como caças, assados e carnes vermelhas em geral". Agora, então, que o outono está findando e o inverno se aproxima (pelo menos oficialmente), a observação é mais do que procedente. Por isso, vamos reproduzir abaixo o teor desse artigo, que ainda aborda outros componentes importantes dos vinhos e os efeitos que produzem:
"Prepare-se, então, para os prestigiados Cabernets Sauvignon e os ainda pouco conhecidos Tannats, varietal que se aclimatou bem no Uruguai e já está presente no Brasil (Cave de Amadeu e Dom Laurindo produzem bons Tannats).
A Tannat é uma uva extremamente tânica, o que explica o caráter viril dos seus vinhos. Um desafio para qualquer enólogo é arredondar os TANINOS sem descaracterizar a uva. Geralmente, a Merlot, uva de maturação precoce e bem menos tânica, é usada para quebrar as arestas das tintas. Aí é que está a graça. O tanino só é defeito se houver falhas na vinificação. Um Tannat ou um Cabernet Sauvignon bem elaborado é um grande vinho.
Taninos - Muitos já devem ter experimentado a sensação de “boca amarrada” ao tomar alguns vinhos tintos. Essa adstringência percebida na língua, bochechas e gengivas, é causada pelos taninos. Os taninos mais finos são os presentes na casca. Já os indesejáveis são os das sementes e engaços. Um bom vinho tinto é aquele que apresenta equilíbrio entre o álcool, o tanino e a acidez. Perceber a harmonia desse tripé é a chave da degustação profissional. Quando se diz que uma taça de vinho tinto faz bem para a saúde, pense imediatamente nos taninos. Por ora, vale dizer que, em relação à tanicidade, o vinho pode ser carente, pouco tânico, equilibrado, ligeiramente tânico e muito tânico.
Acidez - Como o tanino, não é defeito. Um vinho contém vários ácidos originários da própria uva ou do processo de fermentação. Você pode notar a acidez nas laterais da língua e no efeito de salivação abundante que causa. Daí a importância da equação taninos-acidez-álcool. Normalmente, a acidez implica na capacidade de envelhecimento do vinho, tanto para tinto como para branco.
Álcool - A percepção do álcool ocorre na parte central da língua. Ao ouvir alguém dizer que um determinado vinho é "macio", associe ao seu teor alcoólico. Um poliálcool muito desejado é a glicerina, pois confere aquela sensação de untuosidade que, às vezes, observamos num vinho. Estamos falando do álcool produzido durante a fermentação da uva, ou seja, da transformação dos açúcares da fruta em álcool. Daí, quanto mais madura a uva, mais álcool e mais maciez. Quanto à maciez, o vinho pode ser áspero, levemente áspero, macio, redondo e untuoso".
Em artigo publicado na Revista Metrópole Campinas, Suzamara Santos lembrava, no começo do mês de abril passado, que "Já é outono, tempo de tomar vinhos mais robustos, encorpados, bons para acompanhar pratos fortes, como caças, assados e carnes vermelhas em geral". Agora, então, que o outono está findando e o inverno se aproxima (pelo menos oficialmente), a observação é mais do que procedente. Por isso, vamos reproduzir abaixo o teor desse artigo, que ainda aborda outros componentes importantes dos vinhos e os efeitos que produzem:
"Prepare-se, então, para os prestigiados Cabernets Sauvignon e os ainda pouco conhecidos Tannats, varietal que se aclimatou bem no Uruguai e já está presente no Brasil (Cave de Amadeu e Dom Laurindo produzem bons Tannats).
A Tannat é uma uva extremamente tânica, o que explica o caráter viril dos seus vinhos. Um desafio para qualquer enólogo é arredondar os TANINOS sem descaracterizar a uva. Geralmente, a Merlot, uva de maturação precoce e bem menos tânica, é usada para quebrar as arestas das tintas. Aí é que está a graça. O tanino só é defeito se houver falhas na vinificação. Um Tannat ou um Cabernet Sauvignon bem elaborado é um grande vinho.
Taninos - Muitos já devem ter experimentado a sensação de “boca amarrada” ao tomar alguns vinhos tintos. Essa adstringência percebida na língua, bochechas e gengivas, é causada pelos taninos. Os taninos mais finos são os presentes na casca. Já os indesejáveis são os das sementes e engaços. Um bom vinho tinto é aquele que apresenta equilíbrio entre o álcool, o tanino e a acidez. Perceber a harmonia desse tripé é a chave da degustação profissional. Quando se diz que uma taça de vinho tinto faz bem para a saúde, pense imediatamente nos taninos. Por ora, vale dizer que, em relação à tanicidade, o vinho pode ser carente, pouco tânico, equilibrado, ligeiramente tânico e muito tânico.
Acidez - Como o tanino, não é defeito. Um vinho contém vários ácidos originários da própria uva ou do processo de fermentação. Você pode notar a acidez nas laterais da língua e no efeito de salivação abundante que causa. Daí a importância da equação taninos-acidez-álcool. Normalmente, a acidez implica na capacidade de envelhecimento do vinho, tanto para tinto como para branco.
Álcool - A percepção do álcool ocorre na parte central da língua. Ao ouvir alguém dizer que um determinado vinho é "macio", associe ao seu teor alcoólico. Um poliálcool muito desejado é a glicerina, pois confere aquela sensação de untuosidade que, às vezes, observamos num vinho. Estamos falando do álcool produzido durante a fermentação da uva, ou seja, da transformação dos açúcares da fruta em álcool. Daí, quanto mais madura a uva, mais álcool e mais maciez. Quanto à maciez, o vinho pode ser áspero, levemente áspero, macio, redondo e untuoso".
junho 09, 2003
CONSULTORIA FAMOSA NA MIOLO
Michel Roland, um dos mais conceituados enólogos franceses da atualidade e maior autoridade mundial na vinificacão da uva Merlot, proprietário do famoso laboratório montado no Pomerol e prestando consultoria a quase 200 vinicolas noMundo, vem de ser contratado pela Vinícola Miolo. Ele já esteve no Brasil, em 2001, participou do 4o.Encontro Internacional do Vinho no Espírito Santo, promovido pela Sociedade dos Amigos do Vinho do Espírito Santo (SOAVES). A expectativa da empresa é de que, com sua vasta experiência, nos solos e climas os mais variados, Roland contribua decisivamente para a modernização da vinícola.
Michel Roland, um dos mais conceituados enólogos franceses da atualidade e maior autoridade mundial na vinificacão da uva Merlot, proprietário do famoso laboratório montado no Pomerol e prestando consultoria a quase 200 vinicolas noMundo, vem de ser contratado pela Vinícola Miolo. Ele já esteve no Brasil, em 2001, participou do 4o.Encontro Internacional do Vinho no Espírito Santo, promovido pela Sociedade dos Amigos do Vinho do Espírito Santo (SOAVES). A expectativa da empresa é de que, com sua vasta experiência, nos solos e climas os mais variados, Roland contribua decisivamente para a modernização da vinícola.
junho 08, 2003
O MERCADO ITALIANO DE VINHOS
Uma recente pesquisa realizada pela Universidade de Bolonha, sob os auspícios da FEDERVINI, dá bem uma idéia do que representa o mercado de vinhos para a economia italiana. São mais de 300 mil empresas da agroindústria e 400 mil no setor de distribuição de alimentos; envolve mais de 700 mil pessoas, direta ou indiretamente; e contribui para a economia do país com mais de 20 bilhões de euros e mais de 5 bilhões de euros em impostos diretos ou indiretos.
A pesquisa teve por objetivo mostrar a importância do mundo do vinho para o sistema sócio-econômico italiano, e os dados obtidos revelam que a contribuição do setor é enorme, conforme afirma o próprio presidente da FEDERVINI, Pietro Mastroberardino.
A pesquisa revela também que existem cerca de 200 mil viticultores na Itália, 80% deles com mais de 50 anos. Mais ainda, as vinhas totalizam cerca de 586 mil hectares de área produtiva e 47 mil improdutiva (1 a 3 anos), 27% dos quais na região nordeste.
A pesquisa ainda revela a idade das vinhas (69% com mais de 15 anos) e o percentual de vinho engarrafado (62%), assim como a distribuição geográfica das caves: a região central concentra 14.820 empresas, 33% do total.
São dados divulgados em Verona no dia 4 deste mês e não sabemos se já publicados na imprensa nacional.
Uma recente pesquisa realizada pela Universidade de Bolonha, sob os auspícios da FEDERVINI, dá bem uma idéia do que representa o mercado de vinhos para a economia italiana. São mais de 300 mil empresas da agroindústria e 400 mil no setor de distribuição de alimentos; envolve mais de 700 mil pessoas, direta ou indiretamente; e contribui para a economia do país com mais de 20 bilhões de euros e mais de 5 bilhões de euros em impostos diretos ou indiretos.
A pesquisa teve por objetivo mostrar a importância do mundo do vinho para o sistema sócio-econômico italiano, e os dados obtidos revelam que a contribuição do setor é enorme, conforme afirma o próprio presidente da FEDERVINI, Pietro Mastroberardino.
A pesquisa revela também que existem cerca de 200 mil viticultores na Itália, 80% deles com mais de 50 anos. Mais ainda, as vinhas totalizam cerca de 586 mil hectares de área produtiva e 47 mil improdutiva (1 a 3 anos), 27% dos quais na região nordeste.
A pesquisa ainda revela a idade das vinhas (69% com mais de 15 anos) e o percentual de vinho engarrafado (62%), assim como a distribuição geográfica das caves: a região central concentra 14.820 empresas, 33% do total.
São dados divulgados em Verona no dia 4 deste mês e não sabemos se já publicados na imprensa nacional.
junho 04, 2003
ASTICA
Mais um argentino para o dia-a-dia. Desta vez, um Cabernet Sauvignon. safra 2002, com 13,5% de teor alcoólico, elaborado pela conhecida Bodegas Trapiche, também da região de Mendoza.
Como se esperava, mostrou uma coloração escura, intensa, e um corpo razoável. Aromas discretos de frutas silvestres. Na boca, taninos um pouco acentuados, mas aceitáveis. Resumindo: nenhuma excelência, mas um vinho bebível. E seu preço ficou abaixo dos US$4.
Mais um argentino para o dia-a-dia. Desta vez, um Cabernet Sauvignon. safra 2002, com 13,5% de teor alcoólico, elaborado pela conhecida Bodegas Trapiche, também da região de Mendoza.
Como se esperava, mostrou uma coloração escura, intensa, e um corpo razoável. Aromas discretos de frutas silvestres. Na boca, taninos um pouco acentuados, mas aceitáveis. Resumindo: nenhuma excelência, mas um vinho bebível. E seu preço ficou abaixo dos US$4.
junho 01, 2003
A UVA TEMPRANILLO
A cepa de grande prestígio em toda a Península Ibérica é a variedade vinífera Tempranillo. Ela está presente em 28 das 54 denominações de origem (DO). Ocupando uma superfície de cultivo de 31.046 hectares, esta tinta é a principal casta de Rioja e de Ribera del Duero. A popularidade da uva é tão acentuada que em Castilla-Léon é chamada de Tinto del País! O nome Tempranillo provavelmente vem de temprano (cedo, em espanhol), pois amadurece prematuramente.
Os melhores vinhos com Tempranillo aparecem em zonas com alta insolação e com temperaturas noturnas frias. Nessas condições se alcançam graduações alcoólicas mais altas. Segundo Manoel Beato, sommelier do restaurante Fasano, a Tempranillo é a tinta mais conhecida e fina da Espanha. "É uma uva que tem muita classe e possui poder de envelhecimento", conta o renomado sommelier.
A cepa de grande prestígio em toda a Península Ibérica é a variedade vinífera Tempranillo. Ela está presente em 28 das 54 denominações de origem (DO). Ocupando uma superfície de cultivo de 31.046 hectares, esta tinta é a principal casta de Rioja e de Ribera del Duero. A popularidade da uva é tão acentuada que em Castilla-Léon é chamada de Tinto del País! O nome Tempranillo provavelmente vem de temprano (cedo, em espanhol), pois amadurece prematuramente.
Os melhores vinhos com Tempranillo aparecem em zonas com alta insolação e com temperaturas noturnas frias. Nessas condições se alcançam graduações alcoólicas mais altas. Segundo Manoel Beato, sommelier do restaurante Fasano, a Tempranillo é a tinta mais conhecida e fina da Espanha. "É uma uva que tem muita classe e possui poder de envelhecimento", conta o renomado sommelier.
VINHOS DA ESPANHA
Detentora da maior área cultivada em vinhedos no mundo, a Espanha sempre produziu excelentes vinhos e de qualidade variada. Uma das cepas mais difundidas é a tinta Tempranillo - a uva pálida e aromática da região de Rioja.
A história do vinho na terra do flamenco é muito antiga. Há cerca de 1.100 anos, antes da nossa Era, os fenícios introduziram a cultura da vinha em Cádiz, com cepas oriundas da Grécia, do Oriente Médio, de Cartagena e até de Roma. Durante a ocupação romana, os vinhos da famosa Catalunha e de Tarragona eram apreciados pelos conquistadores. Com a queda do Império Romano, os bárbaros invadiram a Península e tentaram destruir a cultura vinícola. Entretanto, em 711 d.C., com a chegada dos árabes, as vinhas foram protegidas com a finalidade alimentar.
Atualmente, a Espanha é o terceiro maior produtor mundial de vinhos, com mais de 35 milhões de hectolitros anuais. Mais de 600 variedades de uvas participam dessa produção, destacando-se entre elas, a Tempranillo - a mais famosa tinta espanhola. O consumo interno per capita chega aos 37 litros por habitante/ano. No Brasil, o vinho espanhol apresenta uma excelente relação: custo/benefício.
Detentora da maior área cultivada em vinhedos no mundo, a Espanha sempre produziu excelentes vinhos e de qualidade variada. Uma das cepas mais difundidas é a tinta Tempranillo - a uva pálida e aromática da região de Rioja.
A história do vinho na terra do flamenco é muito antiga. Há cerca de 1.100 anos, antes da nossa Era, os fenícios introduziram a cultura da vinha em Cádiz, com cepas oriundas da Grécia, do Oriente Médio, de Cartagena e até de Roma. Durante a ocupação romana, os vinhos da famosa Catalunha e de Tarragona eram apreciados pelos conquistadores. Com a queda do Império Romano, os bárbaros invadiram a Península e tentaram destruir a cultura vinícola. Entretanto, em 711 d.C., com a chegada dos árabes, as vinhas foram protegidas com a finalidade alimentar.
Atualmente, a Espanha é o terceiro maior produtor mundial de vinhos, com mais de 35 milhões de hectolitros anuais. Mais de 600 variedades de uvas participam dessa produção, destacando-se entre elas, a Tempranillo - a mais famosa tinta espanhola. O consumo interno per capita chega aos 37 litros por habitante/ano. No Brasil, o vinho espanhol apresenta uma excelente relação: custo/benefício.
VINHO À MODA ANTIGA
Na busca por maior autenticidade e originalidade de seus vinhos, alguns produtores internacionais vêm apelando para processos de um passado milenar. Assim escreve Luciano Ribeiro, em matéria publicada na revista Domingo, do Jornal do Brasil, que circula hoje.
É o caso de um viticultor de Friuli, Itália, que fermenta as uvas em enormes ânforas de barro, com dois metros de altura e capacidade para 20 hectolitros de suco de uva, fabricadas sob encomenda por apenas dois artesãos da Geórgia, Bálcãs, ao preço unitário de US$5.000. Era esse o processo usado pelos romanos há mais de dois mil anos. E os vinhos dele fazem sucesso.
Também em Portugal a vinícola José Maria da Fonseca utiliza o mesmo processo, dispondo de 114 ânforas, algumas do século XIX, que armazenam o equivalente a cerca de 23.500 garrafas.E, ainda, no Alentejo, um dos vinhos mais prestigiados do país, o Mouchão 3/4, é elaborado com uvas pissadas pelos colonos, sem qualquer processo mecanizado.
Se esse retorno às origens significa apenas um modismo, ou se vai de fato vingar pelo mundo a fora, não saberíamos responder, nem ao menos fazemos um prognóstico. Mas se os produtores de milênios passados pudessem ver isso, certamente estariam dando risadas de satisfação, orgulho e vaidade...
Na busca por maior autenticidade e originalidade de seus vinhos, alguns produtores internacionais vêm apelando para processos de um passado milenar. Assim escreve Luciano Ribeiro, em matéria publicada na revista Domingo, do Jornal do Brasil, que circula hoje.
É o caso de um viticultor de Friuli, Itália, que fermenta as uvas em enormes ânforas de barro, com dois metros de altura e capacidade para 20 hectolitros de suco de uva, fabricadas sob encomenda por apenas dois artesãos da Geórgia, Bálcãs, ao preço unitário de US$5.000. Era esse o processo usado pelos romanos há mais de dois mil anos. E os vinhos dele fazem sucesso.
Também em Portugal a vinícola José Maria da Fonseca utiliza o mesmo processo, dispondo de 114 ânforas, algumas do século XIX, que armazenam o equivalente a cerca de 23.500 garrafas.E, ainda, no Alentejo, um dos vinhos mais prestigiados do país, o Mouchão 3/4, é elaborado com uvas pissadas pelos colonos, sem qualquer processo mecanizado.
Se esse retorno às origens significa apenas um modismo, ou se vai de fato vingar pelo mundo a fora, não saberíamos responder, nem ao menos fazemos um prognóstico. Mas se os produtores de milênios passados pudessem ver isso, certamente estariam dando risadas de satisfação, orgulho e vaidade...
maio 28, 2003
DALTON
Luján de Cuyo é um dos dezoito departamentos da província de Mendoza, Argenti9na, situado na região centro-norte, a 860 m de altitude e distando apenas 18 km da cidade de Mendoza. Por suas paisagens e características culturais, é um convite ao turismo durante todo o ano. Foi criado como vila e em 11 de maio de 1856 teve seus limites demarcados, passando a cidade em 1949.
É de lá que nos vem um vinho tinto fino, o Dalton, elaborado e engarrafado na origem pela Bodega Norton. Um blend de uvas Malbec e Merlot, safra de 1999, com 13% de teor alcoólico.
Não vamos ficar repetindo nossas opiniões sobre os vinhos argentinos nem fazendo comparações com os nacionais. Mas o que desejamos registrar foi nossa grata surpresa em degustar um vinho honesto, de bom corpo, uma bela cor rubi intensa, boa aderência e aroma agradável, a despeito de taninos ainda um pouco fortes, mas toleráveis. Considerando que pagamos por ele cereca de US$4, nossa satisfação foi ainda maior... Fica a dica.
Luján de Cuyo é um dos dezoito departamentos da província de Mendoza, Argenti9na, situado na região centro-norte, a 860 m de altitude e distando apenas 18 km da cidade de Mendoza. Por suas paisagens e características culturais, é um convite ao turismo durante todo o ano. Foi criado como vila e em 11 de maio de 1856 teve seus limites demarcados, passando a cidade em 1949.
É de lá que nos vem um vinho tinto fino, o Dalton, elaborado e engarrafado na origem pela Bodega Norton. Um blend de uvas Malbec e Merlot, safra de 1999, com 13% de teor alcoólico.
Não vamos ficar repetindo nossas opiniões sobre os vinhos argentinos nem fazendo comparações com os nacionais. Mas o que desejamos registrar foi nossa grata surpresa em degustar um vinho honesto, de bom corpo, uma bela cor rubi intensa, boa aderência e aroma agradável, a despeito de taninos ainda um pouco fortes, mas toleráveis. Considerando que pagamos por ele cereca de US$4, nossa satisfação foi ainda maior... Fica a dica.
maio 26, 2003
EMILIO BRANDI
A economia argentina ainda anda em baixa, e isto permite que se encontrem alguns vinhos a preços razoáveis, mais baratos que os nacionais. E de qualidade às vezes superior, na faixa de preços escolhida.
Foi assim com o Emilio Brandi, um varietal produzido e engarrafado por Bodegas Emilio Brandi, em Mendoza, a partir de uvas Tempranillo, tinto seco, fino, com 12% de graduação alcoólica e safra não indicada (?).
Segundo informado no rótulo, trata-se de um vinho de recente desenvolvimento, com aroma próprio e intenso, resiltado de características da região: clima seco e sol intenso durante todo o ano. E, de fato, ao degustá-lo, percebemos um aroma suave de madeira, além de sentirmos um corpo médio e taninos não muito pronunciados. Enfim, um vinho agradável, adquirido por cerca de R$13,00. Uma boa pedida.
A economia argentina ainda anda em baixa, e isto permite que se encontrem alguns vinhos a preços razoáveis, mais baratos que os nacionais. E de qualidade às vezes superior, na faixa de preços escolhida.
Foi assim com o Emilio Brandi, um varietal produzido e engarrafado por Bodegas Emilio Brandi, em Mendoza, a partir de uvas Tempranillo, tinto seco, fino, com 12% de graduação alcoólica e safra não indicada (?).
Segundo informado no rótulo, trata-se de um vinho de recente desenvolvimento, com aroma próprio e intenso, resiltado de características da região: clima seco e sol intenso durante todo o ano. E, de fato, ao degustá-lo, percebemos um aroma suave de madeira, além de sentirmos um corpo médio e taninos não muito pronunciados. Enfim, um vinho agradável, adquirido por cerca de R$13,00. Uma boa pedida.
maio 20, 2003
BOSCATO
A Boscato Indústria Vinícola Ltda., menos divulgada talvez do que suas congêneres do Vale dos Vinhedos, situa-se no município de Nova Pádua, a 165 km de Porto Alegre e a 32 km de Caxias do Sul, em região privilegiada no Vale do rio das Antas. Lá, a 710 m de altitude, o clima é adequado para a cultura de uvas finas, com invernos rigorosos e insolação abundante no verão. Cerca de 15.000 pequenas propriedades, de topografia acidentada e com solos pedregosos, dedicam-se ao cultivo da uva.
A empresa, fundada em 1983, é tipicamente familiar e tem uma produção anual de 400.000 litros. Desde 1995 dedica-se à elaboração de vinhos finos, como os varietais Riesling, Chardonnay Reserva, Merlot Reserva e Cabernet Sauvignon Reserva. Mas o ponto alto da linha é o Gran Reserva Boscato Cabernet Sauvignon 2000, elaborado com uvas produzidas em vinhedos próprios e envelhecido em barrís de carvalho francês.
Nossa degustação foi a de um Cabernet Sauvugnon, safrea de 1999, seco, com 11% de teor alcoólico, um vinho que recebeu Medalha de Ouro no International Wine Challenge 2000, em Beijing, China.
Na avaliação visual mostrou uma coloração vermelho-rubi, com reflexos violáceos. Seu aroma é agradável, levemente herbáceo, mas sente-se também a presença discreta e equilibrada da madeira. Na boca, evidencia um corpo médio, e taninos ainda pronunciados. Mas é um vinho que, em seu contexto geral, nos agradou, dentre os nacionais que temos experimentado. Seu preço de custo ficou em torno de R$17,00.
A Boscato Indústria Vinícola Ltda., menos divulgada talvez do que suas congêneres do Vale dos Vinhedos, situa-se no município de Nova Pádua, a 165 km de Porto Alegre e a 32 km de Caxias do Sul, em região privilegiada no Vale do rio das Antas. Lá, a 710 m de altitude, o clima é adequado para a cultura de uvas finas, com invernos rigorosos e insolação abundante no verão. Cerca de 15.000 pequenas propriedades, de topografia acidentada e com solos pedregosos, dedicam-se ao cultivo da uva.
A empresa, fundada em 1983, é tipicamente familiar e tem uma produção anual de 400.000 litros. Desde 1995 dedica-se à elaboração de vinhos finos, como os varietais Riesling, Chardonnay Reserva, Merlot Reserva e Cabernet Sauvignon Reserva. Mas o ponto alto da linha é o Gran Reserva Boscato Cabernet Sauvignon 2000, elaborado com uvas produzidas em vinhedos próprios e envelhecido em barrís de carvalho francês.
Nossa degustação foi a de um Cabernet Sauvugnon, safrea de 1999, seco, com 11% de teor alcoólico, um vinho que recebeu Medalha de Ouro no International Wine Challenge 2000, em Beijing, China.
Na avaliação visual mostrou uma coloração vermelho-rubi, com reflexos violáceos. Seu aroma é agradável, levemente herbáceo, mas sente-se também a presença discreta e equilibrada da madeira. Na boca, evidencia um corpo médio, e taninos ainda pronunciados. Mas é um vinho que, em seu contexto geral, nos agradou, dentre os nacionais que temos experimentado. Seu preço de custo ficou em torno de R$17,00.
VINHOS DE GARAGEM - UMA VISÃO PORTUGUESA
Faz pouco tempo, encontramos no site da Revista de Vinhos, de Portugal, um interessante artigo sobre os assim chamados "vinhos de garagem", aqui comentados. Como o artigo não era recente, mantivemos contato com a editora, indagando sobre as tendências atuais. Em resposta, recebemos um simpático e-mail, assinado por Luis Ramos Lopes, que transcrevemos, na íntegra, com os nossos agradecimentos sinceros:
"A expressão "vinho de garagem" procura designar um vinho raro, de muito alta qualidade e não menos elevado preço, feito em quantidades diminutas (por vezes duas ou três mil garrafas) a partir de uma vinha muito especial. Normalmente, estes vinhos são feitos pelo próprio proprietário da vinha, numa adega pequena (daí a designação "garagem"), procurando que o vinho reflicta o carácter, o estilo e as preferências vínicas de quem os faz. O verdadeiro "garagista", enquanto tal, é um fenómeno que continua a ser raro, tanto em Portugal como no estrangeiro, e os seus vinhos são normalmente objecto de intensa procura e inevitável especulação.
O que se vem tornando cada vez mais frequente, é vermos empresas de média ou grande dimensão a procurarem igualmente fazer um vinho muito especial, em quantidades muito limitadas, que se torne uma "bandeira", uma marca de prestígio que contribua para reforçar a credibilidade da casa e ajude a vender as outras marcas. No artigo da Revista de Vinhos que referiu, abordámos alguns destes casos. Entre os mais recentes, e que surgiram desde então em Portugal, saliente-se o tinto Duas Quintas Reserva Especial (da Ramos Pinto), o branco Esporão Private Selection (da Finagra) ou o espumante Murganheira Millésime".
A nota reflete a visão de um especialista europeu e, como tal, merece destaque e a atenção dos interessados.
Faz pouco tempo, encontramos no site da Revista de Vinhos, de Portugal, um interessante artigo sobre os assim chamados "vinhos de garagem", aqui comentados. Como o artigo não era recente, mantivemos contato com a editora, indagando sobre as tendências atuais. Em resposta, recebemos um simpático e-mail, assinado por Luis Ramos Lopes, que transcrevemos, na íntegra, com os nossos agradecimentos sinceros:
"A expressão "vinho de garagem" procura designar um vinho raro, de muito alta qualidade e não menos elevado preço, feito em quantidades diminutas (por vezes duas ou três mil garrafas) a partir de uma vinha muito especial. Normalmente, estes vinhos são feitos pelo próprio proprietário da vinha, numa adega pequena (daí a designação "garagem"), procurando que o vinho reflicta o carácter, o estilo e as preferências vínicas de quem os faz. O verdadeiro "garagista", enquanto tal, é um fenómeno que continua a ser raro, tanto em Portugal como no estrangeiro, e os seus vinhos são normalmente objecto de intensa procura e inevitável especulação.
O que se vem tornando cada vez mais frequente, é vermos empresas de média ou grande dimensão a procurarem igualmente fazer um vinho muito especial, em quantidades muito limitadas, que se torne uma "bandeira", uma marca de prestígio que contribua para reforçar a credibilidade da casa e ajude a vender as outras marcas. No artigo da Revista de Vinhos que referiu, abordámos alguns destes casos. Entre os mais recentes, e que surgiram desde então em Portugal, saliente-se o tinto Duas Quintas Reserva Especial (da Ramos Pinto), o branco Esporão Private Selection (da Finagra) ou o espumante Murganheira Millésime".
A nota reflete a visão de um especialista europeu e, como tal, merece destaque e a atenção dos interessados.
maio 18, 2003
VINITALY 2003
O concurso internacional VINITALY é um dos mais conceituados e renomados do mundo, tanto pela alta qualificação de seus jurados quanto pelo rigor nas análises e distribuição de medalhas. Realizado este ano em Verona, norte da Itália, entre os dias 10 e 14 de abril, contou com a apresentação de mais de 3000 amostras de vinhos de várias partes do mundo.
Os vinhos foram divididos em 22 grandes grupos, entre eles o dos Espumantes Aromáticos, no qual o Aurora Moscatel sagrou-se campeão, galgando a Gran Medalha de Ouro, sendo a Vinícola Aurora a única do Brasil a receber essa distinção.
O Aurora Espumante Moscatel, elaborado pelo processo Asti, é um produto de agradável frescor, perfume delicado, envolvente, leve, suave e com perfeito equilíbrio entre açúcar e acidez, que tanto pode ser servido como aperitivo quanto com sobremesas.
É o espumante brasileiro fazendo bonito e conquistando seu lugar no mercado internacional.
O concurso internacional VINITALY é um dos mais conceituados e renomados do mundo, tanto pela alta qualificação de seus jurados quanto pelo rigor nas análises e distribuição de medalhas. Realizado este ano em Verona, norte da Itália, entre os dias 10 e 14 de abril, contou com a apresentação de mais de 3000 amostras de vinhos de várias partes do mundo.
Os vinhos foram divididos em 22 grandes grupos, entre eles o dos Espumantes Aromáticos, no qual o Aurora Moscatel sagrou-se campeão, galgando a Gran Medalha de Ouro, sendo a Vinícola Aurora a única do Brasil a receber essa distinção.
O Aurora Espumante Moscatel, elaborado pelo processo Asti, é um produto de agradável frescor, perfume delicado, envolvente, leve, suave e com perfeito equilíbrio entre açúcar e acidez, que tanto pode ser servido como aperitivo quanto com sobremesas.
É o espumante brasileiro fazendo bonito e conquistando seu lugar no mercado internacional.
maio 15, 2003
A ONDA DOS BARES DE VINHOS
A nova onda na cidade do Rio de Janeiro são os bares onde se pode desfrutar de vários tipos de vinhos, todos em copos. São os famosos "Wine Bars". Desde a chegada ao Brasil das máquinas que permitem a conservação do vinho após a abertura das garrafas, conhecidas como "Wine Keepers", o número de bares e restaurantes com esta opção tem se diversificado.
Estas máquinas são capazes de manter a qualidade do vinho, depois de aberta a garrafa, por até quatro ou cinco dias. Após a retirada da rolha, a garrafa é acoplada a uma válvula ligada a um cilindro de nitrogênio; como o nitrogênio é um gás inerte, isto é, não possui oxigênio na sua composição, o vinho não oxida, permitindo ser consumido em taças. A máquina é dividida em dois compartimentos: um para os vinhos brancos, onde se mantém uma temperatura média de 10°C, e outro para os vinhos tintos, onde a temperatura fica entre 16°C e 18°C. Sem estas máquinas, seria impossível o surgimento dos "Wine Bars".
Entre restaurantes e bares com este tipo de serviço, a cidade já conta com mais de vinte. Neles, é possível combinar pratos diferentes, com vinhos diferentes. O ponto alto, claro, é a grande variedade (30 ou mais) de vinhos de todos os tipos e procedências, servidos em copo. Estes locais são um achado para os amantes do vinho e uma escola para os iniciantes. Proporcionam uma viagem pelo mundo dos vinhos, sem ter que se gastar altas cifras.
(Publicado no site vinhos do Brasil).
A nova onda na cidade do Rio de Janeiro são os bares onde se pode desfrutar de vários tipos de vinhos, todos em copos. São os famosos "Wine Bars". Desde a chegada ao Brasil das máquinas que permitem a conservação do vinho após a abertura das garrafas, conhecidas como "Wine Keepers", o número de bares e restaurantes com esta opção tem se diversificado.
Estas máquinas são capazes de manter a qualidade do vinho, depois de aberta a garrafa, por até quatro ou cinco dias. Após a retirada da rolha, a garrafa é acoplada a uma válvula ligada a um cilindro de nitrogênio; como o nitrogênio é um gás inerte, isto é, não possui oxigênio na sua composição, o vinho não oxida, permitindo ser consumido em taças. A máquina é dividida em dois compartimentos: um para os vinhos brancos, onde se mantém uma temperatura média de 10°C, e outro para os vinhos tintos, onde a temperatura fica entre 16°C e 18°C. Sem estas máquinas, seria impossível o surgimento dos "Wine Bars".
Entre restaurantes e bares com este tipo de serviço, a cidade já conta com mais de vinte. Neles, é possível combinar pratos diferentes, com vinhos diferentes. O ponto alto, claro, é a grande variedade (30 ou mais) de vinhos de todos os tipos e procedências, servidos em copo. Estes locais são um achado para os amantes do vinho e uma escola para os iniciantes. Proporcionam uma viagem pelo mundo dos vinhos, sem ter que se gastar altas cifras.
(Publicado no site vinhos do Brasil).
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